capítulo um

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no meio da tarde quando eu voltava da escola pra casa, vi mais um caminhão de mudanças no fim da minha rua. já era a segunda mudança em menos de um mês para aquela casa, as pessoas nunca ficavam muito lá pois diziam que a casa era muito sombria e que dava medo. o que era verdade. então fiquei observando na frente de minha casa quem seria a próxima família, mas apenas uma pessoa saiu do carro com uma caixa de transportes para gatos. um homem alto, com calças apertadas e blusa preta, e uma touca sobre seus cabelos negros em plenos 40 graus no meio do verão. aquele homem era diferente de todos os moradores anteriores, ele era sombrio como a casa. o que o tornava mais interessante ainda.
-mãe, você já viu que se mudaram de novo pra àquela casa estranha da esquina? -perguntei à minha mãe que preparava o almoço assim que entrei em casa.
-sim, eu vi quando o caminhão chegou junto com aquele carro velho preto, mas não vi quem era - ela respondeu enquanto colocava os pratos à mesa.
-é só um homem com um gato. ele parece ser bem legal.
contei o meu dia na escola para minha mãe enquanto almoçava, porém não parava de pensar naquele homem tão misterioso. e bonito.
à noite quando fui passear com o meu cachorro fly, eu o vi em frente da sua casa fumando um cigarro enquanto conversava com alguém no telefone. eu estava longe demais para ouvir o que ele falava, mas ele parecia bem bravo, então decidi me aproximar mais para observá-lo. meu Deus, ele não tirava aquela touca. então passei para o outro lado da rua aonde ele estava, e meu deus, ele era lindo! seus olhos eram de um azul tão gélido e tão intensos que quando percebi, nós estávamos nos encarando, e então ele sorriu. meu Deus que vergonha! então sorri de volta e acho que corei, então decidi voltar para casa, morta de vergonha.
quando fui me deitar para dormir não conseguia pensar em outra coisa a não ser aqueles olhos azuis tão lindos, cercados por olheiras negras, o que os destacava mais e os tornavam mais bonitos. eu realmente precisava dormir pois amanhã seria um dia cheio na escola, eu mal esperava para contar a nicholle sobre o novo vizinho.
acordei mais atrasada que nunca para o último dia de aula antes das férias, pensei até em não ir, mas precisava contar à Nick sobre o novo vizinho. cheguei na escola, que ficava a 5 quarteirões da minha casa, no terceiro horário, e não tinha mais lugar no fundo da sala perto da Nick. droga! teria que esperar até o intervalo para contar a ela, mas ai no meio do quarto horário a professora passou mal e então fomos liberados mais cedo para o intervalo.
-você não faz ideia do que aconteceu ontem!- eu disse eufórica
-não sei mesmo né, se você não me contou não tenho como saber!- Nick disse revirando os olhos
-ai, se acalma que eu vou contar né.
-então conta logo que eu já estou ficando curiosa!
-sim, ontem se mudou um cara novo para a casa da esquina da minha rua, aquela que nunca ficam morando por muito tempo.
-ah sim, a "casa sombria".
-essa. o cara que se mudou pra lá, ele é diferente. ele é lindo, e ele tem um gato.
-lindo como? o seu tipo de lindo? não confio muito. só acredito vendo.
-então aparece lá em casa à noite. Talvez o veremos, ele fuma durante a noite na frente de casa.
-tá bom então. me espera às 19 horas.
o último dia de aula finalmente terminou. minha mãe disse que eu tinha que voltar à pé essa semana pois estava muito atolada no trabalho e não podia sair pra me buscar. Cheguei em casa e finalmente a tortura de andar 5 quadras sob um sol de rachar havia acabado.
quando estava próximo da minha rua, um Impala 86 parou do meu lado, eu conhecia aquele carro, me era familiar, então decidi parar também. o vidro baixou e era ele, o vizinho.
-oi, meu nome é Richard. eu acabei de me mudar para a casa no fim da rua. e eu não conheço muito bem o bairro, e queria saber aonde fica o supermercado mais próximo. -disse ele me encarando com seus lindos olhos azuis e um sorriso caloroso.
-prazer, eu sou a bea...trice, moro três casas antes da sua. - respondi com um sorriso - bom, o supermercado mais próximo é a duas quadras daqui dobrando à direita.
-ah sim! obrigado, bea - ele disse sorrindo novamente. e que sorriso.
-por nada, Richard
-pode me chamar de Ricky. eu prefiro
-tudo bem então, Ricky. - sorri.
então o nome dele era Richard.

the boy of the next doorTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang