Capítulo 7

263 36 6
                                    

Adaptação de "Um Casamento Conveniente" de Tessa Dare


- - - - - - - - - - - - -


Acabe logo com isso, Park disse para si mesmo. Encoste os lábios, mantenha por três... não, dois segundos, e encerre a questão. Uma bobagem fazer a vontade dele, mas um beijo formal pareceu a forma mais rápida de encerrar a discussão.

O beijo acabou sendo, contudo, o modo mais rápido de acabar consigo mesmo.

Maciez. Calor. O sabor doce, amargo... refrescante. Partes dele ficaram fracas, enquanto outra começou a ficar dura como pedra. O omega mexia com tantos sentidos dele que Chanyeol não conseguiu compreendê-los. O beijo armou as teias da loucura em seu cérebro, estrangulando sua capacidade de pensar, de recuperar o controle... De contar.

Há quanto tempo seus lábios estavam-nos do menor? Talvez dois segundos, ou três, ou três mil. Ele tinha parado de se importar com isso.

As faces dele esquentaram debaixo de suas mãos, e o Alfa pensou que, com certeza, o calor devia ser indício de aflição ou constrangimento. Mas o menor não se afastou. Baekhyun se aproximou, na verdade, apoiando a mão no casaco dele.

Não só no casaco, mas nas cicatrizes que jaziam por baixo, passando por toda dor e toda amargura. A sensação descreveu uma espiral dentro dele, como um redemoinho no deserto, pegando a areia seca e jogando-a no céu.

Tudo era errado. Tudo era certo. Tudo era possível.

Ele levantou a boca, mas não desgrudou o olhar do rosto dele. Longos segundos se passaram antes que o Byun abrisse os olhos, como se estivesse saboreando as sensações. Gravando uma lembrança. Como se tivesse gostado do beijo.

O Alfa tinha sido um tonto desgraçado ao conceder o beijo ao Byun. Ele não havia considerado que um beijo fazia um homem querer outro. E outro. E mais outro, cada um mais passional que o anterior.

Mais tarde, ele o possuiria na cama, várias vezes. Mas não o teria mais desse modo. Não provaria da doçura refrescante que pendia de onde seus lábios tocaram os dele. O sabor da primeira vez, da expectativa e da esperança de mais.

Ele o soltou e deu um passo para trás.

O menor oscilou, procurando o equilíbrio.

– Obrigado.

O prazer foi totalmente meu, pensou. E nunca a perdoarei por isso.

– O jantar será às oito – disse por fim.

------------

Quando Baekhyun deixou a sala de visitas, encontrou a criadagem da Casa à sua espera no saguão de entrada. Jongin apresentou cada criado por nome e função. O ômega teve certeza de que não lembraria de nenhum deles mais tarde. Era gente demais: governanta, cozinheira, criadas do andar de cima, criadas do térreo, criadas da cozinha, criados, cocheiro, cavalariços.

– Junmyeon será seu ajudante. – Ele apontou para um jovem ômega sorridente e ansioso, vestindo uniforme preto impecável. – Junmyeon, mostre para o duque os aposentos dele.

– Sim, Sr. Kim. – Junmyeon pulou de entusiasmo. – Por favor, Vossa Graça, venha comigo. – Depois que se distanciaram dos outros, Junmyeon falou durante toda a subida pela escada. – Estou tão feliz que esteja aqui. Todos nós estamos na verdade.

– Obrigada – Byun disse.

Com certeza um camareiro experiente da nobreza iria se sentir insultado por se ver a serviço de um duque que, até quinze minutos antes, era um estilista. Não?

The Duchess DeallWhere stories live. Discover now