Teoria do amor ao caos ✔️

By valeofdolls

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Camila ama o controle. Ama tanto que fez uma lista de todas as etapas que tem que passar até chegar na sua so... More

notas da autora
Um - A nova estrela (é um saco).
#2
Dois - Você é culpada
Três - Entre odaliscas e rivalidades
Quatro - A garota mais legal do mundo. Parte 1
Exposed #4 & #5
Cinco - A garota mais legal do mundo. Parte 2
exposed - #6
Seis - O novo casal (SQN)
Sete - Dupla do caos
Exposed #8
Oito - Diet coke, batom e maconha
Exposed 9
Nove - Amordaçada e stalkeada (o que falta?)
Exposed #10
Dez - O ritual da tartaruguinha, dois beijos, e um banho.
#0 - Seja bem-vindo a Santa Clarita
Onze - A luta de classes e a vida de merda.
Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D
Treze - Verdades e caronas não fazem mal a ninguém(né?)
Quatorze - Teorias, chantagens e bandas indie (tem tudo a ver)
Exposed #15
Quinze - Todo mundo tá planejando algo (menos eu).
Exposed #16
Dezesseis - Bandaid, gols e pedidos inesperados
Bônus - Te amar trouxe consequências
Planos, tapas merecidos e legos
Dezoito - As lições que eu aprendi com você.
Exposed 19&20
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós.
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2
Vinte - Raios, faíscas e feromônio
Vinte e um - Eu sinto você
vinte e dois - Lições do papai
Vinte e três - Boias para nos salvar
vinte e quatro - eu te deixei (mas não vou te abandonar)
Exposed #25
Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar
Vinte e sete - Não faça isso comigo
Exposed #28
Vinte e oito - A bruxa está solta.
Vinte e nove - Quente e doce.
Trinta- Ação de (des)graça
Exposed #31
Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades
Trinta e dois - Constelações, beatles e magnitude
Exposed #33
Trinta e três - Feliz Natal, felizmente.
Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Tudo que ficou no passado #1
Livro dois - Capitulo Um - Ponto de Ruptura
Livro dois - Protetora
Livro dois - Tudo por ela
Livro dois - Planos infalíveis são quentes.
Namorados novos são um saco.
Recuperando corações perdidos
#2 Tudo que ficou no passado.
Livro dois - Chegamos até você.
Livro 2 - Epitáfio
Livro dois - Consequências
EXPOSED - DOIS ANOS :O
Livro 3 - Seguindo em frente
Livro 3 - Nós
Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Epilogo

Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração

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By valeofdolls


O limite entre o amor e obsessão é tênue. Alycia sabe bem disso porque nunca sentiu tão vivamente a necessidade de estar com alguém, mesmo que isso de certa forma significasse invadir o espaço do outro a todo custo. E é exatamente dai que vem sua coragem, o desejo de não repetir os mesmos erros é a única coisa que deixa Alycia vagando na parte segura do amor.

Ela quer fazer a coisa certa. Pegar toda e qualquer chance de provar pra ela que está tentando. Pra que no final, mesmo que não termine da maneira que espera, Sophie saiba que da sua parte houve pelo menos tentativas.

Amar é dar liberdade.

Amar é ser paciente como a primavera que espera o ano todo para florescer.

Mas nunca se afastar muito. Apenas deixar que a pessoa sinta que você está distante, mas é dela todos seus pensamentos.

No terceiro dia sem procurá-la, Alycia acorda de manhã bem cedo e entre os preparativos da festa que aconteceria naquela noite e a vontade de vê-la, rouba algumas flores do canteiro da vizinha e ruma para a casa de número 12, na parte norte de um bairro residencial movimentado. Alycia pedala sem parar, com os cabelos esvoaçantes batendo contra sua face até chegar ao destino.

Pula da sua bicicleta, deixando-a largada de qualquer jeito na calçada. Para observando alguns segundos a janela virada de frente para a rua. Tem tempo mais que suficiente para ponderar se deveria usar o método convencional de apertar a campainha e se apresentar, ou fazer o que ela dificilmente faria...se ariscar.

Como prudencia nunca foi sua qualidade mais proeminente, Alycia sobe os jardins da casa e ultrapassa a enorme janela de vidro abaixada seguindo para debaixo do quarto de Sophie. Quando se da conta está escalando uma escada de jardinagem, as 9 h da manhã de um sábado para ter acesso ao quarto da garota que gosta.

O telhado range debaixo dos seus pés e ela fica observando o quarto que a muito tempo não via ou pisava os pés. Os diversos livros na prateleira, alguns pôsteres de bandas de rock e a cama de Sophie vazia, porém bem organizada. Alycia fica um pouco desapontada em notar que Turner provavelmente não estava em casa. Na sua mente passam mil possibilidades de onde de fato ela poderia estar, e nenhuma delas serve para aplacar seu ciúme.

Então, a porta do quarto é aberta e Sophie surge brilhantemente segurando uma bandeja em uma mão e tentando não tropeçar no seu Husk Siberiano tentando roubar sua comida. Ela trava na metade do quarto quando nota a figura inconfundível lhe encarando detrás da janela da casa. Pena pra Alycia, que a cadela que mais parecia um lobo não fica nada feliz com sua presença e faz menção de avançar contra ela, Evans toma um baita susto e tropeça nos próprios pés caindo do telhado lá em baixo. Sorte sua que a grama amortece a sua queda, não o suficiente para ela não enxergar mil estrelinhas rondando sua cabeça.

A loira leva alguns segundos de olhos fechados tentando localizar cada parte do seu corpo para ter certeza se está viva. Então ela abre os olhos sentindo lambidas generosas em sua face.

— Lady, para trás. – A voz da ruiva briga com a cadelinha que continua lambendo a face de Alycia, até que ela consegue zonza se sentar no gramado.

— Puta que pariu, Sophie. – Reclama passando a mão efusivamente na cabeça.

— Eu que o diga. O que você estava fazendo no telhado da minha casa?

Sophie observa ela por completo, aqueles olhos, aquela boca, suas bochechas adquirindo um tom rosado enquanto é observada. Ela desce os olhos e nota que em suas mãos a algumas flores.

— Eu trouxe pra você. – Alycia estende o ramalhete um pouco sem graça, e Sophie abre um sorrisão para ela, capturando as flores amassadas e cheirando profundamente.

Com o tempo a gente aprende que o amor tem relação com a omissão de gostos. Sophie na realidade nunca gostou de flores, o quantitativo de ceifar a vida de uma flor para criar romances era demais pra ela, mas ainda assim... Seu coração batia profundamente mais rápido quando sentiu a maciez e os espinhos perfurando lentamente a sua pele. Alycia poderia ser tranquilamente uma daquelas rosas.

— Você precisa ser inconsequente até pra ser romântica?

— Eu estava com saudade, queria parecer romântica, mas fui patética.

Sophie se ajoelha aos seus pés e lhe dá um demorado beijo na boca, é praticamente impossível não suspirar quando tem os lábios macios sobre os seus.

— Você foi maravilhosa. – O beijo é interrompido pelas lambidinhas ousadas de lady, sua cadela. As duas se separam e sorriem uma pra outra. – Acho que ela quer um beijinho também.

— Sinto muito garota, mas eu sou totalmente fiel. – Alycia alisa a orelha da cadela que retribui com pulinhos animados.

— Vem, vamos subir, se meu irmão souber que está aqui ele vai te matar.

— Nicholas Turner é o líder número um do meu fã-clube.

— Pode apostar que sim.

A casa ainda está silenciosa e tranquila quando o casal sobre as escadas. A única coisa que perturba o ar além dos seus passos, é o som que um lustre faz quando os pequenos vitrais se raspam um no outro. A casa dos Turner é altamente influenciada pela arquitetura britânica colonial, simplista, porém aconchegante e bem ventilada.

No entanto, é no quarto da ruiva que Alycia realmente sente-se bem em estar.

Alycia espera Sophie entrar no quarto para lhe entregar mais um beijo. Esse demorado e cheio de saudade. As flores que ainda estão nas mãos da ruiva são esmagadas entre elas. Tocam os lábios, inspiram o hálito. Sorriem.

Alycia nota em meio aquele beijo, que namorou quase dois anos e nem de longe esteve tão perto daquela noção de felicidade.

É muito bom.

Na verdade, é maravilhoso.

— Oi. – Diz ela.

— Oi. – Sophie responde.

— Desculpe por ter invadido seu espaço, mas eu estava realmente com muita saudade.

— Você me viu ontem a tarde, Evans.

— Rapidamente, nem pude te dar um beijo.

— Acho que foi bom de certa forma. – Sophie escondeu uma mexa de cabelo ruivo detrás da orelha e tentou sorrir o bastante para que Alycia não notasse que por trás disso havia uma mensagem oculta.

— Não está sendo fácil pra você voltar a confiar em mim?

— Não. Eu convivo todos os dias com a vozinha da minha consciência reguladora mandando eu dar o fora. Ela me diz que o resultado será igual das outras vezes, mas eu preciso disso tanto quanto você. Eu te amo, eu sempre te amei, e a nova eu ama também, mas de maneira responsável e cautelosa. – Alycia entende onde ela quer chegar, entende o bastante para saber que não é o momento para falar do seu amor, e ela sabe que Sophie entende isso também. – Seu tom sincero aliviou Alycia. Sinceridade era uma coisa boa.

— Eu estou mostrando pra você que preciso, ruiva.

— Eu sei disso, só preciso me acostumar. Por que de fato, você parece mudada. – Ela sorriu exterminando o clima pesado que ameaçava se instaurar entre elas. – Só não suba mais na minha janela, preciso de você inteira. – Elas trocam outro beijo. – Completamente inteira.

— Você vai hoje?

— Hmmm, normalmente eu não perderia uma festa, no entanto, não quero limitar suas ações.

— Você não vai limitar minhas ações, é a única mulher que eu quero. Vá e seja minha companhia a noite toda.

— Eu irei. – Alycia bocejou profundamente e Sophie beijou a pontinha do seu nariz. – Você quer dormir um pouco?

— Quero, mas eu não posso. Estou cheia de coisas pra fazer em casa. Lauren e o Mike são dois sem-noção quando o assunto é festa.

— Que pena, minha cama parece tão quentinha. – A ruiva se joga na cama detrás delas – Tenho certeza que você não quer ir.

— Sophie...

— Venha de uma vez. – Alycia é agarrada pelo pescoço e cai de cara no mundo de almofadas, as duas riem e trocam beijos gostosos e riem novamente, até caírem no sono agarradinhas.

O amor é resiliente, mas só se volta a forma original com a qualidade mais importante do amor.

A paciência.

Camila solta o ar pelos lábios lentamente cobrindo o corpo nu com o cobertor vermelho. O calor ardido no meio de suas pernas entorpecem-na por bons momentos. Ela nem tem tempo de se recompor, porque Brooke se aninha em seu corpo mole enlaçando sua cintura como um enorme polvo de cabelos loiros.

— Você ainda vai me matar, Mila. – Subiu sobre seu corpo tomando seus lábios em outro beijo caloroso.

— Fraquinha. – Afastou alguns cabelos que caiam nos seus olhos. – Nós nem fizemos a sério hoje.

— Então não estávamos fazendo sério hoje?

— Sim eu queria deixar sua energia no lugar, sei que vai almoçar com seus pais.

Brooke fechou a cara a ouvir aquela frase.

— Eu vou? Achei que nós íamos.

— Eu na verdade preferia ficar aqui. – Disse ela sentindo-se um pouco sem graça. – Quando voltar vai me encontrar no mesmo lugar.

Brooke parou um segundo, para com os olhos um tantinho menos empolgados dizer:

— Você parece relutante com a ideia de conhecê-los

— Brooke eu não estou relutante... Eu só acho que é um pouco cedo.

— Cedo para almoçar com meus pais?

— Não me leve a mal, eu ... – Camila notou que o que estava falando acabaria por magoar a namorada e ela realmente não queria magoar Brooke. Colocou suas mãos em seu rosto e beijou seus lábios superficialmente. – Eu preciso fazer as coisas tranquilamente.

— Com a Lauren, você faria tranquilamente? – Camila fechou os olhos dando adeus ao clima de calmaria pós sexo.

Cabello suspirou contendo o desejo revolto de dizer a primeira coisa que transitou pela sua mente. Ela nem se lembrava a quantidade de vezes que tinha que se conter, parecia um imenso reservatório de raiva a ponto de transbordar.

— Deixe a Lauren fora disso, – Disse ela na voz mais amena que conseguiu. – eu nem sei porque você está envolvendo-a nessa conversa.

— Eu não sou idiota Camila, eu sei muito bem quando você está aqui e sua mente pairando em outro lugar.

Dios, você vai estragar tudo...

— Eu? – A loira pulou da cama, arrastando os lençóis consigo. Camila sentiu um misto de vergonha e raiva. Por que as coisas nunca eram simples com ela? – É você quem não leva nosso namoro a sério.

— É obvio que eu levo, será que você pode parar com isso? Porra! É na sua cama que eu estou, é com você que eu faço sexo, o que mais você quer de mim?

— Eu quero saber de você se estou nessa sozinha. – Insistiu Brooke e então completou a frase em um tom ainda mais sombrio. – Responda com sinceridade, você vê um futuro nessa relação? Quando vou conhecer sua mãe? Quando você vai conhecer meus pais? Eu nunca entrei na sua casa. Você não sente como se isso fosse surreal?

Brooke esperou que ela respondesse, porém a atenção de Camila foi até o seu celular sob a mesinha de estudos da namorada. Mais uma rota de fuga que ela pegaria sem medo.

— Eu preciso atender.

Sua namorada assentiu tristemente, fugindo os olhos dela. Foi como se de um momento para o outro ela tivesse a dimensão exata daquilo que teve dificuldade em aceitar quando em euforia aceitou o que Camila tinha a lhe oferecer. Olhando de perto parecia que ela estava catando migalhas no chão.

— Atenda de uma vez.

Camila esticou-se pegando o aparelho celular sobe a mesinha. Deslizou o dedo trêmulo sobre a tela e levou aos seus ouvidos. Ainda com os olhos fixos em Brooke esperou a voz do outro lado da linha se identificar.

— Bom dia, Camila Cabello? – Uma voz feminina ressoou.

— Sim, quem gostaria?

— Que maravilhoso falar com você, Camila. Nós somos da universidade Juilliar de música e artes, – O coração de Camila desse ponto martelava contra suas costas. Ela deslizou na cama sem acreditar ou conseguir manter-se firme em suas pernas. – Me chamo Sarah Mitchels, sou representante da instituição na Califórnia, vimos seus quadros e ficamos bastante impressionados.

— Ficaram?

— Sim, Camila Você tem um talento nato para as artes. E é com muito prazer que lhe informo que você foi um dos 4 jovens do estado a serem contemplados com a possibilidade de serem integrados com bolsas da universidade.

Madre de Dios!

— Estou ligando para saber se existe a possibilidade de você se apresentar amanhã as nove na sala de artes de Alexander Maximus...

— Como?

— Amanhã as 9 h, um mestre de artes da universidade estará em Santa Claryta para observar artes de alguns postulantes, seria muito interessante se você levasse uma das suas obras.

— Eu estarei, lá. – Mila tentou ao máximo usar sua voz contida, ela precisava agir com tranquilidade. Mas quando ela desligou a chamada, em um único grito disse a única coisa que conseguia pensar naquele momento. – Eu estou quase dentro de Juilliard! – Camila pulou euforicamente, tropeçando e caindo de bunda no chão.

— Camila! – Brooke correu ao seu auxílio, porém notou que a garota estava sorrindo resplandecente. – Você se machucou?

— O quê? Eu estou feliz, eu estou infinitamente feliz. – Mila levantou sucumbindo em euforia. – Oh meu Deus, Brooke. Eu preciso ir pra casa, eles querem ver um dos meus quadro e eu não tenho nada pronto.

Camila levantou catando todas as roupas largadas pelo quarto, ela precisava correr. Tinha basicamente 24 horas para criar alguma coisa realmente impressionante, 24 horas e seu destino acadêmico se decidiria. Algo que ela almejou sua vida toda, estava tão próximo e só dependendo dela e de mais ninguém.

Mila desceu da moto da namorada dando nela um ligeiro rápido nos lábios pulando os degraus da porta, se atrapalhando com as chaves na sua mão até conseguir abrir a porta com um tranco que quase a levou ao chão novamente.

— Camila! – Sinu assustou-se vendo a filha, agarrada a porta. Camila deu um pulo apressado começando a dizer um monte de frases desconexas. – O quê? Eu não conseguir entender nada do que você disse.

Mila calou-se, suspirou profundamente voltando a organizar suas ideias e falando dessa vez de maneira clara, ainda que sua voz estivesse esganiçada.

— Mama... Eu estou a um tris de ser a mais nova aluna de Juilliard!

Sinu arregalou os olhos levando apenas um segundo para entender exatamente o que sua filha tinha acabado de dizer. Era o seu sonho desde que tinha começado a se interessar por arte. Uma pequena lágrima escorreu pelos olhos de Sinuhe e apenas Camila e ela, entendiam o motivo.

Era como se depois de tantos percalços um brilhante e bonito céu azul começasse a mostrar as caras. Ela sentia que coisas boas se aproximavam.

Antes que ambas percebessem estavam uma dentro do abraço da outra. Camila sempre foi a filha do seu pai, quando pequena ela nunca tinha tido a ligação que existia entre elas agora. Sinu sabia que seu amor pela arte era mais uma das coisas que Alejandro havia dado a sua filha, mas a mulher forte e decidida que ocupava tranquilamente o lugar da menina que amava lacinho, isso era em grande parte graças ao seu amor. O amor que pode curar até a marcas mais profundas na alma.

Mila entrou no seu quarto, rodou em seu pés buscando em meio a tanta tinta e quadros inacabados algo que ela pudesse oferecer minimamente em acordo com a grandeza que aquela universidade precisavam.

Rodou naquele pequeno espaço durante minutos, tentou pintar várias vezes, mas quando estava quase surtando, ela viu.

Um sorriso foi vagarosamente surgindo em seus lábios, quando aproximou-se da tela esquecida no canto do seu quarto. Os olhos pareciam olhar diretamente para ela, como a própria dona que havia servido de inspiração olhava. Olhos suplicantes, mas, ao mesmo tempo, viciantes.

Mila escorregou os dedos pela tinta seca e soube naquele momento que ela já tinha escolhido o quadro que apresentaria.

Era de verdade artística que Juilliard precisava para lhe aceitar, e nunca houve tanta verdade quanto naquele olhar. Mesmo quando sua boca traia a razão, mesmo quando seus corpos amavam outras pessoas.

Olhos não mentem.

Estava decidido.

Lauren balançava a cabeça acompanhando em um tom meio distante o som que saia das caixas de som. Era muito esquisito ter tantas visitas na sua casa, apesar daquela festa ser reservada aos amigos mais próximos. Contando que Alycia era quase um ímã social, tinha MUITA gente dentro da sua casa. Transitando pelos cômodos, se esfregando nas paredes e sentados pela casa.

Seus tios estavam a muitos quilômetros de distância, porém ela não conseguia pensar em como eles reagiriam quando soubessem que deram uma festa daquele tamanho.

Deu outro golinho curto na sua cerveja, fazendo uma careta quando notou que o gosto estava horrivelmente mais amargo do que antes.

— Meu Deus, você é única pessoa que fica solteira e não curte a liberdade nem por um segundo. – Lauren ergue os olhos encontrando Alycia com um arzinho de deboche. – Poxa Lauren, nenhuma companhia pra essa noite?

— Quem disse que eu não tenho companhia pra essa noite?

—Tem? – Estranhou, Alycia. Parecendo absurdamente surpresa. – Quem?

— Keana Marie. – Disse Lauren com um sorriso presunçoso. Ter Keana Marie como companhia de uma noite era um feito e tanto até Alycia tinha que admitir.

Alycia arregalou os olhos e sua boca acompanhou o movimento. Lauren sorriu arrogante notando que sua prima de fato estava surpresa. Keana era uma mulher interessante, e se ela não estava vendo demais, escandalosamente te dava mole. Do contrário, por que ela aceitaria aparecer numa festa cheia de adolescentes?

— Sua vadia, você convidou a jornalista gostosa para vir pra cá?

— Sim, e antes que diga que ela não vem. Ela pareceu muito interessada em vir, para ter minha companhia.

— É assim que se faz, Michelle! – Alycia deu um tapa dolorido em sua cabeça. – Espero que tenha coragem emocional suficiente para aguentar Camila Cabello e Keana Marie no mesmo lugar.

— Camila vem? – Sua voz saiu em um tom agudo. Aquela informação não estava exatamente nos seus planos.

— Sim, Sophie acabou de me dizer que os delinquentes estão a caminho.

Lauren fechou a cara, estava de volta mais um dilema.

— Bem, espero que ela curta bastante a festa com a namorada. – Disse ela com toda sua coragem. – Eu vou fazer o mesmo com Keana.

— Olha, parece que temos um avanço nesse deserto.

— Ah, vá se foder.

A campainha toca, e Lauren dá um pulo desajeitado do sofá correndo para atender. Sem dar ouvidos a mais uma das provocações de Alycia. Quando ela abre a porta, nota com certa infelicidade que era apenas mais um grupo de convidados prima.

Lauren se vira para voltar para dentro da casa quando uma segunda voz soa.

— Lauren Jauregui. – Lauren desce as escadas rapidamente, vendo a figura sensual de Keana Marie.

A jornalista está parecendo absolutamente sexy, com um conjunto de blusa e saias curtas que deixam suas pernas torneadas perigosamente de fora. Lauren sobe os olhos pelo seu corpo se contendo para não parecer colegial demais pra ela.

— Espero não ter chegado cedo demais. – Disse Keana, abrindo um sorriso, avaliando Lauren da mesma maneira, no entanto, diferente da jogadora ela não faz questão de disfarçar. – Você está belíssima Lauren. – Keana beijou demoradamente o rosto de Lauren, parando para olhar nos olhos da outra o que tinha causado.

— Eu nunca mais tinha pisado em uma festa do high school. Não sei mais me misturar.

— Espero que, pelo menos, minha companhia sirva para lhe distrair. – Lauren comenta usando seu melhor sorriso, combinando com um olhar confiante.

— Eu tenho certeza que sim. Então o que Lauren Jauregui gosta de beber?

Lauren riu e ergueu a garrafa de corona e Keana tomou de suas mãos.

— Sinto que você está o tempo todo me entrevistando... – A jornalista levou a bebida aos lábios e sorriu.

— Bem, eu não estou. – Ela responde encostando na proteção da varanda. – Se não, nem estaria aqui. Não misturo trabalho e diversão, Lauren.

— Que bom. Isso quer dizer que nada que eu diga será usado contra mim.

— Depende do que você diga.

Lauren tinha notado desde o primeiro encontro entre elas que uma tensão sexual poderosa se desenhava toda vez que elas estavam juntas. Mas até aquela noite as coisas não tinham sido tão explícitas.

— Eu quero te beijar desde o nosso primeiro encontro. – Keana sorriu sensual e mordeu os lábios.

— Eu também.

Elas se aproximam, as mãos de Keana vão até seu pescoço, prendendo a mão ali e antes que o beijo comece alguém pigarreia atrás delas.

Lauren afasta-se minimamente, suspirando quando vê o grupo de amigos mais famoso de Alexander Maximus.

Camila olhou Lauren, esquecendo como respirar, momentaneamente. Ela estava usando um simples vestido preto e coturnos nos pés que acentuavam o que tinha de melhor em suas curvas. Seu cabelo estava solto e era lá que as mãos de Keana Marie escondiam-se.

Camila travou os dedos uns contra os outros. E se escondeu entre Dinah e Mani.

— Se você pudesse cuspir veneno pelos olhos essa garota estava morta. – Sussurrou Dinah e Camila rolou os olhos profundamente.

— Eu não estou nem ai pra elas.

— Ah, claro e eu sou a Blue Ivy. Lauren! – Dinah cumprimentou com um sorriso irônico. Lauren sorriu simpática e soltou o corpo da garota, porém manteve suas mãos em volta da cintura curvilínea.

Camila recuou com ainda mais raiva quando viu naqueles olhos verdes uma estranha satisfação. Seria tão mais fácil evitá-la se Brooke estivesse ali, ela, pelo menos, poderia equalizar as coisas, mas sozinha enquanto Lauren agia confortável perto da jornalista era definitivamente algo que ela não se preocupou quando saiu de casa.

E o motivo dela ter ido era o desejo imbecil de contar a Lauren sobe a sua apresentação na manhã do dia seguinte. Agora ela queria ir pra casa o mais rápido possível, só não deu meia volta e voltou porque definitivamente não ia dar esse gostinho a ela de notar que estava morrendo de ciúmes.

— Entrem. – Ela apontou para a casa movimentada, com adolescentes entrando e saindo, música tocando alta.

— Alguma regra? – Perguntou Nicholas.

— Não quebrem nada da minha tia, não usem minha cama para fazer sexo. – Lauren soltou uma risada suave que deixou Camila absolutamente derretendo por dentro.

Camila revirou os olhos, recuperando o senso de si mesma. Os olhos de Lauren congelaram no dela um segundo, porém Camila cortou a interação com um olhar carrancudo e subiu as escadas da entrada praticamente colada nas costas de Dinah e Normani.

— Camila... – Ficou surpresa com a jornalista falando com ela. E deu seu melhor sorriso falso antes de responder.

— Oi Luana.

— É K-

Ela entrou na casa sem esperar que a jornalista corrigisse o nome. Deixou que Sophie que de todos eram a pessoa mais familiarizada com a casa a puxasse por um corredor isolado, até uma espécie de sala que era de onde vinha o som e as bebidas. Camila tinha uma mão no corrimão, e os olhos em absoluto espanto na casa. Se aquela a casa dos seus tios, ela nem queria se perguntar em que tipo de ambiente Lauren havia crescido.

Camila definitivamente não podia ouvir nada sobre o rugido da música, os riso, gritos e todos os sinas reveladores que aquela festa era um sucesso. Ela recebeu um copo de uma bebida de cor esquisita das mãos de Dinah. Esperava que Alycia soubesse como produzir amnesia com bebidas. Ela queria esquecer Lauren Jauregui.

— Calma ai, Walz, você vai se embriagar. – A voz de Dinah soou ao seu ouvido. – Misturar ciúmes e álcool não dá certo.

— Onde está Normani? Ela não está te fodendo o suficiente. – Dinah sorriu com malícia.

— O suficiente para eu não estar com esse humor do cão.

Camila bufou e tomou mais um gole da sua bebida.

— Saia do meu pé.

— Eu não estaria em seu pé se você parecesse se divertindo, Brooke não vem?

Os olhos de Camila dispararam imediatamente para Lauren, que se esbaldava na pista de dança dançando com os braços em torno de Keana.

— Não – Camila murmurou levantando. – Foda-se.

— Pena, se Brooke estivesse aqui você poderia arrastá-la para a cama de Lauren, e deixar seu cheiro lá... – Camila revirou os olhos.

— Ah, claro. Porque isso é algo que eu faria, né?

— Parece um bom plano de vingança para mim.

Camila não pode se segurar e riu asperamente, tomando outro gole com vontade.

— Onde está todo mundo?

— Sophie está se agarrando em algum canto com Alycia Evans, Nicholas provavelmente montando guarda no bar.

— Tudo bem, – Camila sorriu, permitindo que o álcool diluísse em seu sangue. – E Normani?

— Tem o que eu? – A voz de Kordei interrompeu as duas garotas. Ela deu um beijo demorado nos lábios de Dinah. – Trouxe mais cerveja pra você, Mila e vim roubar minha linda namorada um segundo.

— Um segundo para o fogo de vocês é tipo duas horas.

— Ainda bem que sabe, bye vadia.

Camila piscou, sentindo seu mundo girar tão levemente quanto ela fez contato visual com a floresta verde do outro lado da casa, seus olhos travando com os de Lauren. A interação demorou o bastante para Keana agarrar sua mão e as duas saírem dali aparentemente para a zona exterior da casa.

Camila ficou sentada sozinha tendo como única companhia seu copo de cerveja. Ah, e pra piorar Love on the brain começou a tocar pelos alto-falantes da casa.

— Obrigada, Rihanna. Era exatamente isso que eu estava precisando.

Lauren buscou apoio na parede as suas costas enquanto as mãos brincavam insistentemente com o botão da blusa de Keana. A jornalista no entanto, parecia está um passo a frente da sua racionalidade, porque segura seus dedos afoitos e dá um pequeno sorriso charmoso pra ela.

— Calminha ai. – Lauren voltou a respirar mais tranquilamente. – Acho que esse não é o lugar mais apropriado para isso.

— Podemos ir para o meu quarto.

— Eu não sei se tenho tempo, amanhã cedo vou cobrir um jogo do time masculino de futebol. – Disse ela e completou em seguida – Porém, passarei a tarde toda em casa. Você poderia me fazer uma visita informal e terminar de aplacar a minha curiosidade.

— Eu adoraria – Riu e Keana beijou seu queixo, fazendo Lauren apertar sua cintura com as mãos. – Espero ter vencido sua curiosidade.

— Uma parte dela, com certeza.

— E o que falta para você saber a outra parte? – Keana suspirou sem notar, Lauren flertava tão facilmente, e a maneira segura que isso saia dela era ainda mais atraente.

— Tempo, eu acho. Preciso ir, mas eu realmente estava falando sério sobre o convite. Tenho uma garrafa de vinho tinto e um aparelho som e uma cama bastante confiável para nós duas. – Keana deu mais um beijo naqueles lábios. – Eu vou te esperar, apareça. Você tem meu número.

Depois que Keana partiu, Lauren já tinha um plano transcrito na sua cabeça. Ela passaria bem longe de Camila Cabello pelo resto da noite. Fácil de falar difícil de fazer. Quando voltou para a parte de dentro da casa, a primeira coisa que notou foi Camila sentada na escada principal da casa segurando um copo de cerveja nas mãos.

Lauren evitou pensar bem no que estava fazendo porém se aproximou silenciosamente. Camila foi ficando mais e mais tensa a medida que Lauren chegava perto, até que ela notou que era exatamente na sua direção que a jogadora estava indo.

— Oi. – Disse Lauren com um sorriso tímido. – Gostando da festa?

– Sim.

— É a primeira vez que eu te encontro em uma festa e você não está bêbada. – Camila rolou os olhos. – Não seja tão má, Camila. Lembre-se que combinamos de evitar brigas enquanto eu estiver por aqui.

Mila apertou o copo contra os dedos, lembrando de mais isso.

— Sente-se comigo então, cretina. – Riu com o humor melhorando vertiginosamente. – Mila estendeu seu copo de bebida e Lauren pegou em suas mãos e dando um gole demorado.

— Céus, Camila. Isto é álcool puro.

Mila deu de ombro e afastou-se para deixar Lauren se sentar no espaço entre ela e a parede.

— Onde está seu bebê?

— Eu disse que viria sem ela. Onde está Keana? – Lauren arqueou uma sobrancelha ouvindo Camila dizer o nome exato da jornalista. - O que foi?

— Nada, – Respondeu ela. – Keana precisou ir embora mais cedo.

Lauren deu uma de suas avaliadas poderosas em Camila. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, e ela usava uma blusa amarela com mangas soltas e calças brancas por cima. Parecia mais leve do que sua expressão sugeria.

— Por que está me olhando assim?

— É proibido agora? – Rebateu Lauren.

O momento entre elas foi interrompido por Sophie Turner puxando Alycia escada a cima. As duas estavam grudadas em um beijo aquecido, se chocando nas paredes como balas perdidas. Ela ficaram de pé, sem entender o que estava acontecendo, até que notaram elas virando a esquerda direto ao quarto de Alycia.

Lauren e Camila trocaram olhares horrorizados e depois sorriram pesadamente dando de ombros.

— Alguém precisa queimar toda essa tensão sexual.

Foi a única vez naquela noite que Lauren ponderou ser um pouquinho mais corajosa. Não era nenhuma loucura arrastar Camila pelas mãos e subir até seu quarto. Pela maneira que a cubana soltou o ar pesadamente pelos lábios parecia que ela pensava exatamente a mesma coisa.

— Onze horas. – Mila notou retirando o celular do bolso da calça. – Uau, eu acho que tenho que ir.

— Mas já?

— Tenho uma apresentação importante amanhã... Posso dar um grande passo em direção a Juilliard, tenho que descansar.

— E você fala assim com essa calma? É seu sonho. – Lauren puxou Camila para um abraço apertado, porém rápido. – Espero que de tudo certo, quer dizer, vai dar tudo certo, você é Camila Cabello.

— Bem, Camila Cabello está muito nervosa.

— Não fique, tenho certeza que tudo vai acontecer muito bem.

— Do jeito que a sorte me abandonou nos últimos tempos, eu acho que não.

Lauren retirou rapidamente um elástico de cabelo preto que ela usava no braço e estendeu pra Camila. – Tome...

— Meu cabelo já está preso, Lauren.

— Não são só elásticos comuns, são meus elásticos da sorte. Use-os e tudo vai da certa.

Camila sorriu aceitando.

— Está me dando sua sorte?

— Uma parte dela, – Apontou para um segundo elástico preso no pulso. – Agora você tem 50% da minha sorte.

— Obrigada... hmmm. Lauren?

— Sim.

— Eu adoraria que você pudesse ir amanhã. É que com a união dos dois elásticos eu vou ter 100% de sorte, entende?

— Eu estarei lá. – Garantiu.

— O evento começa as nove e meia. Não se atrase.

— Eu não vou me atrasar, serei a primeira a chegar.

Mila abraçou Lauren por tempo suficiente para o cheiro do seu perfume grudar em sua roupa quando a cubana já havia ido embora.

Lauren dormiu muito mais do que planejava.

Acordou sob a luz forte do sol, seu coração batendo tão forte quanto seus pensamentos. Ela pulou da cama tropeçando em uma bola de futebol quando notou que já passava das nove e meia. Maldita festa idiota.

Se olhou no espelho do quarto, os cabelos despenteados e a roupa amarrotada em seu corpo. Ela pulava de um pé só calçando o primeiro par de sapatos que encontrou pela casa. Tinha que chegar em Alexander Maximus nos próximos 15 minutos.

Quando deixou o quarto tropeçou em Alycia e Sophie, que estavam igualmente despenteadas.

— Pra onde você vai? Eu preciso de ajuda para arrumar essa zona.

— Volto mais tarde. – Berrou descendo as escadas velozmente.

— Sua vadia eu preciso de você!

Lauren nunca antes tinha dirigido tão rápido em toda sua vida. Estacionou de qualquer jeito na vaga para estudantes e começou a correr em direção a sala de artes. Estremeceu de frio e de raiva por ter pegado apenas sua camisa e calças de moletom e esquecido de um simples casaco.

Lauren tentou se controlar enquanto esperava o elevador subir lentamente, se remexendo a medida que a musiquinha se tornava mais e mais irritante. Ela tentou não pensar que Camila já tinha exposto sua tela e agora estava decepcionada por Lauren ter dormido demais e não ter chegado em tempo.

Com um pulo imprudente para fora do elevador. Lauren venceu os últimos metros em direção a sala de arte. Ela acompanhou um pequeno grupo e enfim suspirou aliviada notando que tinha conseguido chegar, esperava que em tempo suficiente para que pudesse mostrar a Camila que estava lá para lhe apoiar.

Lauren soltou um grande sopro de ar, enquanto tentava não hiperventilar.

Ela se ergueu agradecendo aos céus pelo fato do centro de artes está lotado o suficiente para ninguém se preocupar com a maneira que estava vestida. Foi então que ela viu, ao lado de uma tela que parecia muito maior que ela. Embrulhadinha em uma jaqueta de couro, franzindo o cenho para a expressão confusa de Lauren.

Mila acenou rapidamente em um suspiro aliviado, ela ergueu os braços e Lauren levou certo tempo para notar que ela mostrava o elástico de cabelo preso em seu pulso. Jauregui repetiu o movimento e ergueu os polegares em aquiescência.

Foi só quando o mestre de artes aproximou-se de onde a cubana estava que Lauren teve curiosidade de olhar a pintura de Camila. Perdida entre jatos de tinta verde, azul e marrom, se destacava dois olhos entre rosas, um olhar que ela conhecia muito bem, principalmente quando se olhava no espelho.

Camila tinha feito seus olhos, tinha feito arte deles e usado no dia mais importante da sua vida acadêmica. Ela amou Camila com todo seu coração.

Ficou parada hipnotizada pela pintura enquanto notava Camila ser obviamente bastante elogiada pelo que parecia ser o curador daquela exposição. Como não seria? Seu desenho era de longe a coisa mais linda que Lauren já tinha visto. Não por ser seus olhos, mas porque Camila sabia capturar a essência de qualquer coisa com uma verdade tão grande que Lauren sentia vontade de chorar em pensar que aquela mulher em breve estaria fora da sua vida. Tão avassaladoramente como um tufão que sai do mar, arrasa e vai embora.

Ela poderia ter dito isso a Camila. Mas quando tentou avançar o lugar que era seu foi ocupado por Brooke que estava lá na primeira fila, havia chegado provavelmente muito antes dela. Ela se lançou para Camila assim que ela saiu do lado da pintura, puxando-a para seus braços entregando a ela um beijo quente e acalentador nos lábios.

Camila parecia assustada ou até culpada quando interrompeu o beijo com os olhos indo até Lauren. Lauren sentiu que não tinha mais o que fazer lá, ela realmente não precisava mais ficar ali.

Abriu a porta da sala de artes com um empurrão e quando apertou o botão do elevador para sumir daquele lugar. Ouviu uma voz atrás dela.

— Lauren... Eu sinto muito.

Jauregui virou pra ela, dizendo a única frase que não parecia confusa dentro do seu cérebro.

— Pare de quebrar a porra do meu coração, Camila!

E dizendo isso caminhou para dentro do elevador, incapaz de olhar naqueles olhos.

Vocês não estão prontos para o próximo capitulo. Sigam em frente...

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