The Story Behind the Story

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A MORTE DEVE SER UMA TRANSIÇÃO TEDIOSA e para encará-la com menos pressão e a assustadora concepção do desconhecido, os mortos, especificamente espíritos iguais ao Alexander que, após realizar a passagem para o outro plano com a desencarnação, man...

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A MORTE DEVE SER UMA TRANSIÇÃO TEDIOSA e para encará-la com menos pressão e a assustadora concepção do desconhecido, os mortos, especificamente espíritos iguais ao Alexander que, após realizar a passagem para o outro plano com a desencarnação, manifestavam um senso de humor dúbio e desconexo com a realidade. Para os poucos que se aventuraram no limiar da vida e da morte, deveria ser uma forma de não perder a sanidade e assegurar a integridade de sua individualidade, então depositei a proposta do meu guardião em uma estimada balança de consideração: ser doutrinada nas artes da luta e dominar meus poderes latentes por ele, tanto no âmbito físico quanto no espiritual o que, para uma leiga como eu, soava bastante assustador.

Alexander me instruiu a, em um primeiro momento, arranjar um frasco vazio, de preferência pequeno, porém que fosse capaz de segurá-lo com a mão inteira sem ter que fechá-la totalmente. A única disponível que encontrei, com o auxílio de Maya, fora uma minúscula semelhante aos de papinha de bebê com cheirinho ruim. Ciente do plano inicial, não estranhei o pedido e estava ansiosa para aprender a como manipular corretamente as habilidades que descobri possuir, no entanto, essa euforia se diluiu ao escutar o propósito do potinho e que seria um fator chave para o avanço a uma nova ronda de treino.

No princípio, antes de tomar as coisas a sério, a vontade incontrolável de gargalhar me sacudiu, tive que resistir ao impulso selvagem e me comportar para não chatear Alexander. Nunca fui exigente no conceito de atribuições e baseado na inexperiência, meus parâmetros no quesito treinamento não eram grande coisa e os critérios quase nulos. No entanto, de acordo com o que é amalgamado na mídia, nenhum “programa de capacitação” consistia em obter um potinho para ser material de estudos para aprimorar minhas habilidades.

— Deixa eu ver se entendi direito... Quer que eu coloque minha energia... Num pote? Como raios isso funciona? — franzi o cenho, fitando o recipiente.

— Só assim vai evitar ser um chamariz. — disse com serenidade.

— Chamariz?

Alexander estalou os dedos e uma espécie de campo magnético nos cobriu evidenciando uma aura púrpura rente a sua figura fantasmagórica e uma massa dourada amorfa que me envolvia.

— O que é isso?

— Vocês, humanos, conhecem como aura. — explicou com um sorriso terno. — Como despertou recentemente seus poderes, sua aura não tem definição e, consequentemente, atraí mais atenção desnecessária. Por essa razão os demônios a perseguem.

Mirei o potinho vazio.

— Imagine da seguinte maneira: está tudo escuro e você é a única lâmpada acesa. É instintivo irem atrás de você.

— E como farei isso?

— Transfira lentamente sua energia para o frasco com a ponta dos dedos. — plantei o pote no chão e pressionei os dois indicadores na boca da tampa, vendo um líquido, como ouro derretido, escorrer para dentro. — Sua aura está mais desestruturada do que previ.

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