Capítulo 21

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Oi,

Boa leitura :)


Por mais que tentasse esconder Kara sabia que devia parecer um bloco de pedra enquanto Manoel os balançava de um lado para o outro, as mãos dele em sua cintura pareciam uma algema enorme.

Eles dançaram suavemente por um minuto inteiro em silencio, as mão de Kara mal tocavam os ombros dele.

Kara tentou se decidir se suas unhas postiças, que estavam muito próximas do pescoço de Manoel, se quebrariam antes que ela conseguisse atingir a artéria frágil do pescoço dele.

— Finalmente a sós – Manoel murmurou com os olhos escuros fixos em Kara como se ela fosse um pedaço de bolo muito suculento.

— Lena está a menos de seis metros de distancia em um campo de visão aberto, cercado por pessoas, não diria que estamos a sós– Kara respondeu tentando afastar a amargura da voz.

Manoel suspirou profundamente.

— Porque está tão defensiva?– Ele perguntou inocentemente tentando puxar ela para mais perto, mas os saltos de Kara se mantiveram firmes no chão.

— Você ainda pergunta?– Ela se esforçou para que a voz saísse suavemente por mais que quisesse rugir as palavras na cara dele.

Pelo canto do olho ela captou um ponto negro e virou a cabeça alguns centímetros para o lado e viu Ricardo desaparecer atrás de Andréia e Sam.

— Tudo bem –Manoel cedeu— Sei que não fui muito respeitoso no nosso último encontro, mas a culpa foi sua.

Minha?– Kara grunhiu antes que pudesse prender o temperamento em um punho de ferro. Ela se obrigou a relaxar o aperto sobre o ombro de Manoel —Achei que você não sabia o que respeito significa.

— Não seja tão... –Ele fez uma careta tentando achar a palavra certa.

— O que?

Dramática– Ele disse com um pequeno sorriso, os dedos apertando a cintura dela.

— Ah, querido – Kara sussurrou baixinho desejando que seus olhos transmitissem sua ameaça — Quando eu me der ao trabalho de ser dramática farei um espetáculo completo, e farei questão de ter uma platéia grandiosa.

O sorriso de Manoel se curvou para o lado como se ele realmente estivesse se divertindo, mas então lentamente, como uma escultura de areia atingida por uma onda o sorriso escorregou de seu rosto e seu corpo parou completamente de se movimentar, ele se inclinou para frente invadindo o espaço pessoal de Kara e ela achou por um segundo de pânico que ele fosse a beijar novamente, mas ele parou bruscamente a cinco centímetros do rosto dela.

— Seus olhos– Manoel murmurou com uma pequena ruga entre as sobrancelhas, e o coração de Kara disparou— O que houve com eles?

— O quê?– Ela afastou as mãos dos ombros dele sentindo a boca ficar seca— O que você quer dizer?

— Eles estão diferentes– Ele disse e quando Kara tentou desviar os olhos, Manoel agarrou o queixo dela com força e a obrigou a olhar para ele.

— Tire as mãos de mim – Kara disse lentamente tentando não deixar o pânico aparecer em sua voz e pronta para socar a garganta desprotegida dele se fosse necessário.

Manoel suspirou e o cheiro de álcool bateu no rosto de Kara.

— Na outra noite eu tinha percebido as pequenas mudanças, no queixo, no nariz... –Ele divagou enquanto mantinha o aperto de ferro e olhava para cada item listado do rosto dela. — Achei que tivesse feito alguns procedimentos cirúrgicos, mas seus olhos... Como...?

Operação LuthorWhere stories live. Discover now