Até o cair das folhas - Em Re...

By JarliSoares

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Sinopse: Richard Blazzer tem um problema pouco conhecido pelas pessoas e mal interpretado pelas mesmas, a rar... More

Agradecimentos
Sinopse / Informações
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capitulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Faça Perguntas! Sugestões?
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39 (Especial)
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Aviso
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Pausa Literária
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60 - Fim
Oiiee? Saudades! Aviso.
Presente dos Friends

Capítulo 7

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By JarliSoares

Nota: Capitulo revisado, se encontrar erros, avise!

Aniversários eram datas emocionantes e empolgantes. No entanto, eram apenas isso, datas que aos poucos são esquecidas e um dia, apenas lembradas pelas pessoas mais próximas de você. Fazia exatamente 8 anos que eu não comemorava o dia do meu nascimento. Primeiro por que eu ter nascido não é algo feliz pra mim, já que tenho tamanho problema. Também por que organizar uma festa, chamar pessoas e tudo mais, seria cansativo de mais pra minha mãe fazer sozinha. E segundo, que foi exatamente nesse dia, em uma tarde como essa, que meu pai partiu e nos abandonou pra sempre.

— Eu deveria ter dito que era hoje — Minha mãe mencionou horas depois, vindo me ajudar a juntar as folhas — Você é muito chato, sabia?

— De que serve alguém saber meu aniversário? Meu celular me lembra e me dá parabéns, a senhora faz o mesmo. Isso já basta. — Suspirei percebendo que minha mãe estava triste sobre isso. Eu já sabia que ela se sentia solitária e isso seria uma boa oportunidade para ela ver algumas pessoas — Sinto muito. Ser esse tipo de pessoa... Quem sabe no seu, a gente faz alguma coisa e chama a família do lado?

Minha mãe sorriu, me abraçou dizendo "obrigada" e me deu um beijo na testa. Minutos depois terminamos a limpeza do quintal e ela foi deitar um pouco. O dia de uma dona de casa era muito exaustivo e cuidar de mim não era nada fácil também. Pedi a ela para dormir o máximo que pudesse e garanti que a chamaria se algo ruim acontecesse. Minha mãe concordou e foi para o quarto dela, eu segui para o meu e resolvi ver alguns vídeos antigos.

Qual verei agora? Imaginei encarando todos os CDS dentro das caixas em cima da minha cama. Peguei alguns que não tinha titulo e resolvi vê-los para nomeá-los. Organizados assim, ficaria mais fácil de achar os que eram realmente importantes. Coloquei um dos CDS no meu notebook e comecei a assisti-lo. Esse eu chamaria de Regras básicas para convivência com Richard Blazzer.

1- Distanciamento Social: Não se aproxime de Richard. Ele não gosta de conhecer novas pessoas, prefere ficar sozinho. Ou seja, ele é antissocial e opta por não ter amizades. Não é que ele odeie as pessoas, ele só não quer ser responsável por magoa-las por causa do problema dele.

2- Evite Conversas: Não Fale com Richard. Isso ocasionará uma conversa que ele não lembrará. Também por que fará com que ele fique nervoso e talvez se exalte um pouco. Conversas são perigosas, diálogos requer argumentos, opiniões e às vezes é preciso tomar decisões que ele sempre se arrepende depois.

3- Faça Anotações: Não tente fazer Richard lembrar, use anotações. Ele prefere e acredita em tudo escrito. Pois certas situações mexem demais com suas emoções e se forem muito fortes, ele perderá a memória. Nem sempre é preciso dormir para esquecer, às vezes só é necessário sentir algo bom ou ruim. Infelizmente é assim que o Richard vive.

Se as regras são cumpridas, o ambiente é seguro. O Richard tem paz e a vida dele se torna tranquila. Isso é algo que Richard ama mais que qualquer coisa, mas – infelizmente – uma ameaça está ocasionando vários fatores para ele esquecer cada vez mais e sabemos que se Richard esquecer mais do que já vem esquecendo, logo ele não saberá mais como se alimentar, falar, para pior dos casos, até acordar. Esse é o vídeo de hoje, por favor obedeça às regras e peça para os outros também cumprirem.

Retirei o CD e escrevi o título nele, mas não achei suficiente para me motivar a assisti-lo, então coloquei um subtítulo, "as regras mais importantes". Notei que o Richard de 18 anos era um garoto mais problemático do que eu sou atualmente. Havia pelo menos mais 7 CDS titulados "Regras para sobrevivência" e foi aí que me dei conta, quem mais me protegeu até agora, foi ele. Eu estava muito desleixado quanto aos cuidados comigo mesmo e precisava parar de arriscar tanto, para não colocar a perder todo o esforço que fiz no passado.

Eu não sabia o que era pior, eu estar ignorando esses e mais uns 100 outros pendrives com outros avisos parecidos por causa de uma garota, ou ter que gravar mais uns 100 novos para conviver com ela. Eu poderia simplesmente ignora-la, deixar tudo como estava. Escrever "Não fale com a estranha que mora ao lado, ignore ela ou você vai morrer", mas não, eu deixei ela me beijar e agora estou aqui passando por tudo isso, só pra não magoar ela novamente.

Ah, Richard, você é um idiota, pensei vendo os últimos vídeos que gravei alguns anos atrás, dos 12 até os 18 anos. Para quem não queria gravar, tem até muito material aqui. Que criança estranha eu era. Suspirei finalizando todas as anotações e gravações. Demorou bastante tempo, porém, já posso visitar os novos vizinhos e me desculpar.

— Boa noite, querido. Parece que a tarde foi proveitosa. Tá tudo bem? — Minha mãe mandou uma mensagem. Às vezes ela faz isso, para não fazer barulho no meu quarto e me assustar — Se quiser eu levo sua comida.

— Já vou descer, perdão preocupa-la. — Mandei de volta e deixei aquilo tudo de lado, eu não estava mais aguentando tanta dor de cabeça por causa daqueles vídeos — Boa noite, mãe.

— Como foi a tarde? — Ela perguntou enquanto fritava algo branco e redondo e outra coisa fina e vermelha, provavelmente — Fiz ovos, com bacon. Seus preferidos também! Como o dia é especial, achei que comer apenas oque sobrou do almoço não seria legal.

— Então é isso. Meu aniversário não é tão importante assim — Brinquei, mas na verdade eu estava triste. Acho que minha mãe fez uma grande loucura — A senhora está... Como diz... Bonita.

— Obrigada, Querido! — Ela agradeceu sorrindo — Vou visitar os vizinhos de novo, Sammy não veio hoje, soube que ela teve um problema, vou ver como ela está.

— Que problema? — Questionei começando a ficar nervoso — Aliás, por que está tão arrumada?

— Não sei meu bem, ela está doente, os pais me disseram que ela estava em observação — Minha mãe explicou séria, me encarou por alguns minutos e depois voltou a olhar para comida — Richard... Você sabe o que é depressão? Não precisa se preocupar se não souber, nem ficar nervoso, eu explico.

— É a primeira vez que escuto essa palavra, eu acho... — Falei cruzando os braços, ela ainda não entende que eu esqueço certas coisas ou quase tudo, mas é melhor não falar sobre isso agora — Ela tem isso? Depressão? É uma doença grave?

— Sim, Richard, depressão é uma doença comum, mas séria que afeta negativamente como você se sente, como pensa e como age. — Minha mãe explicou colocando a comida no prato e sentando-se, então também sentei — A gravidade depende em que nível a pessoa está, no caso da Sammy...

— O que? No caso dela o quê?! — Interroguei chateado com aquele mistério todo — Fala mãe! O que houve?!

— Algumas pessoas ficam apenas tristes ou deprimidas, não tem mais interesse nas atividades que fazia, não se alimentam bem e até perdem muito peso ou ganham bastante. Algumas dormem de mais, outras já passam dias sem dormir. Se sentem frequentemente cansados. A maioria tem baixa autoestima e se culpam toda hora, mal conseguem pensar direito, se concentrar ou tomar decisões... — Esclareceu minha mãe encarando a geladeira, como se estivesse pensando em algo — Eu estudei bastante sofre isso e não foi fácil decorar tudo, mas quando soube sobre a Sammy, urgentemente pesquisei sobre isso, para caso você tivesse dúvidas.

— Imagino que deve ter lido muita coisa — Refleti percebendo algumas olheiras nela — Não precisava ter decorado tanta coisa mãe. Sei que queria que eu entendesse tudo, porém, você sabe que vou esquecer...

— Eu sei, por isso deixarei no seu quarto essas anotações que fiz e pesquisas. É muito importante que você aprenda mais sobre isso, até por que, a depressão, não dá para falar com tanta propriedade, pois só entende melhor quem tem, não se resume a um punhado de sintomas, é bem mais que isso. Contudo, eu queria que me fizesse um favor... — Revelou ela me encarando tão triste, que doeu em meu coração. — A Sammy... Ela teve esses sintomas, porém o que ela mais tinha era pensamentos de morte, tanto que...

Minha mãe começou a chorar. Eu não compreendia a situação, mas por algum motivo, comecei a chorar também. Aquela palavra, a mesma que eu evitei minha vida inteira, que tenho tentado fugir todos os dias e lutar contra ela desde que nasci, a palavra proibida, a que sempre foi presente em todos os diagnósticos, algo que todos temem, mas as vezes alguns a desejam. A Morte.

— Richard — Chamou minha mãe, chorando. Sai da minha cadeira e fui até ela, me ajoelhando para ficar na altura dela — Sammy tentou se matar...

Senti um impacto tão forte com aquelas palavras, que perdi as forças e me sentei no chão. Eu estava quase... Quase desistindo daquela loucura. Eu até pensei em tentar falar com ela, só cogitei a ideia de conversarmos, na verdade eu acabaria desistindo daquilo tudo. Li em alguns diários meus do passado, que eu costumava desistir de certas ideias, porém, quando minha mãe falou aquilo... Meu peito apertou de tamanha forma, minha cabeça doeu de um jeito tão atormentador... Não podia ficar ali parado, eu precisava fazer alguma coisa.

De tudo que eu deveria fazer naquele momento, eu fiz o impensável, ignorando toda dor, problema e o que aconteceria daquele dia em diante. Corri até a casa dos vizinhos e bati na porta, esperando alguém abri-la. Eu sabia que aquilo seria uma péssima ideia, não sabia o porquê de estar fazendo aquilo, mas quando escutei minha mãe falando sobre morte, meu corpo se moveu sozinho. Pela dor de cabeça que eu estava sentindo, era só uma questão de segundos para esquecer tudo, mas por algum motivo eu precisava vê-la. Por algum motivo eu sentia que eu seria útil para alguma coisa.

— Olá, alguém em casa? — Perguntei batendo novamente na porta depois de tocar a campainha 10 vezes — Perdão, mas é urgente!

Sinceramente, eu não entendia porque eu estava esperando alguém aparecer. A porta estava aberta e eu não precisava fazer isso, era só entrar. Apesar disso, seria inconveniente e muito errado entrar sem permissão. Eu deveria voltar... Minha mãe ainda não havia me seguido, seria melhor esperar ela ficar bem e depois vir aqui. Será que eu estou sendo precipitado? Eu nem conheço essa garota, amanhã não vou lembrar nem que fui dormir, imagina que ela existe, por que eu estou fazendo isso? Refleti impaciente andando de um lado para o outro.

— Licença? — Uma garota falou me assustando, fazendo com que eu desse um pulo para trás — Precisa de algo?

— Sammy? — Perguntei tentando lembrar se aquela pessoa era ela mesmo, mas a tentativa foi em vão. A dor de cabeça já estava apagando algumas informações, eu precisava ser rápido — Desculpa, eu vim perguntar algo e...

— Não sou ela! — A garota me interrompeu cruzando os braços e virando os olhos com tédio. Ela estava mascando um chiclete e não parecia nada gentil — Os pais dela disseram que não permitisse visitas até eles chegarem!

— Ah... Entendo. É que eu estava preocupado. Perdão o incômodo então... — Assumi desanimado e já estava saindo derrotado, quando a garota assoviou me chamando — Algo errado?

— Se for importante, pode ligar pra ela, só que estarei do lado conferindo o que você vai falar, certo? Os pais dela pediram para eu atender por ela, mas abro uma exceção pra você, com essa condição. — A garota cedeu percebendo minha urgência, tirando uma caneta e um papel do bolso, anotando alguns números e me entregando — É o número da Sammy. Até mais!

A jovem bateu a porta e não me permitiu agradecer. Pela cara dela acho que incomodei demais. Minha dor de cabeça estava aumentando, era melhor voltar e não perder mais tempo ali ou eu esqueceria sobre aquele papel, o número e de tudo sobre hoje, então teria feito tudo isso em vão. Espero que dê tempo ao menos explicar a minha mãe. Voltei com muito esforço para casa, no entanto, era tarde demais, abri a porta e por ela que estava de costas na pia lavando o rosto. Não pude ouvir nem suas palavras quando entrei, uma luz preencheu todo o lugar, mais uma vez eu estava desmaiando sem garantir anotações importantes para ler quando acordasse.

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