》Capítulo 23《

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Entrando no banheiro, vi o quanto é a riqueza que essa escola é. Pois os azulejos são pretos com brancos e é muito mais limpo que a minha escola.

Escutei uns barulhos de alguém vomitando em uma das cabines, me atentei para localizar aonde era e caminhei até a 3° cabine. Nem pensei duas vezes antes de abrir aquela porta que estava só encostada. Vi que a Carol estava vomitando, enquanto estava sentada no chão do banheiro, e com seus olhos um pouco fundos, foi virando devagar para mim.

- Felipe? - Carol disse em um tom baixo. Sem eu pensar duas vezes, me agachei perto dela e fui tirando os cabelos de sua testa suada.

- Você tá bem? Não é melhor ir pra casa? - Olhei atentamente para a Carol, notando que seu dedo indicador estava machucado. Fechei a tampa do vaso sanitário e dei descarga.

- Sai daqui Felipe, se eles te verem vão te colocar pra fora.

- Não vou te deixar. - Ajudei a Carol a se levantar, enquanto caminhávamos lentamente em direção a pia. Abri a torneira e segurei um pouco de água em minhas palmas, limpando a boca de Carol. Aos poucos limpei sua boca, enxuguei sua testa com que estava com suor, com as mangas do casaco que eu usava e em seguida comecei a lavar ao dedo de Carol que estava machucado. - Aonde você machucou isso? - Carol não queria me responder, apenas olhava para os cantos, calada. - Carol?

- Eu...só...precisava me livrar.

- Se livrar? - Franzi o cenho. Peguei uns papéis toalhas e enxuguei minhas mãos, enquanto a Carol pegava em sua bolsa a maquiagem para retocar o que havia sido tirado pela água. Dá para perceber que ela esconde as olheiras fundas, com a maquiagem. Cruzei meus braços. - Se livrar de que Carol? - Ela respirou fundo.

- Ahg! Menino chato! Eu já disse que a comida não caiu bem. - Ela desconversou, notei que ela estava completamente incomodada por eu ter ido atrás dela pela segunda vez.

- Eu não sei não, qualquer coisa que você come, você passa mal.

- Eu...- A barriga de Carol roncou. Olhei para a mesma.

- Carol...você quer me contar alguma coisa? - Perguntei, mas ela apenas abaixou o seu olhar para o batom vermelho que ela costuma usar, mordeu ao seu lábio inferior. Quando ela abriu a boca para poder falar, o seu telefone tocou. Carol pegou sem pensar duas vezes e atendeu.

- Alô? Sim, estou na escola, porquê? - Carol olhou para mim através do espelho, eu contraí meus lábios e respirei fundo, me encostando na pia. - Sim...ele tá aqui sim. - Arregalei meus olhos e olhei para a Carol, sem entender coisa alguma. - Tá...estamos indo. - Ela desligou e respirou fundo.

- O que foi? - Perguntei.

- Era meu pai...parece que um professor ligou para ele e disse que eu estava tendo "companhia". Ele quer...- Carol virou para mim, meio sem jeito. - Te conhecer. - Arregalei meus olhos com aquilo.

BORBOLETAS DO MEU ESTÔMAGO (+18)Where stories live. Discover now