Capítulo 16

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Oi,

Boa leitura :)


A gota de água escorreu lentamente pelo copo gelado de cerveja e se achatou no balcão de madeira.

Alex bufou talvez pela vigésima vez. Ela não sabia por que simplesmente não bebia logo aquela porcaria. Já estava a pelo menos há uma hora observando o copo de bebida como a idiota que era.

Ela sabia que se bebesse tudo iria ir embora, toda a merda que vinha a atormentado desde o encontro com Kara desapareceria duas garrafas depois. Todo o medo e vazio que a mantinham a um passo do precipício iram se enterrar tão profundamente dentro de seu cerne que por pelo menos algumas horas ela não se lembraria que eles existiam.

E o que suas promessas significariam então? E se suas promessas não valessem nada, quem seria Alex Danvers? Porque ela não tinha muito mais a oferecer.

Alex suspirou sentindo a garganta apertar e os olhos arderem. Ela se remexeu na cadeira.

Ela não tinha sido justa com Kara.

Não era sua intenção fazê-la se sentir culpada, Alex se odiava naquele momento.

Todos já tinham recebido sua porcentagem de merda durante o ultimo ano e alguns, alguns como ela, ainda estavam submersas completamente nela.

A sensação estava gravada em seus dedos para sempre.

O toque frio da pele de Meg.

Seu peito havia sido esfaqueado continuamente por um punhal de ponta quebrada.

De algum modo ela conseguia mentir até para si mesma, ela fingia que ainda estava se debatendo na superfície, quando na verdade já havia afundado há muito tempo.

Às vezes Alex achava que seria melhor se tivesse quebrado como Kara fez, se tivesse se permitido sentir alguma coisa, parecia melhor do que viver anestesiada a cada segundo de sua vida, estar ali e ao mesmo tempo não estar.

Mas ela tinha medo, medo de que para ela não houvesse uma parede para escalar.

Ela sabia que algo ainda estava partido e sangrando dentro de Kara, mas dentro dela não havia mais nada.

Meg levou tudo com ela quando se foi.

Ela engoliu em seco com a garganta repentinamente seca e áspera.

Ela não deveria pensar em Meg, seus pensamentos ficavam sombrios e assustador demais para enfrentar sozinha e tudo de repente parecia que a engoliria.

Alex balançou a cabeça suavemente para limpar a mente da sensação escura e pegajosa que estava se arrastando lentamente como uma cobra por sua consciência.

Ela agarrou o copo de bebida e apertou o vidro gelado entre os dedos.

Tudo aquilo era culpa de John, se não fosse por ele Kara nunca teria entrado naquela armadilha, se não fosse por ele aquela missão estúpida nunca teria saído do papel.

Kara havia entrado de boa vontade em uma jaula de cobras famintas e a culpa era de John, ele havia se aproveitado da fragilidade de sua irmã!

E tudo bem, ela admitia que talvez estivesse sendo um pouco mandona, querendo controlar e tudo mais, mas ninguém podia a culpar por cuidar das únicas pessoas que ela ainda tinha, Kara e sua mãe eram as únicas que haviam restado, e ela lutaria com garras e dentes para não perdê-las.

Alex saiu pela porta do pub dez minutos depois com o bolso mais leve e deixando um copo de cerveja intocado sobre o balcão.

Ela enfiou as mãos nos bolso da jaqueta enquanto caminhava pelas ruas.

Operação LuthorWhere stories live. Discover now