Seres Conectados - Darolana / Rosaberta

USADA

BABYS, 

GOSTO DESSE CAPÍTULO PORQUE AQUI ALGUNS SENTIMENTOS FICAM AINDA MAIS VISÍVEIS.

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Ana Carolina

O primeiro dia da volta estava fluindo até que bem. Mas eu sentia que precisava mudar um pouco. Dizer como estava me sentindo para alguém, Naiane e eu conversamos muito nesses meus dias de folga, ela havia me indicado uma ótima psicóloga e a mesma se disponibilizou a me atender em horários mais flexíveis por conta da estrutura e horários de treino. Só ficaríamos mais aquela semana no país, em seguida viajaríamos pra Sofia, na Bulgária para a terceira fase dos confrontos.

Naquela manhã de volta Rosa se sentou ao meu lado, passamos a observar a movimentação em quadra das ponteiras, levantadoras e líberos. 

As centrais e opostas estavam em uma pequena pausa naquele momento.

- Impressão minha ou a Daroit está te ignorando? - Olhei minha amiga por um momento, em seguida levei meus olhos para a loira concentrada em quadra.

- Eu não me importo. - Falei e desviei o o olhar da quadra, terminando de amarrar meu tênis, logo teria um jogo entre o time. Rosa deu uma risada.

- Se fosse outra pessoa me dizendo isso eu acreditaria, mas vindo de você não dá pra acreditar Cá! Ou você foi muito boa e ela está com medo de cair no seu golpe, ou você foi muito ruim e ela está arrependidíssima. - Arqueei a sobrancelha com a fala dela.

- Como sabe que dormimos juntas? - Perguntei curiosa.

- Então, eu não sabia, mas agora eu sei. -  Me condenei por ter caído na jogada de verde que Rosa lançou. Ela havia sido muito esperta agora.

- Não enche Maria, só quero passar esse treino em paz. - Me levantei saindo de perto da oposta que gritou.

- Ui. Perigoso morder desse jeito. - Brincou comigo e eu me virei pra ela novamente. 

- Morder eu não mordo, mas cuidado pra eu não acertar esse seu rostinho bonito no treino. - Devolvi no mesmo tom após pegar uma das bolas que rolavam ali na quadra e jogar na direção dela.

- Desde quando ameaça virou esporte e entretenimento? - A de olhos verdes falou rindo e me fazendo rir também.  - Aliás, cuidado você pra não levar uma bolada minha e ter que esfriar a cabeça a força. - Naquela hora boa parte do time já nos observavam.

- Tenta a sorte. - Respondi e Rosa me mostrou o dedo do meio.

Zé Roberto imediatamente já gritou avisando que nós duas jogaríamos no mesmo time naquele dia. Ele nos conhecia bem, sabia que éramos amigas e sabia que adorávamos uma rivalidade dentro de quadra. Optou pela paz geral naquele dia, o que parece ter sido em vão.

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Pouco mais de uma hora após daquele momento Paulo Coco se sentou ao meu lado quando nosso técnico havia me mandando pro banco por acertar o rosto de Roberta em um ataque, não foi por mal, fui imediatamente até ela me desculpar, jamais faria aquilo de propósito, a levantadora concordou segundos depois enquanto ainda se recuperava da situação. Claro que podia acontecer, mas o técnico preferiu que eu ficasse de fora por um momento. 

Rosa me fuzilava com os olhos com a mão na cintura enquanto a levantadora era atendida pela nossa equipe.

- Cabeça quente nunca é bom pra um jogo Carolzinha. - Concordei com ele. - Você é uma jogadora gigante, sabe disso. Vai pra fisio e depois vai dar um jeito de relaxar essa mente e colocar a cabeça no lugar, estou dispensando você por hoje. - Ok, aquilo não estava em nenhum dos meus planos, coloquei  minhas mãos no meu rosto a fim de acalmar um pouco a tensão que corria meu corpo e que eu sabia que era toda emocional.