Capítulo 1

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Adaptação de "Um Casamento Conveniente" de Tessa Dare

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Aos 22 anos de idade, Byun Baekhyun já havia aprendido algumas lições difíceis:

Alfas encantados nem sempre eram o que pareciam; armaduras

reluzentes tinham saído de moda junto com as Cruzadas; e se fadas

madrinhas existiam, a dele estava vários anos atrasada.

Na maior parte das vezes, o mocinho precisa se salvar sozinha.

Essa tarde era uma dessas vezes.

A Casa Park elevava-se diante dele, ocupando um quarteirão inteiro do elegante bairro de Seul. Refinada. Enorme. Aterradora.

Baekhyun engoliu em seco. Podia fazer aquilo. Uma vez, ele saíra sozinho pela correia no período mais frio do inverno. Havia se recusado a sucumbir ao desespero ou à fome. Tinha encontrado trabalho e construído uma vida nova na cidade. Agora, seis anos depois, ele engoliria cada agulha do ateliê de costura da madame Irene antes de voltar rastejando para seu pai.

Comparado a tudo isso, o que era bater na porta de um duque? Ora, nada. Nada mesmo. Tudo o que ele precisava fazer era endireitar os ombros, passar pelos portões de ferro forjado, subir resoluta aqueles degraus de granito – sério, eram apenas uns cem ou pouco mais – e tocar a campainha diante daquela porta imensa e ricamente entalhada.

Boa tarde. Sou Byun Baekhyun. Estou aqui para ver o misterioso e recluso Duque Park. Não, não nos conhecemos. Não, não possuo um cartão de visita. Não tenho nada, na verdade. Talvez não tenha nem uma casa, amanhã, se você não me deixar entrar.

Oh, bom Deus. Isso nunca daria certo.

Choramingando, ele se afastou do portão e foi dar uma volta no quarteirão pela décima vez, sacudindo os braços nus por baixo da capa.

Sentado à escrivaninha da biblioteca, Park Chanyeol ouviu um toque

desconhecido de campainha. Seria a campainha da porta?

Lá veio o som de novo. Era mesmo uma campainha de porta. Pior, era da porta dele.

Malditas fofocas. Ele estava na cidade há poucas semanas. Chanyeol havia esquecido como os boatos, em Mayfair, eram mais rápidos do que balas de pistola. Ele não tinha tempo nem paciência para enxeridos. Quem quer que fosse, Jongin o mandaria embora. Ele mergulhou a pena no tinteiro e continuou a carta para seus advogados incompetentes.

"Não sei o que diabos vocês andaram fazendo no ano que passou, mas o estado dos meus negócios é deplorável. Demitam imediatamente o administrador da propriedade de Busan. Digam ao arquiteto que quero ver o projeto do novo moinho, e quero vê-lo ontem! E tem mais uma coisa que requer uma atenção imediata...."

Chanyeol hesitou com a pena parada no ar. Não podia acreditar que iria escrever aquelas palavras no papel. Por mais que ele temesse, aquilo tinha que ser feito. Escreveu:

"Eu preciso de um ômega"

Ele imaginou que deveria listar suas exigências: um ômega mulher ou homem tanto faz, em idade fértil, de linhagem respeitável, com uma necessidade premente de dinheiro e disposto a dividir a cama com um homem horroroso e marcado.

Resumindo: um ômega desesperado.

Deus, que deprimente. Era melhor deixar apenas aquela linha: Eu preciso

de um ômega.

Jongin apareceu à porta.

– Vossa Graça, lamento interromper, mas chegou um jovem ômega para vê-lo. Ele está usando um vestido de noiva.

The Duchess DeallWhere stories live. Discover now