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O INFERNO É FRIO  ̖́-

O INFERNO É FRIO  ̖́-

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Não está revisado*

Não tenho certeza de nada,
mas a visão das estrelas me
faz sonhar.

Vincent van Gogh
   

A ÁGUA ONDULAVA ABAIXO da madeira do grande navio, em uma sincronia intensa. O ar tinha cheiro de pinho e neve, o vento não tinha piedade e nem escrúpulos enquanto castigava Rose, manchando as bochechas e a ponta do nariz dela de vermelho. Até as aves pareciam pressentir a chegada do grande navio, sendo pela importância e respeito que ele empunha ou pela violência com que ele avançava pelas águas turbulentas de tom azul tempestuoso.

Rose apertou o simples casaco de frio mais forte sob o corpo, se sentia tão tola por não ter se preparado melhor para o tremendo gelo que era o lugar, mas talvez nem mesmo o mais resistente casaco a protegeria. Precisaria de, no mínimo, dois ursos grandes abraçando-a para lidar com a situação. Olhou para baixo do convés, e imaginou como seria terrível cair naquelas águas congeladas, se não morresse de frio, morreria de medo. Levou os olhos esverdeados até as grandes montanhas banhadas por neve que se estendiam por todo horizonte e quando uma torre escura despontou no céu, se ergueu nas pontas dos pés para ver o grande castelo aparecer. Não era tão grande quanto o de Hogwarts, mas era, de fato, muito lindo. Com uma arquitetura mais puxada para o gótico e medieval, encantava os olhos da jovem garota.

Esse era o Instituto Durmstrang, onde até a mais doce flor morria. Seria possível uma flor sobreviver em um ambiente tão hostil? Seria possível sair luz das trevas?

- Feche os olhos, não vai doer- O homem com uma pequena barbicha disse apontando a ponta da varinha para a cabeça de Rose.

- Não estou com medo de que doa- Respondeu fazendo uma careta para a barbinha dele. Ou tenha uma barba decente ou nem tenha, pensou- Só quero saber se isso é realmente necessário.

O homem comprimiu os lábios e alisou as vestes vermelho sangue.

- É necessário, os alunos não podem se lembrar da localização, e você não é exceção- Respondeu pressionando ainda mais a varinha na pele dela.

Rose não confiava nele, em ninguém no momento e o feitiço da memória era muito perigoso, poderia tirar algo importante ou afetar outras memórias. Ela nunca gostou de que as pessoas pudessem mexer com as mentes uns dos outros. Mordeu o lábio inferior e olhou para o céu, onde a lua já estava aparecendo, já queria voltar para Hogwarts e nem mesmo entrou na escola. Voltou a olhar para o homem magro e carrancudo.

- Espero que não estrague as minha memórias- Disse balançando a cabeça levemente, dando permissão para o homem prosseguir.

- Sou especialista, princesa- Foi a última coisa que escutou antes de ter as memórias de como chegou ali sendo apagadas.

𝐑𝐎𝐒𝐄 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑, 𝐚 𝐢𝐫𝐦𝐚 𝐧𝐚𝐨 𝐭𝐚𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐚 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora