Endless Night

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CIÚME É ALGO ENGRAÇADO

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CIÚME É ALGO ENGRAÇADO. Não exatamente como uma piada ou um comentário espirituoso lançado a esmo pra suavizar a tensão num ambiente comum. É uma provocação maldosa que criamos e não temos nenhum controle sobre — você sente e se não tiver cuidado, vai virar uma sensação corrosiva que mina toda confiança que construiu com o parceiro. Humanos são propensos a tal emoção e projetados para ter consciência disso. E aqui estou, lutando bravamente para conter esse sentimento irracional certa de que não tinha uma razão para me preocupar.

Olhei para Dante com alívio. Ele, acima de qualquer pessoa, nunca trairia alguém que se importa. Sua natureza fanfarrona e empática faz dele um homem de virtudes e bom senso, podem enxergá-lo como um irresponsável que contrai dívidas e as acumula por anos e vive só de sundae e pizzas, mas conheço seu verdadeiro valor e nobreza. Estava certa em querê-lo e amá-lo como nunca amei alguém antes, nem mesmo em meus relacionamentos anteriores — com um deles terminando comigo com um belo e respeitável par de chifre.

Estendi discretamente a mão e segurei a dele. Dante virou o rosto para me olhar e sorriu.

— Achei que estava chateada. — ele brincou girando a chave do carro.

— Eu não. — pigarreei. — Talvez só um pouco. Não com você exatamente. — abracei seu braço. — Estou com um pouco de ciúmes, confesso. É difícil ser indiferente quando ela ficou flertando descaradamente com você e agora teremos que trabalhar com ela.

— É só um trabalho. — esclareceu, o que me incentivou a agarrá-lo com mais força. — Além disso, dinheiro é dinheiro, independente de quem pague.

— Você não está fazendo isso só pelo dinheiro. — falei com firmeza. — Acha que tem algo maior por trás?

— Quem sabe? É por isso que vamos verificar. — ele concluiu. — Vamos ver a ação de perto.

— Agradeço por me levar.

— Você iria junto mesmo que dissesse pra não ir. — escarneceu, abrindo a porta do carro pra mim.

— Você me conhece. — me acomodei no banco do passageiro.

Agora a situação se resume a isso: nós viajando no carro vermelho e chamativo de Dante para outra cidade para encontrar uma mulher insuportável. A estrada estava escura e deserta, um cenário perfeito para algum jogo de terror, só faltava uma figura fantasmagórica surgir do nada pra causar algum acidente. Olhei para a paisagem em meio as sombras soturnas; os pequenos vales se estendendo ao nosso redor, as árvores frondosas que tinha um aspecto meio horripilantes no breu, algumas casas e outros estabelecimentos surgiam enchendo de vida e luz o vazio de outrora. Fiquei pensando que teria sido bastante producente aprender a dirigir e não deixar isso a cargo de Dante, embora ele tivesse mais estamina que eu. Bocejei ligeiramente cansada e entediada.

— Esse é o lugar certo?

— De acordo com o que a Cordélia passou, sim.

— Vamos terminar isso logo pra não ter que ver a cara dela nunca mais. — me espreguicei.

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