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By Spacegirltt

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URGENTE!!

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By Spacegirltt

O INFERNO É FRIO  ̖́-

Não está revisado*

Não tenho certeza de nada,
mas a visão das estrelas me
faz sonhar.

Vincent van Gogh
   

A ÁGUA ONDULAVA ABAIXO da madeira do grande navio, em uma sincronia intensa. O ar tinha cheiro de pinho e neve, o vento não tinha piedade e nem escrúpulos enquanto castigava Rose, manchando as bochechas e a ponta do nariz dela de vermelho. Até as aves pareciam pressentir a chegada do grande navio, sendo pela importância e respeito que ele empunha ou pela violência com que ele avançava pelas águas turbulentas de tom azul tempestuoso.

Rose apertou o simples casaco de frio mais forte sob o corpo, se sentia tão tola por não ter se preparado melhor para o tremendo gelo que era o lugar, mas talvez nem mesmo o mais resistente casaco a protegeria. Precisaria de, no mínimo, dois ursos grandes abraçando-a para lidar com a situação. Olhou para baixo do convés, e imaginou como seria terrível cair naquelas águas congeladas, se não morresse de frio, morreria de medo. Levou os olhos esverdeados até as grandes montanhas banhadas por neve que se estendiam por todo horizonte e quando uma torre escura despontou no céu, se ergueu nas pontas dos pés para ver o grande castelo aparecer. Não era tão grande quanto o de Hogwarts, mas era, de fato, muito lindo. Com uma arquitetura mais puxada para o gótico e medieval, encantava os olhos da jovem garota.

Esse era o Instituto Durmstrang, onde até a mais doce flor morria. Seria possível uma flor sobreviver em um ambiente tão hostil? Seria possível sair luz das trevas?

- Feche os olhos, não vai doer- O homem com uma pequena barbicha disse apontando a ponta da varinha para a cabeça de Rose.

- Não estou com medo de que doa- Respondeu fazendo uma careta para a barbinha dele. Ou tenha uma barba decente ou nem tenha, pensou- Só quero saber se isso é realmente necessário.

O homem comprimiu os lábios e alisou as vestes vermelho sangue.

- É necessário, os alunos não podem se lembrar da localização, e você não é exceção- Respondeu pressionando ainda mais a varinha na pele dela.

Rose não confiava nele, em ninguém no momento e o feitiço da memória era muito perigoso, poderia tirar algo importante ou afetar outras memórias. Ela nunca gostou de que as pessoas pudessem mexer com as mentes uns dos outros. Mordeu o lábio inferior e olhou para o céu, onde a lua já estava aparecendo, já queria voltar para Hogwarts e nem mesmo entrou na escola. Voltou a olhar para o homem magro e carrancudo.

- Espero que não estrague as minha memórias- Disse balançando a cabeça levemente, dando permissão para o homem prosseguir.

- Sou especialista, princesa- Foi a última coisa que escutou antes de ter as memórias de como chegou ali sendo apagadas.

Não houve uma única alma dando boas vindas para ela, quando Rose entrou pelas grandes portas de madeira da escola. A mala dela já tinha sumido quando saiu do navio e esperava que tivessem a levado para o quarto, seria uma lástima perder todos os pertences. Cada metro quadrado do castelo estava em escuro, em completo escuro, algumas partes que estavam próximas a janelas com vitrais eram iluminadas fracamente pelos raios lunares. Rose fechou os olhos com força e quis cair no chão em posição fetal. Obviamente a primeira escolha de escola para ela, não foi Durmstrang, era Ivermorny, mas a escola não tinha vagas disponíveis e então ela tentou Beauxbatons, mas eles não estavam aceitando novos alunos e a última opção foi Durmstrang, a qualq Rose tinha certeza que não a aceitariam, por ser mestiça, mas para total surpresa dela ou desgosto, aceitaram.

- Alguém ai?- Perguntou com a voz fraca de frio ou estava falhando de medo mesmo.

Não houve resposta. A garota apertou os lábios em completo descontento e pegou a varinha dentro da bota, essa escola era muito estranha ou todos os alunos estavam escondidos e prontos para dar um susto nela, o que não deixava de ser igualmente estranho.

- Lumus- Sussurrou e uma luz azulada saiu da ponta da varinha.

A pequena esfera de luz iluminava o chão de blocos de pedra, Rose ergueu a varinha e instruiu caminho entre o breu, era possível ver seis mesas medianas com grandes bancos umas ao lado das outras, um tablado logo a frente feito de madeira escura-antiga e em cima uma longa mesa na horizontal com cadeiras longas e acolchoadas. Ergueu a cabeça e apontou para a grande bandeira que jazia amarrada em cima do teto descendo em uma onda elegante até metade do grande espaço, ela era verde com uma águia de duas cabeças na cor amarela e em cima o nome da escola no que parecia ser latim. Exibia tanto poder e exuberância quanto a própria escola dizia ser.

Rose respirou o ar gelado sentindo o cheiro de pinho e pergaminho antigo, esse lugar era estranho, ela tinha que admitir, mas o ar macabro dava um certo charme, algo como fascínio se alojou no peito dela.

Em passos pequenos foi iluminando cada canto da grande sala que ela supos ser o salão principal deles, haviam pequenas mesinhas nos cantos com uma espécie de bebida em cima, mas não havia uma mísera vela. O único barulho que se ouvia, eram dos passos da garota e das ondas do mar batendo nas grandes vigas de pedra que sustentavam o grande castelo. Terminou de olhar todo o aposento e chegou até uma grande escada, também de pedra, subiu dois degraus por vez enquanto iluminava as paredes com quadros de pessoas que ela nunca viu e provavelmente não terá a chance de ver, pois provavelmente estão mortos. A escola era pequena, o que de certa forma era acolhedor, pois ela não tinha risco de se perder em uma das escadas que mudavam. Terminou a escada e deu de cara com um extenso corredor, onde várias portas estavam dispostas.

- deuses- Sussurrou iluminando as plaquinhas em cima das portas onde haviam nomes de alunos. Tinham duas coisas que Rose queria no momento, 01: comer. Tinha almoçado na casa dos Blake's mas a viagem de quase meio dia usou todas energias dela e agora estava faminta; 02: um banho quente. Nada melhor do que tirar o grude de barco do corpo. Foi a primeira vez que viajou de navio e pretende não fazer isso, nunca mais.

Eram muitos nomes, em sua maioria ela nem sabia pronunciar, um dos problemas que ela apontou antes de se mudar para a escola, ela não sabia falar a língua deles. A sorte dela era que Rose tinha uma certa memória resistente e conseguia se lembrar de muitas coisas. Parou em uma porta onde estava escrito:

Lavínia Müller & Rose Potter.

Era essa porta ovalada de madeira escura e que parecia tão antiga quanto todo o resto do castelo, onde Rose iria ficar. Nem se deu ao trabalho de bater, puxou o trinco esférico e abriu a porta com tudo.

De todas as coisas que Rose pensou em encontrar do outro lado da porta, uma garota em cima de outra trocando beijos era a última delas. Apontou a varinha bem para a cama da menina de cabelos escuros que estava aencaixada de um modo super exposto em cima da outra menina também de cabelos escuros. Arregalou os olhos e não sabia se ria, chorava, gritava de alegria por ter encontrado pessoas ou se pulava pela janela.

- Opa- Disse ainda em estado de choque.

A garota que estava sem blusa em cima da outra ergueu uma das sombrancelhas escuras e abriu um sorriso divertido.

- Opa- Repetiu esticando o braço para pegar a blusa social branca de mangas curtas do chão.

- Da para tirar essa luz da minha cara?- A garota de baixo disse em um tom tão áspero e rude que faria qualquer um se engasgar com a própria saliva e morrer. Mas Rose já estava acostumada.

Abaixou a varinha e desfez o feitiço de iluminação, sobrando somente o breu e a luz da lua vindo de uma das grandes janelas.

- Foi mal, não quis atrapalhar...- Explicou passando as mãos pelas bochechas congeladas. Temia que o sangue dela já estivesse congelado nas veias.

Ouviu um riso vindo do quarto mas não pode decifrar se foi da menina sorridente ou da menina rude. A primeira opção é a mais valida.

- Você é a Rose Potter?- Uma voz feminina e um pouco rouca perguntou.

- Sim- Rose respondeu entrando no quarto e sendo guiada pelo extinto até a cama de solteiro com uma colcha vermelha.

Se sentou em baque mas a cama nem se mexeu. O colchão era mais duro do que o próprio chão, talvez.

- A garota de Hogwarts- A voz proclamou em tom de diversão.

- A mestiça- Agora Rose tinha total certeza de quem disse isso foi a garota rude.

Respirou fundo e inspirou olhando para a janela dupla que dava vista para as montanhas ao horizonte, com seus pontos altos cheios de neve e o mar agitado a baixo. O céu estava em um esfumado entre azul escuro, roxo e preto com apenas os pontos brancos iluminando e a grande lua prateada.

- Seja menos mal educada Lavínia, pelo menos foi ela quem nos encontrou, e se fosse Karkaroff?- Escutou passos de botas com salto e logo depois, uma menina com cheiro de lavanda estava parada a frente dela com a mão estendida- Sou Desirée.

Rose estendeu a mão e apertou a da garota a sua frente.

- Sou Rose, muito prazer- Disse com um sorriso de lado. Pelo menos as pessoas aqui não eram tão ogras quanto ela pensou que fossem.

- Não é para tanto- A garota respondeu dando uma piscadela para ela e depois saiu do quarto tão rápida quanto a própria sombra.

Deu uma olhada no que conseguia enxergar no quarto. As duas camas eram simples e - duras para um pi- ambas com colchas de pelo e em cima uma coberta vermelha sangue; não haviam dorseis como na cama da sonserina; o quarto era mais simples do que ela imaginou. Um criado-mudo para cada uma das duas e os baús aos pés da cama. Não havia nenhuma decoração em especial. Apenas grossas paredes de pedras e frio.

- Por que aqui não tem luz? E onde estão todos?- Perguntou enquanto desatava os longos cadarços da bota marrom claro.

Ouviu um riso de escárnio saindo do fundo da garganta da colega de quarto e ignorou. Escárnio? Ela era uma mestiça na sonserina...

- Não usamos luzes- Ela respondeu se jogando de costas na cama- Acordamos cedo, jantamos sedo e dormimos cedo. Então estão todos dormindo e pelo visto esqueceram de você.

Rose ergueu a cabeça abruptamente. Aquilo só podia ser uma piada de grande mau gosto.

- O que é isso, a idade antiga?

- Você esperava mais?- Ouviu a garota cantarolar enquanto puxava a coberta para se cobrir- Aqui é Durmstrang.

Rose prendeu o ar e acalmou os pensamentos. Ela estava em um lugar que não conhecia, com pessoas que ela não conhecia, em uma escola onde as matérias eram diferentes de Hogwarts e ela sentia tanta saudade da antiga escola que o coração dela podia parar naquele momento mesmo.

- Não, esperava apenas que já fossem civilizados- Respondeu se levantando e tocando os pés macios e quantos no piso gelado.

Andou até o malão e sorriu. Ao menos ainda tinha as roupas dela. Passou o dedo pela trava de metal e destrancou o baú. Quando os olhos dela entraram em foco, não viu as roupas que tinha trago. Tinham apenas várias blusas brancas sociais de manhã curta, casacos pesados e vermelhos, calças pretas e mais do mesmo. Onde estavam as saias, a jaqueta de couro?

- Eles levam as peças que não são necessárias e deixam os uniformes, roupas de dormir e roupas intimas- A garota respondeu da cama.

Rose riu e fechou o baú.

- Suponho que já tenham jantado- Soou como uma pergunta e a colega murmurou um sim. Ótimo, dormir de estômago vazio.

- Olha, Potter. Tenho quatro regras- A garota disse erguendo metade do tronco e a encarando com os olhos azuis selvagens- Número um: não gosto de pessoas idiotas. É sério, não suporto pessoas burras, se vai dividir o quarto comigo, tem que ser ao mínimo inteligente e se não tiver nada de bom para falar, nem gaste a saliva.

Rose suspirou se levantando do chão.

- Número dois: não gosto de mestiços e nem sangues ruins, você é uma mestiça e portanto, não gosto de você- Rose poderia até discutir, mas estava sem forças para gritar que a menina era um pedaço de merda fútil, além de ela estar com medo de jogarem ela no calabouço- Número três: nunca me dedure. Não há nada mais repugnante do que sangues ruins e dedos duro. O que você me viu fazendo hoje, não conte a ninguém ou eu te mato.

Ela realmente disse que ia matá-la? Rose abriu um sorriso e colocou o peso do corpo em uma perna.

- E por último: Não somos amigas. Todos sabemos que você foi expulsa e Karkaroff a aceitou aqui pois você tem certa popularidade no mundo bruxo por ser irmã do Harry Potter- Cada frase saia com uma pincelada de veneno, dos mais fortes- Mas aqui você não passa de uma mestiça e só isso.

Quando a menina enfim finalizou, Rose quis matá-la com as próprias mãos. Quem ela pensava que era para falar com Rose assim? Olhou novamente para a lua lá fora e lembrou do padrinho. Ela nem teve oportunidade de falar com ele e apostaria todo o dinheiro dela que ele estava desapontado. Como ela poderia colocar essa garota no lugar se nem ao menos ela sabia qual era o lugar dela?

- Certo- Respondeu abrindo o baú novamente e pegando uma roupa de dormir e intimas. Iria tomar um banho quente e tudo de ruim ia sair pelo ralo.

- Mau noite mestiça- Ouviu a garota desejar enquanto ela dava as costas e ia para a porta do banheiro.

Nem ficou surpresa ao encontrar um banheiro simples e de pedra do piso ao teto. Fechou a porta e colocou as roupas em cima da pia escura. Havia um espelho grande e redondo onde ela olhou para a própria face cansada e pálida, com as bochechas congeladas e a ponta do nariz vermelho. Tirou as roupas sentindo o frio se acomodar na pele leitosa e quis vesti-las de volta, nem mesmo a comunal da sonserina no inverno era fria dessa maneira, pensou enquanto ia para de baixo do chuveiro. Abriu o registro e mordeu a própria mão para não gritar enquanto a água congelada caía sobre ela.

- Inferno- Amaldiçoou sentindo cada célula, átomo e tecido do corpo se congelando enquanto os longos filetes de água escorriam por entre o vale dos seios, pelas costas, pelos cabelos escuros...

Mal conseguiu pregar os olhos a noite, a cada vez que ia caindo no sono, Dumbledore aparecia mandando-a embora de Hogwarts ou ela sonhava caindo dentro do mar gelado que cercava todo o território.

Acordou com raios pálidos de sol atravessando a grande vidraça da janela. Abriu os olhos de uma vez e a primeira coisa que viu quando os olhos se acostumaram com a claridade,  foi o quarto medieval banhado por luz e ficou admirada com o que viu. As paredes não eram tão cinzas e macabras quanto a noite, na verdade elas tinham pequenas flores desbotando por entre as brechas da pedra cinza-azulada. Levantou-se rapidamente ao ver que a cama da colega já estava feita e aparentemente ela não estava no aposento.

Jogou uma água gelada no rosto que acordou até o último neurônio e escovou os dentes enquanto tirava o uniforme de dentro da mala. As roupas eram lindas, fascinantes e maravilhosas. Haviam: um grande manto carmesim com gola de pele de coelho; um sobretudo longo carmesim com botões, gola e faixa pretos; calça equipada preta; um equipamento de ombro externo dourado e preto; um espartilho de couro preto; uma gravata de seda preta; botas até o joelho marrom escuro com um pequeno salto e muitos cadarços; luvas pretas; uma blusa social branca de mangas curtas e um ushanka de pelo bege.

Rose vestiu todas aquelas roupas menos o chapéu estranho e o manto com um pelo que parecia ser de algum animal inocente e foi treinando a mente para o que provavelmente veria naquele salão onde aparentemente as pessoas comiam as refeições. Quando passou pelo portal ovalado, viu vários alunos com vestes parecidas com as dela sentados nas grandes mesas de madeira comendo e conversando entre si. Respirou fundo e entrou no local.

Não sabia se tinha como eles a diferenciarem de todos os demais alunos, mas cada cabeça no salão se virou para olhá-la enquanto em passos quase exitantes ela passava entre as mesas até a última, onde a colega de quarto que aparentemente se chama Lavínia estava com a menina chamada Desirée. Ela não queria fazer amigos, não queria nem estar ali, mas estava com o orgulho ferido e precisava sair de perto das zonas dos olhos julgadores dos alunos.

- Eu já disse que não sou sua amiga, mestiça- Lavínia respondeu antes mesmo de Rose se sentar perto delas.

- Não preciso de uma amiga, preciso de companhia- Respondeu passando as pernas para se sentar no banco de madeira.

A conversa voltou no salão e aparentemente se esqueceram da presença dela.

- Não lembra da regra número- A garota fez uma pausa tentando se lembrar do número enquanto soprava uma bebida fumegante disposta em uma xícara.

- Dois- Rose respondeu passando os olhos pelas comidas da mesa- Eu lembro.

Tinham bandejas com carne assada, carne frita, carne cozida, pães de aparência pesada, mingaus de cores estranhas e jarras com o que parecia ser vinho. Não havia uma fruta e nem um doce, apenas comidas pesadas e gordurosas.

- O que é isso?- Perguntou apontando para um copo com um líquido marrom claro disposto em um copo de dose, todos tinham um igual.

- A receita especial de Karkaroff- Desirée respondeu sorrindo.

- E o que tem nela?- Rose perguntou não sabendo se queria ou não saber. Pela cor...

- Alguns ingredientes não sabemos, mas sei que tem fígado de boi, neve, mijo de duende, areia do deserto- Falou enquanto enumerava nos dedos- Pó de ossos, para termos mais cálcio, sabe?

Rose assentiu com o estômago embrulhando, aquela comida a enjoava e os olhares a julgando também. Respirou fundo e pegou um pedaço de pão e uma espécie de carne assada, talvez a fome fizesse a comida ficar gostosa...

- Eu também não estava acostumada com a comida daqui- Desirée comentou colocando uma colher de mingau na boca- Eu nasci na França.

- Morei lá por um tempo- Exatos dez anos. Oito anos morando em um orfanato, ela já tinha passado por coisas piores, Hogwarts amoleceu ela. Pensou comendo o primeiro pedaço de pão com carne.

Era diferente, com um tempero mais pesado, uma mistura de alecrim, gengibre e pimenta, mas era gosto. E para quem estava a mais de doze horas sem comer, aquilo era maravilhoso. Estendeu a mão para a jarra de metal fino e colocou um pouco de vinho na taça. Sim, eles tomavam vinho no café da manhã e provavelmente em toda refeição. Mal deu o primeiro gole quando um menino de vestes carmim veio em passos duros e um sorriso arrogante naquela face estranha.

- Olha, vejam se não é a Rose Potter- Disse com o sotaque carregando as palavras arrastadas- Seu sangue mestiço me enoja!- Cuspiu as palavras e muitos no salão aplaudiram ele.

Rose já foi humilhada, zombada e xingada, mas em poucas dessas vezes ela não retrucou o felizardo que proferia as palavras. Se levantou e encarou os olhos escuros do garoto alto demais e magro demais.

- Meu pai era sangue puro e minha mãe nascida trouxa, o que faz de mim uma mestiça- Proferiu com um sorriso- Mas sabe o que mais me enoja, não é o meu sangue- Fez uma pausa e piscou os cílios escuros- E sim ter que olhar para essa sua cara feia.

Demorou menos de um segundo para ele pegar a varinha dentro do bolso e Rose que já sabia que isso poderia acontecer, já tinha pegado a dela na mão. Ela não pretendia duelar com ninguém nesse fim de mundo, mas se atacarem-na, ela ia atacar. Se encararam com ódio viajando entre os olhares e na hora que o menino ia lançar um feitiço, um garoto alto e meio magro apareceu abaixando a varinha dele.

- Nico, não vai querer atacar a aluna nova, não é?- Ele Sussurrou divertido.

- Sim, eu quero atacar essa mestiça- Respondeu quase vomitando na última palavra.

O garoto de cabelos loiros sussurrou mais algumas coisa em uma língua que Rose não conhecia e o menino que a pouco tempo queria mata-la, cuspiu aos pés dela e depois deu as costas. Somente Deus sabe o quanto ela se segurou para não lançar uma azaração naquele garoto por desrepeita-la de tal maneira. Cuspir aos pés de alguém é o sinal de desprezo máximo, do desejo que o outro não exista. Rose respirou fundo e pensou no dia em que dividiu uma torta de morangos doces com Harry em um intervalo, aquele dia foi um dos preferidos dela. Os dois riram até a barriga doer.

- Oi, eu sou o Romeo, muito prazer- O garoto loiro com um sorriso simpático disse tirando-a dos pensamentos. Ele tinha um rosto jovem e os olhos castanhos escuros que fariam qualquer pessoa se derreter, mas Rose não estava afim de apertar a mão dele. Não depois de ser humilhada na frente de todos e por mais que ele tenha salvo o rabo dela do outro garoto, ela não se sentia segura.

Apenas balançou a cabeça e voltou a se sentar no banco de madeira.

- Ótimo, vou colocar o gelo que você me deu no meu vinho- Ele respondeu rindo e apertando a própria mão. Logo depois Rose escutou os passos dele se distanciar e o garoto simpático tinha ido embora.

Respirou fundo, sentindo o cheiro de carne e vinho. As duas meninas a frente dela a olhavam segurando o riso.

- Pelo visto você é bem mais interessante do que eu pensei- Lavínia cantarolou rindo e levando a taça de ouro aos lábios.

- Queria saber como eu faço para enviar cartas, tenho algumas para enviar e como não pude trazer minha coruja...- Rose queria enviar cartas para todos os amigos, ao padrinho, aos Blake's...escutou as duas rindo- O que é tão engraçado?

- Olha novata, aqui nós podemos enviar uma carta por semana e só para uma pessoa. As cartas que são enviadas a você, são passadas pelo diretor e se não forem apropriadas, ele não te entrega- Lavínia explicou por cima da taça.

- Isso é uma prisão?- Perguntou boquiaberta encarando as duas meninas.

- Eu nunca recebi cartas dos meus pais, minha mãe tem a boca muito suja e sempre passa isso para as cartas- Desirée explicou divertida.

Mas Rose sabia que ela estava rindo desse fato para disfarçar a verdade, que ela sentia muito com isso. A própria sempre disfarçava as próprias desgraças em risadas. Ela queria saber como as duas garotas foram parar nessa escola, mas sabia que se fizesse isso, poderia ser esquartejada e jogada no mar.

A primeira aula do dia era estudos sobre venenos. A sala de aula era grande o suficiente para que vinte alunos se acomodassem, tinham apenas duas janelas grandes que iluminavam o local, um quadro escuro para o professor escrever as instruções, a mesa do professor e as várias carteiras dos alunos. Diferente da sala de poções onde os alunos dividiam as mesas, lá era cada um na própria carteira.

Rose se sentou em uma das primeiras carteiras disponível no meio da sala. Passou as mãos pelos conteúdos que haviam dispostos sob a mesa em potes de vidro. Tinham vários béqueres, balões de fundo redondo, mas não tinham caldeirões. Repito, não tinham caldeirões.

- Bom dia alunos- Uma voz doce com uma pitada de pimenta disse e Rose ergueu a cabeça para ver uma mulher de cabelos brancos como neve, olhos turquesa e a pele clara. Ela era jovem e tinha cabelos brancos...pode ser que seja parente de Draco. Rose pensou rindo mentalmente- Espero que tenham batido em muitas crianças de rua nessas férias.

Todos riram e Rose os encarou sem entender. Em dadas circunstâncias, ela não sabia se eles realmente batiam em crianças de rua ou se foi uma piada. A professora começou a andar entre eles com as vestes vermelhas balançando atrás de si. Ela era linda, como um sopro de inverno.

- Hoje faremos um veneno muito versátil e especial- Passou os dedos longos pelos cabelos escuros de Rose e sorriu, com os dentes brancos demais- Muitas mulheres na idade média se sentiam ameaçadas pelos maridos, não que hoje em dia seja diferente- Brincou levemente- Portanto, não aguentando sofrer nas mãos calejadas deles, elas começaram a misturar ervas para ver no que daria.

"O veneno da Rosa, é muito antigo e poderoso. Consiste em duas pétalas de rosas vermelhas; alecrim nascido em um bosque sem luz; unhas de uma viúva virgem e por fim, uma pitada de lágrima de uma pessoa que leva gentileza dentro do coração"

- Vai ser impossível achar uma pessoa que leve gentileza no coração- Um garoto de pele escura e face bem desenhada disse sorrindo.

A professora segurou o rosto de Rose com as mãos e apertou suavemente.

- A colega de vocês nos fornecerá- Ela respondeu passando o dedo pela bochecha avermelhada de Rose- Não chore, querida.

- Eu não estou chorando- Rose respondeu tentando sair das mãos da mulher.

- Mas vai- Ela finalizou sorrindo e soltando-a- Comecem o veneno amassando as pétalas até elas se desfazerem.

Rose encarou a mulher e passou as mãos pelo rosto, vendo se ela tinha feito alguma coisa com ela. Aquela aula era estranha, apenas pelo fato de ser ela quem forneceria a lágrima para a poção, tirando isso, era fascinante. Pegou o moedor e pousou as três pétalas lindas demais para viverem e as esmagou com o pilão.

- O veneno da Rosa, faz com que o coração de quem beba pare instantaneamente. Caso a poção não esteja tão forte, a pessoa demora alguns segundos para ter o coração paralisado e logo depois os órgãos começam a falecer e então com um último suspiro, a pessoa morre- A professora explicou observando os alunos fazerem o veneno.

Rose terminou de esmagar as pétalas e fez o próximo passo, que era colocar o que restou da rosa junto com o alecrim dentro de um béquer com água benta, tirada diretamente de uma igreja e misturar. O líquido ficou rosa claro e quando as unhas de uma viúva virgem foram adicionadas, ficou roxo escuro.

- Ótimo, agora faltam as lágrimas- A mulher pronunciou indo em passos elegantes até Rose.

Ela não sabia se corria ou se fingia de morta, mas queria terminar o veneno, então ficou parada.

- Chore- A mulher ordenou e Rose ergueu uma sombrancelha.

- Não estou com vontade- Respondeu com um sorriso sem dentes.

- Ótimo- A professora pegou uma espécie de faquinha de dentro do espartilho e passou a lâmina pela pele pálida da mão de Rose.

Involuntariamente lágrimas começaram a sair dos olhos da garota e a professora se apressou em pegá-las com um vidrinho.

- Você é forte, querida, só chora se eu te machucar- Sussurrou para ela com o hálito gelado- Desculpe, daqui a pouco vai para de sair.

Rose assentiu olhando para o sangue vermelho escuro que machava a pele macia. Aquela mulher simplesmente pegou uma faca e a cortou.

Quando todos enfim terminaram as poções que no final ficaram violeta forte, a professora resolveu fazer uma brincadeira.

- Beba- Disse olhando para Rose.

A garota arregalou os olhos. Ela podia ser meio louca mas não ao ponto de tomar veneno que ela mesma tinha feito.

- Não- Respondeu rapidamente olhando para o resto da sala que a olhavam com um divertimento sádico.

Snape tinha pedido para ela tomar uma poção que ela tinha feito apenas uma vez, mas não era veneno. Era uma poção do sono.

- Prefere que ele beba?- A professora Questionou apontando para o menino chamado Romeo que a ajudou nessa manhã.

Rose estava acostumada com perguntas desse tipo, a mulher queria saber algo sobre ela apenas fazendo uma pergunta como essa. Snape vivia fazendo isso, mas Rose o conhecia, e essa mulher ela não conhecia. Olhou para o garoto de olhos castanhos que estava ridiculamente relaxado e voltou a olhar para a professora.

- Dê-me para eu dar a ele- A mulher de cabelos claros começou a andar até a mesa de Rose.

A Potter agarrou o béquer com o líquido violeta e em um impulso o virou goela a baixo. O veneno tinha gosto de uva verde e hortelã. Primeiro as mãos dela começaram a formigar e logo depois o coração desacelerou devagar. Em poucos segundos ela já não estava mais na sala e sim morta.

Acordou muito tempo depois na própria cama no quarto mal iluminado. Se levantou rapidamente e arregalou os olhos. Ela realmente tinha bebido veneno que poderia tê-la matado, mas pelo visto estava viva ou tinha se tornado um fantasma. Tateou o corpo.

- Não, você não é um fantasma- Lavínia respondeu da cama dela.

Rose virou para encará-la, já estava com a roupa de dormir e lia um livro sobre como preparar um bom veneno.

- Estive desacordada a quantas horas?

- Perdeu as aulas de duelo e de história da magia- A morena respondeu levantando o livro para os últimos raios de sol do dia- Perdeu o jantar também, mas Desirée me obrigou a trazer algo para você- Apontou com a cabeça até um pequeno saquinho em cima do criado muda de Rose.

Rose respirou fundo e passou as mãos pelo cabelo. O primeiro dia de aula não foi o que ela esperava, na verdade foi melhor do que ela esperava. Pelo menos ainda estava viva. Observou que alguém tinha tirado o caso dela e as botas mas não quis perguntar quem tinha feito isso, caso tivesse sido a colega de quarto, ela estaria morta ao perguntar algo pouco inteligente.

Pegou o saquinho e abriu sentindo o cheiro leve de pão assado e carne. Ao lado tinha um pêssego. Rose suspirou ao morder a fruta doce e suculenta.

- Por que você foi expulsa de Hogwarts?

Rose mastigou a poupa da fruta e ponderou a resposta.

- Não quero falar sobre isso- Respondeu lambendo os dedos.

Nenhuma das duas meninas disseram algo sobre a vida delas e Rose não via o porquê de se abrir para elas. Não se não fosse recíproco.

- Aposto que foi porque não era tão boa quanto seu irmão.

Rose mordeu o lábio e encarou a menina bonita que adorava falar coisas cruéis.

- Isso não funciona comigo, Lavínia. Eu já passei por muita merda e conheço muitas pessoas como você, afinal, eu era da sonserina- Respondeu se levantando da cama- Suas meras palavras não me machucam, sou mestiça sim e irmã do Harry Potter, mas também sei do meu valor e eu valho muito mais do que Hogwarts poderia sequer sonhar- Finalizou indo para o baú e buscando roupas de dormir e intimas.

Ouviu a garota respirar fundo e depois fechar o livro.

- Afinal, você não é um cordeiro em pele de lobo- Respondeu se virando na cama e cobrindo-se.

Não faziam nem oito horas da noite e as pessoas já tinham ido dormir. Rose ainda estava se acostumando com o fato de não haver luz  e de ter que dormir sedo. Esse horário ela estaria batendo papo na comunal em frente a lareira ou comendo doces com Harry, Rony e Hermione. Tirou esses pensamentos dolorosos da mente e foi para o banheiro.

E mais uma vez a água estava gelada como o inferno.

Água gelada. Abriu os olhos rapidamente e com o coração agitado se levantou. Tinha água gelada por todo o rosto dela, pela colcha. Frio e raiva, eram as duas coisas que Rose sentia no momento que ergueu os olhos para as duas garotas para a frente dela com um balde vazio.

- Filhas da mãe- Amaldiçoou encanrado-as.

Não era a primeira vez que levava água na cara enquanto dormia, foram quatro vezes no orfanato até ela começar a dormi de olhos abertos.

- É uma tradição- Desirée explicou aplicando o balde no chão.

- Você tem sorte que não tinha gelo na sua vez. Na minha tinha gelo- Lavínia explicou dando alguns pulinhos.

As duas estavam com as roupas de sempre, mas não estavam vestindo o manto e nem as luvas. Rose respirou fundo e acalmou o coração enquanto olhava pela janela e via que o sol ainda nem tinha despontado. Eram no mínimo quatro da manhã.

- Porque estão vestidas assim e a essa hora?- Perguntou massageando as têmporas.

- Hoje é o dia da montanha, aconselho a você se arrumar logo- Responderam correndo para a saída do quarto.

- Dia da montanha?- Rose sussurrou se levantando da cama rapidamente.

Não precisou lavar o rosto, pois as colegas já fizeram esse favor, então só escovou os dentes e amarrou o cabelo em um rabo de cavalo. Desceu as escadas correndo e seguiu alguns alunos que saiam pela porta. A primeira coisa que viu quando saiu do castelo, foi neve, como sempre. O vento frio chicoteava o rosto dela enquanto ia abraçando o próprio corpo até os alunos reunidos em um círculo. Parou ao lado de um menino de pele escura que ela tinha visto na aula de venenos.

- Vadia, você está tremendo de frio...depois se acostuma- O garoto disse com um belo sorriso da cor da neve-  no caso eu nunca me acostumei.

- Prazer, Rose. Eu estenderia minha mão para cumprimenta-lo, mas temo que elas caíam- Disse sorrindo de leve.

- Ah, eu sei quem você é, todos sabemos. Eu sou ayo sem "J".

Rose franziu o cenho começando a correr junto com os outros alunos.

- Mas Ayo não tem "J"- Disse olhando para ele de soslaio.

- Foi o que eu disse!- O garoto exclamou rindo.

Rose não estava entendendo o porque deles estarem correndo no meio da neve e de madrugada. Se acostumou a não fazer muitas perguntas quanto as coisas que aconteciam pois faltava muita solidariedade da parte dos estudante para responder.

- O que estamos fazendo?

- Hoje é o dia da montanha, gata. Nós corremos até aquela montanha- Apontou com o indicador até a grande montanha verde com branco- E depois bebemos vodka.

Rose franziu o cenho desviando de um tronco caído. O ar cortava-lhe os pulmões e o sangue dela já começava a se agitar. Não tinha nem tomado café da manhã....

- E qual o intuito disso?- Perguntou acompanhando as longas pernas do garoto.

- Quem chegar primeiro no topo da montanha, ganha um banho quente- Ele explicou esfregando uma mão na outra.

Rose o olhou interessada. Se tinha uma coisa que ela mais queria nesse momento, era um banho quente. Deuses, como ela queria. Percebendo o crescente interesse dela na corrida, Ayo explicou:

- Mas nico sempre ganha- Nico, o garoto ridículo que cuspiu aos pés dela.

Rose abriu um sorriso e começou a correr mais rápido, deixando o novo colega para trás. Ela ia ganhar essa corrida, nem que matasse alguém no caminho. Sabia que estava parecendo uma louca, mas ela realmente estava.

Ultrapassou a metade dos colegas em poucos segundos e em menos de dez minutos já estava ao lado do Nico-filho- da-mãe. Mandou o dedo do meio para ele e apressou os passos, pois quando o garoto percebeu que tinha alguém ao lado dele também correu mais rápido. Rose usou a imagem de uma banheira quentinha na linha da frente dela e correu ao encontro da miragem.

Existiam três coisas em que Rose se destacava desde criança. 01: mentir. Como ela era boa em mentir. As palavras falsas saiam como uma bela sinfonia dos lábios dela. 02: aprontar. Não podia ver uma brecha que já começava a planejar alguma brincadeira. 03: correr. Desde o dia que roubou um bolinho de morango de uma padaria da França, ela aprendeu a correr para valer. A dona da loja viu ela surrupiando e mandou dois adolescentes de pernas longas de cegonha correrem atrás dela.

Havia uma bandeira vermelha em cima da montanha, que Rose subiu sem nem perceber. A pequena bandeira ondulava elegantemente conforme o vento, parecia que ela estava totalmente alheia que dois estudantes loucos corriam para agarrá-la como se fosse uma barra de ouro.

- Sua mestiça de merda- Nico xingou tentando empurrá-la com o ombro, mas Rose desviou.

- Seu sangue puro de merda- Ela retrucou pegando a bandeira entre os dedos.

Nem deu tempo de abrir um sorriso vitorioso pois o garoto pulou em cima dela e pegou a bandeira.

- Sai de cima de mim, seu monte de lixo!- Exclamou chutando a barriga dele.

O garoto uivou de dor e caiu se barriga para baixo mas ainda não tinha soltado a bandeira vermelha da mão.

- Filha da puta- Ele a xingou abrandando a barriga.

- Não chama minha mãe de puta- Rose respondeu metendo um chute nas partes baixas dele.

O garoto ainda não soltou a bandeira e ela voltou a chutar o órgão genitário do garoto com toda força. Ele gemeu de dor mas não soltou a bandeira. Rose ia chuta de novo mas dois braços a seguraram.

- Eu cheguei primeiro e esse trasgo roubou!- Ela resmungou tentando sair dos braços fortes.

- Calma, princesa- Um dos garotos sussurrou no ouvido dela.

Rose não ganhou o banho de água quente. O dia passou se arrastando assim como ela. Teve aula de história da magia que era a mesma coisa que em Hogwarts menos o fato de o professor não ser um fantasma; Aula de estudo sobre animais do mundo bruxo e aula de estudo das ervas. Ela matou Nico de todas as maneiras na mente dela. Sufocado em um saco plástico; degolado; esfaqueado; enfeitiçado....

Aproveitou os últimos raios solares e escreveu a carta da semana. Respirou fundo olhando para o pergaminho amarelado e molhou a ponta da pena no tinteiro.

" Queridas amigas,

Eu estou no inferno. Nunca imaginei que o inferno era frio, mas ele é. Tenho direito a apenas uma carta por semana e por favor, não me mandem mais que uma carta pode semana, temo que Karkaroff possa matar as corujas que trazem cartas em excesso...talvez eu esteja exagerando mas, foda-se.

Eu me sinto uma viking usando esse tanto de pele...espero que não sejam de animais de verdade. A comida aqui é baseada em carne - de todos os tipos- pão, uma bebida horrível que o diretor inventou e que somos obrigados a beber; vinho e mais proteína. Vi uma fruta apenas uma vez, era um pêssego lindo e saboroso, sonho com ele todas as noites.

Fui envenenada e minha colega de quarto dorme com uma adaga em baixo do travesseiro, talvez eu compre uma para ficar preparada. Estudo com nômades e hoje corri que nem um abutre atrás de água quente. Talvez eu esteja me tornando uma nômade também....

Enfim, não queria vir aqui mandar minha única carta semanal reclamando, mas é única coisa que eu faço o dia todo.

Com muito amor e saudade,

R.L.P"

Boa noite!

Vocês não sabem o prazer que é escrever para vocês...amo cada um que leu♥️

Estou emocional hoje, então...deixa um votinho ou um comentário para essa que vos escreve, please...

A playlist dessa nova era estará disponível na parte conversas do meu perfil, vai lá porque está maravilhosa.

Ass,

Y.A.M.                                   (6691 palavras)


Rose entrando no salão:

O menino indo atacar ela, Rose:

Ela entrando no quarto e vendo as duas meninas se beijarem:

Rose falando que não queria tomar o veneno, a professora:

Lavínia para Rose:

Rose depois de tomar banho gelado e descobrir que eles não usam luz:

Romeo para Rose:

Sendo acordada com um balde de água fria e tendo que correr que nem um cachorro atrás do osso na neve:

Draco, Katy e Daphne depois da carta da Rose:

As pessoas vendo Rose chutar o menino no saco:


Extra meu:

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