A Dangerous Mind

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NUNCA FUI MUITO CRENTE de conceitos que flertavam com paranormal até ser confrontada com a realidade — a nova realidade

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NUNCA FUI MUITO CRENTE de conceitos que flertavam com paranormal até ser confrontada com a realidade — a nova realidade. Depois de ver de perto quantos mitos são reais nesse mundo, muito do que assimilava como fictício ganhou uma nova óptica, uma na qual pertencia como um dos pilares. Na cerne desse panorama, ser retratada com uma versão da Arya também não seria uma novidade pelo qual perderia noites de sono e vê-la no espelho daquela maneira me recordou que havia muito mais a descobrir do que imaginava.

A única coisa que se mantinha uma regra pra mim é: nunca, em hipótese alguma, confie em alguém. Sobretudo um desconhecido muito menos nas pessoas mais excêntricas — essas pareciam sempre as mais perigosas.

Me arrumei, pondo uma distância calculada entre mim e a mulher, e esquadrinhei o local e voltei a atenção a ela, não tão a vontade. Lendo minha reação, ela compreendeu minha relutância e deu um sorriso caloroso.

Após seu comentário, instigada pela curiosidade que considerava tanto uma qualidade quanto um defeito — dependendo de onde a balança pendia mais —, resolvi que ficaria para escutar o que ela tinha pra compartilhar comigo. Eryna também possuía a vibe de esoterismo, mais inclinada a bruxaria e o ocultismo que a prática esotérica em si — que são estudos diferentes e que atendem outros conhecimentos —, e já experimentei uma parcela de seus poderes relacionados a clarividência. Agora teria uma visão imparcial que poderia, ou não, proporcionar algo novo.

Arrastando a longa saia no chão, ela peregrinou vagarosamente para uma área mais profunda e a segui. Passando por uma cortina de contas, uma coleção de ídolos e máscaras com aspecto bastante interessante, bijuterias dispostas nas paredes e incensos em pontos estratégicos, observei a mudança de temperatura do lado de fora para quando entrei, estranhando a calidez suave. O aroma de fresias e sálvias enchiam o ar, dando um clima agradável e acolhedor ao ambiente. Sentei em uma cadeira frente à mesa cheia de cartas, runas e o que lembrava ser búzios. A mulher depositou a vela no centro da mesa, pegou rapidamente o baralho de cartas. Em seguida, retirou três e as alinhou diante de mim.

A carta do centro foi a que mais chamou minha atenção, era uma jovem mulher sentada num trono e ostentando a coroa na cabeça, em mão esquerda segurava um cetro e na direita um escudo. Consegui identificar o nome como sendo; L'Imperatrice (A Imperatriz). Enquanto a segunda carta do lado esquerdo, o desenho mostra um homem entre duas mulheres e acima deles o cupido pronto para disparar a flecha. O nome indicava; Lamorvrevx (Os Amantes/Enamorados). Por fim, a carta do lado direito era um homem coroado de perfil em uma mão esta o cetro enquanto na outra segura à cintura com o nome; L'Empereur (O Imperador) e estranhamente havia uma letra S destacada na figura.

A mulher apontou para a carta do centro.

— Essa carta é A Imperatriz — explicou serenamente, seu olhar era gentil e ao mesmo tempo astuto — Ela significa uma pessoa que governa com amor e é governado por ele. Mas... Aqui ela não representa o amor em absoluto, é mais sobre sua intuição e as desavenças que surgirão no futuro. Há algo que te afasta do equilíbrio e do seu verdadeiro potencial... Algo poderoso e ruim. — franzindo o cenho, a mulher respirou fundo, enxergando algo nas cartas que não conseguia ver. — Você está cercada de pessoas que se importam e pessoas que fingem se importar e não sabe em quem deve confiar, por essa razão fica em uma corda bamba.

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