Teoria do amor ao caos ✔️

By valeofdolls

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Camila ama o controle. Ama tanto que fez uma lista de todas as etapas que tem que passar até chegar na sua so... More

notas da autora
Um - A nova estrela (é um saco).
#2
Dois - Você é culpada
Três - Entre odaliscas e rivalidades
Quatro - A garota mais legal do mundo. Parte 1
Exposed #4 & #5
Cinco - A garota mais legal do mundo. Parte 2
exposed - #6
Seis - O novo casal (SQN)
Sete - Dupla do caos
Exposed #8
Oito - Diet coke, batom e maconha
Exposed 9
Nove - Amordaçada e stalkeada (o que falta?)
Exposed #10
Dez - O ritual da tartaruguinha, dois beijos, e um banho.
#0 - Seja bem-vindo a Santa Clarita
Onze - A luta de classes e a vida de merda.
Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D
Treze - Verdades e caronas não fazem mal a ninguém(né?)
Quatorze - Teorias, chantagens e bandas indie (tem tudo a ver)
Exposed #15
Quinze - Todo mundo tá planejando algo (menos eu).
Exposed #16
Dezesseis - Bandaid, gols e pedidos inesperados
Bônus - Te amar trouxe consequências
Planos, tapas merecidos e legos
Dezoito - As lições que eu aprendi com você.
Exposed 19&20
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós.
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2
Vinte - Raios, faíscas e feromônio
Vinte e um - Eu sinto você
vinte e dois - Lições do papai
Vinte e três - Boias para nos salvar
vinte e quatro - eu te deixei (mas não vou te abandonar)
Exposed #25
Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar
Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração
Vinte e sete - Não faça isso comigo
Exposed #28
Vinte e oito - A bruxa está solta.
Vinte e nove - Quente e doce.
Trinta- Ação de (des)graça
Exposed #31
Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades
Trinta e dois - Constelações, beatles e magnitude
Exposed #33
Trinta e três - Feliz Natal, felizmente.
Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Tudo que ficou no passado #1
Livro dois - Capitulo Um - Ponto de Ruptura
Livro dois - Protetora
Livro dois - Tudo por ela
Livro dois - Planos infalíveis são quentes.
Namorados novos são um saco.
Recuperando corações perdidos
#2 Tudo que ficou no passado.
Livro dois - Chegamos até você.
Livro 2 - Epitáfio
Livro dois - Consequências
EXPOSED - DOIS ANOS :O
Livro 3 - Seguindo em frente
Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Epilogo

Livro 3 - Nós

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By valeofdolls

Lauren espiou as ruas movimentadas da cidade. Nos primeiros meses chegou a detestar o caos urbano da 5th avenida. Aquele efeito de que podia comportar o globo terrestre em um quarteirão a assustava. Com o tempo ela passou a admirar a quantidade de coisas em comum que você pode ter com pessoas estranhas sem nem mesmo se tocar disso.

De onde está podia ver um rapaz em pé, olhando para baixo no telefone, ao seu lado uma morena acenou para o táxi. Eles poderiam ser almas gêmeas e nem mesmo fazer ideia disso. O homem carregava uma sacola de ginástica com o logotipo do Batman e a loira ao lado dele tinha o mesmo desenho impresso na capa do telefone. Ambos são bastante bonitos, uma boa altura um para o outro. Lauren quase poderia vê-los virando a cabeça, encarando os olhos e compartilhando um sorriso. Eles poderiam começar uma conversa sobre quadrinhos e depois sair para um encontro.

A ideia formou-se em sua mente, mas, em vez disso, viu a garota entrar em seu táxi e o homem no carro na direção oposta. Ela zombou silenciosamente de si própria por considerar a ideia de almas gêmeas. Certamente, parecia romântico, mas não era realista.

Antes de voltar ao trabalho, ela deu uma última olhada nas pessoas lá embaixo e se perguntou se estavam satisfeitas com sua vida. São felizes ou estão esperando também? E se sim, será que eles sabiam o que estavam esperando? Porque Lauren certamente não.

Riu de si própria, com tanto trabalho a fazer perdia seu tempo criando fanfics com estranhos.

Sua sala aconchegante e até impressionante para uma aluna do quarto semestre de Relações Exteriores. Alguns quadros de arte decoravam a parede branca diante a estante média lotada de livro. No canto a mesa de carvalho e poltronas de couro serviam para as reuniões, Lauren contava até com uma secretaria. Diante dela a janela virada para o Central Park, no ponto mais importante de Manhattan.

A sala no alto do prédio Buckham Share, havia sido alugado pelo seu pai quando ela explanou a ideia de ir morar em Nova York. Mike ficou realmente desapontado quando a filha recusou todos os convites dos seus contatos na cidade para um estágio que metade das pessoas naquela cidade morreria pra ter.

Como a filha era alguém excelente por natureza, e as capas de revista era tudo que eles esperavam dela e ainda que fosse um mérito que seu dinheiro jamais compraria, o sobrenome Jauregui facilitava muito as coisas.

Ela suspirou jogando o copo de café dentro do lixo e se preparou para começar seu dia.

Quando arrastou a cadeira diante da sua mesa, ouviu vozes se aproximando da sua sala.

Pausa.

— Eu não to nem aí pra isso. – Lauren ergueu as sobrancelhas quando pensou reconhecer a voz. – Eu vou falar com ela de qualquer jeito.

Apressou-se em direção a porta, porém logo que fixou a mão na maçaneta a porta foi aberta e Dinah Jane surgiu na sua frente. Lauren pensou em sugerir que estava surpresa, mas decidiu esperar.

Seus ex-amigos jamais decepcionavam no quesito surpresa, ainda que nem sempre fossem exatamente visitas agradáveis.

— Senhorita Jauregui. – A secretaria esbaforida tentou se explicar. – Eu tentei impedir, mas ela simplesmente entrou. – É claro que sim, pensou Lauren. Era Dinah Jane, afinal.

— Tudo bem, Marci. Eu resolvo. – A mulher assentiu resolutamente e com um breve reverência deixou a sala.

— Uau. – As pontas do cabelo loiro de Dinah Jane esvoaçaram enquanto ela girava em volta de si, olhando a sala. A loira usava moletons da companhia de dança de Nova York e da sua bolsa Lauren podia ver equipamentos de balé. – Então é isso que você é agora?

Havia toda e qualquer ofensa possível incutida naquele "é isso que você é agora". Lauren se viu irritada num segundo. Com qual direito aquelas pessoas iam e voltavam em sua vida acusando-a de tudo? Alguém por acaso se importava como ela estava? Como ela tinha estado?

Lauren respirou fundo, acalmando as vozes dentro dela.

— Dinah, não pode invadir meu local de trabalho, o que a Camila quer? – Seu tom era frio e sua postura cansada.

Uma sobrancelha dela ficou de pé e suas mãos foram até a cintura. Depois do beijo, Lauren não tinha falado nem visto Camila nas últimas duas semanas. Ela deveria estar satisfeita, afinal, estava fazendo exatamente o que desejava, mas não estava. Longe disso. Lauren estava sofrendo. Replicando toda noite o gosto daquela boca contra a sua.

— Oh! Julga que eu vim aqui porque a Camila me mandou? – Ela riu debochada. – Camila jamais me pediria algo assim, mas eu precisava conversar contigo.

— Eu não imagino o motivo, mas tudo bem. – Lauren cruzou os braços e encostou-se na mesa, apontando para uma cadeira diante dela. – Sente-se.

— Eu não vim me reunir com você Lauren. – Retrucou a maior. –Não vou sentar e agir como se nós fôssemos estranhas.

— Tudo bem, o que veio fazer aqui?

— Vim te dizer coisas que estão entaladas a dois anos.

— Serio? Mais uma vez falar do passado? Por qual motivo? Todos não estamos seguindo?

— Você acredita que alguém seguiu depois daquele fim? Pensa que alguém teve paz de espírito quando fomos dilaceradas por mentiras?

— Nós?

— Sim, sua arrogante! Nós! Todo mundo perdeu algo, uns mais outros menos, mas não houve vitória pra nenhum lado.

— Eu sinto muito pelos anos que vivemos.

— Realmente se importa ou está tentando se sentir melhor? – Dinah zombou. – O que está te impedindo de voltar? Todo o amor que você conclamava nunca existiu de verdade?

Lauren abriu a boca ofendendo-se em ver a amiga de Camila se referir a elas daquele jeito. Foi atingida forte. A maneira que ela abriu a boca segundo uma deseja idiota ao sentimento de amor.

Dinah deu um risinho de escárnio.

— Se ofendeu? Não é disso que se trata? Uma história de amor de papel.

— É? – Lauren questionou com agressividade. – E na sua opinião o que eu poderia fazer?

— Ser menos covarde já era um bom começo. – A resposta de Dinah Jane foi tão rápida que Lauren considerou que ela já a esperava.

Lauren arqueou as sobrancelhas, atordoada pela franqueza, mas assentiu dando a oportunidade para Dinah seguir.

— Não tem ideia do que Camila passou.

— E você não tem ideia pelo que eu passei! – Não queria ser tão agressiva, mas, estava cansada tão cansada da postura defensiva. Se Dinah tinha tido coragem de ir até seu trabalho ela ouviria também. – Pelo que deu pra perceber vocês juntaram os cacos muito facilmente. Me deixe em paz parar juntar os meus como eu quiser!

— Foi isso que sua dor lhe fez acreditar? Que de alguma forma enquanto você sofria todos nós estávamos nos divertindo? Que a Camila e a Alycia viveram um romance tosco debaixo do seu nariz?

— Eu só descobri a verdade quando tudo já tinha sido destruído. Para o que eu voltaria?

— A justificativa de tempo não cola quando se tem vontade. A Sophie foi tão magoada quanto você, ela esperou dois anos, mas voltou e-

Lauren ergueu a mão interrompendo Dinah, soltando uma risada nasal.

— Espere aí, deixa eu ver se entendi. A Sophie, fez o mesmo que eu e mereceu sua bondade compreensão, mas eu não mereço?

— Eu não invalidei sua dor, e nem a dela. – respondeu sinceramente.

— Ah! Não? Essa conversa aqui é pra que além de você apontar mais uma vez seu dedo pra mim? – A loira parecia surpresa com o questionamento – Vocês repetidas vezes se acostumaram a me colocar contra a parede e eu simplesmente assumi a culpa para que tudo ficasse bem.

— Quer desabafar? Tudo bem. Eu vou te ouvir!

— Você não está me fazendo um favor ouvindo verdades.

— Suas verdades.

— Ainda assim verdades. Lembra quando a Camila perdeu o curso de artes por culpa da má gestão de Simon Cowell e a culpa foi minha? Fiz de tudo para devolver o curso a ela e continuei culpada. Camila agiu como uma criança por culpa do namoro da mãe e o que eu ouvi de você foi: "trate de arrumar isso ou eu te mato Jauregui". – Lauren parou diante de Dinah. Os olhos verdes brilhando de lágrimas. – Tudo era culpa minha, mesmo que não fosse. Quer ouvir algo? Eu não estou arrependida de ter pensado em mim pelo menos uma vez.

Ela esperou que o momento de glória por dizer aquelas palavras chegassem, mas tudo que ela sentiu foi um vazio carente. Como se sem sua dor, ela simplesmente ficasse vagando dentro do próprio peito. Ansiando por ter algo para se lamentar.

Lauren secou as lágrimas e mordeu os lábios.

— O que quer de mim, Dinah?

A loira se recuperou, passando as costas das mãos contra os olhos também.

— Lute por esse amor, ou deixe a Camila viver.

— Foi ela quem pediu pra você vir? – Revidou Lauren.

— Em que isso importa? Escolha agora Jauregui.

Havia um desespero nos olhos, dizendo que era inaceitável voltar para a sua melhor amiga sem ouvir aquilo dos seus lábios. Lauren estava ciente que suas ações gritavam outra coisa, mas se ela não quisesse acabar? Se ela simplesmente abandonasse tudo e partisse de volta para Camila?

Quando adolescente Lauren sempre foi decidida, perseguiu seu sonho de ser um astro do futebol com sangue nos olhos, depois de tantas feridas tinha se acovardado.

Sua coragem estava depositada em Camila? Era o seu amor o verdadeiro combustível? Afinal, sempre que pensava em Camila, pensava também em voltar a jogar bola. Poderia ela confundir as linhas que tinha definido? Estava noiva. Uma mulher maravilhosa que tinha lhe curado quando o mundo sumiu debaixo de seus pés. Era responsável por cativar aquele amor, mas responsabilidade e obrigação não eram palavras sinônimas.

Lauren não queria se machucar ou machucar Camila mais uma vez. A cubana merecia uma vida feliz. Ela merecia mais do que aquilo que Lauren poderia lhe dar. Queria pedir para ela lhe esperar. Só alguns meses, no entanto, sugerir aquilo não era justo. Havia seguido. Camila tinha esse direito também.

Ela segurou seus olhos bem fechados, lembrando o gosto da boca de Camila contra a sua. Uma lágrima caiu da sua bochecha.

Eu vou me arrepender disso.

Eu sei que vou me arrepender.

— Eu não posso voltar.

O dia de Camila foi arrastado, ansioso e frio. Enquanto tentava arrumar suas atividades, pensava e se arrependia de ter cedido a ideia idiota e humilhante de Dinah ir em busca de Lauren. Como se ela já não tivesse se humilhado o bastante.

Por mais difícil que fosse admitir, sua resposta veio em forma de silêncio. Depois do beijo, Lauren sumiu nas ruas de Nova York, deixando-a a deriva novamente. Ansiosa. Sem comer. Adoecendo. Sua vida tinha se tornado uma canção de uma nota só. Lauren Jauregui, não queria mais nada com ela e ainda assim, por mais contraditório que fosse, esperava uma resposta positiva quando Dinah voltasse.

Na porta do prédio, deu um beijo nos lábios de Shay e se despediu, prometendo que voltariam a se ver aquele mesmo dia, a noite. Estava muito agradecida daquele sentimento bom e sem cobranças. Mitchell exercia bem o papel de amiga e quando apetecia as duas o de namorada também não estava mal.

Assim que entrou no pequeno apartamento. Camila foi até o minibar, pegou uma das garrafas de tequila que ela e Dinah usavam para relaxar durante os fins de semana, quando não tinham mais nada para fazer. Se serviu de uma dose e engoliu em seco quando ouviu a porta principal ser aberta. Seu coração se desmanchando em batidas desesperadas.

Dinah caminhou em direção a sua amiga e pegou o banquinho vazio ao lado da morena. Camila se serviu de outra dose e Dinah fez o mesmo. Aquele silêncio era uma discreta resposta.

Seus ombros caíram, e precisou engolir o bolo em sua garganta. Dinah olhou fixamente para a amiga e aproximou as mãos do rosto, limpando as lágrimas que caiam.

— Sinto muito. – Camila assentiu. Não queria dizer nada porque se dissesse seria uma bagunça de soluços e lamentos. – Mas olhe pelo lado bom, você não perdeu nada. A pessoa que eu encontrei hoje não é a Lauren de Santa Clarita.

— Eu também não sou a Camila de Santa Clarita.

Mila começou a chorar. Dinah esticou-a em direção seu ombro esquerdo.

— Não mesmo, você é muito melhor.

— Espero que ela seja feliz. – Murmurou. – Eu sou tão idiota!

Dinah soltou um longo suspiro antes de falar com a amiga novamente.

— Não, você não é idiota. Quem ama precisa tentar, não lembra o tanto que tentei até a Normani aceitar o meu amor?

— Ainda é uma coisa idiota.

— Talvez, mas eu espero que seja a última vez que você chora por Lauren Jauregui, Mila. Desculpa por dizer isso, mas se ela quisesse estar com você, ela estaria aqui.

Nisso, Camila concordava. Não poderia continuar com aquele disco arranhado. Amar por um só, pode até ser bonito nos livros, mas na realidade significava uma carência afetiva perigosa.

Camila expulsou um suspiro pesado, as amigas ficaram em silêncio por alguns minutos. Passando as doses de tequila uma a outra. Quando a mente da menor já estava bastante confusa, por culpa do álcool, Dinah Jane cortou o silêncio:

— A Shay está muito apaixonada por você. – Mila deu um risinho nervoso ao ouvi-la falar.

— Não tem nenhum-

Dinah levantou a mão, parando Camila em um gesto expansivo.

— Mila, ela está transmitindo sinais de amor por satélite em voz alta para você. – Depois de um instante, Camila perguntou.

— Você namoraria comigo?

— O quê? – Dinah riu piscando os olhos castanhos para a amiga. – Claro que não!

— Por quê? – Camila agora parecia especialmente ofendida, mas o tom da conversa era muito mais divertido que antes.

— Porque você é baixinha? – Camila olhou as próprias pernas, como se buscasse algo para contestar, mas desistiu.

— Mas eu sou gostosa e muito inteligente.

— Mas continua baixinha. – Disse rindo e completou. – Não desanime Mila, metade dessa cidade morreria pra dar um beijo nesses seus lábios cubanos. – piscou tentando animar a amiga.

— Só tem uma boca que eu queria beijar agora... – Ela disse, tendo noção que, na verdade não era em Lauren que estava pensando quando disse aquilo. – Shay...

— Mal posso esperar pra fofocar com a Sophie e o Nico sobre isso...

Camila suspirou e então riu.

— Minha mãe não precisa de drama no casamento dela, então pegue leve, por favor?

— Eu não vou zoar você. – Dinah fingiu. – Não muito.

— Mal posso acreditar que vamos ficar juntos daqui dois meses. – Camila vibrou e tropeçou um pouco para frente. – Ops!

— Hora de colocar o bebê na cama. – Dinah passou o braço em volta do pescoço da amiga e as duas começaram a tropeçar em direção os quartos.

— Por que você nunca fica bêbada comigo? – Foi a primeira coisa que Camila perguntou quando Dinah deitou seu corpo na cama.

Dinah pegou a mão de Camila com a dela, apertando-a levemente para lhe dar algum conforto.

— Porque eu preciso cuidar de você, Mila.

Dois meses depois

Lauren estava impressionada como sua vida no último mês tinha mudado por completo. Quando mudou para Nova York sabia que a passagem teria de ser curta, contudo isso não a impediu de ficar chocada quando recebeu um convite para um projeto audacioso em Bilbao, na Espanha.

A história toda tinha começado quando o pai de Blake, um homem cujos contatos ferviam nos quatro cantos do globo praticamente exigiu que a filha se mudasse ainda aquele ano para o país basco. A princípio, Lauren não deixaria Nova York de imediato, porém, o convite para ela surgiu, apenas cinco dias de saber sobre os planos da noite e mesmo que sua noiva jurasse de pé junto que não tinha nada a ver com aquilo, no fundo Lauren sabia que tinha sim.

Estava feita a oferta. Cinco anos trabalhando na embaixada dos EUA na Espanha. Um cargo pequeno, a princípio, mas imenso se parasse para imaginar que também não tinha tanta experiência.

Claro que ela tinha a opção de ficar em Nova York, mas sabia o quanto era perigoso pra si, ficar naquela cidade, sozinha e, os riscos que isso acarretariam sua vida. Abraçou mais uma vez sua covardia e aceitou o convite. Um contrato que selava seu destino, aparentemente. Assim, do nada, como tudo em sua vida.

Era fim de tarde em Nova York, Lauren tinha passado o dia empacotando suas coisas e agora se exercitava. Gostava de correr pelas áreas verdes no Centro da Universidade, mas naquele dia tinha optado por fazer um trajeto mais demorado. Blake e ela tinha tido uma discussão e para não piorar a situação ela ia transitar pela cidade até estar cansada o bastante para só chegar e dormir.

Desde o beijo em Camila a quase três meses atrás que sua vida amorosa lentamente ruía. Brigas bobas, falta de paciência e total falta de desejo sexual o que frustrava não só ela, mas o mais importante, magoava Blake. A única coisa que mantinha a relação era a fé que quando chegassem na Espanha tudo ficaria bem de novo.

Uma brisa batia contra sua face naquele fim de tarde e a movimentação de pais, filhos e corredores, era bastante intensa. No campo aberto algumas garotas disputavam um jogo de altinha os risos e gritos. Ela estava perto dos campos do New York Red Bull, dava pra ver a placa enorme no outro quarteirão.

De repente, alguém chutou a bola com demasiada força. Lauren viu o objeto se aproximando dela, e como se seu corpo reconhecesse automaticamente com um movimento automático, no time perfeito ela deixou que ela batesse em sua coxa e caísse perfeitamente em seus pés. Bem ao lado dos seus sapatos de corrida.

— O rei jamais perde a majestade. – Assustou-se com aquela voz detrás dela e riu ao reconhecer Normani Kordei. A garota negra se aproximava rapidamente dela, com seus trajes azuis e vermelhos do maior time da cidade.

Acompanhava pouco de futebol, mas sabia que a carreira de Kordei deslanchava bem rapidamente. Normani meio-campo do New York Red Bull, tinha sido eleita a melhor defensora da liga no semestre. Outra que se dava muito bem na carreira futebolística era Verônica Iglesias. Vero tinha sido contratada pelo PSG. Ocupava o cargo de goleira titular a, pelo menos, dois meses quando saindo do banco de reservas capturou dois pênaltis na semifinal da copa nacional. Ambas integrando a seleção sub 21 do país, e Lauren sabia que em breve estariam na principal. Talvez no mundial de 2020. Ficava muito feliz em saber que levaram a frente seus sonhos.

Lauren não sabia bem como se portar diante dos ex-amigos. Normani, no entanto, não se incomodou em dar um abraço bem apertado nela. Murmurando o quanto sentiu sua falta.

Lauren parou a inércia e se alegrou. O encontro com a melhor meio-campo que já tinha jogado ao seu lado foi o mais próximo de normalidade que ela teve naquela cidade. Quase lhe agradeceu por não ser hostil.

— Meu Deus! – Normani exclamou muito alegre. – Eu nem acredito que estou diante de você de novo, Lauren.

— Eu posso dizer o mesmo, você está ótima.

— Não me diga isso quando você parece uma deusa. – Ela devolveu. – Caramba! Tem um filme passando na minha mente agora. Dois anos cara!

A conversa na calçada avançou, quando Normani conseguiu convencê-la a irem num café ali perto para colocar o papo em dia. No começo deu muito certo, falaram basicamente de suas vidas. Kordei trouxe notícias das garotas do time, falou muito sobre Vero e em como ela estava se dando bem, evitaram os dramas, exceto quando comentaram rapidamente sobre a condenação a prisão perpétua de Tyrone Rodgers.

Tinha acontecido sete meses atrás e foi graças ao depoimento de Lauren e Ally Brooke que tudo acabou bem. Era talvez sua ação que mais lhe deixava orgulhosa. Tirar o crápula de circulação mudou sua vida, mas ela não recuaria em nada. A justiça tinha sido feita, enfim.

Quando chegou a vez de Lauren dar sua contribuição a sua conversa ela notou que não tinha nada de bom pra falar de si, porque estava tudo interligado no fim. Então, mais uma vez Normani foi ao seu auxílio.

— Queria te pedir desculpas pelo comportamento da Dinah. – Lauren assentiu mexendo a colherzinha em seu café. No fundo, ela não tinha ficado tão magoada com Dinah, quanto estava consigo. – Sei que ela passou dos limites, mas estamos falando da Dinah , minha namorada sempre passa um pouquinho da conta. Ela fez esperando salvar a Camila.

— Eu queria que alguém quisesse me salvar também. -- Defendeu-se.

— Me desculpa te dizer, mas tinham duas pessoas querendo te salvar, cap. Foi você quem não deixou... – Ela disse, mas de um modo decidido, não agressivo – Alycia perseguiu a verdade por um ano, porque ela acreditou que você voltaria quando soubesse. Sua prima jamais conseguiu colocar os D'champs na cadeia, mas ela provou que além de nunca ter acontecido nada, estavam drogadas.

— Eu só soube disso recentemente. — Lauren admitiu. — Ignorei tudo que tivesse a ver com nosso passado por tempo suficiente para deixar passar até a verdade.

— E agora o que está te impedindo?

— Eu não sou mais a mesma.

Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou.

— Heráclito. Está se tornando uma jogadora filósofa?

— Eu tento. – Normani olhou o relógio de pulso arregalando os olhos. -- Nossa, já são seis horas?

  — É melhor que vá, não quero te atrasar para o seu treino.

 — Na verdade, eu vou embarcar em breve pra Califórnia. – Lauren assentiu, ela sabia bem o motivo.

Tinha recebido o convite do casamento do Sinu e Dr. Benson. Mas já tinha decidido, antes mesmo de resolver ir embora, não ir. Era o melhor pra todos que ficasse longe.

— Entendo.

— Foi bom te ver, Cap. Foi muito bom mesmo, podemos marcar outras vezes... Daqui um mês e meio todos estaremos de volta a cidade.

— Infelizmente não vai acontecer. – Normani franziu o cenho esperando sua explicação. Lauren suspirou e disse. – Essa é minha última semana aqui.

— Eu acabei de perder minha aposta com a Dinah. – Lauren ergueu uma sobrancelha interrogativa. – Eu disse que antes do fim do ano você e Camila estariam juntas mais uma vez.

Lauren ficou parada olhando seu café frio a cabeça girando. Normani ainda estava parada quando ela disse a única coisa que conseguiria tamanha era a emoção em seu peito. Mordeu o lábio evitando chorar.

— Lauren... – Jauregui ergueu os olhos para a voz, esperando Normani concluir. – Os Bulls de Nova York vão fazer uma peneira no início do próximo semestre. Pense nisso...

Lauren não disse nada, e nem Normani. A garota sorriu para ela uma última vez, colocou sua bolsa de treino nas costas e saiu.

Ainda sentada, Jauregui reconheceu o toque do seu celular no bolso. Retirou o aparelho do bolso e mecanicamente atendeu a ligação.

— Eu já estava começando a me sentir órfão. – A voz rouca animadinha disse do outro lado da linha.

— Olá, maninho. – Engoliu o bolo em sua garganta ouvindo aquela voz.

Mais uma pessoa que ela deveria pra sempre. O tempo e ela própria haviam colocado aquelas paredes enormes na relação quase perfeita entre os irmãos. Mike ansiava por mais,

Mike tagarelou sobre o fim do ano, contou sobre sua namorada, sobre a banda e sobre o casamento de Sinu e em como a mulher tinha sido muito gentil em convidá-lo para entregar as alianças. Ele disse que se sentia muito grande para isso, mas que jamais diria não a mulher que o tinha como um filho.

Ela sorriu, ele nunca diria não a alguém que amava. Isso era contra a essência do irmão.

Enquanto ele tagarelava, Lauren reunia coragem para dizer a ele que as férias que tinha prometido aos dois por dois anos teria que ser adiada mais uma vez.

Até que o próprio Mike tocou em um assunto que a colocou diante daquele problema:

— Eu consegui dos ingressos para os parques da Disney e quando você estiver aqui podemos ir passar duas semanas em nossa casa em Miami e-

— Mike...

— Eu estava pensando se nós poderíamos ir ao Brasil também. Que tal, Lo?

— Mike, eu não posso.

Houve um segundo de silêncio. Tempo suficiente para ela se sentir a pior pessoa do mundo, até ouvi-lo de novo.

— Me prometeu. – A voz estava falhando, meio chorosa. – Tem dois anos que me promete...

— Mike...

— Não vem com Mike! – Ele aumentou o tom de voz.

— Mike, eu não posso ir.

— Não pode vir ou não quer? Eu nem sei porque ainda tento, Lauren. -- ele disse, com mágoa em cada uma das palavras.

— Eu preciso organizar minha vida na Espanha. -- Justificou-se, mesmo sabendo que aquilo não servia. Ela se sentia toda dolorida, por dentro e por fora.

— Vai embora pra Espanha?

— Sim, mas agora você pode ir ficar comigo quando quiser e-

— Eu não quero!

— Desculpe, Mike.

Silêncio.

— Espero que estude bastante e um dia consiga ser metade da pessoa que foi um dia.

Ela tentou mais uma vez, porém, as lágrimas interrompera-a e o irmão desligou a chamada antes dela dizer qualquer coisa.

O coturno batendo contra frio chão de cerâmica era o único som ouvidos por Sophie Turner. O Heathtrow Airport encontrava-se lotado de pessoas. Com o fim do semestre Universitário, muitos alunos migravam para seus países de origem. A dupla de gêmeos Turner não era diferente.

— Céus, S! Está atrasada! – Nico suspirou aliviado. O rapaz estava vestindo seu casaco do Manchester City e gorro combinando. A gêmea mais nova franziu o cenho para aquela vestimenta. Porque ela torcia fervorosamente para o Liverpool. Sophie rolou os olhos.

— Eu bebi muito ontem. – Admitiu. Tinha acordado apenas graças a uma ressaca que ainda retumbava em seu crânio. – Cara, eu preciso de uma Aspirina.

Nico balançou a cabeça em um tom de repreensão. Era incrível que desde que os dois tinham se mudado para Londres o rapaz ganhava ares de sua babá. Nico tentava (inutilmente) controlar a irmã gêmea de várias formas.

— Isso é uma tatuagem nova? – Ele se aproximou da clavícula da irmã para ver a pele recentemente pintada. – Chocante! O papai vai te matar.

— Não vai não. – Ela fechou seu casaco de frio e indicou a fila ficando cada vez menor. – É melhor nós irmos. To loca pra pegar vitamina D do sol da Califórnia.

— Pensei que sua namorada viesse. – Ele disse quando os dois pararam diante do balcão entregando os passaportes a uma sorridente mulher. – Vocês não desgrudam.

Sophie franziu o cenho.

— A Amy não é minha namorada. Nós temos uma amizade com benefícios, por favor só de você falar em namoro eu me arrepiei toda.

— Quem diria que com o passar dos anos você se tornaria uma versão da sua ex namorada.

Sophie sorriu um pouco. Sempre supunha que tinha superado a cretina, mas era só a menção aquele nome que ela se arrepiava toda e foi numa dessas ações impensadas que ela e Alycia voltaram a se falar via mensagens e chamadas de vídeo, dois meses antes. Foi uma situação inevitável. Quando reiniciou a amizade com Camila, parecia uma bobagem não se aproximar da ex-namorada. Tudo agora fazia parte do passado, menos, é claro, seus sentimentos por ambas.

No começo, Alycia foi insuportavelmente grosseira, mas com o passar do tempo, elas tinham alcançado alguma normalidade. Evans tinha feito, Sophie se apegar ao seu celular. Trocando mensagens engraçadinhas e flertando sempre que era possível. De certa forma, a situação atual delas, era engraçada.

Os headphones fizeram um ótimo trabalho deixando Sophie alheia a tudo ao seu redor. No entanto, a cada minuto que se passava seu estômago parecia revirar-se mais e mais. Em sua cabeça reinavam os questionamentos sobre o que encontraria em sua cidade.

Não tinha dúvidas que era também lá que as respostas para as suas perguntas estariam.

— Mãe, eu não consigo respirar. – Camila ofegou fugindo.

— Eu senti tanto a sua falta, mija. – Disse Sinu, apertando Camila mais uma vez antes de finalmente liberar ela dos seus braços. Afinal, Sofia esperava ansiosa pela irmã.

— Kaki você é uma traidora. – A menina que estava quase do tamanho da irmã mais velha acusou-a. – Disse que ia chegar amanhã.

— Quis fazer surpresa. – Ela animou-se beijando a irmã novamente. – Dr. Benson. – Ela disse polida, abraçou o homem rápido, porém com afetuosidade.

Camila tomou um gole de ar e deu um passo para trás antes de sorrir para a família, observando as feições alegres de todos eles com sua volta. Os sorrisos brilhante e brilho de seus olho. Era tão bom voltar pra casa, ver que a vida da sua família estava indo tão bem.

— Eu vou colocar isso em seu quarto. – Sofia anunciou pegando a mala em sua mão.

— O quarto não é meu, é seu. – Ela disse docemente.

— Sempre vai ser seu, Camila. – A menina devolveu brilhando.

— É nosso.

Ficou observando a irmãzinha subir as escadas com sua mala. Dr. Benson avisou que ia visitar o local da festa de recepção dos noivos. O centro de eventos da cultura latina foi o local escolhido. Não tinha grandes luxos, mas ficava perto de casa o que permitia que os fossem lá diariamente ver como estava a organização.

A cubana aproveitou que tinha ficado sozinha com a mãe para observar a casa e poder ceder as emoções acumuladas. Matou a saudade daquele imóvel como se fosse um ser vivo. Era nostálgico voltar a sua pequena casa colorida depois de dois anos em Nova York.

— Não sei se já te disse isso, mas eu estou absolutamente feliz que você encontrou alguém pra te amar como você merece. – Ela disse a Sinu, de repente. – Vendo sua felicidade agora eu fico envergonhada de ter sido tão idiota. Hoje eu vejo que meu pai jamais te deu um terço dessa felicidade.

— Mila. – Sinu acalentou sua mão. – Seu pai não foi o melhor marido do mundo, mas, ele me deu você e Sofia. Eu teria feito tudo do mesmo jeito se o resultado fosse vocês duas.

— Gostaria de ser metade da mulher que você é mama.

— Você é muito melhor. – Sinu acariciou o rosto da filha, os olhos já começando a encher de lágrimas que ela se apressou para seca e abriu um sorrisão. – Então, como está a faculdade? Quero ouvir falar sobre sua exposição e tudo que tem feito-ah! eu senti tanto sua falta. – Ela disse novamente, puxando a filha para outro abraço.

— Mama. – Camila gemeu, embora ela secretamente estivesse morrendo de saudade daqueles braços. – me matará, mujer.

— Ok, ok. – Disse Sinu, e ela soltou Camila novamente arrumando a camisa amassada da sua ninã. – Descanse filha, eu vou terminar o jantar.

Sofia estava esperando-a em seu quarto. Ela notou que a decoração tinha mudado bastante, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia familiar e confortável. Deitou na cama ao lado da irmã e as duas conversaram sobre suas vidas, sobre o futuro e Camila fez uma, muito envergonhada Sofia admitir que já tinha tido sua primeira paixão na escola. Enquanto sua irmãzinha contava sobre o garoto, com surpreendentes olhos verdes, ela se sentiu muito feliz em estar em casa.

— Nem acredito que você vai estar em casa por um mês e meio! – Sofia murmurou. A irmã estava toda enroscada em Camila. A tarefa bagunçava as duas, porque a Sofia criança começava a ficar para trás. – Nem acredito que vou poder ir à praia contigo, pintar e ouvir música.

— Não exatamente um mês e meio. – Camila lembrou. Ela tinha aceitado o convite de Shay para ficar as duas primeiras semanas de férias no México e aproveitar para conhecer sua família. Depois as duas voltariam a Santa Clarita para desfrutar do verão até o começo de Agosto, quando voltariam para Nova York.

— Ah cara! Eu tinha esquecido disso. – A menina cruzou os braços com uma expressão chateada. Contava que a irmã ficaria um mês e meio com ela. Já tinha espalhado para todos seus amigos – Já estou odiando essa sua namorada...

— Ela não é minha namorada e além do mais você vai viajar com os noivos.

— Poderia ir conosco.

— Não poderia não. É estranho ver eles se beijando toda hora.

— Se essa garota não é sua namorada porque está fazendo tanta questão assim de ir viajar com ela?

— Porque talvez ela seja. – Respondeu simplesmente.

— Você está apaixonada? – Sofia sugeriu um pouco menos chateada.

A pergunta pegou Camila de surpresa, porque ela não também não sabia a resposta.

— Nós nos gostamos muito.

— Ah pronto!? Já vi que vai esquecer definitivamente de mim.

— Eu só vou daqui uma semana. – Beijou a têmpora da irmã – E prometo que vou fazer o que você quiser quando voltar.

— Ir ao shopping e me levar a praia? Só você e eu? Promete?

— Prometo, ciumenta.

O cansaço das cinco horas de viagem entre Nova York e a Califórnia, começou a cobrar seu preço. Fora que Camila quase não tinha pregado o olho no avião, Dinah Jane estava tão excitada que praticamente não a deixou dormir.

Ela suspirou e fechou os olhos, mas o sossego durou só até a campainha soar pela casa.

— Camila?

Num segundo, Sinu estava com um riso enorme nos lábios parados na porta do seu quarto.

— Sua presença está sendo solicitada na sala, mija.

Enquanto caminhava descalça pelo corredor se concentrando muito na sua respiração. Que tipo de surpresa ela receberia quando chegasse no destino? Antes mesmo de pisar nas escadas de madeira reconheceu lá em baixo o tom alegre e rouco, carregado com cada dia mais acentuado sotaque britânico.

Olhou para a mãe com os olhinhos castanhos ficando úmidos, mas não disse nada. Por dentro ela sentiu vontade de gritar.

Sua mãe passou as mãos em suas costas quando chegaram na sala em uma conduta protetora, só ela sabia o quanto Camila tinha sofrido quanto tinha doido ser obrigada a se afastar de uma das pessoas mais importantes pra ela.

Sophie girou automaticamente assim que notou que mãe e filha estavam no mesmo cômodo que ela. Os olhos queimando de lágrimas quentes que ela pensou que fosse levar mais tempo para derramar.

Turner apertou a barra da sua camiseta e deu um passo a frente. Nico ao notar que nenhuma das duas sabiam o que fazer, falou.

— Mila a Sophie veio te ver.

Seus olhos se encheram de lágrimas e ela pressionou os lábios para evitar que o choro viesse de verdade.

— Você está mais alta? Como é possível se eu não cresci nem um centímetro? – Mila se ouviu dizer um tanto indignada, sem nem perceber que estava pensando em voz alta.

Sophie soltou uma gargalhada e o coração acelerado e nervoso explodindo dentro do peito da cubana simplesmente se acalmou. Ela abriu os braços e Camila sentiu o peito arder de emoção quando correu até a amiga se jogando em seus braços.

Aquele dia era balsamo para suas almas.

— Eu te amo, me perdoe... – Sophie se jogou nos braços da amiga mais uma vez. Esticando Camila com tanta força que a tirou um pouco do chão. – Senti tanto sua falta, Mimi.

— Eu também, S. Mais do que você pode imaginar.

— Você é um amigo melhor do que eu sou, Mimi. – Sophie curvou os lábios e secou suas lágrimas. – Eu deveria ter acreditado desde o começo...

— Eu não quero nunca mais ouvir falar desse assunto. – Admitiu ela, chorando muito. Não queria mesmo, que o passado queimasse no passado.

— Eu amo vocês. – Nico que já estava aos prantos, abraçou as duas.

Dentro dos braços dos amigos, Camila apagou tudo que supos sentir sobre estar de volta a sua casa, não chegava nem perto da emoção bem ali.

Camila estava sentada na cama do seu ex-quarto, em sua concentração artística. Duas semana em casa e seus dias tinham sido resumidos a praia, tardes com a irmã e bebedeiras a noite com seus amigos. Aquela manhã mesmo ela se recuperava de uma noite regada a tequila e um mico monumental dos amigos no karaokê da cidade. Foram expulsos por perturbar os clientes depois de tentarem entoar, cinco vezes seguidas, Bohamian Rapsody.

— O que você está desenhando? – Sophie cantarolou, a voz levemente abafada da posição de sua boca, esmagada contra as almofadas da cama.

Camila moveu a cabeça para o lado para vislumbrar o rosto da amiga.

— Você precisa ficar parada. – Ela instruiu severamente. – Caso contrário vai estragar.

— Mas eu quero ver.

— E você vai. – Prometeu Camila. – Quando eu terminar.

— Você é um tirano, sabia disso? – Ela fez beicinho e Camila sorriu, rabiscando de forma rápida.

— Já me disseram uma ou duas vezes.

Ambas ainda tentavam se acostumar com o silêncio ousado que as vezes colocava, ponto final nas suas conversas. Pisavam em ovos com medo de uma simples palavra estragar tudo novamente. O que era um receio entendível, porém bobo. Nem Sophie, nem Camila pensavam em se afastar novamente. Não até os últimos dias de suas vidas.

— Você está saindo com uma garota, né?

— A Dinah tem uma língua quilométrica.

— Foi você quem me contou ontem. – Ela disse com um riso. – Dedicou uma música pra ela.

— Chega! Prefiro não saber desse mico...

— Estou feliz por você, a última vez que vi você tão envolvida por alguém foi com você-sabe-quem...

— A Lauren agora é o Voldemort? Pode falar o nome dela, não vou morrer por isso.

— Você entendeu, responda minha pergunta.

— Está querendo saber se gosto da Shay, tanto quanto eu gostei da Lauren? – A amiga assentiu. – É impossível... Nunca vou voltar a amar alguém daquele jeito. Até porque não era um amor saudável no fim.

— Então você não a ama mais?

— Amo. – Respondeu porque era a mais pura verdade. – Mas eu me amo mais.

— E você? Quem é a garota das fotos no Instagram? – Sophie riu baixinho a pergunta.

— Amy é uma amiga.

— Amiga como eu? Ou amiga como Alycia Evans?

Sophie murmurou algo que soou vagamente como uma ameaça, mas Camila não conseguiu ouvi-la. O barulho alto da porta do andar de baixo se abrindo e o som de alguém subindo as escadas sinalizou a entrada de ninguém menos que Dinah Jane.

— Cheguei, vadias! – Ela pulou em cima de Camila, franzindo quando a amiga pressionou a cabeça de Sophia para baixo quando ela tentou levantá-la para cumprimentar a outra amiga.

— Sophie disse oi, Dinah. – Camila disse, empurrando-a firmemente para dentro dos cobertores.

— Eu sei que vocês não fariam um ménage sem mim, mas isso é muito estranho. – Dinah zombou.

— Com uma caneta? – Camila rolou os olhos, sobrancelha levantada.

— A Sophie gosta de coisas estranhas. Só isso para explicar o fato dela ter mentido pra gente e ter saído para transar com a ex namorada idiota!

  Turner novamente murmurou algo nos cobertores, mas Camila continuou segurando ela.

— Deixa eu ver. – Exigiu Dinah, caminhando e caindo ao lado de Camila, quase interrompendo a linha. – Ohh Mila, isso está ficando realmente bom.

— Se você contar a ela o que é, eu enviarei a Normani o vídeo de você bêbada gritando o nome dela pelo apartamento.

— Oh! Desculpe, Sophie, não sei o que é.

O telefone de Camila tocou suavemente e ela parou o desenho para abri-lo, sorrindo ao ver o telefone, mensagem da Shay.

— É sua namorada. – Perguntou Dinah, e Sophie aproveitou o momento para levantar e falar.

— Quem mais? A Mila da cada sorriso quando fala dessa tal Shay.

— Ela me mandou uma foto comendo frijoles. – Camila bloqueou o celular. – e ela não é minha namorada. Mas talvez seja quando se eu for ao México...

— Se? Como assim se? Você não esta de passagem comprada e tudo? -- Dinah disse interessadíssima. Nenhum dos seus amigos pediu para ela cancelar a viagem, mas ela agora já não sabia se queria deixa-los, nem pra ficar alguns dias no México. Já começava a cogitar pedir pra Shay vir.

— Talvez, só talvez eu não esteja com tanta vontade assim de ir. -- Sophie levantou e Camila fechou rapidamente o caderno.

— Por que eu não posso olhar? – Ela exigiu.

— A tinta precisa de tempo para se assentar, não quero que você borre. – Sophie gemeu e afundou ainda mais no edredom enquanto Mila riu e se jogou sobre Dinah inalando o cheiro do perfume da amiga.

— Dinah eu estou com um crush em você.

— Sai... – Ela empurrou a amiga pelo rosto.

— Por que eu não pareço sedutora pra você? – Camila riu, jogando seu peso sobre ela, que fez uma careta e tentou se afastar. – vamos lá me dê um beijo.

— Eca, não, saia de cima de mim...

— Eu suponho que também quero um beijo. – Sophie brincou fazendo um biquinho pra Dinah.

— Então se beijem vocês duas. -- Bruta, como só Dinah Jane era empurrou as duas pela cabeça.

As amigas avançaram contra Dinah, a luta pelo beijo terminou em um corre-corre pelo quarto. A loira enorme atirou Camila na cama sem fazer força, mas Sophie conseguiu derrubá-la junto e logo as três estavam arfantes, uma sobre a outra rindo daquele momento.

— Eu não posso descrever o quanto senti falta disso. – Mila admitiu depois de um tempo, sua camisa de malha toda amarrotada e o mesmo acontecia com seus cabelos., mas ela não reclamaria, adorava o cafuné de Dinah em sua cabeça.

— Nem me diga. – Sophie concordou e beijou o rosto de Camila e depois o de Dinah. – Nada em Londres é igual a isso aqui.

— Dinah você está chorando?

— Claro que não. – Ela fungou. Pulando pra esconder o rosto.

— Está sim, sua chorona.

— Vocês duas são idiotas, saiam de cima de mim.

Ela estava chorando sim e isso fez Mila abrir um sorriso bobo, seu coração inflado por aquela alegria tão simples e genuína.

A mesa de Sinu estava cheia de risadas e emoções. Sinu e Artur Benson agradeceram a seus convidados pelo apoio contínuo dos Turner nos últimos meses, quando ergueram as taças em um brinde sincero. Dinah compartilhou histórias divertidas que fizeram todo mundo rir a mesa. Sua mãe e o noivo eram fofos, e apaixonados, e Camila se sentiu tão feliz sabendo que sua mãe estaria em boas mãos.

Todos de barriga cheia, Sinu expulsou os amigos da cozinha e os amigos foram para o quintal. Nico com o violão começou a entoar batidas desafinadas, até que eles cantarolavam com garrafas de vinho e risadas altas, madrugada adentro.

Era uma noite maravilhosa, um reencontro, um novo começo para todos. Nico e Dinah não conseguiam esconder o sorriso quando Camila e Sophie começaram a voltar à sua atrevida e habitual interações. Parecia que as coisas estavam voltando ao lugar.

Camila acordou no meio da noite, perdida entre as pernas e os braços dos amigos, naquela bagunça absurda e feliz.

Encostou a cabeça novamente na perna de Sophie e com um riso fechou os olhos.

Finalmente.

O táxi estacionou e Lauren começou a andar, tudo automático, apenas se movendo onde suas pernas a estavam levando. A chuva estava fria e feroz, encharcando suas roupas em alguns segundos. O guarda-chuva pouco fazia para ajudar. Seus cabelos castanhos emaranhados no rosto pelo peso da água que a atingia como pingentes de gelo, perfurando sua pele.

Andou rapidamente em direção ao pátio central do aeroporto J.F Kennedy, segurando a mão da sua noiva e empurrando a mala com a outra. Tiveram que atrasar em duas horas o voo, graças a transportadora que demorou de retirar suas coisas do prédio na Universidade De Nova York.

Ela, no entanto, se sentia desesperada para se livrar daquela fraqueza e isso estava levando-a à loucura. Aquela dor estava rasgando-a em pedaços, porém, Lauren era boa em fingir, ela tinha feito isso a vida toda. Ela poderia fingir um pouco mais.

As lágrimas conduzindo seus olhos e ela apertando a barra da mala como se uma força muito poderosa ainda exigisse que ela se mantivesse ali. Os olhos tremendo no vai e vem na placa sobre sua cabeça, de repente, não são suas lágrimas tremendo e sim seus olhos camuflados pela umidade desesperada.

Ela estava sem rumo se movendo como se estivesse num sonho, sem um claro senso de realidade. Andando como uma mulher morta, sem vida, sem alma e sem coração.

O que ela estava fazendo?

A pergunta se repetiu numa velocidade supersônica. Travando, primeiro seu cérebro e depois suas funções motoras.

Estacou no meio do pátio.

— Amor? – Blake encarou-a. Estranhando o movimento brusco e notando as lágrimas. – O que foi?

— Eu... – Lauren fungou profundamente sabendo exatamente o que tinha que dizer – Eu não posso ir...

— O quê? – Dilacerou o seu peito a expressão no rosto da noiva, mas isso foi combustível pra ela seguir.

— Eu não posso. – Afirmou com mais certeza. – Não é o meu caminho Blake... Não é sequer minha vida! Desculpe, mas não posso ir embora dessa vez.

Tinha sido conduzida pela mágoa e arrependimento por dois anos. Perdeu tudo. Não quando ficou impedida de jogar bola, não quando acreditou na farsa que armaram para elas. Ela tinha perdido tudo que mais amava na vida por escolha própria.

Quando não voltou para Camila quando soube da verdade, quando esqueceu de Mike e Alycia para doer menos. Quando não voltou para futebol por seu orgulho. Era tudo pra amenizar sua dor, mas do que adiantou? Doía todo dia mais. Uma ferida aberta em seu peito que todo dia ela própria arrancava a casquinha. Estava ferida porquê escolheu estar.

— Eu não vou.

Blake chocou-se, mas não disse nada. Ela ficou diante da noiva, como se buscasse dentro dela uma justificativa decente para aquilo, mas lá, no fundo, ela sabia. Lauren era outra pessoa desde que tinha admitido beijar sua ex-namorada. A traição doía, mas doía muito mais vê-las daquele jeito.

Aceitava perder a noiva se isso significasse que fossem felizes dali a frente. Não aceitaria amor pela metade, não depois de tantos anos.

— Te direi o que te disse dois anos antes... – Ela começou, e deu beijo em sua bochecha, secando as lágrimas da morena. – Eu estarei na Espanha... É uma diretriz.

E dito isso, soltou o rosto de Lauren, com um último olhar arrastou sua mala lentamente em direção os portões AeB.

Parada no meio do corredor, pela primeira vez em dois anos Lauren sabia exatamente onde deveria ir.

— E um, dois, três, quatro. Muito bom. Continue assim, ai! Seu desgraçado. – Alycia choramingou. – você pisou em meu pé, porra!

Mike riu, mas estava realmente preocupado. O casamento era dali dois dias, se sonhasse em errar a dança, Alycia gravaria e mandaria em todos os grupos do universo. Ele deveria ter dito um sonoro não quando Camila perguntou se queria ser o par dela.

— Eu preferia só tocar guitarra. – Resmungou.

— E de quem eu ia rir? – Alycia bagunçou o cabelo do primo.

— Você nunca vai parar de implicar comigo?

— Não.

— Estou me sentindo meio patético com essa gravata. – Ele voltou a reclamar. Tentando folgar um pouco. Suspeitava que a prima tinha apertado tanto só para zoar com ele.

— A gravata está ótima, cara. Eu escolhi... inferno! Você está tentando arrancar meu pé?

— Pensa que ela vai aparecer algum dia? – Alycia diminuiu um pouco o ritmo da dança para olhar nos olhos castanhos do primo.

— É melhor não criar esperanças sobre isso, carinha.

— Eu não tenho esperanças sobre isso. – Respondeu no ato. A mágoa se fixando em seus olhos. – A Camila vem, você está aqui. Está de bom tamanho.

Al parou a dança. Ele sabia que a prima estava no fundo da sua cabeça, analisando e revisando a veracidade daquela informação. Era um estudante de psicologia, afinal.

— Você não deveria odiar ela.

Dentre todos aqueles anos que enfrentou a hostilidade esmagadora e injusta de Lauren, Alycia nunca deixou de acreditar que um dia a prima voltaria e tudo seria como antes. Tinha inveja da sua positividade, porque em algum lugar na distância imposta a ele contra sua vontade tinha perdido seu lado sonhador.

— Eu não odeio, eu só queria que ela se importasse mais uma vez.

Alycia abraçou Mike e recostou a cabeça no ombro dele. O garoto já era maior que ela e não parava de crescer.

— Vamos fazer algo pra comer?

— Prefiro comprar. – Disse ele alegre só de pensar em comida. – Vou pedir tacos de peixe. O Dropship está aberto.

Alycia ignorou o tom sugestivo em sua voz e sentou diante a bancada da cozinha, enquanto ouvia o primo ao telefone e comia um morango.

— ... oh! obrigada Sophie, é bom falar com você também... Eu aviso que você está mandando beijo.

Evans de repente começou a tossir, engasgando com o morango que acabara de colocar na boca. Ainda rindo Mike bateu nas costas dela, algumas vezes.

Ele suspirou e girou o banquinho de Alycia até que ela estivesse de frente para ele e colocou as mãos em seus ombros pequenos.

— Al se recomponha. Ela só mandou beijo.

— O que... eu não estou surtando com isso! Não – disse ela apressadamente, tomando alguns goles de água. Eu estou apenas surpresa. Mas está... eu estou bem.

— Você tem certeza? – Ele insistiu, um sorriso trocista em seu rosto. – Porque você literalmente engasgou com a comida quando ela mandou beijo.

— Eu estou bem. – Ela pulou do banquinho e se aproximou da janela.

A ideia de tentarem uma amizade, caiu por terra quando no dia que pararam de se evitar e resolverem sair juntas para, na teoria, tomar umas cervejas terminaram em um hotel e Alycia provando o sexo mais impressionante da sua extensa vida amorosa. Sua ex-namorada parecia uma entidade mágica enquanto derretia em seu contato... e ela estava tendo dificuldades para superar, mais uma vez.

Encostou a testa no material frio da janela, e sorriu quando Mike parou do seu lado. Os dois encarando a chuva de verão que caia na cidade desde a madrugada.

A força da agua, no entanto, não impediu que ela visse um táxi parar em sua porta. No impediu também que a mulher desceu e ficou estranhamente parada no meio da calçada arrancasse por um segundo sua tranquilidade.

— É a L... – Ela não conseguiu completar, mas seu primo já corria em direção a porta da entrada e ela não teve o que fazer senão segui-lo.

— Lauren? – Mike parou, estacando diante da irmã. – O que aconteceu?

A morena parou incapaz de falar. Seus olhos verdes moviam-se e da sua boca nenhum som foi emitido.

Ela lembrava muito bem da sua hostilidade com ela, em sua visita à Nova York. Quando tentou pela milionésima vez em dois anos explicar as coisas e trazer um pouco de tranquilidade para elas. Lauren foi egoísta naquela ocasião, mas Alycia entendeu sua dor.

Evans se aproximou dos dois. Foi necessário nada mais que um olhar em sua prima, para começar a compreender o que estava acontecendo ali. A ausência de malas, o olhar perdido e culpado...

— O que diabos você está fazendo nesta tempestade? Entre antes que a mamãe te mate sua idiota!

Era pra ser uma brincadeira, mas Lauren virou para ela e com a voz rouca e ansiosa, disse.

— Eu destruí tudo. Al. Eu machuquei meu irmão, eu acabei com nossa amizade... Eu não queria que as coisas fossem assim, eu só... – Ela soluçou incapaz de seguir. – eu...

Al teve que largar o guarda-chuva para segurar Lauren mais apertado. Não queria deixá-la nunca mais.

— Você nunca machucaria ninguém de propósito. – Mike tranquilizou-a a irmã.

— Você é meu irmão mais novo e eu falhei com você todos esses anos. – Ela olhou para cima e Mike abriu os braços, gentilmente puxando-o para um abraço, passando os dedos por seus cabelos pretos mais rebeldes que nunca. – Eu nunca vou te deixar novamente. – Jurou. – você me ouviu?

Mike murmurou incoerentemente na camisa de Lauren, e ela enfiou o rosto no ombro do irmão.

— A Al cuidou de mim, Laur... – Ela disse. – Ela cuidou como você cuidaria.

— Alycia você me perdoa? – Lauren perguntou timidamente.

Evans olhou tristemente nos olhos da prima, seus olhos verdes azulados brilhando com lágrimas. Ela estava tremendo um pouco, mas não tanto quanto Lauren. Nunca quis guardar magoa, ou pisar em sua dor se o que ela mais desejou estava aparentemente começando a se formar diante de si.

Entendeu ela. Entendeu sua dor.

Então, Alycia Evans, sem falhar um segundo na sua essência, abriu a porta da casa e sorriu para Lauren tranquilamente.

— Seja bem-vinda de volta, Michelle.


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