O QUE QUER, O QUE SENTE E QUE ME QUER

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Oi babys,

preparadas? 

Boa leitura. <3

-x-


Ana Carolina


Após deixar Laura em casa eu decidi que naquela noite precisava me deixar sentir tudo o que eu vinha guardando. Ainda que a minha escolha não fosse a mais longe de ser a correta, dirigi até um bar da cidade que eu já conhecia, sabia que poderia ficar em paz lá.

Me sentei em uma mesa discreta onde conseguia ver a movimentação do local. Eu sabia que não deveria exagerar na bebida, mas não estava me importando muito naquele dia. O único problema seria voltar para casa já que eu estava dirigindo, mas deixaria para pensar nisso depois, deixar meu carro ali e pegar um carro de aplicativo já estava nas minhas opções.

Brincava com meus próprios dedos enquanto bebia uma dose de tequila da garrafa que eu havia pedido, quando ouvi uma voz feminina falar comigo. Aparentemente desconhecidas gostavam de falar comigo em bares.

- Posso me sentar? - Ela falou, mas não saí dos meus pensamentos imediatamente.

O som daquelas palavras dirigidas levou o meu olhar para os seus lábios, percebendo que ela tinha um sorriso destacado neles. Inferno, eu só queria um momento de paz.

Subi novamente e encontrei com um par de olhos que apesar de serem castanhos não tinham nada a ver com os meus problemas. 

E claro que olhar para a moça ali não afastou a angústia do meu peito, principalmente percebendo que meus pensamentos compararam os olhos desta mulher com os de Priscila. 

Eu dei de ombros e virei meu olhar para a garrafa de tequila. A companheira original e fiel que eu queria naquele dia.

- É um longo dia? - Ela perguntou após se sentar na minha frente, invadindo meu espaço.

Mais uma vez eu a olhei, vi ela olhar para a garrafa na mesa.

- Noite longa. Bem mais longa do que eu gostaria. - Finalmente falei com ela.

- Isso soou um pouco triste.

- Sim. - Eu sorri ironicamente.

Depois de alguns segundos de silêncio em que eu rezava para a mulher me deixasse quieta e me deixasse continuar a minha tentativa de irresponsabilidade e embriaguez. Ela falou de novo, droga.

- Eu sei que eu vou correr o risco de que isso soe como um flerte, mas eu já te vi em algum lugar? Seu rosto me parece familiar. - Eu suspirei, percebendo que a mulher não iria desistir.

- Eu sou atleta, vôlei profissional. - Disse simples. Não sabendo se estava fazendo o certo ao falar a verdade.

- Oh sim, é claro... Eu sabia! - A mulher parecia surpresa e admirada?

- Nunca viu uma atleta tentando se embriagar num bar? - Perguntei não no meu melhor humor.

- A verdade é que eu já vi muitas coisas. Mas eu pensei que atletas ficassem bêbados em particular, você sabe, onde ninguém iria descobri-los e fazerem comentários indelicados. - Observação inteligente.

- Hoje eu resolvi não me importar com isso. - Admiti.

Minha frase deixou claro que não estava com disposição para uma conversa, muito menos para ser sociável hoje.

- Tudo bem, é um direito seu. Todos temos dias que precisamos fazer isso. Sou a Clara!

Senti sua mão na minha frente, como se não bastasse os olhos castanhos e os fios loiros, ela tinha a mesma delicadeza da ponteira. Eu virei meu rosto em sua direção percebendo que ela ainda estava com um sorriso largo, esperando para que eu me apresentasse.

Seres Conectados - Darolana / RosabertaWhere stories live. Discover now