(31) new year, new wife.

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vince

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vince.nt hacker
point of view
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  EU QUASE NÃO PERCEBI QUE DEZEMBRO
acabou. Natal, ano novo, nada disso serviu para me tirar da fossa – pelo contrário, eu apenas imaginei como seria se ela estivesse aqui.

Tudo o que enxerguei quando abri os olhos foram garrafas de bebida, todas vazias, no chão do quarto. Diane, uma moça que eu contratei por agência, vai chegar em pouco tempo para limpar a casa, e eu não quero estar aqui para atrapalhar, então me forcei a sair da cama e ir direito para o chuveiro.

Eu não tinha para onde ir. Meu pai me dispensou da empresa com um sorriso gigantesco, dizendo que não precisava mais de mim e que eu já tinha feito o que ele queria, então poderia viver a minha vida agora – obviamente, ainda sob sua influência.

Muito conveniente.

Quando percebi, estava no prédio de Aaron. Não temos nos falado muito nas últimas semanas, mas ele me deu muito apoio logo que Raven foi embora.

Quem abre a porta é Cassie, a namorada dele. Eu não entendi muito bem como as coisas funcionam para esses dois, mas eles parecem se gostar, então estou feliz por eles.

─ Oi, Vinnie. ─ ela diz, com aquela pena no tom de voz que eu acabei me acostumando. ─ O Aaron tá fazendo o café da manhã, entra.

Entrei, parando no batente da cozinha, e observando Aaron na beira do fogão. Quase dei risada, mas não consegui.

─ E aí, irmão. ─ ele me cumprimenta, e eu devolvo com um aceno. ─ Veio matar tempo aqui em casa? ─ dou de ombros.

Todo lugar me lembra ela.

Não aguento mais olhar para um canto da minha casa. Ou da casa de Aaron. Ou uma comida. Uma bebida. Meu carro. Vermelho. Tudo me lembra ela.

E isso me destrói.

Eu conseguia ver a preocupação nos olhos de Aaron – e até nos de Cassie, que eu mal conheço direito –, mas eles não acreditam quando eu digo que vou voltar ao normal logo.

Eu deveria estar puto. Extremamente bravo por ela ter me abandonado, sabendo que eu não escolhi isso. Mas eu não estou. Eu até a entendo, de certa maneira. Eu não fugiria se fosse ao contrário, mas também não ficaria de boa com isso.

Isso não importa mais, de qualquer maneira.

Depois de um tempo, senti meu celular vibrando no bolso. Era uma mensagem.

Pai: Preciso de você às quatro e meia, te mando o endereço depois.

Suspiro. Mais uma das reuniões com Martin e Nailea, aposto. Já tivemos quase uma dúzia delas desde que ele me fez assinar aquela merda de contrato, e todas elas são terrivelmente tediosas.

Me despeço de Aaron e Cassie, saindo do prédio. Fico no meu carro por um tempo, sabendo que Diane provavelmente ainda está limpando tudo no meu apartamento, e só começo a dirigir quando acho que ela já pode ter acabado ou esteja terminando, pelo menos.

Quando volto para casa, encontro tudo limpo e organizado. E vazio, também; sem sinal de Diane.

Tomo outro banho. Ouço o meu celular mais uma vez, e sei que é o endereço do lugar da próxima reunião. Com muito pesar, visto um terno e sapatos pretos. Não faço questão de por qualquer acessório e nem nada do tipo, além do meu perfume, e pego minhas chaves mais uma vez.

Coloco o endereço no Waze e dirijo com toda a calma do mundo. Não estou com pressa para encontrar as pessoas que foderam com a minha vida.

Infelizmente, chego mais rápido do que eu esperava. Cinco minutos atrasado, mas e daí?

Parei o carro em uma das vagas em frente ao lugar. É uma construção de três andares, fachada escura e com muitas janelas escuras.

─ Vincent. ─ meu pai e Martin me recebem na porta. ─ Como vai? ─ Martin pergunta.

─ Já estive melhor. ─ levanto os ombros.

Martin ri como se eu tivesse contado uma piada, e meu pai o acompanha. Quase reviro os olhos.

─ Onde está Nailea? ─ pergunto, mesmo que eu não queira muito saber.

─ Ah, criança, você não sabe que é tradição a noiva se atrasar no casamento? ─ Martin brinca.

Meu corpo paralisou do pescoço para baixo. Consegui apenas levantar a cabeça, procurando por qualquer placa que mostre o nome desse lugar.

Acho que é um cartório judicial.

─ Lá está ela! ─ me viro para trás, muito relutante, vendo uma Porsche azul sendo estacionada ao lado do meu Mazda RX-7. Nailea desce, jogando o cabelo pelo ombro e usando um vestido branco, brilhante, até os joelhos. ─ Você está linda, minha filha! ─ Martin a beija na bochecha.

Nailea cumprimenta meu pai, então me olha. Algo como desafio e luxúria domina seu olhar, e meu peito dói. Ela aceitou isso muito melhor do que eu.

─ Podemos? ─ Martin nos guia para o interior do prédio, ao lado de meu pai, nos deixando poucos passos para trás.

Não consigo pronunciar uma palavra sequer. Nossos pais vão na frente, falam com quem quer que sejam essas pessoas, e nos levam para uma sala fechada. E eu ainda estou calado.

Um homem de terno entra. Ele fala por uns dez minutos. Nos entrega uma caneta. E eu ainda estou calado.

Nossos pais assinam, como testemunhas. Nailea assina. Eu assino. E ainda estou calado.

Martin bate palmas e abraça a filha. Meu pai apenas aperta o meu ombro – um gesto que eu desejava desde sempre, mas agora, tudo o que eu sinto é nojo.

Já do lado de fora do cartório, Martin me entrega uma chave, com um cartão à parte.

─ O que é isso? ─ finalmente, minha voz cresce.

─ Meu presente de casamento para vocês.

Casamento.

Puta que pariu.

Eu realmente me casei hoje.

─ O que é, papai? ─ Nailea pergunta, porque me calei mais uma vez.

─ Uma cobertura. ─ Martin sorri para a filha. ─ Aquela que você me disse que achou bonita. É de vocês agora. Completamente mobiliada e pronta.

Tentei balançar a cabeça, mas não consegui. Não consegui fazer nada.

─ O endereço está nesse cartão. ─ ele me diz. ─ Agora vão, o dia é de vocês. E muito cuidado com a minha garotinha, Vincent.

Acho que vou vomitar.

Entro no meu carro e Nailea no dela. Nos encontramos, lado a lado, no farol.

Jogo a chave e o cartão para dentro do carro dela. Antes de arrancar com o carro, digo:

─ Vou continuar no meu apartamento. Aproveite a cobertura.

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31. . .q lindo fazendo o mínimo 😻

bad day  ꪵDär berättelser lever. Upptäck nu