Destined for One

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REVISEI AS DEMANDAS DO TREINAMENTO, imaginando se minha evolução, ainda que bem pequena em relação a um prazo maior, seria notória para os de fora do círculo de convivência — eu, Dante e Alexander

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REVISEI AS DEMANDAS DO TREINAMENTO, imaginando se minha evolução, ainda que bem pequena em relação a um prazo maior, seria notória para os de fora do círculo de convivência — eu, Dante e Alexander. Não esperava virar uma guerreira de alto calibre versada nas mais complexas técnicas de luta e com um leque estupidamente grande de poderes sobre-humanos com uma semana de combates e desenvolvimento energético, mas gostava da ideia de sair do estereótipo de mocinha indefesa para alguém que sabe ser independente se a situação exigir. E como uma boa garota cheia de euforia pelo mágico mundo fictício não-tão-fictício-assim, queria mostrar o que aprendi nesse curto período e dar orgulho as duas pessoas com um papel ativo na minha metamorfose de lagartinha comilona e frágil a uma borboletinha mais do que capacitada.

O único problema desse elaborado plano de exibição pessoal era: não conseguir lidar com a tormenta de emoções que vinha nutrindo secretamente por Dante, ultrapassando a linha tênue do platônico e entrando no campo do romântico. Apesar de entender bem o que distingue ambos os conceitos, um parecia acender o outro de uma maneira bastante confusa, admirava ele e sentia que nunca estaríamos em pé de igualdade para sairmos do território de, no máximo, amigos, porém, dissonante dessa ideia pré-concebida, ansiava por mais e a cada momento que estávamos juntos a vontade crescia ainda mais. O amor não costumava ser tão complexo antes até conhecê-lo em essência.

Expulsando a insegurança e colocando a mente no lugar, marchei para perto do meio-demônio esboçando o semblante mais descontraído que minha aptidão cênica permitia. Dante emanava a aura confiante, sagaz e envolvente de sempre que me recebeu assim que nossos olhares se cruzaram, ativando todos os alertas de perigo e, por consequência, enrubescendo para variar. As vezes detestava o efeito que ele tinha sobre mim, mesmo com um gesto simples transformava meu corpo em massa de modelar, as pernas perderem a estabilidade, as famosas borboletas no estômago se atiçarem e o coração disparar, tudo em um intervalo de segundos.

Alexander franziu o cenho quando o fitei.

Não poderia esquecer o fantasma camarada, ele encorajava uma atitude mais comunicativa: revelar o que sinto para, se caso, não for correspondido seja eliminado e o contrário, se for aceito, ser cultivado. Não tinha nem ideia de que século ou década que ele veio para uma conclusão sofisticada de como o romance funciona, mas dizer com todas as palavras não era exatamente simples tampouco fácil.

— O que você tirou desse aprendizado? — Alexander lançou sem prévio aviso.

— Que treinar é duro e que tenho o talento de uma batata. — brinquei. — Posso não ter sido uma aluna exemplar, mas juro que dei meu melhor. E por quanto tempo tenho que usar esse frasco no pescoço? — puxei o cordão anexado ao pote. — Quero liberdade!

— Quando não parecer um pisca-pisca, poderá tirá-lo. — Alexander rebateu irreverente.

— Vamos? — Dante perguntou, abrindo passagem pra mim.

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