O peso sobre o meu corpo me deixava cansada, com preguiça de abrir até mesmo os olhos. Lutei abrindo os mesmos lentamente e me acostumando com a claridade que entrava no quarto, virei meu rosto e arregalei meus olhos quando encontrei Justin ali, passei meus olhos por todo o quarto e notei, aquele não era meu quarto era o de Justin.
Olhei no relógio de cabeceira e era 16h30min, o chá. Tentei tirar o corpo de Justin de cima do meu sem o acordar mais foi em vão ele resmungou abrindo os olhos assustados.
- O que foi? – Ele perguntou se sentando na cama.
- 16h30min Justin, não era para eu ter dormido tanto.
- Mas o que aconteceu? – Justin coçou seus olhos.
- O chá da sua mãe. – Me sentei em sua cama procurando pelas minhas roupas que eu tinha perdido.
- Droga. – Justin se levantou correndo até seu closet e pegando a primeira roupa. Me vesti a pressa com as minhas e sai de seu quarto indo até o meu trocando de roupa.
Me olhei no espelho arrumando meus cabelos e sai de meu quarto. Encontrei Justin no fim da escada ao lado de sua mãe e Meredith. Ele estava tão lindo, no seu terno preto. Pattie estava ao seu lado com um vestido bege longo nada chamativo e Meredith estava ao seu lado com um vestido azul claro. Desci as escadas com cuidado por causa dos saltos e parei de frente a Pattie que sorriu para mim, eu esperava pelo menos um xingo pelo meu atraso.
Pattie me deu as costas indo até seu carro ao lado de Meredith, Justin ia ao meu lado de vez ou outras nossas mãos se tocavam sem querer, mas a minha vontade era que entrássemos naquele carro com as mãos entrelaçadas.
O carro ela grande então não tinha problemas de irmos espremidos no banco de traz, Pattie sentou ao lado de Meredith enquanto Justin sentou de frente a Pattie e eu seria obrigada a ir durante a viagem olhando para a cara de Meredith. Falsa.
Pattie tentava puxar assunto com o Justin e conosco, mas poucas as vezes dizíamos coisas simples para não gerar uma conversa cansativa, Pattie era do tipo que se falassem sobre agua ela explicaria todo o processo dela até chegar a nossa caixa d'agua.
O carro foi estacionado de frente a uma casa, na verdade uma mansão bem maior que o palácio. Pattie esperou um dos seguranças abrir a porta do veículo para descermos, Meredith foi a segunda assim que eu iria sair sentir as mãos de Justin pegar em meu braços me puxando de volta para dentro do carro, sem tempo de pensar senti os lábios de Justin sobre o meu.
- Pattie querida. – Sair do carro assim que ouvi aquela voz. Justin saiu logo em seguida.
- Margot... – Pattie sorriu estendendo seus braços para abraçar sua amiga. Meus olhos foram em direção daquela mulher que eu devia conhecer em algum lugar.
- Você as trouxe. – A moça nos olhou com um sorriso e veio até nós, nos cumprimentar. – É uma honra receber vocês em minha casa. Sou Margot. – A moça disse se afastando parando a nossa frente. – Justin como esta grande. – Ela falou e pude ver Justin ficar vermelho de vergonha. Imaginaria Margot bagunçando seus cabelos agora.
- Precisamos crescer para procriar. – Pattie se virou de imediato para Justin assim como todos que estavam ali, olhou para Justin sem entender. – Desculpa, não foi isso que eu quis dizer, obrigada pelo convite. Espero que Harry esteja para conversarmos. – Justin falou em tom irônico, me segurei para não rir da cara de Pattie quando Justin finalizou sua fala. – Não pretendo ficar no chá.
- Ele esta sim querido. – Margot respondeu simpática atraindo a atenção de Pattie para si.
- No vemos depois mãe. – Justin se retirou. Eu tinha me esquecido de como ele é sexy de costa. Mordi os lábios quando Margot começou a andar com Pattie em seu encalce, dessa vez Meredith foi ao meu lado com seu nariz de pé, ignorei qualquer tipo de provocação que ela tentava me causar. Assim que adentramos a enorme casa de Margot meus olhos se arregalaram e não foram somente os meus o de Meredith também, talvez eu não era a única que nunca tinha visto tanta beleza.
- Me sigam meninas temos muito o que conversar. – Continuei olhando tudo em volta quando paramos em um jardim lindo, cheio de rosas de todas as cores e bem cuidados. Talvez esse seja o passatempo de Pattie quando vem aos chá da cinco de sua amiga cuidar do jardim dela. – Sentem-se. – Margot pediu e então me sentei ao seu lado.
A mesa era redonda, Pattie sentou ao lado de Margot sua amiga, enquanto Meredith sentou de frente a Margot ao meu lado.
Na mesa tinha toradas, bolacha coisas de chá, até café se tinha. Optei ficar com o suco e algumas bolachas que tinha ali. Margot e Pattie conversava sobre a época de escola onde as duas eram o centro das atenção as populares e de como elas chegaram a tudo isso.
- E você querida como era na escola? – Margot tirou minha atenção do suco que eu tomava, olhei de Pattie para ela me incentivou a conversar.
- Não sei me definir. – Respondi e então me virei para Meridith que se intrometeu falando dela.
- Acreditam que Joanna estudou comigo, éramos amigas na época e era popular também. – Meredith falou sorrindo para mim, olhei para Pattie e Margot que tinha seus olhos brilhando.
- Sério, Joanna? – Pattie perguntou curiosa.
- Na verdade éramos sim, mas eu não me considerava a popular já que Meredith era o centro das atenções. – Falei sorrindo torto.
- Você me lembra uma pessoa. – Margot falou, revirei meus olhos e só então meus olhos pararam no dela...
Flashback on
- Por favor cuidem da minha menina, ela precisa de amor eu não posso dar isso a ela. – Eu ouvi da escada minha mãe dizendo a rainha.
- Mas você não precisa ir embora. – A rainha implorou para minha mãe.
- Eu cometi um erro não posso ficar. – Minha mãe dizia entre os choros. Me sentei no pé da escada segurando as lágrimas, ela não podia ir embora, não podia me deixar.
- Mas Margot, Anne te deixou aqui e me disse que era uma ótima funcionária.
Flashback Off.
Era ela, como eu pude esquecer o nome da mulher que me colocou nesse mundo, nessa roubada de vida. Olhei Margot com um sorriso fraco me segurando para não chorar. Eu tinha raiva dela e com certeza nem deveria mais lembrar de sua filha ou até devia saber que era eu e por isso quis tanto que eu viesse nesse chá. Olhei para Margot que sorria para mim e então me dei conta de tudo, juntei todas as peças. Respirei fundo e voltei a perguntar.
- Onde está sua filha? – Levantei meu olhar para encarar Margot. Pattie apenas parou de tomar seu chá e olhou para sua amiga, acredito que Meredith também tenha feito o mesmo. O sorriso de Margot se desfez quando eu fiz a pergunta.
- Eu não tenho filha. – Ela falou olhando para Pattie.
- O que eu imaginava, com licença preciso ir ao toalete. – Me levantei arrastando a cadeira e jogando o guardanapo sobre o meu prato, Pattie me olhou sem entender assim como Meredith.
Andei em passos firmes para dentro de sua casa. Abri a porta com força e antes que eu a cruzasse trombei com um garoto que eu não reconhecia e logo atrás vi Justin.
- Nossa gatinha vai com calma aí. – Ele falou com um sorriso sapeca me olhando dos pés a cabeça.
- Babaca. – Falei, olhando para Justin as minhas lágrimas queriam cair.
- Eu cuido dela Harry. – Justin falou passando na frente do garoto de olhos verdes.
- A conhece? – Harry perguntou apontando para mim enquanto Justin me abraçava.
- Ela veio comigo e minha mãe, outro dia você me mostra sua máquina. – Justin falou e então ouvi os passos de Harry se afastar. – O que houve? – Justin perguntou levantando meu rosto para o olhar, as lágrimas já caiam.
- Meu maior problema. – O abracei com força. Justin não disse nada apenas acariciou meus cabelos e me puxou para dentro de qualquer sala que tinha ali. Ouvi a porta se trancar então me sentei em um dos sofás que tinha ali.
- Que problema? – Justin sentou ao meu lado segurando em minha mão.
- Como ela tem a cara de pau de me chamar para vim aqui depois de tudo? – Falei me segurando para não deixar mais lágrimas cair, Justin apenas me fitava sem entender nada.
- Quem? Minha mãe? O que ela fez para você Joanna? – Justin fazia uma pergunta em cima da outra.
- Não foi Pattie foi a minha mãe. – Falei de uma vez o abraçando com força e deixando minhas lágrimas cair. Me afastei de Justin e sequei novamente as lágrimas. – Ela inventa uma história e simplesmente me larga para atrás tem outro filho e..
- Explica direito Jojo. – Justin falou me chamando pelo meu apelido, primeira vez que o ouvia me chamando assim.
- Eu não sou princesa de sangue. – Falei olhando nos olhos de Justin. – E eu nunca fui... Meus pais aonde eu moro não são meus pais de verdade. – Justin se afastou de mim. – Minha mãe trabalha para eles e bom ela engravidou na época e me teve só que por um maldito vicio ela me abandonou lá com o rei e a rainha. Eles me adotaram enquanto ela estava rodando o mundo pela porra de uma droga. – Falei e então Justin se aproximou novamente me abraçando.
- É a Margot né? – Justin perguntou e eu assenti, eu não esperava que ela me largasse para ficar com um maldito rei. Ela me deixou para atrás.
- Ela me largou pela maldita droga e agora é dona disso tudo. Ela me deixou para atrás Justin. – Falei o abraçando com força até que ouvimos barulho na porta.
- Eu... Bem que eu desconfiava. – Justin falou e então eu me afastei.
- O que? – O barulho na porta continuava.
- Desde que você chegou minha mãe implica com você eu nunca entendi essa implicância com você, eu pensei que era pelo atraso mais vi que era mais que isso. – Justin mordeu os lábios e se levantou indo até a porta, assim que ele abriu Pattie, Margot e Meredith estavam ali.
- Está tudo bem-querida? – Disse Margot como se estivesse preocupada. Pensei em ser grossa, mas antes que eu respondesse Justin respondeu por mim.
- Ela só não está se sentindo bem, irei leva-la para casa tudo bem mãe? – Justin pediu e vi Pattie assenti.
Segui Justin sem olhar nos olhos de Margot quando passei por ela. Entrei no carro sem falar nada e Justin apenas respeito, eu precisava ficar a sós em silencio.
Assim que o carro atravessou os portões do palácio eu pulei para fora do carro sem esperar por Justin que me seguiu logo atrás de mim. Justin puxou meu braço me fazendo o fitar com os olhos ainda vermelhos.
- Você sabia dessa história a muito tempo? – Justin perguntou e eu assenti.
- Ela foi embora, eu ouvi tudo...
- Me deixa te ajudar? – Justin falou eu sorri de volta.
- Ninguém pode me ajudar. – Respondi seguindo para dentro do palácio
Justin continuou parado ali no jardim me olhando correr para dentro, eu precisava ficar sozinha. Ela sabia de mim por isso o interesse de eu ir a esse chá. Fechei a porta de meu quarto e me joguei em minha cama.
Justin P.O.V
- Ai esta você. – Disse meu pai chamando minha atenção. – Aonde estava? – Ele perguntou parando em minha frente, eu estava desconcertado, eu sabia que Joanna precisava de alguém assim como ela também precisava ficar sozinha.
- Na casa de Harry. – Respondi olhando para meu pai.
- Vem comigo, temos que escolhe os nomes amanhã faremos visitas a alguns reinos e entregaremos algumas coisas para o povo como agradecimento pela visita. – Meu pai seguiu na frente enquanto eu o segui até seu escritório. – Pelo o que sua mãe me contou ela me disse que uma das primeiras que iremos é a casa de Meredith, Joanna e Catarina. – Eu tentava ouvir tudo o que meu pai falava mais eu sei que não estava com cabeça para aquilo eu precisava saber se Joanna estava bem ou se precisava de mim.
- Me desculpa pai. – Me levantei. O rei me olhar preocupado.
- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou pousando suas mãos sobre a mesa.
- Comigo não, mais preciso ver uma pessoa, podemos ver isso mais tarde agora não estou com cabeça. – Sorri fraco e esperei meu pai assenti.
Andei em passos apresados subindo as escadas e parei de frente ao quarto de Joanna dei duas batidas esperando ela abrir, mas não foi o que aconteceu. Apoiei minhas mãos na maçaneta e a abri lentamente. O quarto estava vazio, não havia sinal dela por ali.
- Joanna? – A chamei indo até seu banheiro, closet, mas nada dela ali.
Joanna P.O.V
- Sabe do que preciso? – Falei para Cornélia que estava sentada na minha frente com uma garrafa de cerveja e cigarros em mão.
- Do que? – Ela perguntou impaciente, por mais que Cornélia odeia me ouvir, ou sobre meus dramas ela tenta o máximo esconder sua impaciência mais até eu estava de saco cheio de mim, de meus problemas e dramas.
- De diversão. – Falei me colocando de pé e esperando ela se levantar.
- Falou minha língua, ainda está cedo então temos que esperar. – Ela falou decepcionada.
- Tem outros lugares para nos divertimos ao invés do Kingdom Fire. – Dei de ombros e a vi abrir um sorrisinho. – Liga para Filipe. – Falei indo até seu closet e escolhendo uma roupa para eu usar.
- Filipe? – Ela perguntou em dúvida parando logo atrás de mim.
- Sim. – Respondi simples.
- Mas você não está com o Justin, por que Filipe? – Me virei para Cornélia apoiando minhas mãos em seu ombro.
- Desde quando estou com Justin? – Perguntei a ela, que tento dizer algumas palavras mais foi em vão. – Certo, só tivemos aquela recaída não estou com ele.
- Na verdade duas. – Ela me corrigiu. – Não três... ah quer saber perdi as contas. – Ela deu de ombros.
- Tá deixa isso para lá. Justin é fofo o cara ideal, mas não para mim hoje ele provou que é um doce de pessoa, ele foi incrível cuidando de mim sobre meu drama de ''família'' mais eu preciso de um cara que passe a noite comigo, tipo hoje que não seja o Justin.
- Não gosto de Filipe ainda mais depois do que você me contou dele ser amigo de Justin. – Ela me deu as costas, voltei a procurar uma roupa entre mil das suas. – Não está pensando em ficar com Filipe para magoar Justin está? – Ela se virou para mim e eu a fitei não tinha resposta para aquela pergunta. – Sua cara Joanna. – Ela falou cruzando os braços. – Joanna você está afim dele e vai fazer isso como o rapaz, por que? – Ela disse em suplica quase se ajoelhando na minha frente para tentar me intender.
- Quando eu... – Mordi os lábios, Cornélia me conhecia muito bem e eu não tinha que te dizer muito. – Você sabe. – Falei pegando a roupa que encontrei.
- Droga Joanna, ele gosta de você para que o afastar, tudo por causa do maldito Filipe, que te deixou para cuidar das coisas de seu pai. – Ela disse batendo o pé.
A verdade era que depois que fui deixada por Filipe nunca mais iria me apaixonar por ninguém muito menos um príncipe. Minha vida já era uma merda e com a entrada de Justin isso só piorou a mudança que eu queria fazer em minha vida, mas a culpa não era minha era de Elizabeth.
- Eu sei, doi em mim saber que eu sinto tudo isso por ele, mas eu não posso retribuir esse amor, ele não me merece. Eu não sou o tipo de garota que vai o fazer melhorar. Pattie quer uma princesa que o faça ser homem, ser feliz, sem eu que o levou para boates a noite. De fato, ele quem foge. – Eu ri.
- Não quero mais ouvir suas explicações sem pé e sem cabeça. Apenas aceite o fato de que o ama e que o que você está fazendo com ele ou quer fazer é infantil. E eu não vou ligar para Filipe. – Cornélia saiu em direção ao banheiro.
Troquei de roupa, tirando aquele vestido que mal tive tempo de tirar do palácio e vesti a roupa que encontrei de Cornélia com certeza não seria aquela que ela usaria hoje. Me sentei em sua cama mexendo em meu celular e busquei o número de Filipe nos contatos se ela não ligaria eu ligaria para ele. Coloquei o telefone no ouvido enquanto o esperava atender, roendo minhas unhas. No terceiro toque ouvi sua voz que me deixava arrepiada.
- Achei que não me ligaria. – Ele falou e eu podia jurar que tinha um sorriso sapeca em seus lábios.
- Por que? Posso mudar de opinião muito rápido. – Sorri.
- O que devo a honra de ouvir sua voz? – A cada palavra sua voz me fazia se arrepiar.
- Te devo um ''encontro''. – Falei antes de Cornélia sai do banheiro.
- Está me convidando? – Ele riu.
- Sim, na verdade irie para a Kingdom Fire e acredito que devemos algo um ao outro. – Me levantei caminhando de um lado para o outro já estava me arrependendo de ter ligado para ele.
- Certo, estarei te esperando no balcão. – Ele diz, sorri para o meu reflexo no espelho.
- Até daqui a pouco. – Finalizei a ligação e me olhei a última vez no espelho. Cornélia saiu do banheiro pronta.
- Estava falando com quem? – Ela perguntou.
- Ninguém. – Respondi.
- Então vamos logo. – Disse Cornélia saindo de seu quarto a segui.
Sua casa estava vazia sua mãe estava em um chá ainda na casa de uma amiga, talvez de minha mãe como sempre, seu pai devia estar no golfe com mais alguns reis e amigos.
- Não te contei. – Ela se virou para mim me assustando.
- O que? – Perguntei.
- Estou namorando. – Ela disse com um sorriso. No momento eu não sabia o que dizer apenas a fiquei fitando sem palavras. – Fala alguma coisa? – Ela pediu ficando com medo.
- Eu.. Bom. Nossa. – Era tudo o que eu conseguia dizer. – Quem é? – Única pergunta que consegui fazer.
- Você vai o conhecer. – Cornélia me deu uma piscadinha.