》Capítulo 21《

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Eu havia colocado para tocar uma de minhas músicas, pois aquele clima estava muito estranho! A música que eu havia colocado era "Mas, que nada! - Jorge Bem Jor".

Bom, parecia que estávamos terminando de limpar a biblioteca, até que resolvi quebrar aquele clima completamente estranho. Fui entre as prateleiras indo procurar a Carol.

Lá estava ela, concentradíssima organizando os livros por gênero. Havia uma estante entre nós e...eu não sabia o que falar. Só voltava a lembrança em minha mente daquele beijo inesperado que ela deu em mim de surpresa.

- Carol...- A chamei. Carol olhou suavemente para o lado e me encarou como se nada tivesse acontecido. - Ah...aonde tá sua equipe.Praticamente limpamos tudo sozinhos.

- É, eles são um bando de irresponsáveis! Eu deveria dizer tudo para o professor, e acho que quando terminarmos, vou dizer! Isso não vai se passar ileso! - Carol deu de ombros. - Onde já se viu? Deixar que euzinha aqui, Carolina! Venha arrumar tudo sozinha! Ahg! Ódio deles! - Sorri aliviado, vê-la agir naturalmente fez eu notar que ela não estava com raiva de eu não ter falado nada sobre o tal assunto.

- Aquele professor esquisito? Vai contar pra ele?

- Ele não! Você tem que conhecer mais pessoas aqui garoto, para saber como é que funciona pessoas de minha classe.

- Ui, ui princesinha! Obrigado pela oferta! - Fui me apoiando na estante. - Mas não quero ser uma pessoa de sua classe! - Carol olhou para mim e apenas sorriu de canto. Até que a música para de tocar e...vozes são escutadas, vozes de umas quatro pessoas.

- Olha...parece que o grupinho chegou. - Carol falou baixo, porém deu pra perceber seu tom de deboche. Ela foi guardando uns últimos livros que ela segurava e assim saímos juntos das prateleiras, vendo então dois garotos e duas garotas.

- Ahh Carolzinha! Você aqui minha linda! - Falou uma das meninas que era ruiva e usava uma saia preta.

- Não venha com falsidade para mim Andressa! - Carol falou em deboche.

- Ain! Tinha que ser grosseira? - Andressa foi pegando no braço de um garoto que tinha o cabelo preto liso e parecia ser bem simpático até. - Amor, olha a Carol!

- Carol...- O garoto falou com a Carol em um tom de tentar acalmar ambas.

- Eu num posso fazer nada Raphael! Vocês são um bando de irresponsáveis! - Carol cruzou os braços. - Deixaram o trabalho todo para mim! - Um garoto albino, respirou fundo e se encostou no balcão de maneira preguiçosa, parecia que ele era bem deselegante comparado aos outros da escola de Carol, pois sua farda estava amassada e seu cabelo bagunçado.

- Ahg! Que chato! Se fosse por mim eu continuaria dormindo lá no auditório. - Falou o garoto, logo depois bocejando. Quase esqueci que estamos em uma escola pra filhinhos de papai, e aqui eles tem coisas que nós não temos.

- Pois vá! Vá pra bem longe Abimael! Ninguém aqui sentirá sua falta! - Carol disse, Abimael revirou o olhar.

- E quem é o bonitão aí? - Falou a outra garota, com cabelo curto até o queixo e mechas azuis, ela dava um sorriso malicioso para mim.

- Ele é meu ficante Júlia, tira seu olho podre dele! - Carol falou, abraçando o meu braço.

- Qual dos? - Abimael falou, nos encarando.

- Cala boca idiota! - Carol disse o repreendendo. Abimael riu.

- Tô só brincando, eu sei que esse é o azarado do Gabriel. - Abimael disse.
Azarado??? Como assim?

- Prazer! - Raphael foi estendendo a mão com um sorriso simpático.

- Prazer...- Falei baixo, pegando na mão de Raphael. Ele tinha um aperto firme. Até que o sino da escola toca, e olha, é bem mais suave do que o sino que tem na minha escola!

- Vamos merendar! - Falou Júlia, saindo na frente. Eu estava nervoso por ter que lidar com um monte de riquinho ao mesmo tempo, isso era um novo território e ter que fingir ser um deles é terrível!

Raphael e Andressa saíram atrás de Júlia, sem dizer nada. Enquanto Abimael veio até a mim, segurou em meu ombro e disse:

- Boa sorte! - Depois que ele disse isso, só vi a mão da Carol ir com tudo na nuca de Abimael. - Ai, ai! - Segurei o riso.

- Já mandei você calar a boca! - Carol falou meio brava. Abimael bufou e mostrou a língua pra Carol, fazendo com que ela apenas o encarasse com aquele olhar de deboche. Ele foi saindo.

- Seus amigos são bem....agitados. - Falei.

- Um bando de idiotas! - Carol me respondeu e eu ri baixo.

- Vamos lá Carol, quero conhecer o resto dos mimados! - Falei e ela sorriu. - Mas pera aí...como eles entraram se a porta estava trancada? - Perguntei.

- Ah, a diretora tem uma chave reserva, eles devem ter ido lá e pedido.

- Ata! - Falei meio aliviado.

- Vamos, temos que trancar a sala e deixar a chave com os coordenadores, porque eu não sei onde estão os responsáveis pela biblioteca.

- É verdade...- Falei e assim fomos saindo juntos.

Vou ser sincero, vê-la agir naturalmente me deixa aliviado e preocupado ao mesmo tempo, pois eu não sei o porquê que ela fez aquilo, segundo eu não quero que as coisas fiquem pesada entre a gente...

Pois, por incrível que pareça, eu gosto da companhia de Carol.

BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)Where stories live. Discover now