Teoria do amor ao caos ✔️

By valeofdolls

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Camila ama o controle. Ama tanto que fez uma lista de todas as etapas que tem que passar até chegar na sua so... More

notas da autora
Um - A nova estrela (é um saco).
#2
Dois - Você é culpada
Três - Entre odaliscas e rivalidades
Quatro - A garota mais legal do mundo. Parte 1
Exposed #4 & #5
Cinco - A garota mais legal do mundo. Parte 2
exposed - #6
Seis - O novo casal (SQN)
Sete - Dupla do caos
Exposed #8
Oito - Diet coke, batom e maconha
Exposed 9
Nove - Amordaçada e stalkeada (o que falta?)
Exposed #10
Dez - O ritual da tartaruguinha, dois beijos, e um banho.
#0 - Seja bem-vindo a Santa Clarita
Onze - A luta de classes e a vida de merda.
Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D
Treze - Verdades e caronas não fazem mal a ninguém(né?)
Quatorze - Teorias, chantagens e bandas indie (tem tudo a ver)
Exposed #15
Exposed #16
Dezesseis - Bandaid, gols e pedidos inesperados
Bônus - Te amar trouxe consequências
Planos, tapas merecidos e legos
Dezoito - As lições que eu aprendi com você.
Exposed 19&20
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós.
Dezenove - Calabaças, aqui estamos nós. Part 2
Vinte - Raios, faíscas e feromônio
Vinte e um - Eu sinto você
vinte e dois - Lições do papai
Vinte e três - Boias para nos salvar
vinte e quatro - eu te deixei (mas não vou te abandonar)
Exposed #25
Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar
Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração
Vinte e sete - Não faça isso comigo
Exposed #28
Vinte e oito - A bruxa está solta.
Vinte e nove - Quente e doce.
Trinta- Ação de (des)graça
Exposed #31
Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades
Trinta e dois - Constelações, beatles e magnitude
Exposed #33
Trinta e três - Feliz Natal, felizmente.
Trinta e quatro - A Borboleta levanta vôo
Tudo que ficou no passado #1
Livro dois - Capitulo Um - Ponto de Ruptura
Livro dois - Protetora
Livro dois - Tudo por ela
Livro dois - Planos infalíveis são quentes.
Namorados novos são um saco.
Recuperando corações perdidos
#2 Tudo que ficou no passado.
Livro dois - Chegamos até você.
Livro 2 - Epitáfio
Livro dois - Consequências
EXPOSED - DOIS ANOS :O
Livro 3 - Seguindo em frente
Livro 3 - Nós
Final - Teorias do amor e ensaios sobre o caos
Epilogo

Quinze - Todo mundo tá planejando algo (menos eu).

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By valeofdolls

Os delinquentes sempre foram muito barulhentos quando juntos, talvez viesse dai o apelido. Seus passeios eram sempre animados e cheios de riso e piadas sobre a vida dos quatro.

Na tarde de quarta feira estavam no shopping da cidade. Camila apesar de estar com a mente voando, pode notar os seguranças de olho em Dinah e Nicholas Turner. O rapaz carregava a loira nas costas, fingindo a todo o momento que a jogaria no chão. Eles eram os mais barulhentos e apesar de estarem no shopping toda semana não eram exatamente queridos ali.

Sophie caminhava do seu lado reclamando que queria subir um pouco nas costas do irmão gêmeo, mas a resposta pra isso foi Dinah jogando pipoca contra ela.

Mila rolou os olhos, eles agiam como se tivessem 5 anos de idade.

— Tudo bem, qual o plano de hoje? – Disse Camila, atraindo a atenção dos amigos. – Três vozes explodiram de uma vez, uma cacofonia de pedidos, sugestões, Camila suspendeu a mão para que eles se calassem. – Parem de chamar atenção do shopping todo para nós, falem um de cada vez.

— Eu queria comprar umas camisas novas. – Disse Nico com orgulho, – As outras estão um pouco apertadas – Uma referência óbvia a sua tentativa de ganhar peso, mas Sophie ignorou isso dando uma cutucada em sua barriga.

— É verdade Nico, você precisa emagrecer.

— Ela está coberta de razão. – Dinah acrescentou, ele riu com elas, mas sacudiu Dinah fazendo a loira gargalhar e se agarrar mais nele.

— Cuidado Jane, eu posso te derrubar a qualquer momento.

—Você jamais faria isso, eu sou uma diva e estou sempre no topo. Acima de mim só Beyoncé.

— Então vamos comprar camisas com o Nico e depois?

— Depois vamos trocar os ingressos para a primeira partida das lobas no campeonato. – Dinah anunciou berrando animada.

- Achei que os ingressos tinham se esgotado. – Camila tinha razão, logo que os ingressos foram colocados as vendas se esgotaram em minutos. Mesmo que ela quisesse ir, e ela não queria, não tinham mais ingressos disponíveis, ou foi o que ela pensou.

—E tinham – A loira desceu dos ombros de Nicholas Turner. – Porém Lauren conseguiu quatro passes para Normani, só precisamos trocar.

— Quatro?

— Sim, você está incluída gênio, não adianta fazer essa cara, você vai conosco e acabou!

Camila foi carregada novamente pra um lugar que ela estava evitando ir. Pensar em Lauren. Era uma atitude muito covarde, mas desde terça ela evitava a todo custo encontros com a jogadora. O que rendeu a ela uma queda no corredor do terceiro andar, quando tentou fugir de um encontro e esqueceu que o chão estava úmido.

Ela tinha que enfrentar Lauren uma hora e aquele era um medo irracional, mas não sabia o que ia dizer quando visse ela. À noite em que ela a salvou de Dax Mulligan tinha sido intensa e o dia seguinte também. Já era quarta feira e ela não sabia o que fazer.

— Eu tenho mais uma coisa para dizer... – Disse Camila se aproximando sorrateiramente de Nicholas Turner. – Agora é minha vez do Nico levar! – Ela pulou nas costas de Nico e o garroto correu pra longe de Sophie e Dinah.

— Ora, sua safada trapaceira. – Dinah gritou perseguindo os dois aos risos.

Fazer compras com seus amigos era uma das coisas mais divertidas que Camila fazia. No fim, tornou-se uma competição de quem poderia encontrar a peça mais feia da loja, e eles gastavam horas nos provadores experimentando roupas ridículas que eles encontraram e desfilando-os para os outros para avaliarem.

— Vamos lá, Cami, tire uma foto com seu novo celular! – Dinah provocou pulando pra fora do provador, com um berrante vestido rosa.

Camila encarou o objeto guardado em seu bolso, era um modelo tão atual que ela tinha até medo de pensar quanto tinha custado e se sentir ainda mais tentada a devolver. Sabia que Lauren tinha feito com a melhor das intenções, mas ainda assim, se não fosse o dom de persuasão de suas melhores amigas ela teria devolvido aquele celular a Lauren na manha do dia seguinte. "Não seja rude, Cami", "Você não pode ignorar essa atitude altruísta por causa do seu orgulho". Por ora, ela não podia negar que era um aparelho maravilhoso.

Sophie saiu do provador com um horrível suéter bege com um gatinho branco bordado e colocou sobre o ombro da amiga se juntando na selfie.

— Não acredito que vocês vieram ao shopping para fazer essas coisas de mulherzinha.

As amigas se viraram pra Nicholas com a mesma expressão ofendida. E Dinah atirou um short que estava ao lado de Camila nele.

— Calado machista!

Eventualmente eles terminaram de fazer compras e conseguiram chegar na praça de alimentação que estava relativamente lotada para uma quarta-feira. Mila e Dinah foram pra a fila do Burger King, tomando um delicioso sorvete e guardando o lugar, os irmãos Turner ficaram presos na fila de pagamento das camisas que tinham comprado.

Depois de um tempo, apenas Sophie volta a elas. A ruiva puxou Camila e Dinah pelo braço fechando as duas em um círculo. Seus olhos se estreitaram e ela diminuiu o tom.

— Vocês não vão acreditar em quem eu acabei de encontrar oh, oh. – Mila virou o rosto na direção que a amiga olhava e viu algo que deixou um gosto ruim nos seus lábios.

— Porra. – Murmurou perdendo o apetite imediatamente.

E lá estava a causa de todos os seus problemas ultimamente.

Lauren Jauregui, linda como sempre, em uma simples jaqueta de couro e calças justas. Seus cachos pretos, caiam por cima dos seus ombros em ondas brilhantes. Na mão esquerda, um curativo era mera lembrança da noite que tiveram. Não adiantava fugir, Lauren estava em todos os cantos.

E, claro, porra, Lucy Vives abraçada em seu pescoço como um enorme polvo de cabelos castanhos. Exibindo seu físico de líder de torcida em um vestido branco justo. Honestamente, elas eram lindas, era quase revoltante.

Mila podia jurar que a beliscada em seu estômago era ciúmes, também o que ela esperava? Que só porque tiveram uma noite intensa Lauren ia terminar com Lucy e ficar só com ela? Espere um pouco, não era isso que ela queria de verdade, né? Apenas suposições.

"Por favor, não me note. – Camila murmurou pra si mesma. – Por favor, por favor, por favor..."

— Hey Camila! – Mike brotou do nada animadamente, acenando de longe. O garotinho caminhava junto de Alycia Evans, bem atrás do casal.

—Não fode! – Camila queria bater a cabeça contra o balcão do burger king.

Ao ouvir o nome da cubana, Lauren congelou por uma fração de segundos no meio do passo, o olhar esmeralda pegando o castanho fervente de Camila. As bochechas de Cabello queimaram enquanto ela tentava dar seu melhor sorriso para Mike e Alycia indo até elas.

— Lauren veio comprar chuteiras novas. – Explicou Alycia, depois de parar na frente das três amigas. – E como eu sou a babá dessas crianças. – A loira deu um piscadinha.

Quando o disse o nome da prima os olhos de Evans pararam contra os de Camila. A cubana se perguntou se ela já sabia do que tinha acontecido. Provavelmente.

— Espero que sejam chuteiras da sorte. – Dinah brincou. – Apostei toda minha mesada nesse jogo.

- Dinah eu não acredito que você está apostando! – Sophie repreendeu a amiga. – Qual o placar que você apostou? – Confidenciou baixinho interessada.

— E você Cuba? – Observa ela. – Apostou também?

— Na verdade não.

— Nossa agora eu fiquei triste. – Provoca em seu tom de deboche habitual. – Não confia em nós?

— Vocês poderiam vir conosco, vamos ao cinema. – Sugeriu Mike, cortando a conversa entre as duas. Ele estava empolgado com a possibilidade de juntar aquele grupo de amigos. Sem se tocar que colocar Camila, Lauren, Lucy, Alycia e Sophie no mesmo lugar, tinha tensão suficiente para construir uma bomba atômica.

— Desculpe Mike, mas nós já estamos indo. – Camila deu uma desculpa qualquer. – Quem sabe da próxima?

— Oh, tudo bem então. – O menino ficou claramente chateado.

— Acho melhor irmos, Mike, não quero que Lucy me lobotomize quando eu voltar – Ela fingiu contar um segredo ao primo e deu uma piscadela pra as amigas. Não era surpresa pra ninguém que Evans não ia muito com a cara de Lucy. – Vejo vocês depois delinquentes.

— Até amanhã Camila. – Mike deu um abraço apertado na cubana e saiu saltitando na sua animação de sempre. Ele era tão fofo.

Quando os primos voltaram Camila pode olhar pra Lauren mais uma vez, já que Lucy estava de costas para eles. A jogadora ofereceu a Camila um sorriso, que talvez ela tivesse retribuído se seus olhos não fossem diretamente as mãos de Lauren caindo de uma maneira intima na cintura de Lucy. "Claro que as mãos dela estariam lá, elas são namoradas, Camila."

Camila apertou o cone do sorvete com tanta força que ele se quebrou em sua mão, as linhas do sorvete de baunilha correram pelos seus dedos.

— Porra! – Camila murmurou, agarrando com impaciência vários guardanapos oferecidos por Sophie para limpar suas mãos.

Dinah sorrir sugestivamente pra Camila e ela conhecia bem aquele olhar.

— Seja o que está pensando em dizer, não diga.

— Digo sim, é isso o que acontece quando você é uma covardona. – Dinah provocou-a. – A vida passa diante dos seus olhos segurando na cintura de uma colombiana egocêntrica.

— Eu não sou covarde, Dinah! – Jogou os guardanapos de qualquer jeito no lixo.

— Então porque simplesmente não agradece a ela? Por que não admite que esteja gostando dela? – Dinah disparou como se estivesse esperando o momento oportuno pra fazê-lo. – Sabe por quê? Por que você tem medo real do que pode acontecer se deixar Lauren se aproximar.

— Eu não sei como vocês podem estar me incentivando a isso? Essa garota vai embora em doze meses? E se – Camila fez uma pausa dramática arregalando os olhos para dar ênfase. – E se, por acaso, eu deixá-la se aproximar, como acha que vou lidar quando ela for embora e essas coisas todas?

— Como uma pessoa adulta. – Sophie colocou a mão no ombro de Camila. Ela estava um tanto histérica. – Dinah tem razão, Mimi. Apenas deixe rolar, você não precisa ter controle de tudo o tempo todo.

— Camila ama o controle.

— Isso não é verdade. – Negar aquilo era mais pra se dar um consolo próprio. Era verdade, ela amava controlar tudo que podia.

— Estaremos aqui se precisar de um porre ou um ombro amigo pra chorar, chee. Olhe pra elas duas, é o casal mais chato do mundo, Lauren precisa de algo mais caliente e eu só conheço uma pessoa que pode dar isso a ela.

— Você levou anos para se declarar a Normani. – Mila disse, claramente tentando mudar o jogo a seu favor.

— Porque Normani é burra como uma porta, eu estive me oferecendo pra ela por dois anos, garota.

— Não era bem isso que eu via.

— Não se faça de sonsa, Sophie. – Dinah girou desafiante para a ruiva. – Você pensa que eu não vi o jeito que olhou para Alycia Evans? Você está doida pra pular no colo dela.

As bochechas de Sophie imediatamente assumiram um tom rosado.

— Bem, vamos continuar falando da Camila. – Ela limpou a garganta. – Camila. Nada de Sophie ou de Alycia Evans, obrigada!

Então Nico voltou segurando suas sacolas parando ao lado das amigas, antes de dizer:

— Eu quase não saia daquela fila-, e essas caras? O que aconteceu?

Mila olhou sua calça branca suja de sorvete de baunilha, olhou para o amigo, a dorzinha de ciúmes ainda beliscando seu estômago e o maldito celular vibrando em seu bolso e disse sorrindo com certo escarnio:

— Nada.

Aquele era um ano estranho para todos.

A vida de Mike estava caindo rapidamente em uma rotina da qual ele nunca tinha provado, mas adorava. Estudava bastante, mas pela primeira vez na sua vida ele tinha amigos com quem podia dividir seus medos suas ânsias, não reduzindo tudo em apenas a companhia e os amigos de Lauren ou Alycia. Não que ele não adorasse sua irmã e sua prima, mas as vezes era bom ter sua própria turma.

Sua vida na Califórnia era tudo que ele poderia querer e algo mais. Amava as tardes que passava com Will Reike jogando bola, adorava as conversas siderais que Millie o arrastava e claro, Camila.

Sua tutora de matemática era gentil, inteligente, engraçada e linda. Will jurava que ele estava tendo um crush pela cubana, mas Mike sabia que não. Camila era o tipo de pessoa que ele queria compartilhar com as duas pessoas que mais amava no mundo, queria que elas fossem amigas, porque queria ter todos juntos como uma grande família.

— Não diga nada. – Lauren respondeu levantando da cadeira bruscamente.

Lauren estava mais grudada que o normal com Mike, sempre o cercando de perguntas aleatórias sobre sua vida em especial sobre Millie. É claro que o rapaz desconfiava que Alycia tivesse contado a sua irmã sobre seus sentimentos. Graças aos céus, a abordagem de Lauren não era direta, porque ele não sabia direito o que responder a irmã se ela lhe questionasse sobre sentimentos que ele mal entendia.

Contudo, naquela tarde, ele tinha pedido pra ela o acompanhar até a biblioteca. Precisava desabafar sobre um assunto que tinha caído como uma bomba em seu colo naquela manhã.

Tris Michaels estava sendo lentamente inserida no seu grupo de amigos, e até Millie já começava a aceitar sua presença com eles. O que eles não esperavam é que no meio de um debate aleatório sobre séries favoritas da Netflix, Tris acabou soltando que na verdade tinha nascido como Tristan. Todos na mesa acabaram ficando em um silêncio estupefato, e a garota levantou da mesa como se tivesse cometido o maior dos pecados secando o que ele jurava serem lágrimas.

Agora Mike estava afundado em dúvidas e medo pelo desconhecido. Queria pedir desculpas, mas não sabia como começar:

— Laur, agora eu não sei se chamo-a de Tris ou de Tristan.

— Mike, ei, quando você a conheceu ela se apresentou como uma garota não é? O que mudou? Se ela sente-se uma garota, ela é uma garota. Ela... lembre-se disso. – Explicou com certa suavidade, parada na sua frente. Lauren sempre sabia ser suave, quando era necessário. Diferente dos seus pais que respondiam tudo de maneira prática e objetiva, nem sempre levando em conta os seus sentimentos.

— Eu sei, mas fico um pouco estranho, tenho medo de dizer algo que possa magoá-la.

— Então tome cuidado com o que vai dizer. Tristan não existe, e sim Tris. Aceite isso e pare de se incomodar com a vida dos outros. Se eu souber que disse algo rude a essa garota vou me decepcionar muito com você.

— Não! Eu não tenho preconceito Laur, eu só queria entender.

— Não precisa entender. – Lauren disse levando a mão boa até os cabelos desgrenhados do irmão. – Deixe seu bonito coração lhe guiar e imponha limites a sua curiosidade que vai dar tudo certo. Eu preciso ir embora. – Completou olhando seu relógio de pulso.

Mas no fundo Mike desconfiava que tivesse algo a ver com Camila que ia chegar a qualquer momento. Notou como ela toda hora dava uma olhadinha discreta pra trás, um misto de expectativa e preocupação.

— Eu queria ver seu treino. – Disse ele, sabendo que sua irmã amava quando ele estava perto. – Está nervosa para o jogo de domingo?

Lauren deu de ombros e Mike viu uma chama intensa passear pelos seus olhos. Lauren era perfeccionista, e o jogo logo contra os maiores rivais de Alexander Maximus parecia o momento perfeito para soltar a fera que estava ebulindo dentro da jogadora.

— Eu estou bem. – Ela diz, porém Mike não pode evitar notar a franzida de cenho surpresa logo em seguida. – Camila. – Sua voz perdeu o tom suave e foi para algo mais grave.

— Lauren. – Camila também parecia mais que chocada em ver sua irmã ali.

Ela foi perdendo lentamente a aparência tranquila. Um breve lampejo de magnitude incalculável transitava pelos olhos castanhos. Mike sentiu a pressão suave das mãos de Lauren em seu ombro. Seus olhos passeavam entre um e outra como se estivesse em uma partida de ping pong.

— Eu vou indo, bro – Disse sua irmã humildemente, e Camila estreitou os olhos como se tivesse a ponto de dizer alguma coisa.

Espere um pouco. Ele reconheceu imediatamente na imensidão diamante dos olhos de Lauren sinais de atração. A maneira como ela mexeu no cabelo, ou como seus olhos estavam atraídos até Camila como uma força oposta.

Então explodiu na cabeça do garoto uma idéia. Uma que provavelmente causaria que Lauren lhe chutasse, mas era perfeita.

Fez sua melhor cara de surpresa aproveitando-se do fato delas estarem muito ocupadas evitando sustentar o olhar e então se dirigiu a irmã dando um doloroso tapa na testa:

— Laur, eu lembrei agora que deixei meu caderno de matemática na mão de Will, droga, eu preciso encontrá-lo!

— O quê?

— Não saiam daqui! – E dito isso ele nem esperou que Lauren ou Camila tomassem qualquer decisão. – Eu volto já, já.

Elas teriam que conversar de qualquer forma, e Mike esperava que isso não causasse mais confusão.

— Ele nem ao menos se preocupou de esconder o caderno. – Camila disse, puxando um dos cadernos de Mike na pilha de estudos.

Lauren sorriu por dentro, ia matar seu irmão, mas antes disso ia enchê-lo de beijos.

— Acho que ele tem andado muito com Alycia.

— Com Alycia, é?

Sorriram suavemente. Lauren odiava como o silêncio casava bem em qualquer interação sua com Camila. Ela precisava de contato, precisava ouvir sua voz ou o monstro que crescia dentro dela ia devorá-la viva.

— Eu já estava indo – Lauren diz bruscamente. – Mike é... – Ela não tinha decidido que palavra dar aquela tentativa descarada do menino de deixar as duas sozinhas, mas ela não podia reclamar também. – Ele é Mike.

— Ele sabe o que aconteceu na segunda? – Mila coloca suas coisas na mesinha e para ao lado de Lauren. A jogadora acena que não. – Como está sua mão?

Lauren apenas estende as mãos para ela ver. O novo curativo estava pinicando sua mão, e Jauregui preferia as ataduras cheirando ao perfume de Camila, mas assim que pisou os pés em casa ainda na madrugada de terça-feira, Alycia obrigou Lauren a ir ao médico. E ela estava tão exausta que achou um desperdício de tempo tentar convencer Alycia de que sua mão estava ótima seu coração que parecia abalado.

Camila concorda. Ela estava linda naquela noite, os cabelos vastos presos em dois coques de cada lado da cabeça, o moletom amarelo dois números maiores, deram a ela o tipo de ar casual que Lauren gostava de verdade, e ela nem mencionaria o cheiro do seu perfume corrompendo o ar.

— Por que está fugindo de mim?

— Eu não estava fugindo de você, na verdade eu não sabia o que dizer, ou se deveria dizer algo. – Mila disse. – É complicado, Lauren.

— Não é complicado.

— Lauren você me comprou um celular, – Lauren deu de ombros como se nada fosse. – Não faça essa cara, as pessoas não saem dando celulares por ai. Você tem namorada.

Lauren pensa um pouco sobre, a verdade é que, quando estava com Camila ela se sentia livre como um pássaro, obviamente porque seus sentimentos nunca foram de Lucy.

— Eu ofereci a carona, fui à causadora indireta de tudo que aconteceu naquela noite, o celular foi uma forma de agradecimento. – Abaixou seu tom, porém chegou mais perto de Camila. – E sobre Lucy...

— Não diga! – Camila levou as duas mãos tapando os lábios de Lauren. – Não de uma palavra sobre isso. – Ela escorregou as mãos lentamente, mas repetiu o gesto quando viu que Lauren ia insistir no assunto. – Eu disse não! – Lauren murmurou algo indecifrável e Mila notou que era porque suas mãos ainda estavam sobre seus lábios. – O quê?

— Eu disse que posso te responder se tirar a mão da minha boca. – Mila dá um sorrisinho entre um suspiro. – Você gostou do cd?

Pela expressão dela há sua pergunta, Lauren acreditou que ela tinha gostado bastante. Jauregui duvidava que alguma palavra fosse capaz de mensurar sua vontade de beijar os lábios de Camila naquele momento.

— É maravilhoso, obrigada. – De repente ela lembrou que tinha carregado consigo o anel de Lauren dentro da bolsa pra quando tomasse coragem pra falar com ela. – Acho que isso é seu.

— Sabia que ia tomar conta dele.

— Você sabia que estava na minha mão, por que não me pediu?

Lauren colocou o anel perolado no dedo anelar da mão direita.

— Porque eu queria que você estivesse confortável perto de mim novamente. Sei que o que aconteceu aquela noite te assustou.

— Eu ainda não acredito que você não me deixou dar uns tapas naquela francesa estúpida.

— Foi melhor assim.

— Você está pensando em denunciar Dax Mulligan?

— Acho que por hora um olho roxo e um nariz quebrado devem acalmá-lo.

— Espero que sim.

Lauren suspirou desejando que tivessem mais coisas a tratar, mas ela sabia que aquele era o momento de sair de cena. Forçar as coisas não as tornaria reais.

— Você já ouviu falar na teoria do caos, Camila? – Camila parou de mexer em uns papéis pra levar os olhos até Lauren. – O bater de asas de uma borboleta...

— Pode mudar as correntes de ar e causar um tufão do outro lado do mundo.

Os olhos de Lauren piscaram maravilhados em vê terminar a sua frase favorita no mundo.

— É minha teoria favorita. Por quê?

"É minha também. – Pensou Lauren."

— Por nada. Vejo você depois.

— Espero que sim.

Ela não ouviu Camila responder, mas nem precisava. Algo dentro dela sabia. Algo dentro delas sempre saberia.

"Alycia Evans, não tem medo nada, Alycia Evans não tem medo de nada."

Alycia exala todo ar dos seus pulmões de uma única vez decidida que ia respirar direito e parar de agir (de novo) como se fosse uma pré-adolescente. Era só uma conversa com sua professora, provavelmente pra traçar linhas invisíveis de respeito mutuo e ponto final, o que de tão ruim poderia acontecer?

Estava sentada na porta da sala de Eliza Griffin, as mãos suadas agarravam as cordas da sua mochila com tonta firmeza que ela podia ver os dedos perdendo a cor lentamente. É só ela e ela naquele corredor.

Passaram quase vinte minutos do momento que Alycia sentou-se no banquinho da entrada para o momento que Eliza abriu a porta, colocando a cabeça pra fora, provavelmente tentando encontrá-la.

A moça de olhos azuis deu um pequeno sorriso para a sua aluna, e a convidou para entrar na sua sala. Assim que ela entrou no cômodo, seus olhos foram diretos a uma fotografia de Eliza trocando olhares com um rapaz de bonitos cabelos cacheados. Seu marido. Como ela havia suspeitado e como a aliança tinha denunciado.

Eles faziam um bonito casal, pelo menos. 

Eliza enfiou a mão no bolso da calça jeans que vestia aquela manhã e Alycia pairou sem saber se devia sentar em das cadeiras vazias e ficar calada, ou dizer algo e ficar de pé.

— Bem, hum... – Começou a professora. – Isso é muito esquisito.

— Bota esquisito nisso.

— Sente-se Alycia. – Pediu parecendo agora muito mais nervosa do que estava antes. Evans fez o que foi lhe pedido, sentando em uma das cadeiras vazias. As pernas rangem.

— Você deve estar cheia de perguntas, – Disse ela. – E eu quero falar sobre nós, mas antes preciso te pedir que não comente sobre o que aconteceu com nós duas com ninguém. É algo que deve ser mantido no mais absoluto sigilo.

— Espere ai- – Alycia interrompeu a mulher. – Você não me chamou aqui porque queria me explicar nada, me chamou aqui porque está com medo sobre a sua reputação.

— Sim. – Respondeu simplesmente. – Eu não posso negar que isso me causa medo, você me disse que era maior de idade e-

Alycia riu sem saber por qual motivo ela estava tão brava.

— Eu não te disse nada, – Eliza abaixa os olhos. – Você nem me deixou dizer meu nome.

— Você estava bebendo em um bar, como eu ia saber que era menor de idade? E além do mais, imaginei que nunca mais ia tocar meus olhos em você. – Alycia franziu o cenho sem acreditar na cara de pau da mulher.

— Então você me usou?

— Não! Estávamos nos divertindo.

Mas não era isso que ela fazia normalmente? Usava as pessoas e não se importava como elas ficariam depois ou se suas atitudes de alguma forma as magoariam? Machucava tanto assim o ego ser usado? Alycia passou a mão no cabelo tentando evitar que aquele sentimento se apoderasse ainda mais dela. Tinha sido só uma ficada boba, e terminaria naquela sala.

— Eu te achei incrível Alycia. – Seus olhos se encontraram. – Quando eu te vi naquele bar e percebi que estava flertando comigo. Eu mal acreditei que alguém tão bonito fosse reparar em mim... Mas acho que você já notou que eu estou em uma relação, estou de casamento marcado... e-

— Eu não disse em nenhum momento que iríamos continuar com isso, senhorita Griffin. – Eliza olhou para baixo, e mordeu os lábios ela parecia desapontada (?).

— Eu sei, eu só queria deixar as coisas claras entre nós.

— Ficaram. As coisas são o que são, foi uma ficada, seu noivo nem ninguém vai ouvir uma palavra sobre.

Apesar de que Lauren já sabia, mas a boca da prima era um túmulo e talvez Mike, ela nunca tinha certeza quando o garoto estava ouvindo suas conversas ou no mundo da lua.

Alycia levantou erguendo o queixo para a professora. – Acabamos, ou ainda tem algo pra dizer?

Eliza levou um tempão para responder. Alycia nem imaginava o que estava passando pela sua cabeça naquele instante.

— Acabamos. – Ela finalmente murmurou – Vejo você na aula.

Evans fechou a porta da sala sentindo a dorzinha na barriga se estender pelo seu corpo.

No corredor, alguns professores caminhavam em direções suas aulas. Ela decidiu chegar no campo cortando caminho pelas escadas de incêndio do pavilhão de fotografia e indo direto ao campo de futebol.

Tyrone Rodgers estava com uma cara terrível de ódio, olhando para o campo. Alycia já imaginava o motivo, obviamente, porque Vero estava em volta e cercada pelas amigas celebrando a sua volta. Ela passou pelo homem, de cabeça baixa e sentiu as mãos enormes tocarem seu ombro.

— Evans...

— Oi. – Alycia apertou os olhos dando uma encarada nas mãos em contato direto com sua pele.

— Sei que a volta de Verônica teve dedo seu. – Simples e direto. Nem fez questão de enredar a conversa e Alycia ficou feliz por isso. Menos tempo a perder com ele.

— Sim. Não está contente com a sua volta?

— Essa garota infecta tudo que toca. Lauren rapidamente vai perceber a loucura que fez exigindo algo assim. Ela é superior a tudo isso, não devia perder tempo com trivialidades que podem lhe prejudicar no futuro.

Alycia notou que coberto pelo tom de preocupação, havia lá no fundo uma ameaça ou sugestão de algo ali. Ela mal podia acreditar que ele tinha aquela coragem.

— Escute bem professor Rodgers, – Voltou-se pra ele com a chama da raiva nos olhos. – Muito cuidado com o que planeja fazer, Lauren não é Verônica Iglesias.

Ele sorriu com aquela arrogância que aparentava não temer nada além das suas próprias escolhas. Nunca tinham tido um enfrentamento, mas Tyrone sabia que Alycia o detestava e só estava ainda no time por causa de Lauren.

— Espero que acredite nas coisas que você diz, porque se o que diz é verdade e eu sou capaz de planejar coisas contra a estrela do time, imagine o que faria com você que é dispensável.

Alycia manteve o olhar intransponível. Aquelas palavras não tinham nem chegado perto de lhe incomodar. Ele tinha encontrado uma adversária a altura.

— Você não faria nada. – Ela disse com tanta convicção que sentiu seus dentes rangendo. – Você sabe quem são meus pais, quem são meus tios e o que são capazes de fazer. Seja sincero, treinador. – Ela sorriu pra ele mais uma vez. – Eu estou dispensada do treino ou tem mais algo a me dizer.

— Vá se trocar. – Respondeu com uma única respiração. Engolir uma afronta daquele tipo era difícil, seus dedos tremiam e franzia o cenho como se de alguma forma aquilo o ajudasse.

O homem apertou a caneta com tanta força que a ponta fez um buraco de espessura media, quando ele riscou no me de Alycia com raiva do caderno até rasgar a página.

Era um ano estranho pra todos.

O pisão que todxs esperavam. AAAAAAAAAA

Oi amores, tudo bem com vocês?

Sinto que tem um ano que não posto essa fic, graças ao wattpad, eu expliquei isso em um post na minha outra fic, mas como é nessa história meu maior publico e algumas pessoas me chamaram na DM para perguntar sobre a demora, vou explicar novamente pra que vocês não pensem que eu estou desistindo ou etc. JAMAIS eu desistiria da fanfic gente não se preocupe com isso, já falei aqui algumas vezes, mas eu concluo minhas histórias, ou chego mais ou menos na metade para postar. É uma questão de respeito com vocês, que entregam seu tempo pra mim e são legais.

Respeito é uma coisa que essa plataforma, que é a maior do mundo nesse tipo de conteúdo, não está tendo comigo e com alguns autores. Tenho tido sucessivos problemas com o wattpad, seja com comentários que não aparecem, ou aparecem três dias depois, e agora um bendito problema pra carregar imagens, ces lembram que desde o começo eu avisei que minhas histórias normalmente são bem gráficas? Pois é, não vou entregar nada menos que isso pra vocês só porque o wattpad está com fogo no c* e por isso eu atrasei a publicação em quase uma semana. Espero que entendam e me perdoem por ter me estressado tanto que parei de tentar nos últimos dois dias.

Vejo vocês se o wattpad deixar no próximo sábado ou no domingo, vamos ver.

Alguns leitores perguntaram se tenho twitter. Eu não tenho gente, acho que tem muita gente tóxica por lá, principalmente depois que as fãs base se dividiram em cinco(?) ou mais pedaços. Foda porque Lauren, Camila e as demais estão sempre reforçando que não apoiam nenhum tipo de ódio, mas alguns fãs só fazem o contrário com a desculpa que estão "defendendo elas". Sei que tem exceções, e que não são 100% das pessoas, mas prefiro não ir pra lá.

Talvez eu faça um instagram ou um tumblr nos próximos dias, pra avisar vocês e postar desenhos e extras relacionados à fanfic. Qualquer coisa eu aviso.

Próximo capítulo o tão aguardado jogo e mais umas surpresinhas OMFG

Acompanhem minhas outras histórias nesse bendito wattpad. KKKKK

Bjs e #ELENAAAAAAAAAAAAAAAAO 

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