Girls Just Want to Have Fun

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EM MEIO AO MEU SURTO paranoico, uma hipótese me ocorreu para proporcionar uma lógica consistente para receber uma bebida de uma estranha: segundo meu conhecimento baseado em filmes e séries, pagar a bebida de alguém que demonstra interesse é um va...

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EM MEIO AO MEU SURTO paranoico, uma hipótese me ocorreu para proporcionar uma lógica consistente para receber uma bebida de uma estranha: segundo meu conhecimento baseado em filmes e séries, pagar a bebida de alguém que demonstra interesse é um vaidoso subterfúgio para cortejar. Minha dúvida primordial cessou unicamente com o esclarecimento do bartender sobre a mulher ter escolhido a bebida e ter desembolsado o valor equivalente para entregá-lo a mim, sem ter contato direto, o que seria menos suspeito. Ponderei muito ao dissecar o copo com os olhos afiados em um dilema sobre tomar ou não o conteúdo de cor rosada e com aroma de morango, esperando que o teor de álcool não ultrapassasse minha dose de tolerância.

Um lapso de sensatez me acometeu e empurrei o copo para longe, rejeitando a oferta sem grandes expectativas.

Puxei todo ar que meus pulmões me permitiam e soltei de uma vez. Repeti esse processo por mais algumas vezes até ter certeza que estava calma, que não iria ter um colapso nervoso por uma situação assim. Estampei a melhor cara de serenidade que minha veia teatral conseguia instituir e reprimi a ansiedade que se espremia entre as fissuras da minha fachada. Deixei que as emoções mais voláteis se esvaíssem do meu sistema com a batida frenética da música. Não fazia sentido algum me estressar com interações estando em um ambiente público e que a neura seria mais um reflexo involuntário da desagradável experiência com Ace.

Claro que não era normal que uma pessoa diga que vai ficar de olho em você — a não ser que seja uma pessoal próxima, que chega a ser compreensível. E quando se trata de um desconhecido?

Rezei para que Dante voltasse logo e fôssemos embora de uma vez. Meus olhos varreram o lugar, tentando penetrar através do nevoeiro, das luzes multicoloridas de show que piscavam projetado do teto alto do clube e de corpos se mexendo em um balançar preguiçoso e úmido de suor.

Nada de encontrar Dante.

Havia vários pares de olhos me sondado, um particularmente me incomodou mais. Não sabia de onde vinha, porém sentia me perfurando sem hesitar — tinha certeza que era ela. Convencia-me inutilmente de que tudo era coisa da minha cabeça. Contudo não podia ignorar minha intuição, principalmente levando em consideração que à maioria esmagadora das vezes que ela acertava.

Nessas condições — onde o receio parecia me consumir —, minha mente começou a processar pensamentos desconexos sobre estar sendo perseguida por outro maníaco — maníaca no caso — e que a qualquer momento de descuido meu, me pegasse. Estava quase surtando com a avalanche de medos que me pareciam me corroer, embora lutasse para controlar.

O garçom pigarreou, quebrando completamente a bolha de estresse na qual me aprisionei.

— Tudo bem? Quer um copo de água?

— Não! — repensei a decisão por alguns segundos — Me dê algo forte e de preferência que não tenha gosto de álcool.

Poderia não ser a ideia mais sensata, muito menos a mais inteligente a se fazer. Com os nervos a flor da pele, a única coisa que me restava para me acalmar era ficar e tomar algo que fizesse meu pânico sumir — simplesmente parar de pensar. E se me entupir de álcool é a melhor opção, que assim seja. Claro que tinha um porém, eu não sou acostumada a beber — e mesmo sabendo que essa situação pedia muito isso —, não era muito resistente no quesito teor alcoólico.

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