Teoria do amor ao caos ✔️

By valeofdolls

634K 47.4K 37.8K

Camila ama o controle. Ama tanto que fez uma lista de todas as etapas que tem que passar até chegar na sua so... More

notas da autora
Um - A nova estrela (é um saco).
#2
Dois - Você é culpada
Três - Entre odaliscas e rivalidades
Quatro - A garota mais legal do mundo. Parte 1
Exposed #4 & #5
Cinco - A garota mais legal do mundo. Parte 2
exposed - #6
Seis - O novo casal (SQN)
Sete - Dupla do caos
Exposed #8
Oito - Diet coke, batom e maconha
Exposed 9
Nove - Amordaçada e stalkeada (o que falta?)
Exposed #10
Dez - O ritual da tartaruguinha, dois beijos, e um banho.
#0 - Seja bem-vindo a Santa Clarita
Onze - A luta de classes e a vida de merda.
Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D
Treze - Verdades e caronas não fazem mal a ninguém(né?)
Quatorze - Teorias, chantagens e bandas indie (tem tudo a ver)
Exposed #15
Quinze - Todo mundo tá planejando algo (menos eu).
Exposed #16
Dezesseis - Bandaid, gols e pedidos inesperados
Bônus - Te amar trouxe consequências
Planos, tapas merecidos e legos
Dezoito - As lições que eu aprendi com você.
Exposed 19&20
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós.
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2
Vinte - Raios, faíscas e feromônio
Vinte e um - Eu sinto você
vinte e dois - Lições do papai
Vinte e três - Boias para nos salvar
Exposed #25
Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar
Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração
Vinte e sete - Não faça isso comigo
Exposed #28
Vinte e oito - A bruxa está solta.
Vinte e nove - Quente e doce.
Trinta- Ação de (des)graça
Exposed #31
Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades
Trinta e dois - Constelações, beatles e magnitude
Exposed #33
Trinta e três - Feliz Natal, felizmente.
Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Tudo que ficou no passado #1
Livro dois - Capitulo Um - Ponto de Ruptura
Livro dois - Protetora
Livro dois - Tudo por ela
Livro dois - Planos infalíveis são quentes.
Namorados novos são um saco.
Recuperando corações perdidos
#2 Tudo que ficou no passado.
Livro dois - Chegamos até você.
Livro 2 - Epitáfio
Livro dois - Consequências
EXPOSED - DOIS ANOS :O
Livro 3 - Seguindo em frente
Livro 3 - Nós
Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Epilogo

vinte e quatro - eu te deixei (mas não vou te abandonar)

9.8K 739 908
By valeofdolls

Lucy Vives sempre objetificou suas expectativas em cima dos outros. Toda vez, desde que ela era uma pequena garotinha, que ela precisava confrontar verdades ou sopesar fracassos. Lucia Vives buscava a culpa no outro não nela própria. Por isso, ela perdeu a habilidade de notar quando as coisas lentamente iam perdendo o tom. Lucy nunca aprendeu a ir embora, ela apenas deixava que as pessoas fossem.

Foi assim que ela perdeu Vero. Em um dia vivendo o amor que sempre sonhou, e num piscar de olhos, deixou seu pai interferir na sua vida e como ela nunca enfrentou a vida de frente, jogou sua raiva pra cima da ex namorada. Era de Vero a culpa por não ter lutado pelas duas, não dela que viu o pai fazer o que queria e não foi capaz de impedir.

O mesmo aconteceu com Lauren, desde a primeira vez que namorada bateu os olhos em Camila, ela sabia que algo tinha mudado. Em um segundo o toque não era mais o mesmo, o carinho, o fogo, o gesto, tudo parecia irreversivelmente mudado, como se ela estivesse usando uma roupa que não lhe cabia. E quando a cubana estava por perto, Lauren agia como se tivesse sob hipnose. Talvez sem se tocar, seus olhos só buscavam a mesma pessoa.

Lucy também não fez nada sobre isso, apenas observou mais uma namorada ir embora.

Seu coração estava pesado, quando no fim da terça-feira, dois dias depois do jantar de gala que Lauren nunca apareceu, elas marcaram um encontro nas arquibancadas.

Não na sua casa, não em seu quarto. No terreno neutro do campo de futebol

Lucy puxou a jaqueta das lideres de torcida com força contra o corpo quando viu Lauren subindo os degraus. Ela usava sua roupa de treinos, as blusas justas, o meião esticado até o fim das pernas. No rosto a expressão tão aérea quanto a dela. Lucy conhecia Lauren o bastante para saber que ter sido criada afastada dos seus pais deixou para sempre na jogadora a frieza de quem largas coisas pelo caminho sem se preocupar o que isso causaria. Lauren Jauregui sabia facilmente dizer adeus.

Lauren deslizou para um assento do seu lado, os cachos escuros do seu cabelo esvoaçaram contra seu rosto quando ela virou-se para cumprimentar sua namorada.

— Oi. – Lauren suspirou, inclinou-se para dar um beijo casto em seus lábios. Lábios que tinham gosto de adeus.

— Oi. – Lucy murmurou, colocando a cabeça no ombro de Lauren, a jogadora abraçou seus ombros e elas ficaram olhando o enorme campo de futebol.

Não estavam sendo falsas. As duas meninas tinham crescido muito nos seis meses que namoraram. E era isso que Lucy mais temia, o buraco que Lauren deixaria na sua vida quando fosse embora.

— Lucy, você lembra quando a gente se conheceu? – Perguntou Lauren gentilmente.

Lucy assentiu, o amor de verão da sua vida. Como ela poderia esquecer?

— Você estava jogando futebol na praia. Uma semana antes de ser anunciada como capitã do time. – Riu. – Eu me apresentei com a gentiliza mais cheia de interesse da história.

— Demos certo no começo. – Jauregui começou, sua voz caindo uma oitava. – Eramos tão, tão parecidas.

Lucy sentiu o nó na sua garganta aumentar levemente.

— É agora que você diz o "mas" que muda tudo que disse antes? – Lauren suspirou, afastando-se ligeiramente. 

— Agora as coisas são diferentes, Lucy.

Lucy disse a si mesma que ficaria bem. Porra, ela já sabia disso. Ela sabia desde a maldita festa de Alycia Evans, quando viu desejo nos olhos de Lauren, enquanto ela babava por Camila dançando na pista de dança. Viu a mesma chama, quando arriscou sua vida para buscar a garota no meio da floresta. Nada machuca mais do que o fim de alguma coisa, mesmo que o fim seja um processo mútuo.

— Irreversivelmente? – Ela teve que insistir na pergunta que ironicamente tinha uma resposta oculta.

— Sim, eu quero terminar. 

—   Só por um momento de altos e baixos? Ouça baby, todo namoro passa por isso, não precisamos terminar podemos resolver. 

— Lucy, eu sei que você está chateada, mas é o melhor para nós duas. – Lauren murmurou. O lábio de Lucy estremeceu quando ela balançou a cabeça, apenas por Lauren estar com as mãos em seu rosto. – Olhe para mim. – Lauren pediu.

Lucy desviou o olhar, tentando dolorosamente conter as lágrimas.

— Olhe para mim. – Lauren repetiu, e Lucy encontrou seu olhar timidamente.

Ela só enxergou desculpas dentro daqueles olhos maravilhosos.

— Se vai terminar, pare de enrolar e faça de uma vez. – Rosnou, mas sua voz saiu engasgada, ecoando como seu coração estava em cacos.

— Lucy, eu sempre amarei você. Você e eu somos muito parecidas, você é tão incrível e cheia de si. E eu sei que você vai me superar, estou fazendo isso para proteger você do que eu posso me tornar se continuar em um relacionamento que não vai mais acontecer. – Lauren murmurou gentilmente, inclinado-se para beijar suavemente os lábios de Vives. Ela se inclinou para trás um pouco depois, acariciando sua bochecha. – Isso não é sua culpa. Eu quero que você seja feliz.

— É por causa dela? – Perguntou baixinho, lágrimas escorrendo pelas maçãs do seu rosto em reação a derrota.

A jogadora afastou-se mais uma vez, as sobrancelhas escupidas suavizaram e Lucy enxergou verdade em Lauren.

— É por causa de mim em primeiro lugar, Camila não tem nada a ver com isso. – Lauren lançou-lhe um sorriso triste e um olhar cheio de culpa.

— Você já está gostando dela, não é? Porra, essa é a pergunta mais patética que eu já fiz. Obvio que sim, você nem disfarça quando está perto dela. – Lucy secou as lágrimas com muita raiva agora se dando conta de tanta coisa pra o que ela tinha fechado os olhos. – Você me traiu? – Lauren baixou os olhos sem coragem de admitir, mas nem precisava. – Meu Deus! Você veio com todo esse papinho de ficar com a culpa pra você porque de fato, você é culpada!

— Lucy eu-

— Cale-se, porra! Como tem coragem, como tem a petulância de tentar justificar algo assim? – A raiva e a humilhação faziam o coração de Lucy bater tão forte que ela transportava ódio pelas suas veias. – Como tem a audácia? Não me toque porra! Esse tempo todo eu me dediquei a esse namoro enquanto você fodia aquela vadia por ai?

Lauren levantou-se desistindo de tentar dialogar.

— Eu entendo sua raiva, mas a única pessoa culpada nessa história sou eu, Camila não estava em um relacionamento.

— Sabe, – Lucy limpou as lágrimas do seu rosto. – Você é uma egoísta de merda, Jauregui. Porém tenha certeza que o mundo dá muitas voltas. E você vai passar exatamente pelo que eu estou passando, e eu espero que seja com Camila Cabello.

Ela piscou mais uma vez, e com isso, ela saiu da vida de Lauren, tão arrasadoramente como ela tinha entrado.

— Eu não entendo, porque você está chateada? – Alycia suspirou, colocando os pés no painel do carro de Lauren, na manhã de quinta feira a caminho da escola.

Lauren estava se escondendo embaixo de seus óculos escuros, os lábios pressionados em uma linha firme.

— Ai, ei! – Alycia protestou quando Lauren deu um rápido empurrão em seus pés, jogando os para baixo. – Porra, Laur!

— Eu já disse que não é pra colocar os pés no painel do meu carro. – Lauren rosnou incisivamente, sem tirar os olhos da pista.

Mike suspirou, inclinando-se para frente do seu assento na parte de trás, para sussurrar no ouvido de Alycia.

— Ela recebeu uma ligação ontem e passou a noite toda ouvindo Lana Del Rey...

— Qual música?

— Summertime Sadness.

— Então? – Alycia começou ficando alarmantemente mais preocupada que antes. – Vamos dar uma volta com as garotas depois da aula hoje? Vou chamar a Vero e a Mani e podemos tomar todas, quem sabe você não arruma uma garota pra você? – ofereceu, olhando para Lauren expectante.

— Eu tenho aula de literatura com Camila. – Lauren murmurou. E Mike mordeu os lábios, estar perto de Camila não era uma coisa boa naquele momento, tinha que admitir. Ele ficou calado, mas Alycia não.

— Você tem certeza?

— Claro, eu estou muito bem com o fato dela namorar. – Lauren respondeu suavemente, mas a verdade era que ela não queria debater sobre aquele assunto de manhã.

— Se não estiver, tá tudo bem também. – Alycia retrucou.

— Na verdade eu não estou com humor para falar de Camila hoje. – Lauren suspirou, esfregando a têmpora com a mão livre parando o carro no sinal.

— Você não vai fugir da cubana pra sempre.

— Eu não estou fugindo. – Ela parou o carro bruscamente no meio-fio. – Vai funcionar. Funcionar no sentido, claro de conviver juntas em aula enquanto ela fica superfeliz com aquela loira de farmácia. Não vou precisar ter que ver isso por muito tempo, logo eu estarei longe. 

Alycia  e Mike voltaram a trocar olhares preocupados. Lauren nunca mencionava sua ida tão incisivamente igual aquela manhã. 

— Uh, Laur. – Alycia murmurou em confusão. – Está é a vaga para professores.

— Você está absolutamente certa. – Ela disparou de volta, entorpecida. – Estacione a Lana, e sem nenhum arranhão.

– Onde você está indo? – Alycia peguntou, deslizando para a cabeça para fora do carro.

Lauren sacudiu a cabeça em resposta, virando-se, com a bolsa pendurada no ombro.

— Ela ficou mal de verdade com essa história da Camila. – Mike constatou com olhar chateado.

— Não totalmente por causa disso, tem algo a mais, pirralho. E se prepare, porque eu sinto que não vamos gostar nenhum pingo.


Camila franziu o cenho quando a campainha da aula de literatura tocou, sinalizando o fim da aula, e Lauren simplesmente não tinha dado as caras.

Primeiro ela pensou que Tyrone Rodgers tinha dado um jeito de roubá-la pra mais uma de suas palestras sobre futebol, porém lembou que Lauren já não era mais tão querida pelo professor e mesmo quando tinha reuniões ela sempre estava lá na aula. Sua estranha ausência preocupava ela.

Camila considerou enviar-lhe mais uma mensagem via DM. Mas afastou o pensamento, ainda não tinha certeza como deveria agir depois de domingo. Precisava vê-la pessoalmente para decidir qual caminho era o mais seguro, porém Mike provavelmente saberia o que estava acontecendo.

Cabello engoliu em seco travando no meio do corredor, tinha a sua decisão mudado tantas coisas inclusive entre ela e Mike? Seu celular vibrou recebendo uma nova mensagem.

Camila notou Alycia Evans, coincidentemente conversando distraída nos armários com Normani Kordei e Vero Iglesias, então quando ela deu conta já estava indo em direção as três. Se não ia descobrir por uma lado da família tentaria o outro.

— Alycia preciso falar com você. – Evans ergueu uma sobrancelha e assentiu e acompanhando ela em direção oposta aos armários.

— Onde está a Lauren? Ela não apareceu na aula hoje e nem na nossa seção de estudos mais cedo.

— Eu... Porra... eu não deveria dizer, mas... ela deve está no campo de futebol.

— Treinando? – Disse franzindo o cenho. - há essa hora? 

— Pensando, talvez. – Mila resignou-se, ponderando de qual maneira agir. Alycia interrompeu seus pensamentos e disse com voz que sugeria sarcasmo. – Parabéns pelo namoro. –um pequeno sorriso sem graça nasceu nos lábios da cubana. - Quero ser convidada para o casamento já que foi graças a minha festa que vocês se conheceram.

— Humm... Namoro não é a palavra correta, piorou a ideia hipotética de um casamento.

— E qual é? – Riu.

— Precisa ter um nome? Um rotulo?

— Sabe, Cuba. Toda vez que eu não quis me comprometer com um relacionamento eu chamei ele de diversos nomes, menos pelo nome... – Disse ela em um raro tom de seriedade. – E foi por isso que eu descobri que eu quero voltar com a Sophie? Eu não tenho mais medo de dar nome a isso. Eu quero que ela seja minha namorada novamente. – Alycia riu lindamente quando disse. – Essa palavra não me assusta igual antes. Faça o mesmo exercício mental, tente dizer em voz alta o que pretende com Brooke, talvez encontre a palavra que não encontrou até agora...

— Eu sei o que eu quero. – Retrucou.

— Lauren? – Mila rolou os olhos parecendo agora cansada. Tipo quando você perde muito tempo pensando em alguma coisa e não chega a saída nenhuma. – Ou o melhor pra você seria ficar sozinha? Não me parece que namorar alguém, sem nem conseguir admitir isso seja uma atitude minimamente correta.

— Não faça isso. – Pediu com a voz um pouco fraca. – É o melhor para nós, é o melhor pra ela, Al. Eu não posso lidar com isso, não posso lidar em vê-la indo embora se estivermos juntas... Eu já nem sei se posso lidar com isso sem estarmos juntas. Sinto que vou sofrer de qualquer maneira, eu estou tentando atenuar a nossa dor.

Alycia suspirou. Ela também não podia pensar em como faria quando fosse o momento de dar adeus a Lauren, mas eram coisas proporcionalmente diferentes.

— Mas vocês estão juntas, se não fisicamente, mentalmente. Você está agora mesmo indo atrás dela para quê?

— Eu não sei. –  Admitiu. –  Por favor, não me coloque contra a parede. Meus pensamentos já fazem isso da hora que acordo há hora que vou dormir.

— Cuba. – Alycia suspirou tirando os fios loiros caindo na sua face. – Eu te adoro, mas olhe a sua volta. É você quem está se colocando contra a parede.

— Porra eu odeio quando você acorda inspirada. – As duas sorriram, e Alycia passou o braço em volta do pescoço de Camila. – Onde está minha Alycia Evans que só pensa em sexo e festas?

— Está tirando férias. – Continuaram andando. – Eu sei que você adoraria uma tarde com ela, mas estamos fechadas para balanço. Ai Cuba! Puta que pariu, você bate muito forte. – A menina esfregou dramaticamente o braço

Camila se soltou dos seus braços e segurou seus ombros, forçando a loira a olhar pra ela:

— Para não dizer que eu nunca te ajudei, Sophie Turner está indo agora mesmo indo para a aula comunitária de ciências sociais, com Paul Ruddy. A turma dela está encarregada de limpar e pintar as salas para festa de halloween.

— Puta que...

— Então... Vai fazer algo, ou vai esperar ele roubar ela de você?

— Camila Cabello, eu te amo! – Alycia dá um beijão no rosto da cubana e sobe as escadas, saltitante, quase trombando com os alunos que seguiam o mesmo destino que ela.

Mila respirou profundamente, olhando a longa trilha que separava ela do enorme campo de futebol. Alexander Maximus era grandiosa em muitos aspectos, principalmente distancia entre áreas do campus. Tempo suficiente para ela voltar atrás. 

Assim que desceu pela pequena trilha do campo de treinamento, ela enxergou Lauren Jauregui sentada de costas para ela, os joelhos apoiando sua cabeça. Sem nenhuma palavra, a cubana sentou do seu lado, erguendo os joelhos de maneira similar.

As duas ficaram em silêncio por um tempo, apenas olhando para as flores. Camila não tinha certeza de como ela se sentia naquele momento, mas havia uma fluida sensação de calma e convivência e ela podia senti-la. Todo o estresse entre elas se derretendo como gotas de orvalho que se evaporam com sol da manhã.

Ela teve todo cuidado de não permitir que nem seus ombros se tocassem, pois não queria intrometer-se no espaço pessoal de Lauren, mas Jauregui não fugiu dela. Depois de longos momento, Lauren tinha algo pra dizer.

— É esquisito, não é? – Mila levou os olhos até ela, notando que dava pra contar os sinais que ela tinha pelo braço. Eram pequenos e formavam uma linda constelação. – Essa coisa toda de estar cercado de pessoas, e ao mesmo tempo estar só. – Lauren fez uma pausa, incapaz de formar palavras, apontando amplamente com as mãos, sobrancelhas franzidas frustração óbvia. – eu não estou sendo dramática, eu sei que fiz a coisa certa, mas eu não sinto como se fosse, você entende?

Mila queria dizer que entendia, que se sentia da mesma forma naquele momento, porém não expressou seus pensamentos, porque aquele era o momento de Lauren desabafar, não dela.

— Eu recebi uma ligação essa manhã. – Um vácuo se estendeu pelo estômago de Camila em antecipação para a próxima frase. Ela ergueu o corpo querendo implorar para que Lauren não concluísse. – O Barcelona me fez uma oferta para antecipar minha apresentação. Por favor, não conte isso ao Mike ou a Alycia, eu ainda preciso conversar com eles e eu ainda não respondi a proposta, mas como você sabe, é algo grandioso. É o meu sonho, mas eu não sinto como se estivesse pronta para deixar vocês para trás. –  Mila fechou os olhos sentindo explodir ao ouvir ela lhe incluir com os membros mais amados da sua família. – Eu estou com raiva de mim mesma por saber que a decisão está em minhas mãos e só dessa vez eu não queria que estivesse.

— Claro. – Mila fugiu os olhos dela. Não ia chorar na sua frente. – É o seu sonho, você deve ir.

— Você incrivelmente tinha razão, isso nunca funcionaria.

Sem palavras, Camila se inclinou para Lauren ligeiramente, e a outra garota se derreteu em seu toque. Cabello abraçou seu corpo querendo dizer a ela que tinha mudado de ideia e que não queria perdê-la, ela não podia ir. Mas tudo que ela não disse morreu em um suspiro fraco que deixou seus lábios. Mila não tinha nada o que fazer, então escondeu-se na curva suada do pescoço de Lauren.

Camila não sabia dizer quanto tempo as duas sentaram la, confortavelmente em silencio. Poderia ter sido uma eternidade, ou alguns momentos fugazes, mas elas estavam em paz. Ao longe, a campainha do ultimo período tocou, e Cabello levantou, limpando a graminha que ficou presa em sua calça. ela estende a mão convidando Lauren. Lauren olhou para ela por um momento antes de aceitar e Mila a puxar diretamente a garota para um abraço suave, deixando Lauren relaxar em seus braços.

— Eu vou sentir tanto a sua falta. – Camila disse com a voz abafada pelos cabelos, o rosto ficando vermelho com a força que ela fez pra não chorar. – Eu pensei que... – respirou fundo. – Prometa que vai me visitar em Nova York se eu conseguir uma bolsa de estudos.

— Eu irei. – Camila se afastou, ignorando em como elas pareciam suadas e estranhas com as roupas cheias de capim. Um brilho que sugeria lágrimas pairou sobre o olhar de Lauren. – Eu posso aparecer quando você quiser.

— Quando você vai? – Tinha urgência em saber.

— No fim de dezembro.

— Meu Deus, quando dez meses se converteram em dois?

— A vida não espera. – Lauren murmurou pesadamente, mas não tinha nenhuma mágoa no seu tom de voz. Parecia que era algo que ela estava afirmando pra si. – Mudando de assunto, eu liguei para os meus pais ontem a noite. Conversamos e eu pedir pra eles incluírem o Little Harmony na lista de fundações que recebem auxilio da Jauregui Corps.

— E então? – Mila disse ficando novamente ansiosa.

— Eles mandaram a proposta para o financeiro, mas existe quase cem por cento de chance de que o pedido seja aprovado. – Explicou como se entendesse bem do assunto. Camila as vezes esquecia que ela era herdeira também de uma empresa emergente no mercado de computadores e tecnologia. – é uma pequena verba se comparado ao capital bruto. O mais importante é que meus pais acharam a ideia brilhante.

—Você é um anjo, Lauren! – Abraçou seu corpo com mais força não querendo soltá-la nunca mais. – Prometa que não vamos brigar nos seus últimos meses aqui, prometa que vamos tentar ficar em paz e fazer essa amizade esquisita funcionar.

— Eu prometo.

— Promessa de dedinho? – Camila ergueu o dedo mindinho e Lauren uniu um no outro.

— Eu juro solenemente não fazer nada de bom. – Riram e Lauren suspirou ainda com os dedos unidos. – Eu estou feliz por ter conhecido você.

— Eu também, Lern Jergi.

— O quê? – Lauren franziu o cenho sem conseguir controlar o riso. – Que apelido mais bizarro, eu te dou um apelido superfofo, e você me chama de Lern Jergi, porra Camila!

— Eu amei, como nunca pensei nisso antes? Esse será seu nick no meu celular. – Ela tira o iPhone do bolso e põe diante a Lauren. – Coloque seu número ai. – Lauren se surpreendeu com o pedido. – Como vamos nos falar quando estiver em Barcelona, gênio?

Desceram o campo de futebol com Lauren sorrindo de uma piada extremamente sem graça de Camila. O riso frouxo e o humor leve que pairou sobre elas deu um tom novo a relação conturbada das duas. Lauren estava feliz, Camila estava feliz. No fundo era só o que importava, independente do status da relação delas.

— Eu preciso tomar banho antes de ir pra aula. – A jogadora parou diante dos vestiários.

— Ah, tudo bem, eu tenho aula de artes agora mesmo. Nos vemos na sexta no little harmony?

— Sim, com certeza.

— Com licença? – Ambas viraram para olhar para trás imediatamente.

Camila franziu o cenho, não acreditando na beleza da moça de enormes cabelos castanho detrás delas. Ela ergueu os brilhantes olhos castanhos quase verdes para olhar Lauren Jauregui com interesse. Cabello podia notar que pelo seu jeito ela provavelmente não estava mais no ensino médio. Parecia bonita e confiante demais para estar ali.

— Sim? – Lauren rapidamente respondeu, e Camila virou-se notando o súbito tom de interesse.

— Olá meninas, eu me chamo Keana Marie. – Ela acenou brilhantemente. – Sou do jornal caderno de esportes, vim procurar Lauren Jauregui. Me disseram que ela estava aqui no campo.

— Sou eu! – Exclamou Lauren.

— Fantástico! É um prazer enorme Lauren. – Ela trocaram olhares e apertos de mão cordiais. – Eu deveria ter me tocado, a primeira discrição que me deram foram seu olhos inesquecíveis e devo admitir que estavam certos. Seus olhos são lindos.

Lauren sorriu largamente e Camila rolou os olhos para toda aquela cena.

— Seus olhos também são lindos.

— Obrigada. – Keana escondeu alguns fios atrás da orelha parecendo envergonhada com o elogio. – Eu marquei uma entrevista a algumas semanas com Tyrone Rodgers, só que ontem ele acabou cancelando. Eu fiquei desapontada, porque você é fenômeno mais recente da nossa cidade, e nossos leitores querem saber mais sobre você do que mostra nas suas redes sociais, então eu vim aqui tentar algo informal.

— Estou a sua disposição.

Mila cruzou o braço em volta dos seios e franziu o cenho. Cretina.

— Lauren eu já vou pra sala. – Ela que não ia ficar ali vendo as duas flertando na cara dura. – Tchau, Luana.

— É Keana.

— Oh, desculpe, me atrapalhei.

Mila estava bestificada de ciúmes. O pre-requisito para se interessar por Lauren era ser bonita como uma modelo?

Quando Alyicia Evans chegou ao pátio central os grupos de apoio para turma de Ciências Sociais já estavam muito bem divididos. Ela se aproximou da mesa um pouco afoita demais o que lhe rendeu um olhar duro do monitor.

— Atrasada, senhorita Evans, mais uma vez. – Ergue os olhos do caderno de presença. – Isso será reportado a direção.

Alycia olha pra ele com a cara de mais absoluto tédio. Damian Butller era uma espécie de faz tudo na escola. O que lhe fazia acreditar que ele também podia dar castigos e impor regras. O homem ignora a reação da loira e pega sua prancheta.

— Pintura. – Alycia suspira aliviada.

Evans veste o macacão amarelo dos voluntários, e segue o grupo até as salas no último andar. Cinco salas enormes e cheias de mofo na parede precisando ser coberto. Alexander Maximus, sempre trabalhava com motivação e trabalho voluntário para que entregasse as melhores festas para seus alunos. A festa de Halloween era enorme, mas os maiores beneficiados eram os alunos, logo na visão do conselho estudantil eles tinha que "trabalhar" por isso. Normalmente ajudando a escola em trabalhos voluntários ou como era o caso, limpeza e organização.

Alycia amava festas, mas ela não estava nenhum pingo interessada no halloween naquele momento. Ela queria dar um jeito de acabar com a farra de Paul Rudy. Correu até a entrada onde o professor Buttler, responsável pela organização daquele ano dava a maior bronca em uma turma que tinha derramado água por todos os lados.

Uma grande oportunidade. Ela se escondeu do lado de fora da sala e estendeu a mão pegando a lista de grupos sem ninguém notar.

Bem no finzinho o nome de Sophie Turner estava marcado ao lado de Paul Ruddy, ela arrancou a plaquinha adesiva com o nome do rapaz e colou o seu sobre. Tirou uma foto com o celular e correu em direção a sala número 3.

Ouviu o som das risadas dos dois e torceu os punhos. Não podia acreditar que Sophie estava dando mole para uma versão masculina e menos bonita dela.

— Paul Ruddy, ne? – Perguntou Alycia invadindo a sala de uma vez.

— Quem quer saber? – Paul diz, arrogante e surpreso pela sua entrada brusca da loira.

— Eu quero saber, palhaço. – respondeu no mesmo tom. – Estão precisando de você na sala cinco. – O rapaz assente debilmente. – Eu ajudo sua parceira.

— Mas ninguém me disse nada.

— Eu posso provar, Ruddy. – Ela estende a lista adulterada com seu nome que ela própria tinha mudado. – Leia. Se for capaz, é claro.

— Não. – Sophie nega imediatamente. – Não me deixe sozinha com ela.

O garoto para confuso e olha para Alycia e pra ela sem entender.

— Você pode não ir, Paul. Mas se eu fosse você iria bem rápido. – Alycia encosta despretensiosamente no armário. – Acho que não vai querer que o professor Rodgers venha te levar pessoalmente não é?

O menino arregala os olhos, se embaraçando em caixas antes de apressadamente deixar a sala. Alycia sorrir largamente, era tão fácil ser ela.

— O que está planejando, Evans? – Sophie perguntou, atravessando o labirinto de caixas até chegar seguramente perto dela. – O professor Rodgers não está envolvido nesse trabalho, ele está dando aula aos calouros.

Alycia coça o pescoço e enfia os dedos dentro do bolso do macacão laranja e olha Sophie. A ruiva semicerra os olhos com uma expressão fechada.

— Eu juro que só vim cumprir ordens, ruiva. – Sophie vira de costas pra ela indo até a mesa onde alguns pinceis longos estavam espalhados.

Alycia deu de ombros e começou a se concentrar na sua tarefa. O grande problema era a sua obvia falta de habilidade em conseguir manter as mãos firmes em meia a pintura.

— Alycia, você está pintando tudo torto. - Alycia para de pintar, e vê Sophie resmungando, ela da de ombros e volta a pintar.

— Com licença. – Turner toma o pincel da sua mão bruscamente e começa a pintar rapidamente, porém de maneira quase perfeita. – Você tem a coordenação motora de uma criança de dois anos.

— Você sabe que minhas habilidades motoras são ótimas em outros aspectos que não envolvem pintura. – Sophie rola os olhos.

— Não tanto quanto você imagina. – Provocou com um sorriso.

— Você nunca reclamou. – Alycia rebateu.

— Eu era uma garotinha inexperiente, facilmente impressionável com qualquer coisa. – Ela ergue uma sobrancelha, sabia que mexer com o ego de Alycia Evans era uma cartada eficiente ainda que perigosa.

— Dando mole a Paul Ruddy não parece que você deixou de se impressionar por pouca coisa.

Sophie empurra o pincel em seu peito, sujando o macacão de branco. Ela já está voltando para o seu lugar, quando sente o toque das mãos de Alycia em seus punhos.

- Ei, vamos para com isso, ruiva. – Alycia tenta usar um tom mais suave que antes. Ela ficava tão bonitinha com a carinha que cãozinho perdido. – Eu fui otária, mas eu quero mudar.

— Até parece.

— Me deixe ao menos tentar mostrar. – Pede notando como o olhar de Sophie parece menos duro agora.

— Se você sair da linha...

— Eu não vou... Vou dar o meu melhor, e se ainda assim você decidir que não quer, eu deixo você em paz e nunca mais tocamos nesse assunto, que tal?

— Sem mentiras?

— Sem mentiras. – Alycia dá um passo para frente e puxa suavemente Sophie para ela.

—Sem pressa?

— Vai ser do seu jeito e no seu tempo. – Evans murmurou, roçando o nariz lentamente sobre o da ruiva, ela nota como os olhos verdes da garota somem quando ela fecha os olhos e suspira. Evans escorrega sedutoramente o nariz pelo seu rosto parando perto do seu ponto de pulso. – Eu estava com saudade do seu cheiro, ruiva.

Suas costas batem delicadamente na parece recém-pintada. Sente a tinta ainda fresca molhar a parte de trás do macacão. Mas nem isso é capaz de lhe fazer parar. Sophie se inclina buscando seus lábios, e ela segura sua cintura, usando sua vontade para fazer as bocas se tocarem mais rápido, mas com muita sutileza. Alycia dá dois selinhos demorados, e ri mordendo os lábios.

— Eu estava com saudade.

Sophie sorriu. E Alycia pensa em como ela fica mais linda sorrindo. Uma deusa saída direto de histórias de fantasia.

— Não estrague isso.

— Eu não vou estragar. Eu juro. Ops... Nada de juramentos, eu vou cumprir.

Elas se afastam bem devagar, ajeitando suas roupas, enquanto olham a parede bagunçada pelas costas de Alycia.

— Olha o que fizemos com a parede.

— É só consertar. – Sophie exalou parecendo bem mais relaxada que em muito tempo perto de Alycia, e entrega um pincel na mão da loira. – Vamos começar?


Mais um gif feito por mim dos dois bebes. 


OLAAAAAAAAAAAAAAA galero, tudo bem com vocês? Novamente enrolada porque eu devia ter atualizado ontem, mas eu dormi, quando acordei e vim sedenta att, sem querer apaguei o capítulo de profanos todinho, e tive que reescrever. Sou uma anta mesmo, só deus pode me julgar.

Lauren e Keana, porque sim! Antes dos surtos, tenho duas coisas para esclarecer, Lauren n vai embora ANTES DO TEMPO PONTO a segunda coisa KEANA N SERÁ A PRÓXIMA LUCY. PONTO.

Alycia e Sophie começaram a se acertar, porém ainda existe uma certa professora ainda, ein...

Tenho uma fucking novidade, estamos nos aproximando de 100k e como toda vez que bato uma marca expressiva, eu "dou" a vocês uma maratona, dessa vez não será diferente. Então já sabem, quando eu atualizar pela próxima vez, será com uma maratona beeeem legal. Provavelmente uma das últimas, porque estamos rapidamente nos aproximando para a metade da fic e de certa forma eu não quero ver o fim da minha filha chegar tão rápido. Toda vez que abro o word para revisão eu fico com um pouquinho mais de saudade

Leiam minhas outras fics, profanos att hoje ein!

Beijo galero, obrigada pelo nosso espaço infinito de ideias. Love u

Continue Reading

You'll Also Like

Meraki By Rhay

Fanfiction

1.3M 96.9K 59
Encontrar sua alma gêmea não é uma missão fácil. E se o destino cooperar mesmo que de maneira incomum, por que arriscar perder algo tão ansiado? Ince...
658K 41.9K 39
Esta é uma história de amor. Porém, não qualquer amor. É a história de um sentimento que se transformou em algo poderoso. Em algo único. Em algo vivo...
441K 33.6K 37
Lauren Jauregui é herdeira de um grande empresário que está prestes a se aposentar e passar seu legado para a filha. Ela é casada com Camila, uma mul...
802K 48.8K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔 Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e sem amigos, m...