(34) finally free.

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vince

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vince.nt hacker
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10 months later
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  É SETE DE JANEIRO. EU ESPEREI ANSIOSA-
mente por esse dia, por um ano inteiro. Eu realmente não sei quem parece estar mais feliz: meu pai, que conseguiu lucrar o dobro do normal nesse ano que passou, Martin, que conseguiu mascarar seu lance ilegal, ou eu, que vou me divorciar.

Definitivamente, eu. Sem sombra de dúvidas.

Estou quase pulando quando saio do elevador, indo para o meu carro. Ligo o rádio e canto enquanto dirijo até o mesmo cartório onde eu estava 365 dias atrás.

Sou o primeiro a chegar. Estou vinte minutos adiantado.

Desligo o rádio e pego o meu celular. Não penso muito antes de discar o número que não ligo há alguns meses.

Eu disse que, eventualmente, pararia de ligar para ela. Isso aconteceu em maio, logo depois do aniversário de vinte e um anos dela. Meu último recado na caixa postal dela foi um parabéns bem bêbado e atrapalhado.

Aperto o botão verde. Chama, chama, chama e ela não atende. São duas da tarde agora, o que significa que são cinco da tarde na Escócia. Ela provavelmente está trabalhando.

─ Oi, Ren. Sou eu. ─ paro, pensando no que falar. ─ Eu tô no cartório. Vou acabar com o ciclo de merda, finalmente. ─ sorrio para mim mesmo. ─ Isso não muda nada, a menos que você queira que mude.

Quando penso em dizer que a amo, desligo. Pode ser muita pressão, e o que eu menos quero é pressionar ela à algo. Ela pode tomar a decisão sozinha.

Meu pai chega primeiro, seguido por Nailea e o pai, que vieram juntos. Martin parece conformado, mas meu pai parece decepcionado por eu querer acabar com isso na primeira oportunidade. Ele não deveria estar surpreso, de qualquer maneira.

─ Vincent. ─ Martin me cumprimenta. ─ Tem certeza que quer seguir com isso?

─ Absoluta. ─ respondo, imediatamente.

Nailea tenta passar por ele, no intuito de entrar no lugar e acabar logo com isso, mas Martin a segura pelo braço.

─ Escuta, criança, você pode estar agindo com o coração, e não com a razão. Talvez fosse melhor se...

Ergo uma mão, o interrompendo.

─ Nesses doze meses, mesmo longe, eu ouvi coisas interessantes sobre você e a sua empresa, Sr. Devora. ─ começo. ─ Então, a menos que você queira que o governo americano saiba da sua exportação ilegal, com provas da sua aprovação e participação, eu sugiro que você deixe a sua filha assinar o papel de divórcio e continuaremos nossas vidas.

Ele não esboça reação alguma por um tempo. Então faz o que eu disse, e solta Nailea.

─ Foi bom fazer negócios com você, criança. ─ Martin se vira e se afasta. Me encho de vitória.

─ Isso também vale pra você, pai. Se pensar em me fazer de marionete mais uma vez, eu denuncio vocês dois sem hesitar. Você sabe que eu tenho provas e que não estou blefando. Me deixe em paz, ou vou fazer você se arrepender de não ter me entregado para Maria quando a reencontrou. Entendido?

Vejo um lampejo de orgulho nos olhos dele. O que é extremamente nojento. Ele sabe que estou usando o jogo dele contra ele, e se orgulha disso? Doente.

─ Entendido. Não vou mais me meter na sua vida. Você tem a minha palavra.

Nailea me segue até a pequena sala de conferência onde um juiz matrimonial nos espera. Preenchemos alguns formulários pequenos sobre nossas vidas, e vamos para a parte que realmente importa.

Assino o papel primeiro, e Nailea logo depois de mim. O juiz fala algumas coisas sobre a separação de bens, coisa que eu me importo o mínimo possível, então nos libera.

Quando saio do cartório, eu sinto. A liberdade que eu sempre quis. Eu estou, finalmente, livre.

─ Vinnie? ─ viro a cabeça e olho para Nailea. ─ Você pode me dar uma carona?

Só agora, percebo que nossos pais foram embora. Melhor assim.

─ Entra aí. ─ falo, indo até meu carro.

Ela entra no banco do passageiro, coloca o cinto e suspira.

─ Suponho que você vai atrás da sua mulher agora? ─ ela pergunta, mas não detecto nada além de curiosidade em seu tom de voz.

Desde que ela entrou no meu apartamento e despejou aquelas merdas pra cima de mim, há dez meses, nosso relacionamento tem sido básico e escasso. Nos vimos algumas vezes ao longo dos meses, mas nunca fiz nada além de abraçá-la para tirar alguma foto.

─ Não exatamente. ─ respondo. ─ Eu já fiz a minha parte. Deixei ela saber que, pra mim, nada mudou. Agora depende dela.

Sinto Nailea me olhando, mas continuo encarando a rua.

─ Espero que você seja feliz, Nailea. ─ falo, depois de um tempo. ─ De verdade.

─ Obrigada. ─ ela sussurra. ─ Me desculpe por ser uma vadia com você.

─ Alguns meses atrasada, mas eu te perdoo. ─ ela ri baixinho. Paro o carro em frente ao prédio onde ela mora. ─ Tenta não quebrar muitos corações por aí, ok?

Ela ri mais alto agora, descendo do carro.

─ Adeus, Vinnie. E boa sorte com a sua mulher.

─ Obrigado.

Não vou direto para casa. Acabo na Main Street da cidade, e sorrio largo quando vejo o Golden Road. O mesmo bar onde eu e Raven nos conhecemos, há, aproximadamente, um ano e quatro meses.

Me sento no balcão e peço uma dose de uísque escocês. Quem me atende é Lyla, a mesma bartender.

─ Seu rosto é familiar, mas eu não me lembro de você aqui. ─ Lyla diz, me servindo a dose.

─ Eu vim aqui há um tempão. No mesmo dia que uma ruiva escocesa. Tenho certeza de que ela bebeu metade das garrafas nessa parede. ─ aponto para as prateleiras atrás dela. ─ Eu paguei a conta dela e ela gritou para os quatro cantos do mundo que 'ela não é uma prostituta'.

─ Ah, meu Deus! Lembrei! ─ ela ri. ─ Raven, certo? Ela nunca mais veio aqui. Nem você.

Suspiro profundamente.

─ Muita merda aconteceu, Lyla. ─ sorrio para ela. ─ Mas estou esperançoso. É a primeira hora da minha liberdade, e quero aproveitar. Mais uma dose, por favor.

Acabo ficando lá por mais tempo do que planejava, conversando com Lyla. Bebo mais do que queria, também. Lyla teve que chamar um táxi pra mim, porque eu não estava em condições de beber.

Quando chego em casa, às oito e quarenta, me preocupo de ter perdido alguma mensagem ou ligação de Raven, então vou checar o celular.

Mas não. Nada.

Nenhum sinal dela.

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34. . .fanfiqueira até quando ta feliz ta triste ne

bad day  ꪵWhere stories live. Discover now