Capítulo Setenta e Oito

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— Sophia?

Escutei estalos de dedos em minha direção.

Hello! Sophia? — Os estalos estavam mais perto agora. Estremeci meu corpo, voltando para a realidade.

Tina estava em minha frente enquanto o público rolava os olhos sob mim, esperando alguma fala. Eu havia entrado em transe, não sabia bem o que havia acontecido.

— Vem, vamos! — Tina segurou em minhas mãos, me tirando dali. Fui ovacionada quando saí mas não dei a mínima. Queria saber o que havia acontecido.

— Espera. — Parei ela no meio do caminho. — Onde está o Micael?

— Que? — Ela riu. — Ficou biruta?

— Não. Ele estava aqui, na minha frente! Ele estava usando um terno bonito em preto, deveria ser até de grife. — Me alterei, observei os lados para ver se Tina não estava zoando com a minha cara. — Me diga Tina, onde ele está?

— Sophia, o Micael não está aqui. — Ela segurou os meus dois braços, mantendo minha atenção à ela.

— Impossível! — Umedeci os lábios, incrédula. — Ele estava na minha frente, Tina! Até disse sobre o último quadro.

— Você disse sobre o último quadro! — Ela queria rir. — Meu Deus! Você bebeu alguma coisa? — Negou com a cabeça. — Espero que essa loucura dele não passe para você.

— Então quer dizer que ele não estava aqui? — Ainda não estava acreditando no que Tina havia me dito.

— Não, ele está na clínica que eu saiba. Micael não está aqui! Você quer um megafone? Podemos gritar "MICAEL VOCÊ ESTÁ AQUI?". — Tina berrou até que meu ouvido doesse. Fiz uma careta e pedi para que parasse, já havia entendido o recado.

— Certo, então eu sonhei que ele estava na minha frente. — Comecei a aceitar aquilo normalmente.

— É, você sonhou sim. Mas a apresentação foi excelente! Todos os quadros foram vendidos. — Tina sorriu. — Francis irá fechar a apresentação. Você quer comer alguma coisa?

Eu estava com fome, bem mais do que eu sentia normalmente e me lembrei que eu deveria me alimentar melhor. Havia outro ser dentro de mim, não era como brincar de boneca.

— Eu preciso comer sim. — Assenti.

— Vou chamar algum garçom que traga aqueles canapés gostosos. Já volto! — Tina avisou e saiu atrás de algum garçom, que estava rodando o espaço, servindo todos os convidados.

Canapés não iriam forrar o meu estômago mas sabia que ela pediria à Francis alguma pizza de Nova Iorque, escutei ela frisar na mente dele umas cinco vezes só hoje.

Voltei o meu olhar para o tumulto que se desfazia, Francis havia encerrado a apresentação dos quadros, deixando que todos vissem sem interrupções. O mar de gente se desfez e logo me vi sozinha, esperando Tina voltar com os canapés.

— Sete pecados! Nome exótico para um quadro, você não acha?

Me assustei ao escutar a voz máscula atrás de mim. Quando me virei, o homem da mesma altura que Micael me encarava. Cabelos úmidos e pretos, pulseiras de ouro, terno de linho e sapatos de couro. Usava uma camisa de gola alta, perfeito! O estilo cafajeste de qualquer menininha do tipo de Tina.

Parecia que aquele homem havia saído de algum filme com mafiosos.

— Perdão, eu não fui muito apresentável. — Ele sorriu de lado, levando uma mão até à minha. Fui surpreendida por um beijo entre os meus dedos. Lábios macios e mãos quentes. — Alexander Paccino.

Sete Pecados Where stories live. Discover now