(03) the daddy's son.

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vince

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vince.nt hacker
point of view.
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  EU ESTAVA COMEÇANDO A FICAR
com agonia do suor no meu pescoço, colando a camisa Oxford branca na minha pele. Eu odiava ter que usar paletó frequentemente, então meu pai me deu um passe livre de transitar pela empresa apenas com a camisa social, mas usar o paletó em reuniões ou algo do tipo.

Sim, o filhinho do papai.

Nate Hacker é o CEO de uma transportadora multinacional, mundialmente conhecida, e ainda mais em Los Angeles, onde a sede está. Ela abrange o transporte aéreo, dutoviário, rodoviário e ferroviário. Mas quem é que dá a mínima pra isso? Porque eu não dou, e provavelmente nunca darei.

Mas meu pai insiste em que eu seja seu sucessor depois que ele se aposentar – ou morrer, o que acontecer primeiro. E eu neguei; Deus, como eu neguei. Acho que eu neguei mais de um milhão de vezes. Mas aí eu fiz dezoito anos, e ele já não era mais obrigado a me bancar com o dinheiro dele, então era fazer o que ele mandava, ou acabar no olho da rua com a roupa do corpo – que eu comprei com o dinheiro dele.

O filhinho do papai.

Eu comecei a atuar na empresa há quase um ano e meio, quando concluí o curso de administração e economia que o cargo pede. Estudei por nove meses sobre um assunto que me dá sono constantemente; o quão boa é a vida, não?

Mas eu não posso fazer nada contra isso, a menos que eu roube uma parte do dinheiro do meu pai e fuja para um lugar onde ele não me procure. Talvez Russia, ele sabe que eu odeio frio. Ou alguma ilha caribenha, tão escondida que ele talvez não conheça. Mas enquanto eu ainda não aprendo sobre como transferir o dinheiro dele para a minha conta sem precisar da sua assinatura, biometria ou qualquer merda assim, sou obrigado a continuar aqui, trabalhando oito horas por dia, de segunda à sexta, com quarenta minutos de almoço, vinte de janta e muitos papéis para carimbar.

É o que eu faço na maior parte do tempo. Carimbar papéis.

─ Pronto, filho? ─ uma mão pesada pousa no meu ombro e eu exalo um suspiro pesado. ─ Estaremos te esperando na sala de conferência em cinco minutos. Esteja lá, ou não.

Era um esteja lá do tipo "esteja lá, ou eu vou tirar tudo de você, porque, bem, foi eu quem te dei, para começo de conversa". Porra, como eu odeio isso.

E eu não estava pronto. Passei as últimas duas semanas criando projetos, escrevendo seminários, projetando slides e o caralho todo. Eu não tinha a mínima ideia de como criar uma maneira de o transporte ferroviário ser tão econômico quanto o dutoviário. Se nenhum gênio resolveu esse problema décadas atrás, por que eu resolveria? É besteira pra caralho!

Mas tive que fazer, mesmo assim. Pedi ajuda a alguns amigos que entendiam sobre isso, e consegui criar um projeto que apresentasse alguma solução – temporária, mas não deixava de ser uma solução.

Pude chegar duas horas mais tarde na empresa hoje, com o pretexto de que daria os últimos retoques no projeto e merda do tipo. O que era uma puta mentira, porque tudo o que eu fiz foi dormir até as dez e chamar uma das minhas amigas de foda pra me ajudar a relaxar antes de começar o que eu sabia que era o dia mais estressante do mês – talvez do ano.

Mesmo assim, respirei fundo e apertei a gravata.

Eu não precisava me encarar no espelho e dizer que eu consigo ou coisa assim. Dando certo ou errado, eu continuaria sendo escravo do meu pai. Então abotoei o pulso do paletó, penteei o cabelo para trás com os dedos, peguei a pasta preta e entrei na sala de conferência.

Cinco homens, contando com o meu pai, estavam espalhados pela enorme mesa de vinte lugares. Nenhuma mulher. Revirei os olhos sem que eles vissem.

Olhei apenas uma vez através da parede de vidro e tudo o que vi foi o céu cinza-escuro, com nuvens espessas e prontas para soltar um dilúvio sobre nós. Maravilha, quem sabe assim eles não acabem isso mais cedo? 

─ Boa tarde, senhores. ─ comecei, tentando engolir o repúdio. Eu já tinha visto alguns deles cantando as secretárias – garotas de dezoito, talvez vinte anos, enquanto o mais novo deles é meu pai, com cinquenta e seis anos. ─ Agradeço a presença de todos vocês...

Comecei a falar sobre o projeto e seu propósito, tagarelando sobre os três tipos de transportes de duto, pra que eles servem e blá blá blá. Estava claro que o meu pai criou essa situação para me testar, porque eu sei que ele não vai mudar exatamente nada do seu modo de transporte.

─ ... enquanto o transporte ferroviário, mesmo sendo menos econômico, abrange muito mais as cargas, apesar do seu tempo de transporte ser lento se comparado com o duto...

─ Desculpe, criança, mas o que você está defendendo aqui? ─ um deles, acho o que o representante de alguma outra empresa que meu pai é sócio, sei lá, me interrompe. ─ Pensei que isso tudo fosse sobre como transformar o ferroviário mais econômico, mas tenho a impressão de que você está nos dizendo que tudo está bom como está e ponto final.

─ Não, senhor. O que eu quero dizer é...

─ Concordo com você, Evans. ─ um outro diz. Não sei seus nomes e nem tenho a curiosidade de saber. ─ Ele parece ter se perdido no próprio argumento.

─ Se os senhores me deixarem terminar, vão perceber que...

─ Vamos perceber que você não chegará a uma solução, criança. ─ o primeiro, Evans, diz. ─ Não há como baixar o custo do transporte ferroviário, e se tivesse, eu acho que já saberíamos.

Isso é uma brincadeira, certo?

Olhei para o meu pai, mas ele já estava me olhando. Me encarando, desafio nos olhos e um pequeno, quase indetectável, sorriso nos lábios. Ele armou pra mim, pra saber como eu me sairia. Eu deveria ter discutido no momento em que soube que não havia nenhuma solução pra isso, mas não, eu fiz o que ele mandou como um cachorrinho.

O filhinho do papai.

Segurei o olhar de Nate Hacker por tanto tempo que me esqueci momentaneamente que não estávamos sozinhos naquela sala. Ele sabia, e mesmo assim ele fez. "Esteja lá, ou não". Ele não queria que eu entrasse aqui, ou queria, mas que eu dissesse o que ele queria ouvir desde o começo: que essa merda é inútil. Ele me assistiu fazer papel de idiota e adorou quando seus amigos pedófilos me contestaram como se eu ainda fosse uma criança da sexta série.

Ok, talvez eles não sejam pedófilos, mas cantar uma garota com menos da metade da sua idade ainda é muito nojento.

─ Resposta errada, garoto. ─ meu pai sibilou, quase inaudível, sabendo que eu sou bom em leitura labial. ─ De novo.

Saí da sala sem me preocupar em pegar a pasta, ou desligar o monitor onde passavam os slides inúteis que eu passei horas fazendo.

Ele brincou comigo, mais uma vez. Eu me permiti ser seu brinquedinho fiel e obediente.

Não me importei em voltar para a minha pequena sala, ou qualquer lugar daquele prédio de merda. Saí de lá e peguei o meu carro no estacionamento dos funcionários. 

Uma bebida. Ou três, ou vinte. É o que me faz esquecer que sou uma marionete, e quem me controla é o meu próprio pai. Uma cerveja irlandesa, ou um uísque escocês. É tudo o que eu preciso agora.

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03. . .boatos que o vinnie de bad day sofre mais do que jesus sofreu

bad day  ꪵΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα