》Capítulo 13《

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Por incrível que pareça, os coordenadores não nos liberaram pois estavam tentando encontrar a fonte de todo esse fuzuê.

Mandaram metade dos alunos pras salas de aulas e outra metade pra quadra. Eu e Carol ficamos na quadra.

Os alunos que foram para salas estavam sendo monitorados pelos professores, nós...estávamos sendo monitorados por uns quatro coordenadores. Enquanto os outros...bom, eu suponho que estejam brincando de detetives.

Ester também estava aqui. Porém Gabriel não estava com ela, ele havia sido mandado com o grupo que foi escolhido para as classes. Ela estava sozinha no canto, observando a todos com aquele olhar inocente.

Eu e Carol estávamos sentados na arquibancada jogando uno que os coordenadores haviam nos dado para distrair um pouco. Eles estavam tão desesperados para conter os alunos, que distribuíram vários jogos!

 Eles estavam tão desesperados para conter os alunos, que distribuíram vários jogos!

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Primeiro, com essas cartas eu vou perder...
Já aceitei isso...

Segundo, eu não conseguia tirar os olhos de Ester. Estava preocupado com ela...

- Garoto! Vamos! Sua vez! - Carol falou. Balancei a cabeça despertando. Jogando qualquer uma das cartas que eu tinha na mão. - Ahg! Você é irritante, num faz nada que presta! - Ela foi deixando as cartas de lado e pegando o seu celular, a encarei sem entender.

- Eu joguei, é tua vez! - Falei.

- Tu nem tá jogando pra valer. Tá é babando por aquela menina! Sério bebê, se quer falar com ela é só chamar.

- Que??? Chamar ela??? Não, não!

- Ahg! Que homem sem atitude, se bem que nem sempre deve vir de vocês, só que parece que nessa idade você é BV. - fiquei calado, ela me encarou por poucos segundos gerando um silêncio desconfortável. - Você é bv!!! - Ela falou um pouco alto e eu respirei fundo.

-Quer um microfone princesinha?- Ela debochou de mim com aquelas caretas engraçadas- Nem todo mundo é arretado de ter atitude, sabia? Aliás, ela tá ficando com o Gabriel. - Respondi.

- Por enquanto bebê, se você quer ela tem que ter alguma atitude. - Engoli em seco.

- Eu não, num sou obrigado. - Carol revirou o olhar.

- Garota!!!!- Carol virou gritando, arregalei meus olhos e como reação tapei a boca dela no mesmo momento, puxando ela mais pra mim, as costas dela ficaram pressionadas contra meu peito. Ela começo a dar tapas na minha mão. Encarei Ester e, ela não havia escutado, graças!

- Cê tem sorte viu garota dela num ter escutado! - Soltei a mesma, porém Carol virou pra mim e começou a me bater com tapas. - Ai,ai!

- Nunca mais me toque assim seu filho de ovo podre! Borrou todo o meu batom seu desgraçado! - Segurei nos pulsos da mesma, fazendo com que ela me olhasse com mais raiva. - Me solta seu pobre!

- Shhhiiiuuu! Pode fazer menos escândalo? - falei olhando em volta, sentindo muitos olhares sobre nós dois. - Tu é muito marrenta!

- E tu é muito nojento! AHHH você borrou meu batom seu, AHG! - Ela bufou. Revirei o olhar.

- Nem é pra tanto, tu que é uma mimada! - Carol foi abrindo a câmera do celular, começando a tentar ajeitar o batom. Segurei em seu queixo e virei seu olhar pra mim, ela ficou espantada, mas apenas limpei o batom borrado ao redor de sua boca. - Olha, pra quem tá passando por uma suposta invasão, até que tu tá bem tranquila. Só precisa parar de ficar pensando nessas bestalhagem. - Falei enquanto limpava, quando terminei encarei a mesma. Ela engoliu em seco. Carol olhava no fundo dos meus olhos, até que distanciou de mim tão rápida quanto uma flecha.

- Quer saber?? Eu num fico aqui por mais nenhum minuto! - Fiquei sem entender quando ela pegou as suas coisas e foi se levantando, fui indo atrás dela, deixado as cartas de uno de lado.

-Ei, ei! Fiz algo errado?? - perguntei, porém ela me ignorou, levando logo o telefone a orelha. - Oh,oh princesinha do nordeste! Num me deixa falando com as paredes não! - Ela foi caminhando pra trás da quadra, a mesma se encostou em uma parede com aquela cara de brava. Bufei e me aproximei dela. - Que é que foi? - Perguntei, mas ela apenas usou de seu dedo indicador contra minha boca para que eu fizesse silêncio. Cruzei os braços e fui me encostando ao lado da mesma.

Carol rapidamente começou a limpar o dedo- que ela havia usado para tocar em minha boca- em minha roupa. Apenas a encarei debochado.

- Oie Mainha! Tudo bem? - Ela sorriu, pareceu um sorriso forçado, criado apenas para manter um "personagem". - Tem como a senhora enviar um carro aqui pra escola dos pobres? Eu não aguento mais esse lugar imundo com pessoas...- Ela olhou para mim de cima a baixo. - Nojentas e irritantes! - Franzi meu cenho. Então ela era assim mesmo...uma exibida mimada! - Tá, vou ficar esperando tá? - Escutei um latido. Olhei para o lado e...a cadela havia nos acompanhado. Estralei os dedos para que ela se aproximasse e assim ela fez com a maior empolgação. - Tá Mainha, beijo!

- Então a cavalaria de meio pau tá vindo te salvar dos pobres repugnantes? - Perguntei em ironia.

- Respeite minha família seu bixo indecente, pois somos - A interrompi.

- "Da alta sociedade, ain, ain!" - Disse imitando ela e logo depois caí na gargalhada. - É assim que tu fala!

- Eu não falo assim.

- " Eu não falo assim..."

- Tu pare!

- "Tu pare!" - Ela arregalou suas sobrancelhas, colocando suas mãos na cintura. Não me segurei e fui rindo mais ainda. Percebi que a mesma segurava o riso.

- Menino besta, nam! - Carol falou e saiu andando de volta para quadra.

- Peraí princesinha! - Falei indo atrás, a cadela latiu e também nos seguiu.

Vou ser sincero...
Eu sei que esse dia, mesmo sendo tão agitado e envolvendo tantas brigas, junto a piadas infantis, esse é o dia que eu mais sorri e me diverti em minha vida.

Não sei se é porque...é pela primeira vez que tenho uma companhia, mesmo que essa companhia venha tendo essas bringuinhas sem parar.

Tá...Carol é legalzinha quando quer ser,quer dizer, é isso que aparenta.

Só que eu nunca vou dizer isso pra ela.

Pois vai que ela fale:

"ECA! Elogio de pobre!"

Isso é bem a cara dela!

BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora