》Capítulo 28《

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Finalmente eu estava em casa, já era noite...

Mas mesmo assim, eu não estava aliviado, tudo aquilo que aconteceu...do nada...

Saí do carro e fui em direção a minha casa, abri o portão e fui entrando.

- Cheguei mãe! - Falei com minha voz cansada, sentia um grande peso sobre mim. Até que...

Só senti uma chinelada nas minhas costas, curvei um pouco, gritando de dor.

- Aonde é que tu tava menino?

- Ai, ai! Na escola mãe, na escola!

- NA ESCOLA??? TEM VERGONHA CABRA SAFADO! Mentir pra tua mãe? - Levei outros tabefes. - Recebi uma ligação da tua escola, teve uma recuperação paralela e você faltou! Bicho sem vergonha! Ainda te liguei e tu num atendeu! - Ela me batia a cada palavra que dizia.

- Ai mãe! Ai, ai! Tá bom, desculpa, desculpa! - Minha mãe pegou em minha orelha, assim me arrastando pra dentro do meu quarto.

- Vai ficar ai de castigo! Amanhã é da escola pra casa, entendeu Felipe Monteiro??? - Eu mantinha minha cabeça baixa, apenas assenti para evitar com que aquilo piorasse. - Hora mais, de onde se viu um menino mentir pra mãe?? - Minha mãe foi fechando a porta, porém não a trancou, eu apenas cocei a minha nuca e respirei fundo.

Tá...eu acho que preciso de um banho.

*

Antes de entrar no banho eu deixei meu celular carregando no meu quarto e meu caderno ficou em cima da cama. Parecia que escrever nele agora, não é tão...relaxante ou até interessante quanto era antes.

Sério...o que foi que aconteceu hoje?

Sinceramente era pra ser um dia normal.

Um dia alegre, em que eu somente ia agradecer a Carol por ter me ajudado ontem...

Sentia a água escorrer pela minha cabeça, descendo pelo meu corpo..., as marcas da minha mãe ainda ardiam...

Mas não devo pensar muito sobre isso.

Somente de...como foi que cheguei até aqui?

Conheci a Carol de uma maneira aleatória, ela foi pra minha escola e parecia que já éramos melhores amigos. Depois eu fui pra sua escola e....parecia que já éramos amantes.

Tudo tão rápido, tudo tão...

Depois fui pra casa de Carol...

Seu pai, o senhor Alberto, conhece o meu pai?

E ainda disse que sou a cara dele?

Será que era por isso que o senhor Alberto parecia estar incomodado comigo desde o início?

Por isso que...ele tentou me bater?

O que ele queria?

Era como se ele tivesse uma intriga enorme com os Monteiros, como se ele odiasse o meu pai!

Depois disso...

Carol fez de tudo pra me expulsar da casa, falando as coisas nada haver...

Eu não tô conseguindo entender! As peças não se encaixam!

Está tudo tão confuso...

Eu preciso de ajuda.

Desculpe mãe...

Desliguei o chuveiro e fui me secando com a toalha, logo vestindo uma outra roupa, uma bem simples mesmo.

Desculpa mãe...

Só que eu não vou ficar aqui sem fazer nada!

Não acredito na Carol!

Não importa se ela gosta de mim ou não, ela precisa da minha ajuda, eu só preciso entender o que está acontecendo, só assim eu posso ajudar ela! Duvido muito que Carol vai me contar alguma coisa

Para descobrir, eu preciso de alguém que conheça bem o Gabriel. O tal pai do filho da Carol!

Eu nem ajeitei o meu cabelo, só fui saindo pela porta do meu quarto com muito cuidado, olhando em volta para ver se minha mãe não estava me observando.

Então fui para o portão da frente, e saí, vendo que Nala, a cadela, estava me esperando do lado de fora. Como se ela soubesse que tínhamos uma missão agora.

Fiz um leve carinho nela e fui olhando para os lados, correndo pelas ruas.

Eu tenho que falar com quem conhece o Gabriel melhor do que eu conheço, tenho que falar com alguém que mantém contato com ele direto!

E só pode ser uma pessoa...

Ester!

Ela é minha única opção agora.

BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora