— Você pode não usa-lo mas tem o sangue de uma e eu não admito que mais alguém tenha esse sangue sujo para destruir de vez esse nome que sempre fora tão respeitado. — Sério eu já to enjoada com esse papo. — Por isso, eu te trouxe aqui para ditar umas coisinhas...

— Você não manda em mim, então é bom me soltar. — Tento mais uma vez me soltar mas é uma tentativa falha.

— Antes você vai ficar bem quietinha e só ouvir. — Ela diz amordaçando minha boca. Era só pedir pra eu ficar quieta, meu deus. Reviro os olhos. — A um tempo descobri que você estava mais uma vez sério com um homem, um tal de Rudy Pankow. — Abro as mãos como que dizendo que todos sabem. Porra nós somos atores, nossa vida está na internet. — Lembra que aquele seu amigo negro... — Ela fala com nojo e fico nervosa. Eu odeio preconceito e se tem uma pessoa preconceituosa nesse mundo, esse alguém é Delia. — Estava namorando mas ninguém a conhecia? Ally?

Busco na memória alguém com esse nome e acabo lembrando de uma namorada de Jon. Lembro também que sempre não dava pra ela nos conhecer, ou quando vinha sempre tinha um imprevisto e nunca viamos o rosto dela. Segundo Jon, ela odiava tirar fotos.

— Enfim, Ally é na verdade Vanessa. Contratei ela para conseguir informações e olha só eu consegui várias! — Ela ri pela conquista. — Nossa quando vi nas notícias que você estava grávida eu fiquei tão brava nossa... Mas depois que vi que você perdeu, dei graças a de...

— CALA A BOCAAAAAA. — Grito já com lágrimas no olhos. Ninguém podia falar assim de uma criança, de uma vida que nem teve a chance de viver.

— Mais um ponto fraco seu! — Ela conta nos dedos. — O próximo e maior é esse Rudy. Do jeito que estão tão fortes juntos vão acabar engravidando de novo e ai que tá o problema. — Ela faz uma careta. — Quero que você se afaste dele. — Dou risada.

— Você é louca mesmo. — Não acredito ainda no que ela disse. — Eu não vou deixar você fazer como os outros...

— A-a-a. — Ela me interrompe. — Acho que você vai querer ouvir essa proposta. Se ama tanto esse homem, vai querer me ouvir....

(...)

Paro o carro no estacionamento e não tenho coragem de descer. Ainda estou tentando processar tudo o que aquela vaca falou. Eu não acredito que minha mãe, uma pessoa tão boa, tenha nascido dessa mulher.

— Droga, DROGAAA! — Grito batendo com força no volante. — Céus, por que? — Começo a chorar molhando todo o volante. Respiro fundo e limpo as lágrimas, eu ainda tenho essa noite com Rudy.

Saio do carro e vou em direção ao meu loft as pressas. Quase não consigo abrir minha porta de tão ansiosa e nervosa que eu estava.

— Rudy? — O chamo e não obtenho respostas. — Amor? — Chamo mais alto correndo até o quarto e o vejo deitado na cama de mal jeito, com os cabelos bagunçados, o controle em seu peito e a Tv ligada num filme que nunca vi.

Me aproximo dele, olhando sua expressão tão calma dormindo. Eu sempre amei ver ele dormindo assim. Dava uma paz incompreensivel. Me sento na cama e passo meus dedos por seus fios loiros com um sorriso no rosto. As lágrimas começam a querer descer mas engulo o choro. Eu preciso aproveitar os últimos momentos com meu namorado. Aproximo meu rosto de seu pescoço e começo a enche-lo de beijos até sentir suas mãos me erguerem pra cima de seu corpo.

Nossos lábios se encontram e dou um suspiro sentindo aquele sentimento com mais intensidade. Parece que tudo que passa a acabar é aproveitado sempre com mais intensidade. 

— Você... Demorou pra voltar. — Rudy diz em meio aos beijos.

— Adds me obrigou a ir no shopping com ela e Scar. — Respondo rápida, voltando a me concentrar apenas em nós.

𝐀𝐥𝐞́𝐦 𝐝𝐚𝐬 𝐎𝐧𝐝𝐚𝐬 - 𝐑𝐮𝐝𝐲 𝐏𝐚𝐧𝐤𝐨𝐰 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora