(16), hi... i think i'm your son.

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vince

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vince.nt hacker
point of view
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    CHEGAMOS EM MIAMI E FOMOS DIRETO
para um hotel, onde eu havia reservado um quarto com duas camas – Raven dormiu com Aaron, é claro. O dia amanheceu nublado e gelado, nenhuma surpresa, já que o outono se estabeleceu há alguns dias. É a melhor época do ano, para mim.

Tomei um banho escaldante e, quando saí do banheiro – já vestido –, Raven e Aaron já estavam de pé. Não trocamos uma palavra enquanto os dois iniciavam o dia, e eu esperava por eles, rodando o celular entre os dedos por puro nervosismo.

─ Ei. ─ Raven se senta na minha frente. ─ Você quer que nós dois te acompanhe?

Olho para cima, encontrando Aaron no pé da cama.

─ Uh... Sim. É, sim. Se vocês não se importarem. ─ dou de ombros, fazendo descaso. Tanto eu quanto eles sabem que eu não chegaria nem a vinte metros daquela casa sozinho, mas eles poupam a minha dignidade ignorando esse fato. ─ Vamos tomar café e depois... Depois nós vamos.

Dito e feito. A única diferença é que eu arrastei o café da manhã para o almoço, e só entramos em um táxi depois das duas da tarde. Aaron na frente e eu atrás, com Raven.

Só me permito avaliar a casa quando já estou na frente dela. Dois andares, fachada branca e bege, um jardim invejável, uma varanda linda,  com uma cadeira de balanço pendurada no canto. É uma casa... Normal, eu acho.

─ Estamos com você. ─ ouço um sussurro, mas minha cabeça está dando tantas voltas que realmente não consigo distinguir de quem veio. ─ Se você sentir que não consegue fazer isso, então não precisa. Não empurre a si mesmo. ─ é Raven, definitivamente.

Penso no que ela disse. Eu consigo fazer isso. É só bater na porta...

─ Beleza, vamos lá. ─ atravesso o gramado, as mãos suando presas em punho quando dou três batidas na porta de madeira, recuando dois passos quase imediatamente.

Posso ouvir uma movimentação lá dentro, um resmungo meio alto, e então a porta está se abrindo. Não é Maria quem abre a porta, nem seu marido. É Reggie. E, porra, eu poderia estar olhando para um autorretrato ambulante de quando eu tinha dezesseis anos bem na minha frente.

Tenho a impressão de ter escutado um "puta merda", mas não sei se ele saiu de Aaron ou Raven... Ou Reggie.

─ Oi... Hã, sua mãe está? Nós gostaríamos de conversar com ela. ─ Raven toma a frente por mim, e eu não posso expressar o quão grato eu estou por isso.

Mama! ─ ele chama, recuando alguns passos. ─ Você tem... visita.

A próxima coisa que sei é que Maria está parada na porta, com a mão na maçaneta, e seu corpo parece tão paralisado quanto o meu quando ela me olha. Acho que seus olhos se enchem de água, mas não posso dizer com certeza. Não tenho certeza de nada, a esse ponto.

bad day  ꪵWhere stories live. Discover now