Seres Conectados - Darolana / Rosaberta

SE PROTEGER

Oi meus amores.
Apareci rapidinho pra deixar esse mimo aqui para vocês.
Se gostarem não deixem de votar e me contar.

-x-

Narrador

Viajar para Brasília com o time havia sido bem tranquilo para todas as meninas. Jogar no Nilson Nelson para a maioria delas era algo comum, então elas estavam literalmente em casa.

Priscila e Carol não haviam "repetido" a noite que antecedeu a viagem delas com o time. Mas estavam muito próximas, sempre se tratavam com carinho e não podiam negar, gostavam de estar perto uma da outra. A camiseta que Priscila tinha emprestado para que Carol dormisse naquela noite ainda não havia voltado para a mala original e talvez não retornasse mais.

Rosa e Roberta não estavam diferentes, completamente envolvidas no mundo delas, compartilhando momentos e sendo felizes, a diferença para a ponteira e a central é que as duas já haviam tido uma conversa mais honesta sobre o que estava acontecendo entre elas.

O jogo de estréia na segunda fase da VNL não começou bem para o Brasil, o time teve dificuldades para se entrosar no primeiro set contra a Turquia, tendo Gabi super marcada pelas jogadoras turcas que conhecem bem seu jogo. Consequentemente veio a derrota do primeiro set e o segundo começou do mesmo jeito, apesar de Pri Daroit, Diana e Carol virarem algumas bolas, o time ainda tinha dificuldade e perdia, o que obrigou o técnico José Roberto a mexer na escalação que tinha feito no dia para aquele jogo.

A entrada de Roberta, Julia e Kisy foram fundamentais para o novo rumo que o jogo tomou e então a virada do set aconteceu. Com Gabi também finalizando com mais eficiência, da maneira que ela sabe e gosta.
No quarto set, tudo se encaminhava para vitória, o técnico coloca Rosamaria, finalmente havia chegado seu momento de voltar as quadras, Rosa foi muito aplaudida pela torcida em sua entrada.
A seleção brasileira virou o jogo e venceu por três sets a um. Com atuações incríveis e destaque para Kisy, Diana e Julia.

-x-

Após o jogo com a Turquia, Carol viu em seu celular que havia recebido uma mensagem de Anne, a holandesa que também disputava a VNL pela seleção do seu país pedia para que e ela encontrasse no Hall do Hotel em que as seleções estavam hospedadas, a central não se opôs ao encontro, tinha um carinho enorme pela ponteira que durante anos havia sido sua companheira, seu amor.

As duas já estavam no local há alguns minutos conversando. Até que a holandesa disse algumas palavras que claro, mexeriam muito com a central.

- Sinto sua falta. - Carol suspirou. - Eu achei que ficaria tudo bem, mas não estava preparada pra te perder. - A central pegou uma das mãos da holandesa entre as suas e a manteve próxima do seu rosto após dar um beijo na mesma, demonstrando apoio, respeito, carinho.

- Precisávamos disso, de mudar. Acho que está sendo bom pra nós duas, mesmo que doa muito. Você merece alguém que te ame acima e mais que tudo Anne. - A central falou com atenção na mulher a sua frente.

- Nos amávamos assim Carol. Sempre fomos boas juntas, nos conhecemos como ninguém. - Carol podia concordar, elas se conheciam mesmo, haviam passado tempo suficiente juntas para saberem tudo uma sobre a outra, mas as coisas tinham mudado agora.

- Algo entre nós mudou Anne. Eu sempre vou ter amor por você, mas precisamos seguir.- Por mais que amasse a holandesa, sabia que não era o mesmo amor do começo da relação delas, elas jamais seriam as mesmas.

Não muito longe dali Priscila esperava Roberta terminar de resolver alguma coisa na recepção quando observou a cena que se desenrolava com as jogadoras por alguns segundos, antes de ser arrastada do local pela levantadora que agora a obrigava ir até o restaurante com ela.
Na cabeça de Priscila, Anne e Carol eram perfeitas juntas e se amavam, qualquer pessoa sabia o como as jogadoras eram um dos casais mais adorados do meio, pensou que talvez tivesse sido apenas um passatempo para a mais nova, pensar aquilo a deixava mau, seu coração se apertou.

Contra as holandesas o jogo foi mais tranquilo, elas não vinham fazendo uma boa campanha na VNL, mas se esforçavam muito. Destaque para Priscila Daroit e Nyeme Nunes que se saíram muito bem naquele jogo, com o ataque fugindo do bloqueio de Carol e Gabi bem marcada.

Contra as italianas o Brasil não conseguiu se manter eficaz e não conseguiu fazer um jogo equilibrado, apesar de vencer o terceiro set com folga, perdeu o quarto da mesma forma, assim como tinha acontecido com os dois primeiros sets. Mas a derrota não fez com que elas desanimassem, na manhã seguinte elas venciam o time da Servia com bons números e com três sets a zero. Com destaques para a atuação de Gabi, Daroit e Carol.
Aquele havia sido o último jogo da etapa de Brasília.

Rosamaria, Macris, Gabi e Carol se disponibilizaram a atender os fãs que estavam as aguardando mais uma vez do lado de fora do hotel, como nos outros dias. As quatro jogadoras passaram horas em pequenos stands individuais que o hotel preparou para que tudo ficasse mais organizado, recebendo e retribuindo o carinho dos voleifãs.

Quando elas finalmente subiram para terminarem de se organizar e irem para casa sabiam que parte do time já havia ido embora, como era domingo José Roberto havia liberado o time para que voltassem a se apresentar no Centro de Desenvolvimento na quarta-feira.

Roberta havia se despedido de Rosa assim que terminaram aquele momento de atenção ao fãs e chegaram ao quarto, com a promessa que tirariam pelo menos a terça-feira para ficarem juntas antes de voltarem a rotina de treino da seleção.

Rosa saiu para almoçar com sua mãe e Jovana Stevanovic, central da Sérvia que já era conhecida de longa data da oposta brasileira. Elas até tinham tido um affair há um tempo atrás, mas naquele momento estavam retomando uma amizade, pelo menos da parte da oposta não havia nenhuma outra intenção.

Carol subiu assim que conseguiu, queria ver Priscila antes que a loira embarcasse, chegou a ir até o quarto da loira, mas aparentemente a mulher já havia feito check-out. Notava a ponteira diferente há poucos dias, não soube dizer o que tinha acontecido, mas aquilo era algo entre elas, precisavam alinhar alguns pontos, no pouco tempo que se conheceram de verdade já havia descoberto, não gostava de ficar longe da loira. Pegou seu celular enviando uma mensagem.

"BH Prin?" - Enviou. Não demorou para que a resposta chegasse.

"Sim. Doida pra ver o Jhony." - Ok. Ficar levando gelo era realmente um caos.

Lembrou porque não flertava com ninguém depois de ter terminado. Carol odiava a parte de ter que parecer desinteressada, então não faria aquilo. Tirou uma foto da porta do quarto que Priscila estava ficando e enviou na conversa.

"E eu doida pra ver você.

Achei que ia se despedir de mim."

Priscila sentiu o coração acelerar ao ler as palavras da central.

"Não queria perder o voo, me desculpa. Pensei que fossem demorar um pouco mais." - Digitou sabendo que precisava cortar o que é que estivesse acontecendo entre elas.

Na sua mente a visão de Anne e Carol no hotel com as mãos unidas, mesmo Carol tendo dito que tinha outra pessoa a incomodava, Priscila achava que não era possível, ela sabia mais que ninguém que relações acabavam, mas amor, amor não podia ser deixado para trás assim.

Já não era fácil ter a sua própria mente tentar entender o que vinha acontecendo, já era difícil tentar entender os novos desejos do seu corpo. Não achava que deveria se meter em confusão. A maioria das pessoas não entenderiam, ela só não queria se machucar, só estava se protegendo.

Já a central sentia Priscila fugindo, era inevitável ficar chateada e aquilo a incomodava de uma forma que ela não sabia explicar, naquele dia após essa última mensagem a central prometeu a si mesma que ia respeitar o afastamento a loira, mesmo contra a sua vontade, não queria complicações e se envolver mais a fundo com Priscila parecia um balde cheio disso.

Não demorou a ir para sua casa também em Belo Horizonte. O local que dividiu com Anne durante anos e agora vivia sozinha.

____________________________________________________________________________

Babys!
Gostaram?
Foi um capítulo de passagem, sem muita emoção, mas é importante para os próximos.

Imagino que a Carol não more em BH, mas aqui na fic mora. Fica melhor para coisas futuras que irão acontecer na história.

Beijos, bom domingo!