(08) invasive and nothing professional questions.

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raven

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raven.na boyd
point of view.
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   VINCENT NÃO COLOCOU OS PÉS PARA
fora do próprio escritório pelas próximas três horas desde que se trancou lá. Eu deveria bater na porta e perguntar se ele já tinha uma remessa de papéis para eu carimbar, mas Crystal disse que ele apertaria um botão no telefone e eu saberia quando entrar lá. Isso não aconteceu, e eu não entrei. O que foi um saco, porque eu tive o total de zero entretenimento nessa sala, sozinha, sem nada para fazer e, ainda por cima, sem um celular.

Preciso dar um jeito de comprar um novo. E logo.

Exatamente às meio dia e meia, a porta dele rangeu e se abriu. Eu olhei, e parando de cutucar a cutícula da unha, e lá estava ele. Vincent Hacker, com o primeiro botão da camisa Oxford aberto, o cabelo desgrenhado – mas de uma forma boa – e uma pilha gigantesca de papéis na mão.

Ele não fez isso. 

─ Você pode carimbar todos eles depois da sua hora de almoço. ─ ele diz, a voz distante, enquanto deixava os papéis em cima da mesa e voltou para dentro do escritório.

Xinguei em gaélico, sabendo que caso ele ouvisse, não entenderia nada. Amo os privilégios de saber dois idiomas.

Deixei aqueles papéis em cima da mesa e saí da sala, pronta para ir almoçar. Como Crystal disse, assim que saí, haviam algumas caixas abertas em cima da mesa, no hall do andar. Donuts, muffins, croissant e mais algumas outras coisas que não reconheci, todas dentro de caixas. Assumi que não existe uma cozinha de verdade nesse edifício, alguém só... Passa em uma padaria e compra caixas com besteiras, e pronto, funcionários alimentados.

Não estou reclamando. Adoro doces. É óbvio que não são como o cranachan que minha avó fazia, ou scones que eu comprava na padaria perto de casa, nenhum é, mas são bons do mesmo jeito.

Cumprimento um homem moreno e barbudo que saiu da primeira sala, e assumo que ele é o cara do marketing. Cinco minutos depois, um outro homem, dessa vez de cabelos castanhos e o rosto lisinho, sai, e já sei que ele é o cara de T.I. O cumprimento igualmente, enquanto mordo um pedaço de um donuts com cobertura de chocolate com chantilly e granulado. 

Eu estava me deliciando com o meu segundo donuts, sentada em uma das cadeiras do hall, virada para a janela e apreciando a vista da cidade, quando uma voz soou atrás de mim.

─ Você sabe que esses doces não são de graça, não sabe? ─ me viro imediatamente pelo susto, encontrando o garoto loiro em pé, encostado na parede do corredor. ─ Sai do seu salário.

─ Cacete, sério? ─ o palavrão me escapa antes de eu me lembrar de que eu trabalho em uma empresa séria agora, e não em um restaurante onde a maior boca suja era Celia, a cozinheira de quase setenta anos.

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