A Secret Hidden in Time

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O desespero converte até o indivíduo mais sábio no mais tolo — escutou muito disso de Alexander durante os anos de coexistência

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O desespero converte até o indivíduo mais sábio no mais tolo — escutou muito disso de Alexander durante os anos de coexistência. Ela nunca ponderou muito sobre as palavras dele para dominar um pouco desse conhecimento transmitido, na verdade, desde que o conheceu tentou se convencer de que teria uma vida longa e feliz para desfrutar depois de tê-la recrutado para compor sua família. A ficha caiu somente quando percebeu que, talvez, precisasse sair da ilusão utópica que criou ao seu redor.

No entanto, o que a fez, enfim, compreender o que ele quis dizer somente após perdê-lo, ver a chama de sua vida se apagar lentamente e quão destroçada se sentia por não poder ajudá-lo em um momento tão crucial. Lembrou, com desgosto, da promessa, de que, sob um juramento solene, iria dedicar sua vida para proteger o legado do homem que amava e nunca mais teria a oportunidade de rever.

Mesmo se eventualmente morresse, ela não o reencontraria; enquanto ele estaria no paraíso onde seres genuinamente bons descansavam, ela seria condenada ao caos eterno por ser um demônio que se aderiu a vida humana.

De qualquer forma... Quem se importa?

E naquele instante, com as lágrimas banhando-lhe a face, o coração aos pulos e a fúria indomável que se alimentava com virulência de seu bom senso, se deslocou para perto do seu objetivo ciente de que ao completá-lo seria considerada escória, amaldiçoada pelos que lhe são importantes.

A noite escura, quando a maioria das pessoas se abrigavam na segurança de seus lares, servia de disfarce para os seres das trevas que rastejava nas sombras procurando alguma vítima para corromper ou devorar — Lyana riu da ironia ninguém imagina que alguém que vive sob a luz transitasse pelo mundo onde os demônios existem.

Seus olhos vermelhos emitiam o brilho predatório e se focalizaram no berço. Havia uma música suave ininterrupta provinda do móbile que girava lentamente a medida que o estímulo sonoro mudava o ritmo para girar os bichinhos de pelúcia. Ela diminuiu a distância, tirando o mosquiteiro do caminho e se inclinou ligeiramente sobre a bebê que desviou sua atenção para a nova presença.

Diva.

Pequena e sem coordenação, o bebê agitou as pernas e soltou um barulho que acreditou ser uma tentativa precoce de murmuro. A ruiva encarou com indiferença a menina experimentando todo rancor, tristeza e indignação entalhado em seu âmago, cuspindo-o para fora em um gesto... Culpou a criança pela vida que lhe fora arrancada, pelo futuro próspero que teria, pelos sonhos interrompidos e pelo luto. Não suportava a ideia de ter se comprometido a zelar pelo ser responsável pela sua desgraça.

Alexander foi injusto, pensou atormentada.

Só precisava executá-la.

Enraivecida, tomada por todas as emoções venenosas que trancafiava a sete chaves, ela conduziu a mão errante e perniciosa para o pescoço delgado e frágil da bebê disposta a por um fim definitivo em seu pesadelo, mas, quase como se soubesse das intenções dela, a criança segurou um dos dedos dela e riu — Lyana congelou.

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