Teoria do amor ao caos ✔️

By valeofdolls

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Camila ama o controle. Ama tanto que fez uma lista de todas as etapas que tem que passar até chegar na sua so... More

notas da autora
Um - A nova estrela (é um saco).
#2
Dois - Você é culpada
Três - Entre odaliscas e rivalidades
Quatro - A garota mais legal do mundo. Parte 1
Exposed #4 & #5
Cinco - A garota mais legal do mundo. Parte 2
exposed - #6
Seis - O novo casal (SQN)
Sete - Dupla do caos
Exposed #8
Oito - Diet coke, batom e maconha
Exposed 9
Nove - Amordaçada e stalkeada (o que falta?)
Exposed #10
Dez - O ritual da tartaruguinha, dois beijos, e um banho.
#0 - Seja bem-vindo a Santa Clarita
Onze - A luta de classes e a vida de merda.
Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D
Treze - Verdades e caronas não fazem mal a ninguém(né?)
Quatorze - Teorias, chantagens e bandas indie (tem tudo a ver)
Exposed #15
Quinze - Todo mundo tá planejando algo (menos eu).
Exposed #16
Dezesseis - Bandaid, gols e pedidos inesperados
Bônus - Te amar trouxe consequências
Planos, tapas merecidos e legos
Dezoito - As lições que eu aprendi com você.
Exposed 19&20
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós.
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2
Vinte - Raios, faíscas e feromônio
Vinte e um - Eu sinto você
vinte e dois - Lições do papai
Vinte e três - Boias para nos salvar
vinte e quatro - eu te deixei (mas não vou te abandonar)
Exposed #25
Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar
Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração
Exposed #28
Vinte e oito - A bruxa está solta.
Vinte e nove - Quente e doce.
Trinta- Ação de (des)graça
Exposed #31
Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades
Trinta e dois - Constelações, beatles e magnitude
Exposed #33
Trinta e três - Feliz Natal, felizmente.
Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Tudo que ficou no passado #1
Livro dois - Capitulo Um - Ponto de Ruptura
Livro dois - Protetora
Livro dois - Tudo por ela
Livro dois - Planos infalíveis são quentes.
Namorados novos são um saco.
Recuperando corações perdidos
#2 Tudo que ficou no passado.
Livro dois - Chegamos até você.
Livro 2 - Epitáfio
Livro dois - Consequências
EXPOSED - DOIS ANOS :O
Livro 3 - Seguindo em frente
Livro 3 - Nós
Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Epilogo

Vinte e sete - Não faça isso comigo

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By valeofdolls


As duas primeiras semanas de outubro passaram como um sopro rasante na vida de Lauren. Em partes porque ela estava focando em adiantar seus estudos, em partes porque sua vida de solteira estava muito mais movimentada que um dia foi. O que eu posso dizer? Dividir sua atenção com uma jornalista sexy e a quantidade de garotas que queriam sair com ela era de fato uma tarefa impressionantemente cheia de dificuldades.

No entanto, um novo tom na sua vida não tinha tirado Camila por completo dos seus pensamentos, nem dos encontros nas aulas de literatura ou em Little Harmony, uma vez na semana. Mas ela estava feliz com seus avanços em se desligar por completo da cubana. Mas não menos triste por isso.

Um dia depois da exposição Camila lhe pediu desculpas pelo que tinha acontecido. Lauren nunca se sentiu tão humilhada em sua vida e isso deu gás pra que ela fizesse o que Alycia tanto lhe aconselhava.

Se Camila podia usar boias, ela usaria um comboio de uma só vez.

Levantou da cama retirando o braço da jornalista do seu pescoço com delicadeza.

— Hmmm pra onde você vai? – Lauren vestiu a blusa e sorriu para Keana.

— Eu tenho um jogo importante daqui a pouco, esqueceu? Tenho que ir concentrar.

— Acho que podemos colar mais uma estrelinha na testa de Lauren Jauregui. – Lauren sorriu e beijou os lábios de Keana.

— Você pode me dar outra coisa, em vez de estrelas.

— Eu já te dei. – A jornalista puxou Lauren pela gola da camiseta, arrastando-a para sua cama mais uma vez. – Fique mais um pouco.

— Eu realmente adoraria, mas meu treinador está buscando motivos para me queimar. – Keana deixou uma mordida sensual em seus lábios. – Não vou dar a ele mais munição do que eu já dei.

— Então eu acho que posso esperar até amanha, nos vemos no jogo, então?

— Com certeza. 

Os olhos de Lauren escaneavam o time em campo, ela sentia uma vibração diferente a medida que o tempo passava ao seu redor. Todas dificuldades que tinha passado nas últimas semanas a motivavam bem mais do que ela podia esperar. Normani uniu o grupo em volta e passou as instruções do jogo tomados pelo próprio Tyrone, os olhos da sua amiga buscavam sua aprovação a cada palavra e Lauren evitou abrir a boca várias vezes. O posicionamento do time deixava ela praticamente entre as duas zagueiras, podia prever facilmente como terminaria aquele jogo.

Ela aquecia na beira do campo quando viu Keana Marie na ala da imprensa digitando rapidamente em seu notebook. Trocaram olhares e Lauren acenou rapidamente voltando a sua posição original.

— Eu mal podia imaginar que uma nerd como você sabia flertar,  Jauregui.

—   Vá se foder, Lorena. 

—  Que bom que está feliz em me ver. – Ela sorriu. – Não fique tímida. Soube que perdeu a braçadeira de capitã. Parou de trocar sexo por benefícios no time?

A garota tropeçou bruscamente quando Lauren a empurrou pelo ombro, imediatamente contida por Normani e Vero Iglesias.

— Que porra é essa, Jauregui! Solte sua cavalaria e venha até a mim.

— Chega. – Lauren estalou, a veia visível do seu pescoço saltando. – Eu juro, se não calar a boca agora, eu não respondo por mim.

A torcida naquele momento notou o que acontecia, e começou a vaiar, os gritos ficando cada vez mais hostis. Uns entre os outros se ofendendo. A rivalidade das lobas e leoas, sempre foi grande. Depois que a rivalidade entre Lorena e Lauren se acoplaram tornou-se tudo uma coisa só.

— O que está acontecendo aqui? – O arbitro exigiu. – Respondam.

— Ela me atacou como uma cadela psicopata. – Lorena disparou.

— Deus, você é muito cínica. – Lauren rugiu, lutando contra o aperto que recebia de Verônica Iglesias.

— Lauren se acalme. – Normani sussurrou. – Você vai dar a ela o que ela quer. Por favor... Ela está tentando nos destabilizar.

Os olhos de Lauren se arregalaram um pouco, enquanto ela respirava profundamente.

"Porra, Normani tinha razão"

— Eu estou bem, podem me soltar.

— Tem certeza? – Vero continuou segurando sua camisa dubitavelmente.

— Sim, Iglesias, eu tenho certeza. Pode me soltar.

— Nos vemos em campo, Jauregui! – Lorena gritou quando Lauren se afastou cercada pelas colegas.

— Lauren, ouça. – Vero começou. – Nós precisamos de você hoje, Lorena está tentando nos desestabilizar, porque ela sabe que somos melhores. Por favor, jogue pelo time.

Vero estendeu a mão e Lauren cedeu, segurando seus dedos firmemente. Em um compasso lento, elas iam vencendo as diferenças gritantes e tanto Jauregui quanto Iglesias já simpatizavam muito mais uma com a outra que no começo.

— Você é a melhor, Iglesias. – Lauren murmurou. – Não deixe que ele ofusque isso.

Vero assentiu e sorriu brevemente.

— É bom ouvir isso da melhor também.

— Senhoras e senhores. – O locutor berrou e sua voz despertou o estádio, explodindo a música introdutora. – Salvem as cinco vezes campeãs do torneio feminino, Leoas.

O estádio rival foi a loucura com aplausos, e o queixo de Lauren quase estalou com a pressão que ela estava exercendo.

— Isso não acabou. – Ela ouviu um das jogadoras do time rival ameaçar, quando correram para saudar sua torcida.

Mal sabia ela, que aquela garota estava completamente certa.

Camila estava sentada na parte mais baixa das arquibancadas cercadas pelos amigos e Alycia Evans que parecia extremamente desolada olhando o time sem ela. Não era só a falta da meio campo que era inusitada. Todos já sabiam, porém foi estranho não ver nos braços de Lauren a braçadeira de capitã, e sim com Normani. Não que sua amiga não merecesse aquela faixa, mas ela sabia que era apenas mais uma tentativa de retaliação por parte do professor Rodgers.

— Isso é uma merda, eu deveria estar lá. – Dinah reclamou ao lado de Camila. – Susan sempre deixa a formação torta.

A líder de torcida olhava o campo com os olhos meio chateados. A lesão em seu braço estava na parte final da recuperação, porém Dinah ainda teria que esperar muito para voltar ao time e Camila podia apostar que ela estava surtando.

— Eu não acredito que esse desgraçado vai manter a Vero no banco de reservas. – Xingou Alycia. – Elas vão ter muitas dificuldades em prender a velocidade das pontas, precisávamos de Vero no gol. As leoas sabem contra-atacar muito bem.

— Acho que ele quer deixar a Lauren presa, limitar suas ações. – Concordou Nicholas. – Esse filho de uma mãe está jogando contra o time. É surreal.

— A melhor coisa que a Lauren deveria ter feito em Calabaças teria sido jogar aquela maldita obra de arte na cabeça de Tyrone Rodgers.

— Meu bem, você é tão cruel, eu amei. – Alycia beijou os lábios de Sophie calorosamente.

— Ei, Evans! Que mão boba é essa... – Gemeu Nico fechando a cara. – Eu vou cortar seus dedos.

— De jeito nenhum, mano! – Sophie parou o beijo sorrindo. – Fique fora disso.

— Vocês são nojentas. – Camila tomou o dedo de espuma das mãos de Dinah e bateu na cabeça do casal. – O Mike está aqui.

— Ah, qual é, Cuba. Já está na hora desse garotinho aprender como se faz.

Camila olhou feio pra Alycia abraçando Mike que ruborizou as bochechas obviamente notando que os amigos falavam implicitamente de sexo.

— Ele é um bebê.

— Camila! – O garoto reclamou arrumando o cabelo com as mãos. – Não me chame de bebê. – Murmurou ele dramaticamente chateado. – Olhem é a Lauren! – Guinchou ele apontando para o telão.

Quando o rosto de Lauren foi projetado no telão sua torcida respondeu com gritos e aplausos e até Brooke ficou de pé saudando a jogadora. A pequena torcida das lobas no estádio das leoas fazia barulho suficiente para mexer com o estádio lotado. Era uma torcida mais do que apaixonada.

Mila não pode evitar em focar apenas em Lauren e a maneira que seu rosto parecia rude e ela não dava sorrisos ou amostras de felicidade. Era uma aura completamente diferente dos jogos anteriores.

Lauren não parecia ela mesma. Ela não estava dando sorrisos felizes para sua torcida. Ela não estava atiçando os cânticos das lobas. Ela nem sequer estava trocando olhares com a prima para montar uma jogada perfeita. Era como se Lauren estivesse já fora daquele time. Camila tinha medo que em parte isso fosse sua culpa. Elas mal tinham e falado desde o dia da exposição, Lauren conversava com ela apenas o indispensável.

Um início de confusão entre Lauren e Lorena Trump deixou Alycia apreensiva antes do começo da partida, dessa altura nem Sophie conseguia deixá-la sentada e nem Camila conseguia parar de roer suas unhas. Foi pior ainda pra mantê-la calma quando o apito soou e logo aos 3 minutos de jogo depois de uma falha esquisita da zaga Lorena Trump aproveitou a bola mal rebatida pela goleira e fez o primeiro gol. Na comemoração ela claramente fez uma provocação a Lauren, quando tirou a braçadeira de capitã e jogou aos pés da atacante.

O jogo se manteve duro e era difícil não pensar no pior a cada vez que Lauren tocava na bola e era parada com faltas que ficavam mais violentas a cada minuto.

— Elas estão revesando as faltas. – Alycia exalou, desistindo de comer seu amendoim. – Porra, o que esse juiz está esperando para expulsar alguém? Que matem ela?

A meio campo no lugar de Alycia não tinha nem de longe a sua qualidade. E deixava buracos no meio campo que Normani e Lauren se desdobravam para cobrir. A torcida das lobas antes barulhenta estava praticamente emudecida. E até Jeon Jungkook, o torcedor mais fervoroso do time, observava o campo como se não acreditasse o que estava vendo.

Era praticamente um jogo de um time só.

Quando enfim a primeira metade da partida começou, as lobas já estavam perdendo por dois a zero o que poderia ter sido muito mais se Normani por duas vezes não tivesse feito o milagre de retirar a bola com chutões praticamente em cima da linha. Camila acompanhou mais uma vez Lorena sussurrar provocações para Lauren antes de ir para o túnel que davam nos vestiários. Quando passou pelo professor Rodgers, ela fez um gesto para ele que passou imperceptivelmente pelos olhos de todos em volta. Menos pelos olhos atentos da cubana.

— Esse jogo está sendo uma tragédia. – Alycia xingou. – Meu Deus, eu não sei e tenho mais raiva desse imbecil de tranças ou de Lorena Trump.

— Al, se acalme. – Sophie deixou um beijo carinhoso no rosto da loira. – Eu tenho certeza que Lauren e a Normani vão tirar alguma coisa da cartola.

Brooke escorreu as mãos pelas costas de Camila, franzindo o cenho antes de dizer:

— Agora que notei que você usa o número dela na sua camisa. – Brooke comentou com uma voz desagradável. – Que irônico.

Mila fechou os olhos e mais uma vez suspirou em vez de responder. Sinais prematuros de atitude defensiva não são bons. Ela estava apreensiva demais para se preocupar com ciúmes. O tempo que levou para as lobas voltarem ao campo deixou Camila absurdamente ansiosa.

Quando Lauren correu em direção ao campo de volta ao segundo tempo. Jungkook puxou uma corajosa salva de palmas para ela, respondida intensamente pela sua torcida. Lauren já estava praticamente no meio campo quando notou as vozes gritando em apoio a ela e ao time. Assumindo a postura que se esperava dela, Lauren chamou todas jogadoras em direção a torcida. Ela fez um gesto se curvando diante deles e então colocou as mãos em concha em volta da boca e uivou. O gesto foi repetido pelas companheiras de time, clamando apoio da sua torcida, da sua alcateia.

A pequena torcida respondeu como sempre respondia, ouvindo em resposta a líder daquele time. E Camila daria tudo pra ver a cara de Tyrone Rodgers naquele momento.

Ao soar do apito, a torcida notou a movimentação amplamente mais rápida de todo o time e principalmente de Lauren. Ela era uma máquina em campo. Imparável e incansável. Parecia que sozinha ela conseguia chamar o time, comemorando cada bola roubada, chamando pra si a responsabilidade de armar o time e por vezes ela própria chegava para chutar no gol.

O futebol é um esporte tão amado, por conta da imprevisibilidade. O impossível no futebol se torna possível em poucos segundos. E foi exatamente em segundos que Lauren tocou a bola por cima de duas zagueiras encontrando a atacante que substituía Alycia, para tocar na saída da goleira e diminuir a vantagem das lobas.

Lauren deixou a comemoração pelo gol em segundo plano, correndo para tomar a bola da mão da goleira e se encarregar ela própria de colocar a bola no meio campo. Foi o fator decisivo ela ter feito isso, porque assim que a bola saiu, as leoas ainda estavam atordoadas com o primeiro gol, e deu um espaço que não se dava a uma jogadora como ela.

Normani e Lauren tocaram a bola entre si, então Lauren correu para o centro da área recebendo a bola dos pés de Normani. A atacante balançou o corpo enganando a marcação, porém quando armou o corpo para o chute, recebeu um golpe forte por trás. Sem dar uma palavra contra a agressão que tinha sofrido Lauren ficou de pé e foi mancando até a bola. Ela se inspirava no melhor, Messi era conhecido pela sua capacidade de apanhar em silêncio. A resposta era sempre na bola.

A falta marcada a favor das lobas era a uma distância relativamente grande, mas havia distância suficiente para parar seu talento?

O telão fixou em como ela solitariamente, ajeitou a bola no gramado, passou a mão várias vezes limpando a bola cuidando como uma criança recebendo um brinquedo que esperou por dias.

Camila podia sentir as batidas do seu coração ansioso.

— Bate pro gol. – Desejou Alycia. – Por favor, Michele...

Lauren deu os já conhecidos três passos de distância da bola. Fixou os olhos no gol, como uma águia olha sua presa. O apito soou mais alto que as vozes. Em uma frieza quase sobrenatural, ela correu tranquilamente em direção a bola. Quando sua chuteira bateu na bola com a parte de dentro do pé, e passou pela barreira com a elegância de uma folha, Alycia se ergueu antes que todo mundo. Tinha visto aquela cena se repetir outras vezes e ela sabia que aquela bola tinha endereço.

De nada adiantou a goleira pular em direção a bola, de nada adiantou Lorena Trump chutar uma garrafinha de água. A bola estufou as redes em mais um golaço maravilhoso para a conta de Lauren.

Tudo voltou a andar na velocidade normal. Camila deu um pulo da cadeira, comemorando como nunca antes tinha feito. Ela pulava se misturando a massa de torcedores que assim com ela não pareciam acreditar nos feitos que Lauren conseguia a cada vez que pisava em campo.

Lauren correu pelo campo parando de frente a torcida das lobas ignorando o treinador Rodgers no caminho. Ela parou de frente onde Camila e os amigos estavam, os olhos escanearam a torcida até parar em Alycia Evans. Lauren mandou beijos para Alycia e fazendo um coraçãozinho para Mike, depois ela curvou-se mais uma vez para sua torcida, sendo aclamada por aplausos.

— Eu te amo, Michelle! – Alycia berrava abraçada no pescoço de Sophie que estava se movendo tão empolgada quanto ela.

Mila notou em como Lauren pairou apenas rapidamente seus olhos por ela, piscando rapidamente antes de correr em direção ao centro de campo.

Talvez desse tempo para mais. Talvez...

O jogo ficou ainda mais violento depois do gol. Porém Lauren parecia ainda com mais vontade de infernizar a vida das zagueiras do outro time. Os papéis tinha se invertido, agora eram as leoas que pareciam perdidas em campo.

Camila viu de onde estava Lorena Trump sussurrar algo no ouvido de sua volante. Engoliu com receio do que elas poderiam combinar. Se pudesse teria tirado Lauren de campo naquele exato momento, mas ela não podia.

Lauren recebeu um passe em profundidade e correu para a linha de fundo, quando a jogadora tentou o drible, Lorena Trump e a defensora correram ao mesmo tempo pra cima dela. Batendo em seu corpo com tanta força e no mesmo momento do impacto, Lorena ainda aterrissou seu cotovelo em seu rosto. Esmagando o rosto de Lauren com um golpe que a retirou do ar.

Jauregui não teve forças para nenhuma ação e seu corpo caiu em campo, como se estivesse sem vida.

O estádio congelou.

E então houve o caos.

De onde estava sentada, Camila viu sua mãe praticamente voar em direção ao campo, era seu dever como enfermeira da escola, mas Camila nunca tinha visto Sinu se mover aquela velocidade antes.

Voltando ao seu estado de consciência normal ela viu a bagunça que se formava. E no sorriso brilhante que se desenhava no rosto de Lorena Trump. Ela nunca tinha sentindo tanto ódio de alguém antes. Alycia pulava as cadeiras rapidamente indo em direção ao campo. Então Camila levantou-se fazendo o mesmo movimento que a loira.

Ela se desvencilhou das mãos rápidas de Brooke tentando contê-la momentos antes de invadir campo fugindo rapidamente das mãos hábeis de um segurança. Ela tinha um foco e só pararia quando chegasse até ele. Quando viu os cabelos loiros surgindo e o maldito sobrenome arrogantemente ilustrando sua camisa. Camila parou.

— Ei... – Chamou com a voz trêmula fervendo e quando a garota se virou, Camila fez.

Lorena Trump nunca viu o soco chegando. Camila Cabello socou-a diretamente entre os olhos, mandando a imediatamente para o chão, segurando o nariz em um grito de absoluta fúria.

Suas companheiras de time cercaram Camila por todos os lados, porém ela notou que seus amigos também já estavam com ela. Inclusive Nicholas, que parecia realmente ameaçador, quando protegeu a amiga com o corpo.

Desistiram imediatamente de enfrentar o grupo de amigos e cercaram Lorena tentando estancar o sangue que escoriam do seu nariz.

Camila nem teve tempo de sentir satisfação pelo que tinha feito. Ela correu em direção a Lauren. Travou em seus próprios pés vendo o rosto lavado de sangue, e a maneira que ela estava jogada no chão com o corpo mole, como se de fato Lauren Jauregui estivesse morta... Não!

— Não! – Caiu de joelhos aos pés de Lauren, segurando suas mãos quentes contra a sua. – Porra! Porra! Não faça isso comigo, sua cretina! Por favor, Por favor eu preciso dizer... Eu preciso.... Eu te amo... Porra...

Camila socou o chão quando sentiu mãos tocando seu ombro.

— Mija você precisa me deixar fazer seu trabalho. – Sinu pediu afastando a filha, porém Camila empurrou as mãos da mãe.

— Não! Eu preciso saber se ela está bem.

— Camila, se continuar atrapalhando você vai colocar a vida dela em risco.

— Vem Cuba. – Alycia ergueu seu corpo, secando ela próprias suas lágrimas. – Vem ela vai ficar bem, por favor. Venha comigo.

Camila enxergou nos olhos de Alycia o reflexo de sua própria dor e se jogou nos braços da amiga desabando em lágrimas.

— Ela está viva, né? Ela está viva.

— Ela está. – Alycia afirmou sussurrando. – Ouça, eu preciso ir na ambulância com ela. – Alycia fungou e tirou chaves do bolso. – Por favor, leve o Mike para o hospital. Você acha que consegue?

— Sim... eu posso.

Camila tremia quando fez todo o caminho de volta as arquibancadas, tentando encontrar Mike. Ela o notou imediatamente dentro dos braços de Dinah, e correu na direção dos dois.

Camila se moveu na frente dele em meio a todo barulho, guardando o garoto em seus braços.

— Mike. – Ela sussurrou, tentando chamar sua atenção. – Precisamos ir para o hospital.

— Lauren. – Ele disse de volta, a voz tremendo pelo que tinha acabado de acontecer. Em todos os seus anos assistindo Lauren jogar nunca tinha percebido a jogadora sucumbir daquela forma.

Mila colocou-o em seus braços suavemente, o coração doendo enquanto ela tentava não pensar em nada. Fechou os olhos sentindo a umidade quente das lágrimas pressionando sua camisa.

— Ela vai ficar bem, Mike. – Murmurou secando suas lágrimas.

Os dois ficaram lá, presos em sua própria bolha, por algum tempo, Camila alisando os cabelos de Mike, enquanto o corpo magro do menino tremia. Olhando por cima do ombro, ela podia ver Lauren sendo carregada em uma maca, e Alycia entrando na ambulância junto com ela.

— Vamos lá. – Camila disse. – Eu vou levar você até sua irmã.

Brooke que estava esperando por eles dois, tirou Mike de Camila e o apoiou sem dar um só palavra, Nico acabou seguindo-os, para o estacionamento, mostrando a Camila o carro dos pais de Alycia.

— Você quer que eu vá? – Brooke ofereceu. – Eu posso dirigir.

— Não. – Garantiu Camila, mesmo que ela ainda estivesse tremendo – Eu te ligo mais tarde.

— Por favor, me ligue se precisar de qualquer coisa. – Camila assentiu e deu um rápido beijo carinhoso em seus lábios.

— Obrigada.

Ela assentiu antes de ir em direção a sua moto. Camila entrou no carro dos Evans, ela suspirou profundamente duas vezes antes de ligar o veículo e partir em direção ao hospital.

Mila descansou a cabeça no volante, secando as lágrimas que ameaçavam escorrer por sua face. Notou um pequeno porta-retratos no chaveiro do carro, era uma foto de Alycia, Lauren e Mike quando pequenos.

Lauren precisava estar bem.

Alycia segurava a mão flácida de Lauren escorregando pra fora da maca. O som irritante do aparelho que controlava seus batimentos cárdicos incomodavam seus ouvidos, mas não era só isso. Ela estava com medo, um grande terrível medo filho da puta do que poderia acontecer com Lauren.

Estava tentado o seu melhor para se concentrar em não se desesperar. Em parecer forte porque era isso que Lauren precisava dela naquele momento. Mas a sensação de pânico só aumentava em seu peito. A maneira como Lauren se desintegrou como uma marionete cujo as cordas foram cortas, era absolutamente aterrorizante.

Ela sempre pensou na prima como uma parede inabalável, mesmo com tantos golpes Lauren sempre se manteria firme. As pessoas pensavam que era ela por ser mais velha a salva guardas daquele conceito maluco de amizade. Mas sempre foi Lauren.

Era aterrorizante saber que sua ancora tinha sucumbido daquela forma. Ela secou as lágrimas que ameaçavam cair novamente e então notou o enfermeiro falando ao rádio e não teve vergonha nenhuma em ouvir a conversa.

— Paciente chegando com suspeita de trauma craniano nível um, perda de consciência e possível fratura facial e no ombro. Sexo feminino, 17 anos...sinais vitais estáveis, contudo a certa perda de fluxo cardíaco. Código dois.

Alycia fechou os olhos apertando com mais força as mãos de Lauren contra as suas. Lembrou-se de como Lauren sempre foi tão saudável, como sempre cumpria as recomendações do nutricionista e isso agora não adiantava de nada.

— Ela vai ficar bem. – O médico apertou os ombros de Alycia. – Você está sendo muito forte.

— Eu preciso ser.


Assim que o carro foi estacionado na vaga para visitantes do hospital. Mike voou para fora do seu assento com Camila logo atrás dele. Os dois chegaram praticamente juntos na mesa da recepção correndo para falar praticamente juntos com a recepcionista.

- Lauren. Michelle. Jauregui – Mike soltou, respirando de maneira irregular. – Onde ela está?

A mulher com a aparecia assustada mal abriu a boca antes que ouvisse alguém gritando-os. Mike correu rapidamente se jogando nos braços de Alycia, apertando a prima contra ele. Camila seguiu os dois no mesmo ritmo urgente pela busca de noticias. Michael derramava uma enxurrada de perguntas a sua prima que mal tinha tempo de entender.

Alycia interrompeu Mike com um abraço apertado, fazendo contato visual com Camila. Seus olhos estavam cheios de gratidão.

— Obrigada. – Disse ela. – Por traze-lo.

— Como ela está? – Camila sentia que precisava desatar o nó na sua garganta de uma vez.

Alycia suspirou e soltou Mike.

— Não foi tão ruim quanto inicialmente parecia. Ela teve uma concussão grave, uma ruptura completa do osso rotador do ombro e uma lesão fratura fácil. – Alycia suspirou mais calma. – Deixaram ela sedada para preservar o cérebro enquanto ela passa por uma cirurgia no braço. Pelo visto vai demorar um pouco para Lauren voltar a campo novamente. Talvez não mais pelas lobas. – Alycia apertou os punhos com raiva. – Eu desejei colocar minhas mãos em Lorena Trump e senti medo do que passou pela minha cabeça, Camila.

— Ei, Al. – Mila alisou seu ombro tentando consolá-la. – Você está estressada. O que importa é que ela vai ficar bem.

— Sinto como se tivesse acordado de um pesadelo.

Camila tinha a mesma sensação. Porém Mike parecia tenso como sempre. Não vê-la estava deixando-o ansioso.

Alycia se moveu para puxá-lo gentilmente pelo braço.

— Eu vou te deixar em casa e pegar alguns documentos da Lauren. – Ele não se mexeu, ficou lá, teimosamente, como uma árvore profundamente enraizada no chão, e balançou a cabeça.

— Eu quero esperar por ela. – Ele insistiu. – Até que ela acorde.

Alycia assentiu, ela não negaria o direito dele de ficar com sua irmã.

— Bem, você vai passar uma noite nada confortável. – Disse ela e virou-se para Camila. – Vou te deixar em casa então, Cuba.

Camila limpou a garganta.

— Eu vou ficar com ele.

Mike sorriu aliviado para ela.

— Viu, só? A Lauren vai gostar de ver as pessoas que ela mais ama no mundo no mesmo lugar. – Alycia bagunçou seu cabelo com carinho, e deu uma piscadinha para Camila. Enxergando em seus olhos a confusão gritante pela frase que ela tinha acabado de ouvir.

— Eu volto daqui a pouco, peçam o que quiserem no restaurante. .

Depois de longas horas de espera sentados nas mesas do restaurante. Recebendo ligações por minuto dos amigos e não amigos querendo notícias sobre o estado de saúde de Lauren Jauregui. Enfim, a cirurgia acabou e de pois do tempo de estabilização a jogadora foi mandada para o quarto.

Camila ficou olhando Lauren deitada na cama com a vida ligada a diversos fios. E chorou até a angustia esvair do seu peito. Ela estava viva, estava bem. Ela se aproximou com delicadeza, tocando as mão de Lauren. Eram macias e delicadas da mesma maneira que Camila lembrava. Mãos que agarravam ela, mas também já tinham abraçado.

Lauren parecia um bichinho ferido, envolta em uma coberta hospitalar.

Ela sentou na cadeira ao lado da cama em uma grande poltrona que virava uma espécie de cama. Não era exatamente confortáveis, mas Camila organizou-a para que Alycia, Mike e ela pudessem dormir confortavelmente. Ela apoiou a cabeça nos ombros de Alycia e Mike em seus ombros, os dois primos lentamente foram sucumbindo ao sono.

Queria Cabello ter tido êxito na tarefa de dormir. Ela passou grande parte da noite olhando para as paredes e para Lauren, enquanto passava os dedos pelo cabelo ondulado de Mike, concentrou-se em Alycia também, fazendo ruídos calmantes toda vez que ela parecia passar por um pesadelo.

Camila não notou, mas ela assumia uma postura que era de Lauren.

Cuidava deles como se fossem seus.

O amor e sua magnitude dolorida.

O shipp mais tombado de todos os tempos.

Olá galero.

Mds depois de quase uma odisseia contemporânea aqui estou eu!! Gente eu sinto muito por ter feito vocês esperarem por uma coisa que eu criei um clímax, e depois eu fui o próprio anti clímax.

Sim, como alguns de vocês já sabem, meu not surtou, o teclado e mouse simplesmente não funcionavam e nem respondiam a nenhuma tentativa, tentei de tudo, porém nada deu certo. Levei na assistência e tomei um tiro no c* para consertarem e formatarem o pc. Acabei pegando o notebook só no sábado a tarde e como tava limpo, tive que fazer download de mil coisas que eu uso e no fim já era muito tarde para postar. Só o backup onde minhas histórias ficam salvas tinha 4.5 gigas baixando simultaneamente com Photoshop, ilustrator etc. Até agora estou chateada, porque eu estava QUASE ZERANDO FAR CRY 5 e Assassins Creed Black Flag e agora vou voltar do FUCKING COMEÇO :''''''''''''''''''''''''''''''''''''(

Eu recebi suas mensagens e sei que vocês estavam esperando, porém de fato n foi minha culpa.

Como vocês sabem eu tenho dias da semana específicos para postar histórias, quando verem que eu to demorando de postar mais que dois dias após o prazo entrem no meu perfil que eu sempre deixo recados avisando.

Como eu já imaginava vocês tombaram, a maioria jurou que seria algo relacionado a Alycia.

Eu confesso que chorei real na parte que a Camila nota a gravidade do que aconteceu com a Lauren, sempre reviso ouvindo alguma música triste momentos tristes para tentar corrigir com a mesma emoção que escrevi tempos antes. KKK eu sou muito sensível mesmo. O que vocês acharam dessa maratona quase impedida por um notebook chiliquento?

Muito obrigada por cada comentário, pelos votos e pela paciência. 109K, é algo muito grande e que eu nunca vou parar de agradecer. Vocês são foda!!!!

Arte do bebe, gostei tanto que acho que vou desenhar todas desse jeito agr. Fica mais realzinho. 


Antes que me cobrem, essa semana vai ter atualização das outras fanfics que ficaram meio esquecidas graças ao fim do semestre etc

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