Capítulo Quarenta

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Meu primeiro dia como casada! Nada como um bom alongamento ainda na cama, depois da noite de ontem. Meus braços estavam doloridos, assim como as minhas pernas mas nada que um banho me renovasse. Retirei o lençol branco do meu corpo nu, caminhando até a enorme suíte que havia em nosso quarto. Me encarei no espelho que pegava a parede toda e me surpreendi ao ver o roxeado abaixo da minha clavícula.

— Droga. — Soltei leve, tocando o local, agora, dolorido também. Um belo de um chupão!

Balancei minha cabeça e entrei na ducha enorme, tomando um banho de vinte minutos, quente, me relaxando por completo. Quando acabei, vesti o roupão felpudo e sequei meu cabelo com um secador que estava no banheiro, não sabia de quem era mas ajudou bastante a não ficar com os cabelos pingando para o café da manhã.

Calcei um chinelo de quarto duas vezes maior que o meu pé, de Micael, descendo as escadas para procurá-lo, já que não havia o encontrado na cama. Escutei sua voz vindo da porta, que conversava com alguém brevemente após agradecer e voltar novamente para dentro. Franzi meu cenho.

— Bom dia, minha querida e belíssima esposa. — Ele sorriu para mim, tinha uma caixa enorme debaixo dos braços.

— Bom dia, querido esposo. — Devolvi o meu sorriso, um pouco corada.

Era difícil o chamá-lo de esposo porque agora sim ele era o meu esposo. Louco, não?

— O que é isso? — Apontei para a caixa, que agora estava no carpete, perto dos seus quadros.

— Uma tela nova. Eu vou ter uma exposição na semana que vem! — Me deu um beijo demorado. — Como passou a noite?

— Acho que você pode me explicar isso. — Abaixei o tecido do roupão até a clavícula, deixando Micael observar o roxeado que estava ficando mais escuro. Ele soltou um risinho.

— É melhor você se acostumar. — Andou até a caixa. — É o primeiro roxo de muitos! — Abriu a embalagem.

— Roxo de muitos? — Segurei meu riso. — Vou começar a usar cachecóis e alguns lenços para esconder todos.

— Sou adepto à essa ideia, querida. Posso te ajudar a comprar alguns xales coloridos, algo que combine com a sua pele. — Retirou a tela nova da embalagem, verificando de longe.

— É uma nova vernissage? — Fiquei curiosa para saber.

— Quase isso, na verdade eu fui convidado para expor os meus quadros por um preço maior no mercado. O evento irá receber convidados especiais que... Enfim. — Fez uma pausa. — Esse evento pode mudar ainda mais as nossas vidas! — Me encarou, um pouco feliz.

— Por que?

— O evento recebe alguns convidados de vernissages famosas que estão nesse mundo há anos. De contato em contato podemos fazer o nosso próprio nome, se é que você me entende. — Me explicou.

— Micael. — Cocei a minha cabeça, um pouco pensativa. — Acho lindo você pintar quadros e expor os seus sentimentos em telas brancas mas. — Ele estava virado de costas para mim, não prestando a atenção. — Você não acha que deve seguir outro rumo?

Ele virou para me encarar, tinha as sobrancelhas franzidas.

— Como?

— Eu não sei. — Levantei os meus ombros. — Você tem tanto recurso e é tão inteligente que... Cursos na América Latina? — Fiz uma careta.

Mas ele não gostou muito.

— Está dizendo que os meus quadros não são uma profissão?

— Não foi bem isso que eu quis dizer.

Sete Pecados Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang