Então um ponto a esquerda dela foi subitamente iluminado.

Kara viu a cabeceira de uma cama, uma cama antiga, cheia de cobertores embrulhados em um bolo próximo a mesa de cabeceira, onde um abajur tinha sido acesso.

Havia alguma coisa ali dentro.

O corpo de Kara se tencionou.

Muitas coisas passaram pela mente dela em um piscar de olhos, desde trolls e vampiros a humanos mutantes que os Luthor criavam por pura diversão.

O coração de Kara disparou quando o monte começou a se mexer e uma cabeleira prateada e encaracolada surgiu de entre os cobertores.

Ela engoliu em seco e se afastou alguns centímetros para trás.

Á luz amarelada do abajur grandes olhos azuis enevoados surgiram e olharam para ela como se não estivessem realmente a vendo, o sangue de Kara parou de circular.

Parecia humano.

Então o rosto se descobriu completamente e depois de verificar que não havia uma boca enorme e cheia de dentes a espera dela, Kara reconheceu a quem pertenciam àqueles olhos.

Vovó Mary.

O rosto enrugado e pálido da mulher parecia muito mais velho e sofrido do que na foto que Kara vira, e os cabelos encaracolados e curtos não viam um pente há muito tempo. Caiam em caracóis pela testa pálida e frágil.

O que ela estava fazendo ali? Na casa?!

A velha então murmurou algo baixinho e Kara tentou entender, mas foi impossível.

Ela se perguntou brevemente como a velha agüentava o calor embaixo de todos aqueles cobertores, havia pelo menos três, Kara estava de camiseta e estava suando horrores.

Mary murmurou novamente com os olhos ainda fixos no rosto dela como uma coruja imóvel e Kara se lembrou da conversa que tinha ouvido da governa com Jess, sobre ela não poder se aproximar de Mary, talvez fosse para a própria segurança dela.

— Meu anjinho– Mary sussurrou alto o suficiente para ela conseguir ouvir desta vez.

— Eu?– Kara questionou estupidamente.

— Meu anjinho voltou– A velha disse mais alto e começou a se mexer na cama e a empurrar os cobertores para o lado.

Anjinho?– Kara engoliu em seco.

Um sorriso fantasmagórico se desenhou no rosto magro de vovó Mary, a luz do abajur lançado sombras horripilantes sobre o rosto enrugado.

Kara deu passo para trás quando Mary afastou o resto dos cobertores com um golpe forte dos braços finos.

Devagar a velha deslizou da cama, a camisola amarela florida subiu um pouco e Kara viu pernas muito magras e pálidas e pés pequenos.

Kara olhou pelo canto do olho para o corredor a poucos centímetros de distancia quando a velha se colocou de pé.

Mary era pequena, ela não chegava aos ombros de Kara, e os passos dela eram vacilantes quando ela tentou avançar na direção da agente.

Kara estava paralisada no lugar sem saber o que fazer, parecia que ela tinha pisado em uma tigela de super cola.

Os olhos da velha brilhavam assustadoramente.

Então como um trovão inesperado uma voz berrou a costas de Kara:

O que você esta fazendo aqui?!

Ela se virou, subitamente livre do que a mantinha presa ao chão.

Operação LuthorWhere stories live. Discover now