(15) shitty richie.

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vince

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vince.nt hacker
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        NÃO OUVI UM SÓ COMENTÁRIO SOBRE
Raven desde que Victoria entrou no meu escritório – sem nenhuma permissão, aliás – alguns dias atrás. Seria muita idiotice alguém falar alguma merda sobre ela na minha frente, na verdade, então acho que é por isso que não escutei nada sobre o assunto. Raven, por outro lado, parece ter escutado, sim, uma coisa ou outra sobre isso, mas não quis me contar o que ou quem falou.

Raven disse que me encontraria no aeroporto, junto com Aaron. Não sei o que pensar, exatamente, sobre a amizade deles, mas parece ser tão forte quanto a nossa – minha e de Aaron.

O vôo está agendado para as oito e quinze, e agora são oito horas. Eles não estão atrasados nem nada do tipo, mas meu peito começa a subir e descer mais rápido com a ideia de enfrentar a realidade sozinho.

E com realidade eu me refiro ao fato de que Maria, minha progenitora, me deixou com o meu pai ainda bebê, foi para Miami, casou, teve mais um filho e pareceu se esquecer completamente sobre mim.

Minha briga com o meu pai foi sobre isso. Ele ficou puto da cara quando me pegou olhando as coisas dele, mas já era tarde demais: eu já tinha visto os recibos antigos, mas o que me pegou de surpresa foram as mensagens curtas – que eu não consegui ler, pois ele apareceu bem na hora. Já tinha descoberto que ela não era realmente a vagabunda insensível que eu achei que fosse, ou pelo menos não totalmente.

Eu pensei muito sobre isso. Ir até ela, quero dizer. Eu posso obter uma reação extraordinariamente boa, onde ela chora e me abraça e diz que a culpa é toda do meu pai. Ou a reação horrivelmente ruim, onde ela não me reconhece, e quando descobrir quem eu sou, me manda embora e bate a porta na minha cara.

As duas serão difíceis de aceitar, e realmente não sei qual estou mais inclinado a acreditar.

Oito e dez, e finalmente vejo um emaranhado de fios laranja muito mal presos se balançando enquanto Raven corre até a minha direção, com uma mochila nas costas e Aaron ao seu lado.

─ Graças a Deus! ─ murmuro. ─ Pensei que vocês fossem furar comigo. ─ falo, dando um meio-abraço nos dois.

─ Foi mal. ─ Aaron diz, ofegante. ─ A gente teve que trocar de táxi no meio do caminho.

─ Por quê? ─ pergunto.

─ Porque o primeiro estava indo muito devagar, e essa idiota teve a brilhante ideia de xingar o taxista em gaélico, e realmente traduzir quando ele pediu. ─ engulo a risada. ─ Pagamos por uma corrida inteira e descemos no meio do caminho. Foi bem difícil, mas chegamos. Onde despachamos a mala?

Balanço a cabeça.

─ Primeiro: você não despacha uma mochila, Aaron. Nem parece que vivia viajando com o pai quando era menor. ─ ele revira os olhos. ─ Segundo: não precisamos de procedimento nenhum, nós vamos pegar o jatinho do meu pai.

bad day  ꪵWhere stories live. Discover now