Priscila
Já está amanhecendo e estamos tão cansados, mais a nossa vontade de achar a nossa filha supera todo o nosso cansaço.
E agora eu sei que Deus está renovando todas as nossas forças.
Um dos caras do Thiago para de andar e vira pra gente. — Até que vocês dois são rápidos, toma bebam isso. — Ele joga uma garrafa de água pra mim. — Vocês vão precisar de um pouco de energia pra falar com o meu chefe.
— Priscila não beba... — Eu não pensei duas vezes abri a garrafa despejando toda água no chão e encarei o homem de preto que estava ali diante de mim.
— Chega de ladainha e agora me leva pra minha filha. — Falei super furiosa e ele olhou pra mim e sorriu.
— Fiquem a vontade é só entrar. — Ele estendeu a mão pra uma porta de madeira que tinha várias folhas de árvores secas o Herick segurou a minha mão abriu a porta e nós dois entramos.
E ali estava diante da gente o homem que sempre tentou me prejudicar.
O Thiago...
Ele estava segurando uma bengala em sua mão e se virou pra olhar pra mim e pro Herick com um sorriso Sarcástico. — Hora, hora... Bem que eu previ que você não iria ter coragem de vir aqui sozinha.
O Herick bateu forte na mesa descontando toda a sua raiva e machucando as suas mãos. — Eu só vou dizer uma vez, cadê a minha filha?
— Se você que é o Pai não sabe, porque eu que não sou nada de vocês deveria saber?
O Herick correu segurando com força o colarinho do Thiago e eu gritei segurando em seu ombro. — Herick por favor não cometa uma loucura.
Ao ouvir minhas palavras o Herick foi soltando aos poucos o Thiago e ele imediatamente colocou a mão no pescoço retomando um pouco de ar.
— Chega de brincadeiras! Já estou ficando entediado, Priscila a menina está morta. — Disse Thiago virando pra olhar na janela. — Agora vão embora daqui.
Me aproximei de Thiago e eu não ia chorar, porque eu sabia que as palavras dele eram mentirosas... — Thiago devolve a minha filha.
Ele vira me encarando sério. — Se é o que você quer, pra chegar até a garota vocês dois tem que passar primeiro pelos caras que estão trabalhando pra mim e com os seus próprios olhos vão ver que eu estou dizendo a verdade.
Thiago apontou pra uma escadaria que levava a um porão e eu e Herick não pensamos duas vezes.
Entramos mesmo sabendo que o Thiago podia nos deixar trancados ali pra sempre, porque a vida da nossa filha é mais importante do que o medo de enfrentar qualquer risco.
Quando chegamos no último degrau o porão se fez uma grande escuridão.
— Priscila não solte a minha mão. — Disse o Herick confiante.
Eu respirei fundo. — Eu não vou soltar.
Só que mal sabia eu e o Herick que o porão estava cheio de armadilhas e assim que começamos a caminhar eu cai de joelhos em algumas coisas cortantes e o Herick não soltou a minha mão.
Com muita dificuldade passamos por vários obstáculos e nós dois já estávamos muito feridos e machucados, chegamos na porta final a onde pensamos que estaria a nossa pequena Alice e quando abrimos a porta, ela não estava lá...
— Perdemos a nossa filha Priscila... — Disse Herick cansado e querendo desistir.
Eu fiquei com tanta raiva de suas palavras que comecei a bater nele e o empurrar.
— O que há com você Herick? Eu não vim até aqui pra gente perder e desistir da nossa filha... Quer voltar que volte, mais eu não saio daqui sem a Alice. — Conforme eu falava descontava todo o meu cansaço nele e raiva.
Ele segurou o meu pulso e me olhou firme e começou a gritar comigo. — Será que você não vê que esse cara já conseguiu o que queria ele matou a nossa filha.
Eu não pensei duas vezes e a minha mão já estava no rosto do Herick. — A nossa filha não está morta. — Gritei ainda mais alto.
Quando me dei conta do que fiz, acabei me arrependendo de ter batido no Herick. — Herick me desculpa...
Ele olhou pra trás de mim e eu me virei ouvindo um choro de um bebê o meu coração se apertou e era a minha pequena Alice.
Eu corri até a minha filha e o homem que estava vestido de preto, foi o mesmo homem que me deu a garrafa de água.
Eu não pensei duas vezes e peguei a minha menininha no colo.
— Pega a sua filha e vai embora daqui moça, não brigue mais com o seu marido; eu tenho dois filhos pequenos e eu não queria estar no seu lugar agora. — Disse o homem tirando o seu capuz e estendendo a sua mão pra mim e
eu o agradeci.
— E o que vai acontecer com você? — Olhei pra ele preocupada.
— A minha vida está nas mãos de Deus, não se assuste se eu trabalho pro Thiago é pra tentar falar de Jesus pra todos esses que trabalham pra ele.
O Herick se aproximou aos poucos da gente e abraçou eu e Alice e começamos a chorar.
— Agora vão embora... — Disse o homem colocando o seu capuz de novo.
— Moço eu não sei como te agradecer.
— Pode ser orando por mim e pela minha família.
— Pode deixar. — Disse o Herick.
O moço mostrou uma porta a onde o caminho era mais curto e eu e o Herick conseguimos sair daquele lugar horrível e nada, mais me deixou tão leve do que ter a minha filhinha de novo aqui comigo.
Entramos no carro e o Herick começou a dirigir, nos tirando dali.
E por fim ele quebrou o silêncio.
— Priscila me desculpa eu fui um covarde. Talvez o medo de achar que eu nunca mais iria ver a nossa filha de novo, acabou falando mais alto no meu coração.
Eu respirei fundo. — Herick eu que tenho que pedir desculpas eu te bati e isso não se faz... — Falei olhando pro retrovisor e a minha filha estava dormindo tranquilamente.
— Tudo bem meu amor eu só perdi um dente, mais não faz mau eu mereci.
Eu olhei pro Herick e sorri. — Será que agora vamos ter um pouco de paz?
— Agora eu acredito que sim...
Continua...
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❤Hello❤
Olá meus amores, que sufoco não?
❤Amo Vocês❤