Estávamos na frente da escola da Carol. Eu estava engolindo em seco e balançando a perna esquerda, enquanto Carol parecia bem calma com o seu pai vindo ME CONHECER.
- Como assim do nada ele quer me conhecer? - Falei.
- Ele é uma pessoa...cuidadosa. Ele se importa comigo. - Franzi meu cenho no mesmo momento.
- Cuidadoso? Você passa mal toda vida que come e ele nunca te levou a um médico, ou levou? - Carol respirou fundo.
- Você não sabe de nada Felipe! Agora acho melhor ficar quieto e tentar agir como uma pessoa da minha laia.
- Tá, tá princesinha. - Bufei, cruzando os braços. - Vou agir como uma pessoa mimadinha.
- Irritante. - Carol fala, ao mesmo tempo sua barriga ronca. Olhei de canto para a mesma, enquanto via Carol tentando manter a postura. Respirei fundo.
- A cantina tá aberta? - Perguntei.
- Acho que sim, por que? - Apenas sai andando em direção ao refeitório, enquanto sentia o olhar de Carol sobre mim.
*
A música ainda rolava em meu fone de ouvido. Eu comecei a cantar baixo:
- "Lembra aquele tempo amor...Onde a gente se encontrou. Foi ali que começou...Minha felicidade." - Eu estava de frente a cantina, ainda tinha uma pessoas na fila, umas duas. Eu estava no fim da fila, com as mãos nos bolso e pensando no que iria comprar para Carol poder comer. Até que me assustei com um braço envolvendo os meus ombros. Olhei para o lado e vi...Abimael.- Ih, tá mesmo apaixonadinho pela Carol, é? - Ele disse com um sorrisinho de canto.
- Ah, porque acha isso? - Engoli em seco.
- Cantando música romântica. Pensei que vocês só ficavam, mas parece que o negócio é sério.
- A gente fica, mas...eu não gosto de ficar com uma e ter outras ao mesmo tempo. Isso pra mim é idiotice! - Fui sincero.
- Olha, parece que a Carol encontrou alguém que preste nessa vida, finalmente! - Andamos dois passos, quando eu ia fazer meu pedido, Abimael passou a minha frente e começou a falar com a atendente. Eu o encarei com deboche e respirei fundo, logo em seguida escutei o som do meu celular começando a descarregar.
- A não. - Peguei meu celular e...desligando. - Não, não, não! AHG Que droga! - Abimael me encarou, porém nem me perguntou o que havia acontecido, apenas pagou o seu lanche e saiu andando. Agora entendi porque a Carol não gosta dele...
Tirei meus fones e me aproximei do balcão.
Quando abri a boca para fazer o pedido, a tia da cantina começou a falar:
- Desculpa, tenho que fechar a cantina.
- Amas, moça eu preciso para comprar um lanche pra minha...namorada...ela precisa.
- Desculpa, mas eu também preciso comer alguma coisa.
- É rapidinho, eu prometo! - Implorei.
- Não. - Ela foi indo fechar a banda da janela, meti a mão no meio para tentar impedi-la. Mas ela acabou prendendo a minha mão. Meti um grito alto e fino. A mulher abriu rapidamente a banda e eu tirei minha mão, comecei a sopra-la. - Eu já disse que não garoto, isso que dá ser teimoso! - Ela fechou a janela do balcão.
- Veia chata! - Dei língua para a janela fechada. Me virei para voltar pra a Carol, enquanto soprava a minha mão. Quando me virei, vi Carol com um olhar de chocada para mim e ao seu lado um homem alto e sério.
- Gabriel...- Carol falou meio envergonhada. - Esse é o senhor Alberto, ele é...
- Pai da Carol, prazer. - O senhor Alberto foi estendendo a mão para mim. Eu fiquei sem graça e forcei um sorriso de lado. Estendendo a mão que não tava machucada.
- Ah, eai Alberto! - Falei, no mesmo momento Carol deu um facepalm e respirou fundo. Enquanto o seu pai parecia me julgar sem dizer nada.
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BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)
RandomEntre as linhas de um caderno perdido, o caminho de duas pessoas se encontram. Só que a partir daí, tudo vai por água a baixo... Não estou falando de romance, nunca estive falando de romance... Estou falando de suas vidas sociais e suas rotinas que...