Teoria do amor ao caos ✔️

By valeofdolls

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Camila ama o controle. Ama tanto que fez uma lista de todas as etapas que tem que passar até chegar na sua so... More

notas da autora
Um - A nova estrela (é um saco).
#2
Dois - Você é culpada
Três - Entre odaliscas e rivalidades
Quatro - A garota mais legal do mundo. Parte 1
Exposed #4 & #5
Cinco - A garota mais legal do mundo. Parte 2
exposed - #6
Seis - O novo casal (SQN)
Sete - Dupla do caos
Exposed #8
Oito - Diet coke, batom e maconha
Exposed 9
Nove - Amordaçada e stalkeada (o que falta?)
Exposed #10
Dez - O ritual da tartaruguinha, dois beijos, e um banho.
#0 - Seja bem-vindo a Santa Clarita
Onze - A luta de classes e a vida de merda.
Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D
Treze - Verdades e caronas não fazem mal a ninguém(né?)
Quatorze - Teorias, chantagens e bandas indie (tem tudo a ver)
Exposed #15
Quinze - Todo mundo tá planejando algo (menos eu).
Exposed #16
Dezesseis - Bandaid, gols e pedidos inesperados
Bônus - Te amar trouxe consequências
Planos, tapas merecidos e legos
Dezoito - As lições que eu aprendi com você.
Exposed 19&20
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós.
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2
Vinte - Raios, faíscas e feromônio
Vinte e um - Eu sinto você
vinte e dois - Lições do papai
Vinte e três - Boias para nos salvar
vinte e quatro - eu te deixei (mas não vou te abandonar)
Exposed #25
Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar
Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração
Vinte e sete - Não faça isso comigo
Exposed #28
Vinte e oito - A bruxa está solta.
Vinte e nove - Quente e doce.
Trinta- Ação de (des)graça
Exposed #31
Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades
Trinta e dois - Constelações, beatles e magnitude
Exposed #33
Trinta e três - Feliz Natal, felizmente.
Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Tudo que ficou no passado #1
Livro dois - Capitulo Um - Ponto de Ruptura
Livro dois - Protetora
Livro dois - Tudo por ela
Livro dois - Planos infalíveis são quentes.
Namorados novos são um saco.
#2 Tudo que ficou no passado.
Livro dois - Chegamos até você.
Livro 2 - Epitáfio
Livro dois - Consequências
EXPOSED - DOIS ANOS :O
Livro 3 - Seguindo em frente
Livro 3 - Nós
Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Epilogo

Recuperando corações perdidos

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By valeofdolls



AVISO: Sexo explícito.

Os campos de futebol estavam lotados de alunos, observando o treino físico que as lobas faziam ao redor do campo. Olhos castanhos iam e viam na movimentação objetiva e decidida de Lauren. Camila aguardava a namorada na segunda pela tarde para colocar um fim no clima de guerra fria entre elas. Pra sorte da sua ansiedade, o treino acabou bem cedo, e as jogadoras foram uma a uma para os banheiros. Ela esperou pacientemente os grupos de meninas entrarem e saírem, sabia que normalmente Lauren ficava por último, justamente ser a capitã.

Por isso, não foi surpresa encontrar Lauren sozinha, sentada, retirando a chuteira e usando apenas um top preto. Ela ergueu os olhos franzido o cenho para Camila que recuou, colocando as mãos no bolso da calça. As vezes Lauren era assustadora.

Jauregui nem terminou de tirar a chuteira e ficou de pé, cruzando os braços em uma expressão dura, se erguendo daquela maneira, revelando seu belo rosto, para o prazer visual de Camila.

— Eu realmente preciso falar com você, Lo. – Camila disse.

— Eu não acho que seja u... – Ela começou e a namorada não lhe deu tempo de terminar a frase.

— Por favor, me deixe falar... – Em meio a um suspiro relutante a morena assentiu. – Lauren me desculpe, eu sinto muito de verdade. Eu não deveria ter dito aquelas coisas, eu não deveria ter agido daquela maneira, mas eu...eu estava com tanta raiva. Tão ressentida, tão magoada e eu não estou orgulhosa disso. Eu sei que eu baguncei as coisas, mas eu precisava vir.

— Por você? – Lauren a desafiou. – Ou porque realmente é importante?

Camila olhou profundamente em seus olhos, como se não tivesse ouvindo direito a pergunta.

— Por que eu te amo.

— Eu também te amo, não é nosso amor que está sendo questionado sim o tipo de relação que você quer ter comigo? Eu quero um futuro com você, sem queimar nossas etapas. O que você fez foi jogar na minha cara que eu não sou tão importante assim e que esses sonhos mudam conforme sua raiva das coisas.

— Eu tinha acabado de encontrar minha mãe com um cara. – Disse sem tirar os olhos de Lauren. – E tudo bem, eu sei que isso é ridículo e infantil, mas eu não estou pronta pra colocar outra pessoa na nossa vida. Eu perdi meu pai...

— Você agiu como se fosse minha culpa! – Lauren aumentou exponencialmente seu tom e depois a expressão dela ficou mais sombria e ela disse: – que saber, deixa pra lá Camila. Eu sei bem como essa conversa vai acabar..

— O que você queria que eu fizesse? – Ela devolveu no mesmo tom de Lauren – como queria que eu reagisse racionalmente? Queria que eu abrisse a porta e dissesse "seja bem-vindo a minha vida, pode foder minha mãe e ocupar o lugar do meu pai que morreu não tem nem um ano".

— Camila, você pode se ouvir? Seu pai abandonou seu lar, você está endeusando a figura de alguém que foi um péssimo marido, eu nem estou falando do fato dele ter sido um péssimo pai pra você também.

Sua voz fez ecos dentro do banheiro o que só deu mais ênfase as suas duras palavras. Lauren nunca tinha usado aquele tom com namorada antes, mas ela não pareceu arrependida.

— Pare de dar palpite sobre a minha família! Pare de falar sobre o que você não sabe! – Ela agora estava praticamente gritando. – Sabe o que é engraçado, Lauren? Seus chiques e riquíssimos pais largaram você e seu irmão nessa cidade de merda para cuidar de dinheiro e compraram a sua compreensão com um carro...

Assim que diz suas palavras, Camila sabe que foi a pior decisão que poderia tomar. Ela cobriu os lábios com as mãos, como se tentasse refrear o que disse, mas é tarde, o efeito do que disse está desenhado em cada linha do rosto de Lauren, e os olhos brilham com lágrimas que ela não derramou.

A ironia é que o carrão que ela usou como argumento havia sido vendido naquela semana para pagar seus estudos.

— Está satisfeita? – Lauren pergunto, a voz mais rouca que o comum. A decepção escrita em cada pedaço do seu rosto. – Parabéns você venceu, foi mais baixo que eu. – Lauren finalizou sua frase batendo palmas irônicas.

— Me desculpe, me desculpe, eu não quis dizer isso, eu não sei porque eu fiz essa escolha imbecil de palavras. – Camila tropeçava em suas justificavas. – Eu...Deus como eu sou burra! Eu não queria te magoar, meu amor você sabe que eu-

Lauren soltou uma risada curta e seca e balançou a cabeça, cortando Camila.

— Eu não sei. – Eu confiei em você meus ressentimentos sobre meus pais e é isso que você faz, os devolve para mim em forma de raiva. – Ela não olhava para Camila enquanto dizia isso. – Nunca pensei que você fosse capaz disso.

Camila visivelmente estremeceu com suas palavras, levantou os olhos, parecendo desesperada. Ela abriu a boca, provavelmente para se desculpar mais uma vez, mas Lauren não lhe deu chance.

— Você está certa, Camila, meus pais trocaram meu irmão e eu por grana, e eu sei mais deles pelos jornais de negócios e fofocas que por ligações e afetos. – Ela deu um pequeno riso triste. – Está feliz agora que me feriu, está feliz em me ver sangrar como você?

A cubana olhava para Lauren, com os olhos castanhos lavados por suas lágrimas. Ela não se sentia capaz de dizer qualquer coisa, não podia dizer nada que chegasse perto de minimamente se desculpar com Lauren.

— Estou cansada, Camila. Eu amo você, eu amo tudo que temos, mas eu não posso negar que tudo que você tem feito desde que eu pisei meus pés aqui é me julgar, e me atirar contra a parede, como se o fato de eu ter crescido rica, eu sou uma espécie de robô, incapaz de ter sentimentos ou reações humanas. Então se você está pensando em me pedir desculpas mais uma vez, não perca seu tempo. Está tudo bem.

— Lauren...

Ela se virou e foi embora. Simples assim, ou tão complicado assim. Sem qualquer aviso, uma montanha imensa de tristeza desmoronou sobre as costas de Camila, dissolvendo-a como uma montanha de lama. Ela escorregou até a poltrona, abafando um grito com as mãos.

Demorou cinco dias para a mentira se espalhar. Com os veteranos dando adeus de Alexander Maximus, parecia que as pessoas estavam sedentas pelas últimas fofocas. Camila não sabia muito bem a causa, só que na quinta quando chegou, pareceu que todo mundo da escola participava ativamente da sua vida particular. Mais do que o normal.

O maldito Gato que Ri postou em primeira mão o término do casal mais hypado da escola. E a postagem é cheia de histórias fantasiosas para dizer o mínimo, e obviamente cheia de interpretações mais bizarras que outras, que incluíam:

Camila não sabia quem tinha dado o pontapé inicial aquela confusão por um termino que nunca aconteceu, mas não era isso de fato que a preocupava.

O que estava lhe deixando uma pilha de nervos era a falta de notícias. Ela preferia quando Lauren gritava, berrava e elas duas brigavam. Não sabia lidar com aquela frieza, não queria e não sabia lidar com aquela Lauren. Como se não bastasse, o clima com sua mãe também não estava dos melhores.

E não, depois que sua raiva passou, ela não continuou pensando que estivesse com razão, era exatamente por saber que estava errada que ela se sentia tão perdida.

Horas mais tarde, Sophie, Alycia e Dinah notaram a ausência de Lauren mais uma vez na hora do almoço, mas não comentaram. Era tão óbvio. Camila viu de rabo de olho a jogadora passar segurando sua bandeja com comida, conversando empolgadamente com Vero.

Ela assumiu que Jauregui estava apenas fingindo aquela tranquilidade para lhe provocar, mas não podia ajudar a conter o formigamento de preocupação que subiu em seu peito. Afinal, sendo bem sinceros, tudo que a gente quer quando ama é que até na dor e na raiva exista reciprocidade.


Mila mastigou lentamente, engolindo seu almoço com ajuda de água. Uma culpa intransponível subiu em seu peito. Camila disfarçou pegou seu celular no bolso do jeans skinny, digitou rapidamente e sem pensar muito enviou mensagens.

Ela ficou observando a tela com a conversa aberta, Lauren ficou online, viu sua mensagem, começou a digitar alguma coisa, apagou tudo e ficou offline novamente.

— Você está a ponto de chorar na mesa? – Ela ergueu os olhos encontrando Alycia com seu típico risinho debochado.

— Por favor, hoje não.

— Eu estou apenas brincando. – Ela meio que se desculpou, enquanto as amigas observavam em silêncio. – o que aconteceu entre você e a Lauren? Tem cinco dias que ela mal responde as coisas sem resmungar como um velho rabugento.

— Como se você não soubesse... – Camila ironizou.

— Sim, eu sei. E se me permite dizer, todas concordamos que você exagerou.

— Eu sei que estou errada, ok? Vocês todas estão certas, eu errei, mas ela está me ignorando solenemente... – As lágrimas voltaram a cercar seus olhos. Camila mordeu o lábio para tentar segurar as lágrimas. – Esses dias estão sendo mais difíceis do que eu esperava, eu só queria poder conversar com ela. Como posso consertar as coisas se ela nem me nota?

— Já tentou mandar nudes?

— Foi o que eu disse a ela. – Dinah concordou. – Coloque esse rabão pra jogo, sis!

— Argh! Vocês estão insuportáveis, não conseguem levar nada a sério! – Ela explodiu, arrastando a mochila, derrubando a cadeira no processo. Camila saiu pisando duro para fora do refeitório, não sem antes ouvir mais uma piadinha de Alycia.

— Um vídeo é melhor!

Quando a aula de literatura chegou na sexta, Camila teve um segundo de alívio pensando que dessa forma Lauren não poderia fugir dela, e para o seu alívio Lauren conversou rapidamente com a professora e após uma negativa simpática ela se aproximou sentado ao seu lado. O cheiro do seu perfume inebriante foi a prova certeira que Camila estava morrendo de saudade. Ela teve que se esforçar para não se aproximar e roubar um daquela boca, sete dias pareciam sete anos.

Lauren estava usando uma bandana azul enrolada na cabeça, combinando com seu moletom de cor igual. Tão naturalmente bonita.

— Bom dia. – Disse ela cautelosamente, notando uma mecha que escorria do cabelo de Lauren e caia sobre seus olhos.

— Bom dia. – Ela respondeu com uma frieza calculada na voz.

— Lauren eu-

— Agora não Camila, a aula vai começar.

Mila afundou na cadeira desejando voltar no tempo e apagar as palavras que disse. Lauren estava certa em lhe oferecer tanta frieza, mas ela estava tentando se desculpar. Odiava aquela barreira esquisita. Odiava ser tão impulsiva. Estava tão acostumada a ter Lauren em sua vida que tinha esquecido como era a vida sem ela e tudo que ela representava quando o assunto era a tranquilidade que precisava.

Ela tinha vivido um sonho nos últimos meses, mas pouco a pouco acordava para a realidade que sempre cercou sua relação: Lauren ia embora. E sua atual dependência não estava pronta para lidar com nenhum tipo de distância.

— Bom dia, Classe. – Annabeth cumprimentou com um sorriso largo. – Camila não prestou atenção em uma vírgula do que ela disse, estava mais focada em observar a miríade de cores que atravessavam os olhos de Lauren.

— Lauren. – Disse ela suavemente, a voz implorando. – Eu não aguento mais isso... Serio, eu sinto muito... – Lauren continuou escrevendo contra o papel, aparentemente sem dar atenção a ela. – Lauren? Você tinha razão eu fui boba e infantil. Você está me ouvindo?

Os olhos dela se desviaram para Camila, sem arrancar de si a expressão de chateação dos olhos.

— O que foi? – Ela fulminou a namorada de novo.

— Eu não sei.

— Se você não sabe, eu não posso te ajudar.

— Meninas... – Obviamente bem nesse momento que a professora Thompson pareceu notar a conversa entre a dupla e lançou um olhar severo para elas. – Querem participar com a turma o que é mais importante que uma atividade avaliativa?

Camila abriu a boca para se desculpar, mas Lauren a cortou antes que ela pudesse sequer expressar as palavras.

Não vai acontecer novamente.

— Isso é uma loucura. – Disse Lauren para Alycia que estava tentado empurrar um milhão de livros dentro da bagunça do seu armário. – eu tirei A em calculo avançado e ainda assim o professor escreveu que eu deveria melhorar.

— Se quiser eu troco com você pelo meu B-. – A loira riu e notou o olhar vacilante de Lauren em direção a uma Camila que subia as escadas longe o bastante para vê-las. – Você não tem falado com ela?

— Não. E você?

— Sim. – A loira continuava tentando forçar o livro dentro do armário. – Ela me chamou pra tomar sorvete ontem e fomos em uma livraria aqui perto. –Lauren engoliu em seco. Não era ciúmes, só esquisito saber que sua prima e sua namorada estavam saindo juntas.

Alycia percebeu a sobrancelha erguida e a postura tensa e deu um sorriso.

— Não me diga que você está com ciúmes. – Ironizou ela.

— Claro que não. – Estava sim. Lauren piscou retirando aquele pensamento bobo da mente. – Posso fazer uma confissão? – Completou rapidamente, embora jamais fosse dizer uma coisa dessas se não soubesse o que sua prima responderia. – Eu não estou arrependida.

Alycia olhou a prima com o que lhe pareceu um olhar divertido.

— Esse é o tipo de comentário que eu não esperaria que você fizesse.

— E eu sequer estou com raiva dela ainda – Ela admitiu – Só espero que isso a ajude, que nos ajude...

— Ou talvez crie uma rachadura irreparável entre vocês. – Lauren franziu o cenho e Alycia enfim conseguiu enfiar os livros dentro do armário. Ela arfou pelo esforço e virou para Lauren. – Olha, longe de mim querer bancar a dona da razão, mas você também não foi lá muito justa com ela. Camila passou por coisas sinistras nos últimos tempos, eu não sei como reagiria ao chegar em casa e encontrar minha mãe se beijando com um cara que não seja o meu pai. Tudo bem que falar de seus pais foi uma grande merda, mas e você falar do pai dela que só por acaso está morto?

— Eu também tenho meu orgulho, – Se defendeu Lauren. – Eu não acredito que até você normatiza essas atitudes? Eu não sou a namoradinha casual. – Lauren a queria mais que isso. Precisava dela mais que isso. – Pelo menos eu não achei que fosse.

— Eu não estou normatizando nada. Mas, não é só porque ela agiu como uma criança rebelde que você tinha que repetir a dose. A quem você está punindo? Ela? Vocês? Ninguém?

Alycia estava dizendo isso, mas não falando de forma crítica. Ela olhou para expressão da prima e riu. Conseguia ler exatamente quando Lauren estava insatisfeita.

— Tá vendo? É sempre isso. Eu tenho que ceder, eu tenho que ir atrás dela e pedir desculpas. – Ela gesticulava indignada. – Sinto que eu sou o cãozinho da Camila, ela chuta e eu volto com o rabinho abanando. Eu também tenho sentimentos e eu estou cansada.

— Eu gosto de apanhar de mulher bonita.

— Alycia, isso é muito sério! – A loira assentiu sem perder o ar divertido.

— Só...certifique-se de não torturar demais a mulher da sua vida... Eu deveria ter te dito antes, mas... Ela recebeu a carta de Juilliard ontem, e nem desconfia que foi você. Dinah, Sophie e Nico a levaram em um restaurante para comemorar.

A expressão de Lauren se suavizou imediatamente e ela quase sorriu.

— Eu gostaria de ter visto o sorriso dela.

— Foi mais do que um sorriso. – Um leve beliscão voltou a lhe incomodar, por Alycia saber primeiro de coisas importantes sobre Camila que ela, ou por Camila nem ao menos lhe mandar uma mensagem contando, ainda eram namoradas, ou algo perto disso.

Dessa vez ela tentou ser rápida em camuflar suas emoções, no entanto, Alycia notou a concentração de lágrimas nos olhos claros da prima.

— Não chora, ou seremos duas idiotas chorando aqui no meio do corredor. – Lauren tentou secar o fluxo de lágrimas de seus olhos, uma tarefa praticamente impossível. – Eu nunca imaginei que fosse te ver chorando por uma garota.

— É a minha TPM, idiota.

— Claro, quem imaginaria que é por outro motivo? – Debochou ela.

Lauren tentou não rir, mas pelo menos tinha Al para lhe animar em dias como aquele.


— Eu preciso ir,  vou levar minha gatinha ruiva para sair. Você vai ficar bem?

— Vou.

A loira deu outro tapinha no braço da prima seguiu. Lauren se sentiu um pouco mais sozinha sem ela. Encostou no armário descansando a cabeça no metal e pensando em como seria sua vida quando não tivesse os conselhos daquela grande babaca.

De repente, ela ficou com muito medo do futuro.

Camila corria apressada em direção ao estacionamento, tinha prometido levar Sofia para comer pizza e tinha perdido a hora com Nico e Sophie jogando conversa fora na lanchonete. Ela mal tinha descido as escadas em direção a saída quando um pequeno borrão de cabelos espetados surgiu diante dela.

— Vocês terminaram mesmo? – Mike exigiu, interrogando ela. – Eu perguntei se ela tinha te magoado, e ela me expulsou do seu quarto.

Camila largou a mochila no chão e sentou na escada, batendo ao lado pra Mike fazer o mesmo.

— Lauren não fez nada. – Cabello fez questão de esclarecer. – Eu sou a culpada. – concluiu.

Era engraçado aquela pressa que as pessoas tinham em concluir que era Lauren quem a magoava. Fato é que, ela nunca imaginou que Lauren fosse capaz de qualquer coisa além de lhe dar o amor mais puro e bonito que ela já teve contato.

Ela lhe contou detalhadamente tudo que tinha acontecido na noite fatídica, enquanto um Mike, curioso ia passeando em expressões e no fim cruzando os braços em torno do corpo com uma das sobrancelhas erguidas.

— Você precisa consertar isso. – Ele exigiu. – Eu não sei o que é ter pais divorciados, mas acho que isso é o mais próximo. Não vou conseguir lidar novamente com o estresse de ser seu amigo e irmão da Lauren se vocês vão voltar a viver em um pé de guerra.

— Não está chateado pelo que eu disse dos seus pais? – Mike deu de ombros.

— Você não mentiu. – Sua resposta fez ela se sentir ainda mais culpada. – Só voltem a se amar de novo, não quero mais ninguém fazendo bolo de caixinha pra mim. Conserte isso...

— Eu vou. – Prometeu Camila, mais pra si mesma que a Mike. Ela precisava consertar isso.

Prometer a Mike uma reação e pensar em algo para recuperar o coração que ela tinha perdido eram coisas completamente diferentes. Ela não queria forçar a barra das coisas, longe disso. Mas sua mente estava evaporando qualquer tipo de pensamento coerente a media que os dias passavam e a distância entre ela e Lauren ficava cada vez maior. A medida que as fofocas eram tantas, que ela não sabia se Lauren não estava mesmo saindo com a loira do primeiro ano.

Guiada pela sua impulsividade ela traçou um plano para tentar mostrar a Lauren que estava disposta a mudar por elas. E obviamente se desculpar por ter passado de todos os limites.

No primeiro dia, lhe deu fotos.

Tinha dormido pouco na noite anterior, porque passou a madrugada imprimindo todas as fotos que encontrou delas na sua nuvem. Transformou todas em um mosaico. Não dormiu. Não fez pausas.

Ela sabia que não estava só dando fotos, estava dando seu tempo. A cada colagem, entregava a Lauren segundos preciosos da sua vida.

De manhã, contando com a ajuda de Alycia, arrombou o armário de Lauren e colocou o bonito mosaico lá.

No segundo dia, ela fez uma lista de coisas que gostava em Lauren.

coração

olhos

pintinhas

boca

sorriso

sardas

dentes

eloquência

rouquidão


A lista tinha mais de vinte adjetivos e até ela se surpreendeu quando acabou. Fez isso na sala da sua casa, com Dinah, Alycia e Sophie junto.

Depois que anotou as palavras, 23 no total, reescreveu com capricho em um papel, anteriormente borrifado com seu perfume, com um cabeçalho: O que só eu vejo em você e quero que saiba.

Ela deixou o papel no armário de Lauren no começo da manhã. No fim das aulas, encontrou algo que lhe deu esperanças: um pedaço de papel no seu armário que fez seu coração sorrir. Era uma tirinha de diário de um banana.

No terceiro dia, Camila deu a ela distancia. Seu desejo não era sobrecarregá-la com sua presença. Também queria dar a ela (e a si) tempo para pensar.

Sábado era o dia da quermesse da chegada da Primavera. Todas as turmas de AM, reunidas em ações sociais e um dia divertido ao redor de brincadeiras e Junk Food. Ela teve a companhia animadíssima de Sofia.

Adorava seus momentos com a irmã. Sofia era engraçada, autentica e tinha uma personalidade forte. Camila amava quando chegava da escola e a irmã pulava em seu pescoço. Às vezes, ela era bastante carente, ou chorava com saudade do pai delas, mas para Camila estava ótimo ela tinha amor de sobra para dar a irmã.

Assim que saiu da cama elástica a garotinha deu um grito afetado e soltou a mão da irmã correndo em direção a alguém que Camila levou pouco tempo para reconhecer como Lauren Jauregui.

Ela ergueu lentamente a sobrancelha dando uma avaliada poderosa em na namorada. Fazia um calor infernal aquele fim de tarde. As pessoas usavam roupas mínimas enquanto desfilavam para lá e para cá e com Lauren não era diferente, ela parecia extremamente confortável com shorts jeans apertados e uma blusa preta com as mangas arregaçadas até os ombros.

Mesmo no meio de tanta movimentação, sua beleza desequilibrava o ar, enquanto ela enchia balões e autografava para crianças e alguns adultos que faziam fila ao redor dela.

Sofia se aproximou dela pelas costas e se aproveitando de Lauren agachada tapou seus olhos com os dedos fofinhos.

— Adivinha quem é!

— Hmmm... A mulher maravilha?

— Não.

— A Capitã Marvel.

Ela deu uma risadinha.

— Não.

— O Dobby?

— Sou eu a Sofia, sua boba!

Lauren virou, agarrando Sofia e fazendo cócegas nela em seu colo. Camila pensou que queria uma centena de filhos com aquela mulher, pelo menos.

— Ei. – Lauren a cumprimentou timidamente, assim que virou e viu Camila. As bochechas adquirindo uma tonalidade mais rosada do que o normal.

— Olá.

— Tem certeza que não vai derreter ao sol? – Lauren riu e entregou um balão a Sofia.

— Acho que só vou brilhar mesmo. – Camila sorriu também, ficando aliviada por estarem conversando levemente. Isso era alguma coisa.

— Lauren, – Sofia cortou a troca de olhares das duas puxando a manga da blusa da jogadora. – Por que você nunca mais foi nos ver? A Camila disse que vocês estão dando um tempo, eu pesquisei no Google, eu não gostei do que eu achei lá. Acho que é uma palavra bonita pra dizer que vocês terminaram.

— Uou...Eu- – Ela engoliu em seco sendo pega totalmente de surpresa por aquela enxurrada de coisas – Sofia, agora não é exatamente o momento pra eu te explicar isso, depois tudo bem?

— Você não vai mais no ver? A Mila fica triste quando você não está perto. – Lauren desviou os olhos dela até Camila, que deu de ombros.

— Eu aparecerei em breve.

— Quando?

— Sofia. – Camila resolveu dar um desafogo a Lauren. – Você deixa eu falar a sós com a Lauren um minuto? A Dinah está na barraquinha de maçã do amor, me espere lá. Tudo bem?

Quando a menina correu animada para o lugar onde a irmã havia mandando, Lauren suspirou aliviada.

— Obrigada por isso, ela é um terror. – Camila não respondeu, apenas se aproximou, afastando uns fios de cabelo do rosto de Lauren, aproveitando para fazer um carinho cuidadoso na pele macia e um pouco suada.

—Você está linda...e cheirosa.

Lauren recendia um aroma picante, talvez canela. Camila levantou os olhos para encontrá-la lhe fitando.

— Está dando em cima de mim? – Camila riu para não responder.

A eletricidade entre elas era palpável. Quase visível. E perigosa.

— Senti falta dos seus bilhetes, desistiu de mim?

— Não. Eu só estou te dando tempo para sentir minha falta.

— Isso só não acontece quando eu estou com você. – Sem vergonha alguma Camila mordeu os lábios. Ela era tão gostosa e sedutora.

— Tem uma coisa boa de não ser oficialmente sua namorada. – Lauren franziu o cenho em confusão.

— E o que é?

— Eu posso voltar a flertar com você. – Um vestígio de sorriso se infiltrou nos lábios dela.

— Com essa saia isso é algo muito perigoso de me dizer. – Ela desceu os olhos pelo seu corpo. E Camila se arrepiou só de pensar a quantidades coisas que passou por aquela mente. – o que vai fazer quando sair daqui?

— Você quer jogar esse joguinho de "amantes". – Lauren riu e piscou pra ela.

— Eu não vejo motivos para não agir como amante da minha namorada. – Camila notou Dinah e Sophie acenando para ela, e virou-se com certa petulância para a jogadora.

— Eu preciso ir. -- Ela arfou quando Lauren esticou-a para mais perto, encostando a boca muito próxima do seu ouvido.

— Não fuja do meu campo de visão, eu estou de olho em você.

— Ciúmes? -- Lauren semicerrou os olhos.

  A sensualidade natural da cubana estava nas alturas. Lauren podia notar todos aqueles abutres cercando-a com seus olhos como se estivessem a ponto de despi-la. Camila usava uma saia curta azul com diversas flores pequenas, e uma tomara que caia ajustava-se a suas curvas evidenciando cada coisa que ela tinha de bom.Não eram poucas coisas... 

Camila teve certeza que arrancou muitos olhares naquela manhã, mas estava mais interessada no que aqueles olhos verdes pensavam.

Lauren ia dizer alguma coisa, porém sua ação foi interrompida quando uma garota se aproximou delas. E mais uma vez o destino jogava dados contra elas.

— Ai está você... Eu estava te procurando esqueceu que tem um encontro, bobinha? – Camila franziu o cenho, com todas as interrogações que tinha direito.

Ela a reconheceu, era Sara Lana Parker, a tal loira misteriosa do primeiro ano. A garota de seios fartos e olhos azuis perigosos, era deslumbrante o bastante para ser uma esponja social. Todos diziam que ela era a próxima Lucy, a Queen Bee daquela escola.

Cabello olhou para a namorada com a boca entreaberta, as mãos indo diretamente a cintura em uma postura questionadora. Lauren ficou sem reação, como se estivesse tentando processar na sua mente o que era mais apropriado.

— Oh, Camila. – Disse ela com a voz afetada, como se só tivesse visto a garota naquele momento.

— Sara... – Lauren se afastou um pouco. – Você poderia nos dar licença? – Sua voz não foi rude, mas foi segura. – Camila e eu estamos conversando.

— Oh, – A menina lançou um olhar nada feliz para Camila. Como se fosse ela a namorada e Camila a irritante intrometida. – Não demore... – E então ela saiu rebolando daquela maneira exagerada.

— Encontro? Explique-se, Lo... -- Lauren pôde sentir cada gotinha de seus ciúmes naquele "Lo".

— Não tenho o que explicar, estou prestando monitoria aos alunos do primeiro ano.

— Monitoria a garotas do primeiro ano.

— Camila, isso é ridículo.

— Parece que estamos concordando em algo, isso é ridículo! É ridículo ver essa garota se jogando pra cima da minha namorada, usando apelidos íntimos, dias depois de terem saído boatos sobre elas.

— Eu não acredito que você está dando crédito para O Gato Que Ri. – Havia tanto ironia quando chateação em sua voz. – sendo assim eu poderia lhe questionar quem é o moreno misterioso e malhado a você. Quem é ele?

— É o Nico, meu melhor amigo! Diferente de magicamente você ter inventado de dar aula de monitoria para um grupo de garotas! Quer saber, Lauren... tanto faz.

— Você sabe que não sou eu que faço as regras... – A cubana manteve a expressão dura. – Camila...

— É sério, tá tudo bem...

— Camila.

— Vá de uma vez, você não vai querer se atrasar, Lo...

Ela ainda tentou tecer mais um argumento, mas Camila passou por ela como um tufão de cabelos castanhos. Dinah e Sophie astutas como eram perceberam assim que a amiga se aproximou da barraca de maçãs do amor que algo não estava bem.

— Pode ficar com Sofia? – Dinah assentiu, enquanto a amiga claramente tentava conter as lágrimas.

— Pra onde você vai?

— Pra casa. Eu volto pra buscar ela mais tarde.

— Camila, tem certeza?

— Eu tenho sim. Divirtam-se.

Lauren ergueu o pescoço novamente tentando encontrar Camila e algum lugar, ali. Mas foi em vão, o parque ainda estava movimentado e as alunas do primeiro ano pareciam cada minuto mais ousadas e ela só pensava que queria encontrar Camila e se explicar.

Notou que os delinquentes andavam juntos em direção aos carrosséis, sem a presença de Camila. Ela franziu o cenho para aquele fato. Largando Sara Parker falando sozinha, ela correu até o grupo de amigos.


Dinah fechou a cara, Nico fez uma careta, e Sophie desviou o olhar para o outro lado. Reações nada surpreendentes para ela, era óbvio que eles já sabiam do pequeno conflito mais cedo. Mesmo assim ela parou diante deles.

— Eu preciso falar com Camila. – Lauren pediu sem se direcionar a nenhum dos três.

— Eu deveria te matar, Jauregui. – Dinah ralhou. – o casal complicado era pra ser sua prima psicótica e Sophie.

— Ei, eu ainda estou aqui. – Sophie declarou.

— Eu só quero saber onde ela está. – insistiu.

— Ela foi pra casa, ou você acha que ela deveria ficar observando você se esfregar com aquela loira idiota? – Lauren tentou se justificar, mas Dinah continuou falando – eu juro Lauren, não quero nem saber se você é a capitã do time, se fizer minha amiga chorar novamente eu vou chutar essa sua bunda branca de volta para Miami.

— Eu vou fazer a coisa certa, Dj

Mila estava sozinha em seu quarto, a porta trancada por trás dela. Ela tinha a intenção de tentar canalizar sua raiva em algo positivo, para alimentá-la pelo menos artisticamente. Fugiu da quermesse para aplacar seus problemas com Lauren e deu de cara com sua mãe e o Dr. Benson, em mais de suas excursões românticas.

Não queria ser egoísta. Não queria ser tão idiota. No fundo Lauren tinha razão, seu pai foi um péssimo pai. Não era a memória do Alejandro real que ela queria preservar e sim do homem que ficou em Cuba quando eles atravessaram o mar pra chegar ali. Não deveria ser tão duro assim aceitar que sua mãe merecia ser feliz também.

E no meio de tudo tinha Lauren, e todos os problemas que de uma hora pra outra pousaram e ficaram. Talvez o relacionamento delas não fosse o que ela achava que era, afinal de contas. Mas ela ansiava pelo cheiro de Lauren, por seus longos e tonificados braços para abraçá-la. O seu olhar suave e verde para lembrar a Camila que ela não estava sozinha.

Camila fungou para si mesma, secando as lágrimas com sua camisa do time de futebol. Então ouviu uma batida na porta, despertando-a.

— Mama, eu não quero conversar. – A cubana disse em sua língua nativa, sentindo o resto do seu ânimo escorrer.

A figura do outro lado da porta não se moveu.

Camz.

Ela suspirou e mordeu o lábio.

— Como você entrou na minha casa? – Exigiu friamente.

Jurou que sentiu Lauren se encolher do outro lado da porta.

— Sua mãe me deixou entrar. – Lauren admitiu, quase timidamente. – Eu só queria te explicar que não existe nenhuma loira misteriosa, ou morena, ou coisa alguma. Não existe ninguém, não vai existir. Eu não sei que está passando pela sua cabeça, mas eu jamais trairia você.

— Eu acredito em sua fidelidade.

Ela sentiu e ouviu um baque e, em seguida, um som deslizante. Lauren sentou-se contra a porta e respirou fundo.

— Acho que a gente precisa conversar... Eu devo desculpas pelo que eu disse sobre seu pai. Por mais coisas questionáveis que ele tenha feito, não é meu direito apontar ou julgar.

Camila tentou não derreter com seu tom adocicado e amoroso.

Ficaram em silêncio por um momento.

— Você pode desabafar agora. – Lauren pediu timidamente. – ou me xingar.

Camila respirou, estabilizando-se.

— Sobre o que?

— O que de verdade está te machucando?

— Tudo, nada... Não posso te dizer com certeza, só sei que não consigo seguir em frente.

— Eu não acho que isso seja sobre seguir em frente e sim sobre encontrar a felicidade, apesar dele, apesar da lembrança dele. E além do mais, eu duvido que o Dr. Benson queira ocupar o lugar do seu pai, ele quer fazer sua mãe feliz e ela merece isso... Dentro de dois meses você vai dar adeus a essa cidade, a essa casa e a sua mãe e depois em mais alguns anos vai ter sua vida, sua família, seus filhos. É sua mãe quem está sendo abandonada, no fim das contas, não você.

Em silêncio, Camila ouviu os movimentos inquietos de Lauren do outro lado da porta.

— Camz? – Lauren chamou depois de um tempo em silêncio. – Por favor me diga algo...

A porta se abriu e Lauren levantou do chão rapidamente. Ela ficou cara a cara com Camila, o verde encontrando o marrom.

— Paz. – Lauren levantou as mãos em sinal de rendição, entrando no quarto.

Camila jogou os braços em volta do pescoço de Lauren, desabando todo seu peso sobre a namorada enviando as duas para o piso de madeira. Mila se afastou de Lauren apenas ligeiramente para sussurrar:

— Oi Lauren.

— Oi Camila. – Lauren murmurou, beijando sua boca com saudade, as línguas se movendo com sincronia e as mãos inquietas matando a saudade por contato.

Lauren escorreu beijos pelas maçãs fofinhas do rosto da namorada, até Camila lhe interromper, com o mais lascivo dos sorrisos.

— Eu adoro essa sua parte romântica, mas não é exatamente disso que eu estou precisando agora, amor.

— Achei que ia querer discutir nossa relação.

— Já fizemos isso muitas vezes essa semana, eu quero outra coisa.

Ela puxou Lauren pra ficar sobre ela, sorrindo diabolicamente enquanto chutava a porta atrás delas.

— Lauren. – Camila exalou puxando a maior para seus lábios, segurando sua mão livre e sem cerimônia alguma levando até o meio pulsante das suas pernas. – Você precisa acabar com isso. – sussurrou, chupando levemente lábio inferior de Lauren.

— Porra... – Lauren gemeu, os olhos arregalados e escurecidos pela luxuria a medida que ela notava a maneira fácil que seus dedos escorregavam pela intimidade totalmente molhada da namorada. – Eu estava com saudade. – Lauren murmurou enquanto erguia as mãos pelo seu corpo, levando embora tanto o sutiã quando a blusa para ter acesso à sua pele nua e macia, entregando beijos através do seu corpo, enquanto Camila roçava de maneira lenta contra sua virilha.

— Prove-me. – A voz rouca pediu, erguendo os seios recém-livres em direção a namorada.

Lambendo os lábios, ela se apegou a um, rodando sua língua ao redor do mamilo, a medida que deixava chupões nada contidos na pele bronzeada e cheirosa.

— Lauren. – Ela gemeu mordendo a boca carnuda, enquanto emaranhava as mãos pelos cabelos escuros, desfazendo o coque. – Tire minha calcinha e me foda.

Lauren sorriu novamente, percebendo o quão intensa sua namorada era. Jamais teve alguém com aquela impetuosidade, que escorria pelos poros da mesma forma que a pele queimava contra a sua.

Com cuidado e sem parar de chupar seus seios, hora dando atenção a um, hora dando atenção ao outro ela escorregou a mão pelo material de renda que estava úmido pela frisson interminável que Camila causava contra o próprio corpo. E então ergueu a mão para cima obrigando a namorada lhe olhar.

— Vai ser com ela...

Camila engasgou ligeiramente com a mera sugestão, sentindo Lauren provocar mais arrepios quando empurrou os quadris sem pudor algum contra ela. Sem cuidado algum alterando as posições delas, e viu de cima a bela figura ofegante de Camila, se agarrando desesperadamente em seus cabelos, quando ela beijou sua coxa. Em baixo dela, Camila choramingava, reagindo aos beijos, desejando que fosse preenchida de uma vez.

— Por favor...

— Por favor o que? – Lauren murmurou, inclinando a cabeça para trás, observando ela tremer a cada beijo seu, evitando chegar diretamente na parte que pulsava por atenção.

Quiero que me comas. – Camila gemeu praticamente soluçando, provocando Lauren, na sua sexy língua nativa.

Sentiu quando a namorada se afastou arrancando a roupa como se lhe queimasse a pele, porém seu fascínio acabou quando teve seu corpo virado de costas, sua bochecha tocou o chão quente e úmido pelo suor do seu corpo.

Lauren encaixou a virilha contra sua bunda, puxando sua cintura para lhe erguer em direção ao seu corpo, ficando literalmente de quatro.

—Sua bunda é tão... – Ela rosnou, apertando-a com rudez.

— Você quer? – Camila provocou com um sorriso cínico, erguendo-a a medida que abria as pernas. – Quer comer minha bunda, não é?

— Você sabe que sim. – Lauren gemeu sobre seu corpo. Mas qual não foi sua surpresa quando teve o cabelo todo puxado para trás enquanto Lauren erguia quase a colocando de quatro. – mas não agora, agora eu quero outra coisa. – Camila precisou se apoiar com a falta de delicadeza erguendo o corpo contra o próprio braço, enquanto sentiu a boca se aproximar do seu ouvido – vá para cama...

Fazendo o que tinha lhe pedido, ela deitou na cama, para em seguida gemer ao sentir os dedos deslizando pelas suas dobras encharcadas. Lauren sussurrou alguma coisa inaudível, puxando com mais força os cabelos longos, obrigando Camila a abrir mais as pernas para conseguir manter o apoio na cama e então

— Abra a boca pra mim, baby. – Ela pediu, mantendo o rosto da namorada erguido. Empurrando suavemente o dedo contra a boca aberta. Camila chupou suavemente, saboreando-se do seu próprio gosto, enquanto Lauren o colocava para dentro e para fora, enquanto seu corpo era inundado por mais fogo.

Lauren sorriu maliciosamente.

— Você quer aqui? – Ela usou o mesmo dedo molhado pela sua saliva para descer tocar sua boceta e invadindo-a sem pedir licença. Camila assentiu freneticamente, gritando quando Lauren parou. – então diga que você é minha, eu quero ouvir isso enquanto eu fodo você.

— Sua. – Camila engasgou sendo novamente invadida, enquanto seus cabelos eram puxados com mais força para trás. – Díos mio, Lauren. Eu sou su- porra...

Entrava e saia como quem abre as portas do inferno e do céu ao mesmo tempo. Camila perdeu o controle da sua boca, e de tudo, possuída pela aquela mulher e sua habilidade de diaba para foder. Ela apertava as unhas contra os lençóis, gemendo a cada vez que recebia um tapa, ou uma mordida na bunda.

Moveu-se, empurrando o quadril contra aqueles dedos, combinando os ritmos, a cama batia contra a parede se misturando com seus gemidos, alucinando com seu gosto, seu cheiro, seu toque. Gozou como se nunca tivesse feito antes, em um gemido prolongado que provavelmente correu a casa e quem sabe todo seu bairro. Ofegante e ainda se contorcendo, ela piscou, tentado recuperar pelo menos sua visão, com os olhos lacrimejantes e queimando.

Seus braços tombaram, e ela escorregou no coxão como se fosse um manequim sem cordas. Sentiu a presença sobre seu corpo e depois os lábios sendo cobertos pelo beijo mais erótico que já tinha recebido em muito tempo. A língua vasculhando cada centímetro da sua boca, marcando-a novamente com seu veneno.

— Eu te amo. – Disse o único pensamento coerente naquele momento.

Camila descansava sobre o peito da namorada, enroladas com o mesmo lençol enquanto a madrugada acelerava-se, sobre o céu azul.

Lo, não é? – Lauren congelou sentindo uma risada irônica em seu peito. Ela teve que sorrir para Camila, o suave e doce amor da vida dela.

— Você não vai esquecer nunca disso?

— Quase me matou, de ciúmes e de ódio, só de pensar em você tocando aquela garota... Eu deveria ter te matado, diabla dos infiernos.

Lauren moveu-se puxando Camila para mais perto, e colou os olhos no dela e as testas e entrelaçou as mãos, fazendo uma promessa que naquele momento pensou poder cumprir.

— Você é meu último amor, eu posso sentir isso, posso sentir que nunca mais vou querer alguém enquanto você existir. Eu poderia casar com você agora mesmo.

Os olhos de Camila brilharam, e ela nem se esforçou para dissimular que ficou emocionada com aquela declaração. Enroscou-se totalmente em Lauren e fechou os olhos pronta para dormir bem pela primeira vez em muitos dias.

Lauren demorou um pouco mais, ainda teve tempo para se concentrar apaixonadamente na mulher ao seu lado e com uma fisgada no peito, pediu aos céus algo que lhe pareceu certo, mas ao mesmo tempo errado é petulante. 

— Deus, não tire ela de mim.

Eu amo esse gif e é sem justificava.

Hello!!! Um hotzinho pras sedentas que me cobram hot, cap sim, cap não.

Um capítulo que teve de tudo um pouco e muito mais. HAHAHAHAHA. Ces tavam com saudade de TAC que eu sei, pena, pena que já estamos chegando pertinho do fim, e quando eu digo perto é mais 6 ou sete capítulo e um epilogo.

Eu amo esse capitulo, me divirto corrigindo e lendo. Eu sei que tá enorme, acostumem-se porque a parte final será assim.

Antes que me questionem porque a Camila está com tanta raiva do namorado da mãe, eu respondo: Usei uma experiência global. São raras as vezes que filhos de casais que terminaram aceitam o novo relacionamento numa boa, ainda mais no contexto que a Camila está inserida. O PAI DELA MORREU! Algumas pessoas esquecem que desde o início da fic eu repito a exaustão a ligação que a Camila tinha com o pai. Ele era um lixo, mas era o pai dela. (Meu pai também foi durante muito tempo e eu não o amo menos por isso.) Ai eu faço um capítulo que ela se revolta com o namorado novo da mãe e as pessoas me questionam o motivo. Eu sinceramente leio rolando os olhos.

Eu disse que tinha novidades e tenho:

Fiz um quizz em homenagem a teoria, tá muito legal. (Postei no meu fixado e no meu perfil. Façam e me digam com quem vcs se parecem :D)

To fazendo um insta também, playlists pq vamos ter os joguinhos bem legais, e manips, próximo capitulo vai tá um brinco.

ANNNNNNNNNNNNNNNNNND, temos um um trailer, que ficou fofo e bonito. VEJAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAM, serio, ficou muito lindo.


Mais uma coisa, o próximo capítulo será duplo e terminará essa fase da fic, estão nostálgicos, tristes e celebram o fim de uma fase muito importante da nossa vida: A adolescência. Mal posso esperar pra que vocês vejam e chorem e sorriam assim como eu.

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