CAPÍTULO VINTE E SETE

Começar do início
                                    

− Eu confio em você, Nícolas. Só estou preocupada... Não só com os nossos negócios, mas também com como a partida da Nina vai afetar você.

****

(por Nina)

O clima estranho pairou sobre nós, e foi Elena quem o interrompeu, me cumprimentando com um beijo e um abraço caloroso − não tanto da minha parte, obviamente − seguidos de uma breve despedida. Nico e eu ficamos a sós e eu não tinha certeza se estava tudo bem, se queria estar ali ou se queria saber do ocorrido. Mas, ignorando todos os alertas do meu bom senso, eu disse:

− Está tudo bem? − quis saber, ou não.

− Melhor agora que você chegou − devolveu com um sorriso que parecia cansado.

Não importava qual sorriso ele lançava na minha direção, o efeito costumava ser o mesmo: minhas pernas − apesar de fartas e resistentes − subitamente fraquejavam e tudo o que eu queria era estar perto dele. Não foi diferente dessa vez. Ele se aproximou e me presenteou com um daqueles beijos incansáveis que pediam mais. E com ele, eu sempre queria mais. Não importava a hora, o dia ou local. Não importava também que uma tensão estranha estivesse nos rondando instantes antes. Na verdade, talvez toda essa tensão pudesse ser aliviada com a proximidade dos nossos corpos, com o calor que o dele emanava diretamente para o meu.

Eu estava prestes a arrastá-lo para o seu quarto, mas Nico era bem mais prático, de modo que ele apenas me empurrou na direção do enorme balcão de granito da cozinha e me impulsionou para que eu me sentasse nele. Minhas pernas envolveram sua cintura e eu não resisti... Mordi e beijei seu maxilar e segui para a sua orelha, mordi o lóbulo dela e suspirei no instante em que suas mãos fogosas apalparam minhas coxas.

"O clima aumenta de forma drástica em Buenos Aires", diria uma garota do tempo em um noticiário local.

"O clima foi abruptamente congelado graças a um fenômeno que apenas uma manhã estranha pode proporcionar", emendaria a garota do tempo assim que o Noah e a Marcela aparecessem na cozinha.

Aquela manhã de sexta estava sendo... Hmmm, como posso dizer? Curiosa, talvez?! O nível de constrangimento não poderia ser maior. E a minha vontade de cavar um buraco na terra e me esconder também. Eu mal havia levantado da cama... O que mais ainda poderia nos acontecer?

− Tirei o dia de folga − Nico anunciou com um daqueles sorrisos desconcertados e extremamente fofos.

− E eu resolvi negligenciar a aula mais chata do curso − Noah emendou.

− Logo − Marcela concluiu − temos o dia inteiro de folga. Para nós. Todos nós.

Aquilo era uma notícia maravilhosa e talvez me ajudasse a abstrair todas as coisas bizarras daquela manhã. Marcela iria embora no dia seguinte e eu queria aproveitar a companhia da minha melhor amiga, principalmente considerando o fato de que passaríamos a viver em países diferentes muito em breve. O que era péssimo, pois eu queria viver no mesmo país que ela. Ou mais precisamente, no mesmo país do Nico. E do Noah. E da minha futura utópica sogra. Será que os meus pais aprovariam essa ideia?! Será que eles embarcariam nessa comigo? Não é como se eu pudesse pedir isso a eles, mas eu não suportava a ideia de não vê-los toda semana. E tê-los comigo em Buenos Aires seria uma espécie de benção maravilhosa. Quanto ao meu emprego... Eu poderia dar um jeito, certo?!

Todos esses pensamentos foram interrompidos pelo anúncio que meu estômago tanto aguardara:

− Então, vamos tomar nosso café! - Noah disse, todo animado enquanto vestia uma camisa.

Todos nos aprumamos para finalmente sair do apartamento. Quando Marcela se afastou, engatando um papo aleatório com Nico, eu olhei para Noah que apenas sorriu de forma constrangida. Quis apertar suas bochechas e assim o fiz. Ele fez uma careta na minha direção e me encarou como quem diz - de forma cínica, vale enfatizar: "Que foi?". E bem, era eu quem devia fazer essa pergunta. Eu queria detalhes. Sórdidos, de preferência. Não tão sórdidos quanto o meu flagra, é claro, mas ainda assim.

− Quero saber o que aconteceu, oras. E não me poupe detalhes − exigi com um olhar pra lá de ameaçador.

− Esse não é o tipo de conversa que você deveria ter com a sua melhor amiga? − questionou-me de sobrancelha erguida.

− Pois eu o nomeio meu melhor amigo − rebati com um dar de ombros. − Já pode me contar?

−Tudo bem... − concordou com um suspiro e um sorriso absurdamente lindo e fofo.Ele com certeza havia aprendido com o irmão. Eita genética abençoada!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Desde já me desculpo pelos prováveis erros desse capítulo. Estou EXAUSTA, louca para dormir, pois ainda faltam mais dois dias aqui na feira. Foi duro escrever esse capítulo, mas espero que gostem sz E fiquem curiosos hahahaha! Tem muita coisa boa acontecendo por aqui, queria compartilhar TUDO, mas prometo que em breve faço isso lá no blog ;)

Boa noite, gente. E até quarta o/// Obrigada pelas leituras, estrelas e comentários <3

PODER EXTRA G (degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora