》Capítulo 16《

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Fui me aproximando devagar, tentando entender muitas coisas ao mesmo tempo. Tipo o porquê do Hugo tá aqui e do porquê eles estarem brigando?

Cê se liga, né? Tudo nessa vida tem um motivo, e o motivo da briga deles dois pode ser pelo simples fato da briga que aconteceu hoje de manhã. Sério, o que ele quer com a Ester?
Diacho...

Quando tento escutar, parece que a briga fica mais tensa entre eles dois.

- SAI DAQUI HUGO! TU TÁ PENSANDO QUE SOU O QUE? - Ester gritou levantando a cabeça, é a primeira vez que via ela gritando com alguém daquele jeito. Até eu me surpreendi, não esperava isso de Ester. Se bem que ela tá se defendendo e isso é bom!

- Tu que me respeite mulher! - Hugo foi se aproximando, agarrando nos pulsos da mesma. Droga...esse menino num se aquieta não?

- Tu quer que eu chame meu pai, isso sim!

- Que é que foi? Consegue se defender sem o papai não? - Hugo falava, enquanto eu me aproximava mais ainda. Segurei no ombro do mesmo e o puxei para soltar da Ester.

- Felipe? - Ester falou espantada por me ver.

- Tu escutou a moça não oh Hugo! - Falei. - Tá muito atrevido! A peia que recebeu do Gabriel num serviu não? - Ele bufou, se soltando de mim.

- Num se banque o caba corajoso agora não Felipe! Todo mundo aqui sabe que tu num se passa de um homi frocho! - Os vizinhos que antes estavam sentados na calçadas, começaram a prestar atenção em nós dois. Engoli em seco.

Eu poderia ter falhado de primeira, mas não vou falhar de novo! Não na frente da Ester...

- Se vá ande! - Ester foi falando com Hugo, segurando em meu braço. - Deixe o menino.

- Sabe que ele num aguenta nem um peteleco meu né anjinho? - Hugo falou, com um sorriso malicioso para Ester. "Anjinho"? Desde quando Hugo chama ela assim?

Bom, pelo o que parece, Ester num gostou nenhum pouco. Pois ela franziu o cenho e fechou a cara.

- Vá antes que eu chame meu pai! - Hugo bufou e com uma última olhada contra mim, saiu andando. Ester respirou aliviada, saindo da casa e fechando o portão atrás dela. Finalmente percebi o vestido jeans que usava, com seus cabelos presos em um coque alto e um leve brilho nos lábios. - Obrigada Felipe. - Ela falou, me despertando do olhar abestalhado.

- A-ah...- Balancei a cabeça. - E-eu que agra-agradeço a tu Ester.- Falei tímido, ela franziu o cenho. Parecia não entender. - Er, quer dizer, por tu, sabe, me deixar, sabe, em casa, sabe? - Ahg...que merda de ser uma pessoa apaixonada que não sabe lidar nem com o que sente.

- Te...deixar?...

- É. Minha mãe me disse. - Falei dando um leve sorrisinho.

- Ah...- Ester pensou. - Eu não lhe deixei em casa não.

- Não? - Falei surpreso.

- Não! Eu lembro muito bem que quando tu caiu feito uma manga madura, quem correu pra te ajudar foi aquela menina lá, ah...como era o nome dela?

- Ca...Carol? - Falei arregalando meus olhos. Ela? Como ela me ajudaria? Pensei que ela fosse orgulhosa demais para me ajudar...

- É! Ela mesma! Num deixou ninguém te tocar, nem mesmo eu. - Engoli em seco. Ficamos por um tempo em silêncio. Eu estava pensativo, bem pensativo. - Ah...sabe. - Ester foi se aproximando de mim. - Tô indo pra pracinha dar uma volta, cê num quer ir comigo não? - Me despertei, logo sentindo minhas bochechas esquentarem. Pera...ela me convidou pra sair? Que???

BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)Where stories live. Discover now