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By Spacegirltt

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❝ π‘πŽπ’π„ ππŽπ“π“π„π‘| desde pequena passando por maus bocados. Para todo mundo bruxo ela morreu naquela te... More

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𝐂𝐀𝐒𝐓
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𝐍𝐄𝐖 𝐄𝐑𝐀
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πŸ–πŸ–
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URGENTE!!

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By Spacegirltt

CAPÍTULO OITENTA E SETE

EU NÃO FUMO, OBRIGADA.

“Minha pele
transformou-se
em porcelana,
em marfim, em aço”

Sansa Stark

*Saporra não está revisada,
Então se tiver erros...
não foi de propósito

- A ARTE DE DUELAR..- A PROFESSORA de cabelos dourados e olhos azuis como duas lascas de gelo iniciou- Quando eu era pequena, meu pai me levou até um deserto, as únicas coisas que meus olhos viam eram areia e o sol escaldante que derretia até o meu último pingo de esperança.

" Ele me deixou no meio do deserto com apenas as roupas e um cantil com água meio cheio...ele dizia que tinha sido gentil ao me deixar os sapatos também- Ela fez uma pausa e sorriu olhando para o chão- Todos sabiam que o deserto-azul era muito perigosos e era a passagem de muitas caravanas de escravos, mas meu pai, certamente, não se importou com esse pequeno detalhe. Quando ele saiu e disse que eu teria que voltar para casa sozinha, pensei que fosse uma brincadeira por parte dele, afinal, nós morávamos do outro lado do Egito- Levantou os olhos ferozes para os alunos e os encarou como se pudesse, de certa forma, olhar-lhes as almas- Mas não era uma brincadeira, eu tinha que voltar para a França sozinha. Olhei para o meu cantil meio cheio e para o extenso mar de areia e me pus a correr"

"Corri por cerca de um dia inteiro sem nem tocar no meu cantil, me adaptei ao clima árido e quente, já não havia nenhuma gotícula de água no meu corpo quando eu cheguei a dois quartos do deserto. A noite já tinha caído e o frio chegou me empurrando para uma camada dentro do meu corpo onde era encontrado apenas escuro e frio de congelar os ossos. Eu estava com uma blusa de malha e mang curta que não esquentava nada além de si mesma e calças jeans simples. Percebendo que estava esgotada demais para correr, deitei-me na areia e abracei meu próprio corpo e foi esse o meu erro"

Cada aluno na sala olhava para a mulher com um misto de fascínio e curiosidade. Ela andou em passos leves entre eles e colocou as mãos atrás das costas.

- Uma caravana com homens que vendiam escravos apareceu e não foi muito difícil para observar uma garota deitada no chão com os braços em volta de si mesma. Sabe o que eles fizeram?- Perguntou os olhando por baixo dos cílios loiros- Eles pegaram o meu cantil cheio pela metade e beberam na minha frente e depois riram da minha cara de assustada- Rose suspirou prestando atenção em cada palavra daquela mulher- E depois tentaram me estuprar, eu tinha apenas quatorze anos e minhas próprias mãos. Eram três homens e eu era apenas uma.

"Tentei me afastar das mãos calejadas e pegajosas deles, mas foi em vão, tentei arranhá-los mas não tinha unha suficiente, tentei chuta-los mas eles eram fortes demais- Rose já não sabia se estava respirando- Então usei o que eu tenho de mais brilhante em mim, meu cérebro. Eu não tinha minha varinha, mas eu tinha muito poder em minhas veias, coisa que aqueles homens podres nem sequer sonhavam. Quando senti as faíscas de poder saindo pelas longas de meus dedos, não hesitei em ataca-los. Matei um por um com minhas próprias mãos, cérebro e poder. Certo, que não houve duelo naquela situação, não fisicamente, mas eu duelei comigo mesma naquele momento"

- O que eu quero dizer é que vocês podem estar em situações complicadas onde muitas vezes não terão força para igualar- Disse olhando diretamente nos olhos verdes de Rose- Por isso, dêem valor a aula de duelos, pois só aí vocês poderem se mostrar mais fortes.

- Peguem suas varinhas, vamos começar- A professora disse com um sorriso brilhante.

Rose estava encantada. Aquela mulher tão bela quanto a primavera sobreviveu a todas essas coisas sozinha e possui tanto poder e confiança que chegava a tirar o ar dos pulmões da menina.

- Você é a Rose Potter, não?- A Professora disse se dirigindo com a capa branca ondulando atrás de si.

- Sim, muito prazer- Rose respondeu recuperando o fôlego.

- Sou a Professora Ártemis e ensino a arte de duelar desde muito tempo, pode não parecer, mas sim- Informou com um leve divertimento- Sei que em Hogwarts as coisas eram diferentes, mas aqui nós não criamos apenas bruxos, criamos bruxos capazes de sobreviver a muitas situações desastrosas. Sou uma sobrevivente e ensino vocês a serem sobreviventes também. Pegue sua varinha, Potter.

Rose pegou a varinha de salgueiro com pena de fênix e a empunhou. A professora estendeu a mão longa e elegante até a de Rose e ajeitou a varinha na mão dela.

- Não tenha medo da varinha, se você teme-la, ela terá poder sobre você, portanto, tenha poder sobre ela. Segure-a com a confiança que você quer que o seu adversário veja em você.

Rose assentiu segurando a varinha com muita mais segurança e força. A mulher assentiu e olhou para o restante da turma que já tinham se organizado em pares.  

- Treinaremos feitiços de defesa hoje, e por gentileza, não arranquem o braço de ninguém, ontem tive que remendar o braço de Tarkovski célula por célula e não foi legal- Disse olhando para um aluno gordinho com óculos redondos que corou intensamente.

- Não acontecerá novamente, mestre- O garoto respondeu com a voz chiando.

- Claro que não, caso aconteça novamente, deixarei o braço sem remendo- Ela respondeu docemente- Estão esperando o quê? Ataquem!

Rose foi para perto do par dela, que era um menino de estatura baixa e olhos baixos, que lembravam levemente de um peixe morto. Por mais que o menino parecesse um zumbi, ele não era, em menos de um segundo pegou a varinha e lançou uma azaração em Rose, que se abaixou rapidamente e por pouco ela não virou uma geléia. Arregalou os olhos para ele e o garoto apenas sorriu levemente se preparando para atacar novamente, mas dessa vez, Rose se defendeu.

Com os três dias que ela passou no instituto, aprendeu que eles tem métodos muito diferentes de ensinar do que em Hogwarts. Eles gostam de ensinar os alunos empiricamente. Como saber se o veneno realmente mata e como aprender que eles não são brincadeira? Experimentando. Como aprender a se defender de um feitiço? Sendo atacado. Rose percebeu isso sendo envenenada, azarada e muitas outras coisas. A professora estava certa, lá eles formavam sobreviventes e para ser sobrevivente tem que ter ganhado uma guerra. Por isso, também formavam grandes guerreiros e a garota gostou estranhamente disso.

- A professora Artemis é incrível- Rose disse maravilhada enquanto comia uma rodela de laranja caramelizada com mel.

- Ela é incrível quando não está te dando um castigo- Lavínia retrucou a encarando com aqueles olhos azuis.

Rose deu de ombros e pegou a taça com vinho. Ela descobriu que eles viviam à base de álcool e era totalmente normal para eles tomarem uma dose de vodka de manhã ou uma taça de vinho no almoço.

- Toda pessoa se torna cruel enquanto aplica um castigo- Respondeu terminando de comer a porção de pato assado- Mas eu me referia a história dela...ela é forte.

As duas morenas assentiram.

- A professora Artemis é uma das bruxas mais poderosas que eu conheci- Desirée falou enquanto encarava a mulher na mesa dos professores- Ela faz feitiço sem varinha e ainda não tem uma perna.

Rose arregalou os olhos e levou os olhos até as pernas cobertas da professora.

- Não percebi.

- Claro que não, mestiça. Como se ela fosse erguer o vestido no meio da aula e mostrar a perna de ferro dela- Lavínia disse no mesmo tom de escárnio de sempre.

- Dizem que ela perdeu enquanto navegava pelos mares à procura de um feiticeiro maligno, mas no meio do caminho caiu do navio e foi mordida por um tubarão- Lavínia disse se inclinando na mesa como se elas compartilhassem um segredo.

- Que ridículo- Lavínia zombou espetando um pedaço de pato suculento com o garfo- Todos sabem que ela mesma arrancou a perna para provar que continuava sendo foda mesmo sem uma perna.

Rose fez uma careta e desviou os olhos da professora. Não importava como ela tinha perdido a perna, a Potter continuava fascinada por ela.

- Vai, pode perguntar- Lavínia disse olhando séria para Rose.

- Perguntar o que?

- Como em meio de tantos garotos eu ainda gosto de meninas- Rose abriu um sorriso e inclinou a cabeça.

- Como em meio a tantos garotos você ainda gosta de meninas?

Lavínia revirou os olhos e continuou comendo.

- É exatamente o fato de eu estar em meio a tantos garotos que me faz gostar de meninas- Respondeu sorrindo- Mas, me diga, você também partilha do mesmo pensamento que eu?

Rose maneoou com a cabeça e encarou a menina a frente dela.

- Não sei...nunca fiquei com garotas, só com garotos mas eu me sinto atraída pelos dois- Explicou.

Desirée mordeu os lábios e assentiu levemente.

- Então você é como a minha querida Lavínia, gosta de qualquer coisa que tenha boca.

- Não vai começar, não é? O dia mau iniciou-se...- Lavínia disse exasperada.

- Ah, claro que não, vou esperar até um horário agradável para você...tenho sempre que pegar os seus restos mesmo.

As duas se encararam. Rose não sabia onde colocar a cara, então ficou olhando para a mesa.

- Desirée! Eu já te disse que não somos exclusivas. Sei que o fato de eu gostar de outras pessoas te incomoda, mas eu estou pouco me fodendo para isso- Lavínia disse com toda falta de consideração que conseguiu reunir.

- Ótimo, sempre soube que você tinha um fetiche por monogamia- Desirée zombou se levantando do banco- Entretanto, eu não sou obrigada a beijar a sua boca e as dos outros garotos que você ficou!

Rose realmente não sabia se assistia a discussão ou se saia devagar do lugar. Algumas pessoas que estavam perto observavam o bate boca.

- Ainda bem que sabe que não é obrigada a me beijar, então se manca e não vem tirar satisfação comigo.

Desirée olhou afetada para Lavínia, se olhasse bem ao fundo dos olhos dela, era possível ver lágrimas.

- Vamos, Rose- Disse levando os olhos azuis para ela.

- Não, a Rose fica- Lavínia retrucou encarando-a.

Rose se sentiu estranhamente como um cachorro no momento. Mas ela não queria estar no meio das duas garotas, parecia ser pessoal demais e ela estava fugindo de discussão. Mordeu o interior da boca e se levantou.

- Vou a biblioteca- Explicou antes de dar as costas para as duas.

Biblioteca. Ela nem sabia se lá tinha uma... então ficou andando de uma lado para o outro no corredor, até a aula iniciar.

O dia começou estranhamente bom, o que era uma raridade desde que ela colocou os pés na escola. As primeiras aulas foram de duelo e as aulas do meio eram de artes das trevas. rose estava desde a ponta do cabelo até os dedos insegura com aquela aula. Entrou acompanhada das duas colegas na sala totalmente escura, as cortinas roxo ameixa estavam fechadas e todos pararam na entrada da sala, não sabendo para onde ir. A mente de Rose gritava para ela sair correndo, mas nesse lugar, mostrar-se insegura era uma das coisas que ela não se atreveria a fazer. Passou as mãos enluvadas pelo corpete de couro e respirou fundo.

- Bu!- Um homem de sorriso macabro gritou saindo de trás das cortinas, arrancando alguns gritinhos baixos dos alunos- Quis dar um susto em vocês, funcionou?

Ele disse enquanto abria as cortinas e deixava a luz gélida entrar na sala. Rose revirou os olhos e seguiu os alunos para as carteiras.

- Com certeza, até minha avó que está enterrada a mil palmos do chão se assustou- Um garoto de cabelos castanhos e com um olhar preguiçoso disse sarcasticamente fazendo algumas pessoas rirem. 

- Sr. Schimidt, sempre tão bem humorado- O professor disse indo em passos sonhadores até o quadro negro- Sejam muito bem vindos a aula de artes das trevas- Passou o dedo por um cacho escuro de cabelo que lhe caía na testa e sorriu- Só existe a sombra se esistir a luz e assim é o contrário. Mas quem disse que a luz é a luz e o escuro é o escuro?

Rose franziu o cenho olhando para o professor. De toda a frase, a única coisa que ela entendeu foi que era uma pergunta.

- Sabe, quando eu era pequeno, sempre achei que a única magia que existia era a que vocês apelidam como “negra”. Aí quando joguei um crucius em um pirralho filho da mãe que me irritava, as pessoas acharam estranho e resolveram retaliar com meu querido pai, alegando que eu usei um feitiço proibido- Passou os olhos esverdeados por eles e abriu um sorriso- O que eu estou tentando dizer é que algum mocinho de merda chegou primeiro e disse que as pessoas que usassem um feitiço diferente dos dele eram maus. A arte das trevas é considerada o oposto das artes claras, mas ela não se restringe em ser apenas a antagonista da arte do bem. Não acredito que ela corrompe a alma, se alguém nasceu para ser um vilão, ele será. A magia dá apenas os instrumentos nas mãos das pessoas, como ela vai utilizar, aí parte delas mesmas.

Rose não tinha conseguido decidir se achava o homem um louco ou um gênio incompreendido.

- Portanto, vamos parar de falar e começar a estudar sobre o feitiço apicula maleficum- Escreveu o nome na grande lousa negra- Eu particularmente acho ridículo um feitiço que conjura abelhas negras da ponta, mas ele é bem mais poderoso do que parece. Pode matar alguém…

A Potter anotou o nome do feitiço no pergaminho e mordeu os lábios pensativa. Ela foi criada para não estudar sobre magia das trevas, e nesse momento, estava aprendendo sobre. Dumbledore sempre dizia que as pessoas que aprendiam sobre magia negra sempre eram corrompidas e citava o exemplo de muitos outros bruxos, mas Rose não queria se tornar uma comensal e muito menos dominar o mundo matando trouxas. Ela apenas queria poder cuidar de todos que ela ama e não perder mais ninguém e poder ser livre. Todos temos maldade no coração, afinal.

A aula girou em torno do professor falar coisas sem sentido e ensinar como executar o feitiço em bonecos de mentira. A última aula dos dia era sobre venenos com a professora que envenenou Rose. A garota entrou na sala encarando a professora com os olhos estreitos, não confiava nela e o olhar de quem poderia matá-la a qualquer momento não ajudava. Sentou-se na mesa de sempre e ficou encarando a mulher de cabelos brancos que falava sobre o veneno do dia. Eles não iam fazer nenhum, iam apenas ler sobre eles e aprender a não serem envenenados.

- Sabem o que é isso?- Perguntou sentada na própria mesa com a mão levantada e uma flor branca esverdeada nela.

- Veratrum- O garoto chamado Romeo disse enquanto fazia um avião de papel.

- Obrigada, Romeo. Essa pequena flor se chama Veratrum, é comumente cultivada para fins ornamentais. No entanto, a beleza dessa flor para por aí, pois cada pedaço da planta é letalmente tóxico. Os primeiros sintomas de envenenamento por Veratrum são violentas dores de estômago, que normalmente se iniciam cerca de 30 minutos após a ingestão- Finalizou sorrindo e levando a flor até a mesa.

- Professora, é verde que Alexandre o Grande foi envenenado por ela?- Uma das poucas garotas da sala perguntou.

- São apenas falarias, mas todas fofocas tem uma origem, não é?- Brincou- Continuando...como as toxinas caem na corrente sanguínea, elas fazem um caminho mais curto para os canais de íons de sódio, que agem como portões que permitem que o sódio flua através dos nervos, provocando uma reação. Isso causa convulsões e batimentos acelerados e lentos no coração, podendo causar um ataque cardíaco ou estado de coma.

- Essa florzinha?- Alguém questionou em tom de zombaria.

A professora não tirou o sorriso do rosto em nenhum momento.

- As pequenas e mais bonitas são as mais fatais, Mustafina. Agora olhem e decorem a forma dessa pequena flor, aposto que vocês não gostariam de come-la sem querer.

Quem que iria comer uma flor? Rose pensou olhando para a flora que estava sendo passada de mão em mão. Talvez se ela estivesse em uma floresta sem comida, ela pensaria em comer uma flor. Mas antes, ela teria tentado encontrar uma fruta ou então um bicho....não, ela não ia conseguir matar um animalzinho.

Ao final da aula, Rose esperou todos saírem da sala para matar a professora.

Brincadeira, risos. Ela esperou os alunos sairem para conversar com ela sobre o ocorrido na aula anterior, obviamente, não é todo dia que um professor envenena os alunos...

- Sim, Srta. Potter- Disse arrumando as flores dentro de um pote de vidro.

- Olha, você me envenenou- Acusou cruzando as mãos enluvadas.

- Eu?- Perguntou sorrindo de lado- Eu te dei a opção de beber o veneno ou dar ele a Romeo. Mas ao final das contas, você não era obrigada a beber, querida. Eu não a controlo.

Rose se empertigou.

- Você disse bem claramente "beba", então me parece que eu não tinha outra escolha senão beber ou dar ao garoto.

A professora fechou o sorriso e pousou uma mão no ombro dela.

- Meu anjo, você tem que aprender a discernir quando alguém está mascarando as reais intenções. Eu não ia obriga-la a beber, posso ser louca mas não a esse ponto. Era um teste, queria saber se você beberia veneno por alguém que nem ao menos conhecia.

Rose se sentiu idiota. Completamente idiota, essa mulher enganou ela direitinho e em momento algum ela percebeu.

- Faço isso com todos meus alunos e um conselho: não acredite em tudo que as pessoas falam só porque elas tem autoridade. Sou sua professora mas não posso induzi-la a se matar porque eu quero.

- Você pareceu bem convincente...- Rose disse ainda embasbacada.

- Claro, treino muito- Respondeu sorrindo- E eu queria deixar claro que o antídoto estava perto de mim.

- Qual seu nome?- Rose perguntou o que vinha querendo saber a muito tempo.

A mulher ergueu uma sombrancelha e voltou a arrumar os potes.

- Nix. Não lhe informaram os nomes dos professores?

- As pessoas aqui não são muito amigáveis...- Rose disse se lembrando do dia em que chegou na escola e estava tudo escuro.

Ela soltou um riso e suspirou.

- De fato.

- Para que estudarmos venenos?- Rose perguntou. Para ela a única função dos venenos era matar alguém.

- Rose, estudamos venenos não somente para matar as pessoas, como suponho que você veja essa aula- A professora pegou a bolsa de couro e colocou gentilmente nos ombros- Aprendemos sobre eles para não cairmos nos truques dos mesmos, também. Você, mais que todos deveria entender como é importante localizar um veneno em comida ou bebida.

Rose concordou acompanhando a professora até a saída.

- Pessoas querem você morta, por esse motivo, você tem que ter todas as cartas na manga e saber reconhecer tanto uma maldição que foi enviada a você, quanto um mero feitiço- Finalizou afagando gentilmente o ombro da aluna- Boa noite, anjo.

Rose deu um sorriso sem dentes e se despediu da professora seguindo pelo corredor extenso e meio escuro. Pode ser que horas atrás ela não tenha simpatizado com a mulher, mas incrivelmente nesse momento, quase que ela gostava dela.

- Você está aí!- Lavínia exclamou agarrando o braço de Rose.

- Sim, está me puxando para onde?- Questionou enquanto elas começavam a descer as escadas espiraladas ind para baixo do castelo.

- Vamos a um lugar- Respondeu simples enquanto o final da escada chegou.

Estava tudo escuro no local. Estavam de frente a uma parede e Rose já ia protestar quando a garota deu três batidinhas na parede e ela se abriu, revelando uma sala redonda.

- Puta merda...- Rose sussurrou entrando na sala.

Era redonda e tinha piso de madeira escura sob todo o chão. Uma lareira no centro da sala acesa, onde vários alunos estavam sentados em almofadas com livros mas mãos ou conversando. Candelabros com belas acesas nas paredes, estantes com livros de várias cores e tamanhos, sofás de couro e poltronas. Rose estava boquiaberta e girando os olhos para poder enxergar tudo.

- O que é isso?- Perguntou abrindo e fechando os olhos para ter certeza que não era uma ilusão.

- Achou mesmo que iriamos sobreviver nesse lugar sem luz ou entretenimento?- Lavínia disse abrindo um sorriso branco- Agora, olhe para mim.

Rose se virou e a encarou.

- Vai naquele menino ali, o nome dele é Levi- Apontou o dedo elegante para um menino que lia um livro de capa escura- Peça para ele três pacotes de xinxalins.

Rose franziu o cenho analisando o garoto parado em uma pose totalmente preguiçosa.

- O que é Xinxalins?- Perguntou para Lavínia, mas a garota já tinha saído.

Rose deu de ombros e foi em passos devagar até o garoto enquanto retirava as luvas pretas de seda das mãos, o local estava quente e aconchegante. Ela estava tão eufórica que parecia ter acabado de encontrar um pote de ouro.

- Quem é você?- Ele perguntou sem tirar os olhos do livro velho e caindo aos pedaços.

- Levi?- Rose perguntou para ter certeza se era esse garoto de quem Lavínia falou.

- Não, Levi sou eu. Quem é você?- Perguntou novamente com um sorriso de lado e erguendo os olhos azuis para ela.

- Rose e eu quero dois pacotes de xinxalins- Respondeu olhando-o nos olhos- Quer dizer, são três.

Ele abriu um sorriso completo mostrando dentes bem alinhados e bonitos.

- Não sabia que a doce Potter fumava- Ele comentou pegando três pacotes pardos de dentro do bolso do casaco vermelho.

Rose olhou para Lavínia que sorria enquanto conversava com outras pessoas e quis dar um tapa na cara dela.

- Então Xinxalins são cigarros...- Sussurrou pegando os três pacotes da mão dele.

- Sim, são três galeões- Levi cantarolou a encarando.

- Filha da mãe...- Rose Sussurrou enfiando a mão dentro do casaco e pegando as três moedas, mas parou na hora de colocar nas mãos dele.

Fazia muito tempo que ela não usava a legilimência, mas no momento ela fluiu sem querer e foi muito bom. Rose nunca quis admitir, mas ela se sentia muito bem usando os dons. A mente do garoto a frente era muito cheia de coisas, ela sentia cheiros de temperos, gosto variados e no fundo, um gosto apimentado. Ele estava enganando-a. Rose abriu um sorriso e recolheu a mão novamente.

- Você mente- Admitiu olhando-o nos olhos azuis escuro.

O garoto a analisou de cima a baixo e depois encarou os olhos verdes de Rose.

- Como você sabe?- Perguntou interessado.

- Presumi- Mentiu colocando apenas dois galões na mão dele.

Levi ergueu um canto dos lábios e balançou a cabeça, negando.

- Você não sabe mentir- Ele disse girando as duas moedas mas mãos.

Rose deslizou o dedo indicador pelo papel pardo dos cigarros e sorriu maliciosa.

- Você que não sabe- Retrucou.

Os dois ficaram se encarando por um bom tempo. Apenas os olhos azuis nos verdes.

- Eu sei o seu segredo, vou guardá-lo, não se preocupe- Foi a última coisa que ele disse antes de dar as costas para Rose e sair em passos preguiçosos até a saída da sala secreta.

Rose ficou encarando o espaço onde a pouco tempo ele estava e de repente sentiu uma sensação na barriga. Qual dos segredos ele sabia? Que ela era legilimente ou os outros? Afastou a conversa da cabeça e foi para perto de Lavínia que conversava com Ayo. Jogou os três pacotes pardos no colo da garota e se sentou na poltrona de frente a eles, sentindo o calor da lareira acesa adormecendo os ossos congelados dela.

- Valeu, mestiça- A morena respondeu abrindo o paço e colocando um cigarro na boca. Ayo que estava ao lado também pegou um e jogou outro para Rose.

- Eu não fumo, obrigada- Respondeu estendendo a mão para devolver. Os dois olhavam com estranheza para ela.

- Como assim você não fuma?! Como você vive a vida?- Ayo disse aterrorizado soltando a fumaça pelos lábios.

- Não vejo a graça em fumar cigarros- Rose respondeu abanando a fumaça da cara.

- Não é um cigarro normal, gata- Ayo disse abrindo um sorriso branco lindo em contraste com a pele escura.

- É maconha- Lavínia respondeu sorrindo- Marijuana, cannabis...o pai de Levi tem uma empresa de ervas vindas da Ásia.

Rose encarou os dois.

- Então o pai dele vende drogas?- Perguntou colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha. Os dois assentiram com sorrisos bobos no rosto- E vocês falam isso normalmente?

- Somos todos fodidos, não faria diferença se meu pai fosse dono de um bordel ou não- Ayo respondeu embolado.

- Mas seu pai é- Lavínia disse rindo e o garoto a olhou agitado e depois os dois começaram a rir.

Era mais um daqueles dias, onde não havia nenhuma fagulha de força dentro de Draco. Mais um dia onde ele se sentia tão pesado que temia que pudesse cair em mim buraco escuro infinitamente, até que estivesse totalmente coberto por escuridão.

Parou em frente a porta da enfermaria e respirou fundo acalmando os sentimentos ferozes que só de pensar na flor, seu coração se agitava. Precisava manter a calma para conversar com Astória, sua esposa. Ela e não Rose, se lembrou mentalmente enquanto empurrava a grande porta de madeira para entrar na sala.

A enfermaria estava vazia a essa hora, o que devia-se ao fato de que a maioria dos alunos nem tinha tempo de se machucar, pois estava ocupados fazendo detenção. A garota de cabelos negros estava em uma das últimas camas lendo um livro. De longe ela se parecia com uma pessoa que fazia o coração do garoto doer só de lembrar, mas de perto era totalmente diferente. Foi em passos silenciosos e elegantes até a cama dela, onde a garota de cabelos escuros ergueu os olhos do livro e os mirou nele. Os olhos eram verdes, justamente verdes, mas não eram os olhos verdes que enfeitavam os sonhos dele. Draco estava cansado de esperar encontrar Rose em Ástoria.

- Draco!- Ela disse abrindo um sorriso doce.

Ástoria era doce. Ela era tão doce que poderia derreter na boca, como um cubo de açúcar. Draco sorriu levemente e se sentou na cadeira ao lado da cama.

- Ástoria, tenho que conversar com você- Encarou os olhos esverdeados dela.

- Ótimo, porque eu também queria conversar com você, meu amor- Respondeu colocando a mão quente na fria dele- Acredita que a George comprou um colar igual ao meu? Meu pai havia dito que só existia um dele, mas pelo visto....

Draco a interrompeu.

- Foi você?- Perguntou apertando a mão dela.

- Eu que...

- Você que fez a Rose ser expulsa?- Complementou.

Ástoria exalou exasperada e soltou a mão dele, como se o garoto a tivesse queimado.

- Por que, Draco?!- Exclamou passando as mãos pelos cabelos- Por que você sempre tem que tocar no nome dela? Não posso ter um dia normal onde o nome da Rose Potter não apareça. Estou cansada!

Draco comprimiu os lábios e se encostou na cadeira estofada.

- Então foi você- Acusou novamente.

- Sabe, eu amo você Draco- Disse o olhando nos olhos intensamente- Amo mesmo. Mas não tem nada que doa mais do que saber que o meu amor não é retribuído. Eu sei que você ama ela e isso me machuca todos os dias, como se eu estivesse andando com uma adaga prensando minha pele. Eu não sou a Rose. Eu tentei ser ela, mas admito na força do meu ódio, que é muito difícil ser a Potter. As nossas semelhanças acabam nos cabelos e olhos.

Fez uma pausa e secou as lágrimas que jorravam como rios dos olhos magoados da garota.

- Eu não sou burra. Sei que você me beija pensando nela e que segura minha mão fingindo que sou ela, mas eu não sou ela!- Exclamou tecendo as palavras com cada gota de dor que ela sentia- Eu sou Ástoria Greengrass, a sua prometida. A garota que não faz o seu coração balançar ou pular pela boca, mas que quando olha nos seus olhos cinzas se sente muito feliz. Eu sou devotamente apaixonada por você, Draco. Não fui eu quem fez a Rose ser expulsa, não do modo que você pensa.

"Eu tinha ido conversar com ela durante as rondas pois sabia que era mais fácil dela me ouvir e que ninguém mais me veria me humilhando para ela parar de ficar com você. Ela pode ser a vaca que está te arrancando das minhas mãos, mas ela tem gentileza no coração, eu sei disso. Eu pensei que se eu dissesse como eu me sinto quando vocês estão juntos, ela poderia te deixar, mas antes mesmo de eu dizer a primeira palavra, ela me enfeitiçou. Não fui eu, Draco. Juro por Daphne e meus pais"

Draco analisou a garota desesperada a frente dele. Ela estava certa em muitos aspectos, menos que ele amava Rose. Ele não a amava. Ele não podia. Amar alguém significa que existia fraqueza na pessoa, o próprio Lucius o ensinou que o amor é o calcanhar de Aquiles de um homem. Passou as mãos pelos cabelos claros e inspirou.

- Eu acredito- Respondeu sinceramente.

- Obrigada- Ástoria agradeceu pegando a mão dele novamente- Draco, eu sei que você não me ama, mas pode tentar. Seus pais nunca apoiariam um relacionamento com uma mestiça, ainda por cima, uma Potter.

Draco fechou os olhos e engoliu a verdade que passou arranhando a garganta dele.

- Me ame. Esqueça dela...- Sussurrou passando a mão pela face macia dele- Tente me amar, tudo será mais fácil e não vai doer. Para nenhum de nós dois.

A garota aproximou o rosto do dele e encostou os lábios levemente pelos lábios de Draco. Ele fechou os olhos e a primeira coisa que pensou, foi na garota com nome de rosa e com lábios de mel. Afastou esse pensamento e o enterrou no fundo da alma. Retribuiu o beijo de Ástoria pensando em qualquer coisa, menos em Rose.

Oiii, boa tarde...eu acho

Tudo bem?

A playlist está disponível no meu perfil. Deixe um votinho e uns comentários para eu ficar animada, já que eu não tenho maconha para minha dopamina diária.

Ass, Y.A.M

Professora Ártemis

Me ajudem a arranjar sobrenomes para eles e nomes também, obrigada

Professora Nix

Professor....esse é o de artes das trevas

Professor...esse vai aparecer depois

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