(09) and your point is...?

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vince

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vince.nt hacker
point of view.
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    ALGUÉM DEVERIA ME PARABENIZAR
pelo meu incrível autocontrole perto da minha secretária, Ravenna Boyd, que por alguma razão fica a ponto de me esganar quando a chamo de Ravenna, e não Raven. Ainda não tive coragem de perguntar o porquê, mas vou, e logo.

Eu passei longos catorze dias praticamente trancado no meu escritório o máximo de tempo que podia, evitando entrar naquela sala e encarar a mulher ruiva atrás da mesa, e consequentemente me lembrar da noite que tivemos três semanas atrás.

Ela é uma tentação, e não sou o único que acha isso. Ouvi o braço direito do meu pai, Mike Carlton – que tem quase cinquenta anos – e seu assistente Liam Johnson, de vinte e três, conversarem sobre ela um dia desses; eles disseram que ela tinha um corpo maravilhoso, um rosto angelical e a língua de um demônio.

Fiquei incomodado, mas eu não poderia discordar mesmo se quisesse. Raven tem um corpo maravilhoso, um rosto angelical e a língua de um demônio, de fato. Mas fiquei curioso sobre como eles chegaram a essa conclusão sobre a última parte; espero que ela tenha sido rude com eles.

Ela fazia um trabalho excelente – não que carimbar papéis fosse muito difícil. Mas a rapidez com que ela fazia isso era extraordinária. Meu pai adorou a eficiência dela, o que só firmou a sua contratação. Ela não sairia daqui tão cedo. E eu não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim.

Era a hora do almoço agora, e eu não via Raven desde que entrei na sala, cinco minutos atrasado, e ela já estava na mesa dela, com aquele rabo de cavalo apertado e aquelas saias de linho, sempre azul ou preta, e uma camisa social, que ela sempre abre o primeiro botão depois de algumas horas de trabalho.

A primeira semana foi a pior. Apenas ter consciência da sua presença era o suficiente para criar um calor interno que mexia com a minha cabeça e tirava todo o meu foco. Mas eu não podia fazer nada sobre isso.

Agora as coisas estavam mais calmas; nós não nos falamos mais do que o necessário, praticamente nada além de bom dia e até amanhã.

Terminei a primeira remessa de papel às dez e meia, e sabia que isso era uma espécie de tortura para ela. Pelo que ela havia me dito, ela perdeu o celular naquele dia, e aparentemente ainda não conseguiu um novo, então ela não tem nenhum meio de entretenimento enquanto não tem trabalho a fazer, ou quando o acaba. Mas não posso fazer nada sobre isso também.

Respirei fundo enquanto apertei o botão roxo no telefone no canto da mesa, e ouvi um bip baixo do outro lado da porta. Sua cadeira arrastou no chão, seus saltos se firmaram no chão a cada passo e a porta se abriu. Lá estava ela, Ravenna Boyd; vinte anos, veterana em moda e design na UCLA, originalmente escocesa e com um metro e setenta, um e setenta e três, talvez quatro, com os saltos.

Ela não disse uma palavra, e muito menos eu. Assisti enquanto ela caminhava até a minha mesa, pegou a pasta cheia de papéis assinados e essa merda, e se virou para a saída. Eu estava sozinho novamente em menos de um minuto. Estiquei os braços e estralei as juntas dos dedos, o tempo necessário para a minha porta se abrir mais uma vez.

Forcei meus lábios a continuarem em linha reta quando levantei os olhos para a garota ruiva na minha porta, de braços cruzados.

─ Posso te ajudar? ─ tento não soar tão irônico, mas acho que não consegui.

─ Sim, pode. ─ ela dá dois passos para dentro do meu escritório. ─ Olha, eu sei que agora você é o meu chefe e a qualquer coisa entre nós não passa de profissionalismo, mas eu já estou ficando agoniada de você mal olhar no meu rosto. Parece que você tem medo de me olhar, ou sei lá.

Balanço a cabeça.

─ E o seu ponto é...?

─ O meu ponto, chefe, é que talvez você pudesse criar um pouquinho de maturidade e deixar aquela noite para trás, e finalmente me tratar como um ser humano normal.

Deus, como eu adoro a audácia dela.

─ Eu poderia te demitir agora mesmo, sabia? ─ sorrio de canto, e ela aperta mais os braços.

─ Faça isso. ─ sua sobrancelha esquerda se ergue um pouco, seu olhar ficando desafiador. Ela sabe que eu não vou demiti-la. ─ Mas, até lá, você pode pelo menos olhar pra mim ao me cumprimentar? De onde eu venho, isso é falta de educação.

Suspirando, afasto minha cadeira para trás, mas não me levanto.

─ Olha, Ravenna, eu não sei que tipo de emprego você está acostumada a trabalhar, ou como foi a sua criação na Escócia, mas aqui, nessa empresa, falar desse jeito com alguém acima de você não é só falta de educação, como é motivo de demissão.

Ela fica calada por alguns segundos, e quase consigo ver as engrenagens rodando na sua cabeça, decidindo se ela rebateria com algo rude á altura, ou simplesmente consideraria isso como um caso perdido.

─ Meu nome é Raven. ─ ela diz, por fim.

─ Jura? Eu li Ravenna em todos os seus documentos.

Ela respira fundo.

─ Apesar de tudo, nós trabalhamos bem juntos. Eu não interrompo o seu trabalho, você não interrompe o meu. Não faço nada para te incomodar, nunca fiz, então o mínimo que você pode me fazer em troca é me chamar pelo nome que eu quero ser chamada. Raven, e ponto final.

Essa merda é séria, então. Eu podia jurar que era uma questão banal, como eu preferir que me chamem de Vinnie à Vincent. Mas é sério, bastante sério, se levar a carranca dela em consideração.

─ Justo. ─ volto a cadeira para o lugar. ─ Por favor, Raven, feche a porta quando sair, sim? Obrigado.

Ela entende a dica, e sai. Mas, por dentro, eu queria ter estendido isso muito mais a frente. Queria saber por que ela quer ser chamada apenas de Raven, queria saber de onde veio a sua língua afiada – da sua família, ou de algum outro lugar, tipo escola ou prisão juvenil, o que for mais conveniente. Mas fiz o certo e ignorei tudo isso. 

Raven é minha secretária agora, e a sua vida pessoal não é da minha conta. Não era antes, e definitivamente não é agora. Eu preciso apenas tirar da cabeça a imagem dela montada em cima de mim naquele banheiro apertado, há três semanas, e tudo vai ficar perfeitamente bem.

No fundo, nem eu acredito que isso é possível; Raven não é do tipo que se esquece assim tão fácil. Mas tentar não vai me matar.

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09. . . o pau quebrando

bad day  ꪵTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang