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CAPÍTULO SETENTA E SETE
 
NOVAS CICATRIZES

Everybody Wants to rule the world-TEARS FOR FEARS

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Everybody Wants to rule the world-
TEARS FOR FEARS

QUANDO SOMOS CRIANÇAS, costumamos pensar e crer em mitos e histórias que ouvimos pela boca de alheios. Quando eu era pequena acreditava que se eu deixasse a sandália ao contrário, minha mãe ia morrer, confesso que até hoje eu não deixo, aposto que você já ouviu isso, não é? E com Rose não foi diferente. Quando criança, na missa de sábado, o pastor Mark disse que se ela risse no meio da oração ou coral, ela não ia para o céu. Rose riu na missa quando a irmã Margaret tropeçou na barra do vestido e derrubou o coral de velhas inteiro. Ela não ia para o céu. Tinha certeza.

Ao longo do tempo, ela começou a pensar que talvez o céu fosse apenas uma criação de pessoas que não tinham o que fazer. Já que existiam tantas coisas fora do controle dos trouxas como o mundo mágico. E se na verdade o céu fosse o inferno? E por que a irmã Margaret achava que batendo em Rose à noite, e indo logo de manhãzinha à igreja ela ia ser perdoada? Na minha humilde opinião: Cada um faz sua salvação. Mas enfim, quando Rose sentiu seu sangue quente escorrendo pelo braço e uma fraqueza latejante lhe atingindo, ela entendeu que aquele era o seu fim. Seria um fim de merda. Talvez se ela tivesse conseguido ao menos cumprir aquilo que ela prometeu a si mesma, a Sirius Black  e aos seus pais: Proteger Harry…

Foi a partir do momento em que seu corpo foi ficando com frio e seus olhos sem vida, que ela viu sua mãe. Lílian Potter com seus cabelos cor de fogo, indo em sua direção. Já não havia mais dor, nem frio de partir os ossos. Apenas o terno calor e cheiro de lírios. Lilian se aproximava com uma mão estendida e uma luz cegante dourada e branca perolada. Rose colocou a mão em frente aos olhos para proteger-se da luz forte. Sabe nos filmes e séries quando o médico diz para o paciente não seguir a luz branca perolada? Rose estava fazendo o completo contrário.

- Mãe?- Disse com a voz desregulada.

- Venha, minha pequena- Uma voz doce e leve saiu dos lábios rosados de Lilian. Rose já tinha visto a mãe em algumas fotos, mas agora, cara a cara, ela tentava não ficar embasbacada com a beleza da mãe. Certo, que era celestial, até porque ela estava morta, mas mesmo assim era linda.

- Para onde?- Questionou pegando na mão delgada de Lilian. Só agora ela reparou que a mulher estava com um vestido branco. Longo e de seda.

Lily apenas olhou para ela e deu um sorriso simples. Aquilo era estranho, com o pouco tempo de vida que Rose tinha, ela sabia que coisas boas e perfeitas demais tem algo de errado no fundo. As duas foram andando lado a lado, pelo nada. Chega a ser cômico tentar imaginar o nada, mas vou tentar ajudar: imagina um espaço vazio e branco. O nada. Uma explicação bem merda, me perdoem. Rose começou a pensar que talvez elas iam andar pelo nada eternamente. Mas foi então que o nada acabou. No lugar do nada, surgiu uma casa. Rose se lembrava vagamente do lugar. Estavam especificamente na sala. Chão corrido de madeira escura, dois sofás beges de frente para o outro, uma lareira na parede do meio, uma mesinha no centro, entre os dois sofás. Rose se virou para Lily e fez cara de interrogação. Que merda era essa?

𝐑𝐎𝐒𝐄 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑, 𝐚 𝐢𝐫𝐦𝐚 𝐧𝐚𝐨 𝐭𝐚𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐚 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora