Capítulo Noventa e Oito

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Espasmos da gravidez. Era isso que escutava quase toda a vez que ia à obstetra, durante conversas. A médica que estava me auxiliando conversava bastante comigo e com Micael, provando à ele que era extremamente normal o sexo na gestação. Os primeiros meses, Micael estava com medo, mas depois das consultas foi se soltando, pesquisando e tornando aquilo mais natural possível.

Minha barriga estava grande e eu sentia tesão a maior parte do tempo, o que era engraçado, em partes. Sentir falta de Micael era como ficar com tesão e ter necessidade de transar.

Micael estava deitado na cama, relaxado. Fiquei ajoelhada ao seu lado, com minha mão segurando o seu pau delicadamente. Dedilhei sua pélvis, brincando com seu abdômen antes de segurar o seu pau, de novo. Subi e desci, diversas vezes, assistindo Micael ficar duro.

Tive sua ajuda para subir e encaixar seu pau em mim, tendo um pouco de dificuldade por conta da grossura, assim como era todas as vezes. Quando me sentei, pousei minhas mãos em seu peitoral definido, acalmando suas mãos que estavam subindo à todo custo pelo meu corpo, alisando minha costela até chegar em meus seios, que estavam sensíveis por conta da mudança.

Micael tinha sua mão em minha barriga, enquanto eu fazia os movimentos, apalpando meus próprios seios e dedilhando os meus mamilos. Eu sabia que era normal mas ao mesmo tempo, era algo totalmente errado! Charlotte estava ali mas eu precisava transar, liberar os meus hormônios que estavam literalmente me matando.

Transar grávida era algo esquisito, mas ao longo do tempo, fui me adaptando. Eu tinha que me adaptar...

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— Já está tudo pronto, Borges! Precisamos de uma data para lançamento.

Acordei com a voz máscula e conhecida, me espreguicei nos lençóis, procurando uma roupa para me vestir, já que estava nua. Charlotte estava se mexendo demais naquela manhã, até eu sentir enjoos somente pela pasta de dente.

— Podemos lançar por aqui, o que você acha?

— O lançamento precisa ser em Bordéus, eu não quero o meu longa sendo estreado em uma cidade que não tem público alvo.

— Público alvo? Pelo amor de Deus!

Sequei meu rosto, penteei os meus cabelos e saí para fora do quarto. Alexander sorriu para mim quando me viu, deixando Micael atordoado.

— Olá, Sophia! — Ainda estava sorrindo. — Você está belíssima.

— Obrigada. — Não fiquei muito feliz com o elogio.

— Bom dia, querida. — Micael disse cabisbaixo, coçando a nuca.

— Bom dia! — Sorri leve à ele.

— Vim de passagem para dizer ao Micael que o filme ficou pronto. — Alexander juntou as mãos. — Vamos estreia-lo em Bordéus.

— E por que não aqui? — Micael rebateu.

— Porque não. Já disse os meus planos, o filme é meu! — Alexander rodeou a ponta dos dedos. — O que você acha, Sophia?

— Não podemos sair daqui, estamos foragidos. — Disse calma. — Como você nos achou?

— Tenho os meus contatos, digo de fato, Francis.

— Ah claro, Francis. — Revirei os meus olhos. — Enfim, faça o que quiserem. O filme é de vocês! — Rendi minhas mãos.

— Já disse o que eu quero, Alexander. Ou é aqui, ou então, não estarei presente na pré-estreia. — Micael foi firme, cruzando os braços.

— Você está com medo de voltar à Bordéus, Micael?

— Por que eu estaria com medo?

— Tenho todos os motivos do mundo para você estar com medo, começando...

— Eu não tenho medo de nada, Alexander! — Ficou frente à frente com ele, se encarando. — Já que é isso que você quer, então, faça em Bordéus. Faça a cerimônia da porra do filme em Bordéus!

Encarei os dois de longe, que estavam se encarando. Alexander deu uma risada sarcástica, assentindo e pigarreando algumas palavras ao vento. Micael mudou de feição, querendo matar alguém em segundos.

— Passei a odiar você. — Disse à Alexander.

— Eu também!

Me intrometi, antes que saísse confusão.

— Você já deu o seu recado, Alexander? Então, acho que podia se retirar. — Abracei Micael de lado, que ainda estava em silêncio.

— Final de semana, em Bordéus. Será pela tarde!

— Em qual local?

— No teatro municipal. — Alexander colocou os óculos de volta em sua face. — Espero por vocês lá!

— Ótimo. Já pode ir! — Caminhei até à porta, levando Alexander que ainda ria consigo. Quando ia soltar mais alguma coisa, fechei a porta em sua cara.

O estrondo fez com que Micael acordasse para a realidade, passando a mão no rosto e bufando.

— Foi você quem disse para Francis passar o nosso endereço?

— Ele precisava saber por conta do filme. — Micael bufou mais uma vez. — Para ser sincero, eu não quero ir.

— Então não vamos, simples!

— Eu preciso ir, Sophia.

— Você acabou de me dizer que não quer ir. — Fiquei sem entender. — Você está com medo?

— Um pouco. — Ficou pensativo. — Voltar para Bordéus agora é como assinar o nosso atestado de óbito. — Me encarou.

Meu corpo se gelou. Micael segurou em minhas mãos, beijando em seguida.

— Se acontecer alguma coisa...

— Não vai acontecer! Vamos aparecer de fininho, assistir o filme e voltar. Sei que é importante para você! Mas, entendo as suas palavras. Se você não quiser ir, então não vamos.

— Mas eu preciso ir, querida! — Fez uma pausa. — Eu preciso.

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