》Capítulo final《

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Minha cabeça dói, eu engulo em seco ao me recordar dos tapas e da tortura que meu pai fez comigo, não quero abrir os olhos, quero permanecer ali, de olhos fechados e com minha mente longe, tentando esquecer de que estou preso, tentando esquecer que ninguém...ninguém virá até a mim. A não ser a minha mãe, mas não quero que ela se arrisque, não quero que ela veja meu pai, não quero que ela se culpe novamente...quero que ela viva a vida dela...mesmo que seja sem mim por perto.

Felipe...Felipe...”

Escuto uma voz, bem familiar por sinal, ela me chama. Aquilo me motiva a tentar abrir os olhos e me despertar desse mundo que criei para escapar da minha realidade atual. Abro meus olhos, ainda escutando aquela voz e me deparo com o um olhar doce...

O olhar de Carol.

Por um momento eu não consigo acreditar que ela está ali, até que percebo que ela está na mesma situação que eu.

- Ca...Carol? – Falo baixo.

- Que bom que você acordou, Felipe! Temos que ir embora, temos que sair daqui! Desculpa não ter acreditado em você, desculpa...- Tossi. Percebi sinceridade.

- Tá...tudo bem, nós vamos sair. – Não quero perguntar de como ela veio parar aqui, é bem óbvio que tem dedo do professor nessa situação.

- Como vamos sair? Como? – Ela perguntou quase que em desespero, ela deve ter acabado de chegar. Então eu consigo compreender que ela não está pensando direito. Nem eu estou, também quero sair, quero escapar, só não consigo pensar como...

Vou olhando para os lados e vejo mesas, mas estão vazias. Não consigo pensar em nada, meu corpo dói, eu quero vomitar, mas não consigo fazer nada, não consigo...

Até que a porta abre e vejo...o professor e ao seu lado, aquele rosto...

- Não...- Falo baixo, Carol encara assustada aos dois.

- Não! Não! – Fala desesperada.

- Calma Carol, não vou deixar eles te machucarem! – Falei tentando ter calma.

- Que bonito...- O professor falou debochadamente. – Vocês são tão fofos juntos!

- Solte a gente! – Carol disse. – O senhor não é assim!

- Eu não sou assim? Eu...- Ele ri. – Carol, você não conhece nem um pouco da minha história. – Ele se aproximou da Carol e segurou em seu queixo.

- NÃO ENCOSTA NELA! – Gritei, mas ele me ignorou completamente, até que o Fernando, meu próprio pai chegou até a mim e deu um tapa em minha cara.

- Cala boca moleque! Apenas escuta! – Engoli em seco, estava com tanto ódio que nem conseguia pensar direito. Então me debati para tentar me soltar novamente. Até que meu próprio pap tira uma faca de seu bolso e coloca em meu pescoço, fazendo com que eu parasse de me mexer. Minha respiração estava desregulada.

- Ahg, seu filho dá muito trabalho Fernando...- O professor falou, soltando o queixo da Carol. – Sério menina, você tem que arranjar um namorado melhor...- Carol bufou e fechou a cara para o professor. – Seu pai...não soube lhe educar bem, também, não esperava muito do Alberto!

- Meu pai sempre apoiou você! Ele sempre te ajudou! – Carol fala com raiva.

- Seu pai...ele é uma pedra no sapato, tanto para mim quanto para o Fernando.

- Porque professor...porquê?

- Por que o seu pai sempre usou você querida. – Ele faz um carinho na bochecha da mesma. – Ele nunca te valorizou, como eu lhe valorizo!

BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora