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Por Spacegirltt

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❝ π‘πŽπ’π„ ππŽπ“π“π„π‘| desde pequena passando por maus bocados. Para todo mundo bruxo ela morreu naquela te... MΓ‘s

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𝐂𝐀𝐒𝐓
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URGENTE!!

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Por Spacegirltt

CAPÍTULO SETENTA E SETE
 
NOVAS CICATRIZES

Everybody Wants to rule the world-
TEARS FOR FEARS

QUANDO SOMOS CRIANÇAS, costumamos pensar e crer em mitos e histórias que ouvimos pela boca de alheios. Quando eu era pequena acreditava que se eu deixasse a sandália ao contrário, minha mãe ia morrer, confesso que até hoje eu não deixo, aposto que você já ouviu isso, não é? E com Rose não foi diferente. Quando criança, na missa de sábado, o pastor Mark disse que se ela risse no meio da oração ou coral, ela não ia para o céu. Rose riu na missa quando a irmã Margaret tropeçou na barra do vestido e derrubou o coral de velhas inteiro. Ela não ia para o céu. Tinha certeza.

Ao longo do tempo, ela começou a pensar que talvez o céu fosse apenas uma criação de pessoas que não tinham o que fazer. Já que existiam tantas coisas fora do controle dos trouxas como o mundo mágico. E se na verdade o céu fosse o inferno? E por que a irmã Margaret achava que batendo em Rose à noite, e indo logo de manhãzinha à igreja ela ia ser perdoada? Na minha humilde opinião: Cada um faz sua salvação. Mas enfim, quando Rose sentiu seu sangue quente escorrendo pelo braço e uma fraqueza latejante lhe atingindo, ela entendeu que aquele era o seu fim. Seria um fim de merda. Talvez se ela tivesse conseguido ao menos cumprir aquilo que ela prometeu a si mesma, a Sirius Black  e aos seus pais: Proteger Harry…

Foi a partir do momento em que seu corpo foi ficando com frio e seus olhos sem vida, que ela viu sua mãe. Lílian Potter com seus cabelos cor de fogo, indo em sua direção. Já não havia mais dor, nem frio de partir os ossos. Apenas o terno calor e cheiro de lírios. Lilian se aproximava com uma mão estendida e uma luz cegante dourada e branca perolada. Rose colocou a mão em frente aos olhos para proteger-se da luz forte. Sabe nos filmes e séries quando o médico diz para o paciente não seguir a luz branca perolada? Rose estava fazendo o completo contrário.

- Mãe?- Disse com a voz desregulada.

- Venha, minha pequena- Uma voz doce e leve saiu dos lábios rosados de Lilian. Rose já tinha visto a mãe em algumas fotos, mas agora, cara a cara, ela tentava não ficar embasbacada com a beleza da mãe. Certo, que era celestial, até porque ela estava morta, mas mesmo assim era linda.

- Para onde?- Questionou pegando na mão delgada de Lilian. Só agora ela reparou que a mulher estava com um vestido branco. Longo e de seda.

Lily apenas olhou para ela e deu um sorriso simples. Aquilo era estranho, com o pouco tempo de vida que Rose tinha, ela sabia que coisas boas e perfeitas demais tem algo de errado no fundo. As duas foram andando lado a lado, pelo nada. Chega a ser cômico tentar imaginar o nada, mas vou tentar ajudar: imagina um espaço vazio e branco. O nada. Uma explicação bem merda, me perdoem. Rose começou a pensar que talvez elas iam andar pelo nada eternamente. Mas foi então que o nada acabou. No lugar do nada, surgiu uma casa. Rose se lembrava vagamente do lugar. Estavam especificamente na sala. Chão corrido de madeira escura, dois sofás beges de frente para o outro, uma lareira na parede do meio, uma mesinha no centro, entre os dois sofás. Rose se virou para Lily e fez cara de interrogação. Que merda era essa?

- Onde a gente está? Esse é o céu?- Questionou rindo de nervoso e então sentiu uma mão no seu ombro. Deu um pulo para a frente de susto e logo após ouviu uma risada.

- Pensei que te veria mais tarde, minha flor- A voz era divertida e grossa. Estava saindo do homem ao lado de Lilian. Ele sorria e duas covinhas apareciam nas bochechas. Era James Potter. Rose sabia que era pelas fotos. Tinha pele clara, cabelos castanhos bagunçados e olhos castanhos esverdeados. Obviamente tinha o mesmo óculos redondo de Harry.

- Eu morri mesmo?- Arregalou os olhos esverdeados e prendeu a respiração. Será que tem como voltar? Voltar para o nada e entrar no corpo de novo? Rose, sua burra, aceitou a morte muito rápido! Repetia mentalmente.

- Sim- James disse brincalhão.

- Não- Lilian disse ao mesmo tempo que o marido. Os dois se olharam e Lilian arqueou uma sobrancelha, como se desafiasse James a retrucar.

- Para de ser chata, Lily. Só queria pregar uma peça nela- James sussurrou para a mulher- Não exatamente, Ro- Olhou de volta para a filha, que continuava com a cara de espanto- Para de me olhar com essa cara de quem viu um fantasma- Brincou.

- Mas eu estou vendo- Rose prendeu a respiração novamente. James revirou os olhos e depois abanou as mãos como se fosse um mágico.

- Essa é a graça, tcharam!- Rose soltou uma risada.

- Foco, James- Lily disse séria e o marido deu um beijo na bochecha dela- Você ainda não morreu, Rose. Você está no meio termo.

- Sabia- Rose disse estalando os dedos- Não fui aceita, não é?

- Onde, mesmo?- Disseram confusos.

- No céu, oras- Disse como se fosse óbvio- Eu sabia, desde o momento que eu ri de uma senhora que tinha deixado a dentadura cair enquanto tentava morder um bolinho- Começou a andar de um lado para o outro- E, olha, eu nem quero ir para o céu. Sempre gostei de uma decoração mais gótica mesmo. Talvez até me dê bem como o satã.

- Meu merlin, amor. Ela puxou seus genes esquisitos- James disse em meio a risos.

- Ela riu de uma velha sem dentadura, seus genes- A mulher cantarolou sorrindo.

- Quem nunca?- Respondeu arrumando os óculos.

- E agora?- Rose questionou olhando para eles com as mãos na cintura.

- Por que não nos deixa falar, a princípio?- James disse levantando as duas sombrancelhas. Rose assentiu com a cabeça- Ótimo. Você ainda não morreu. Entende o que isso significa ou quer que eu explique?

Rose olhou para ele como se a resposta fosse óbvia, mas na verdade não era. Ela não sabia o que significava.

- As vezes até o óbvio precisa ser explicado- Respondeu.

- Filha, estão tentando te salvar na terra. Sua missão ainda não foi completada. Você quem escolhe- Lilian respondeu a menina com um olhar materno.

- Se eu quero morrer ou não?!- Era absurdo. Era absurdo ela ter que escolher uma coisa dessas. Não que seja muito difícil para muitas pessoas...

Rose olhou para os pais e sentiu que queria ficar com eles ali. Naquele lugar não havia Voldermort, nem mortes. Era calmo e ela tinha seus pais. Se sentiu estúpida por estar pensando em morrer. Mas ela ama viver, ama fazer as coisas e ela tem a chance de voltar e lutar contra Voldermort. Ela quer lutar.

- E se eu quiser voltar?- Os dois deram um sorriso.

- Rose, você é nossa filha. Acha mesmo que íamos deixar você desistir fácil assim?- James questionou e prosseguiu sem esperar a resposta- Você volta para lá quando estiver pronta.

Rose fez cara de confusa. Como assim pronta?

- Quando seu corpo estiver pronto para recebê-la de volta- Lily respondeu indo até a menina.

- E o que eu faço até lá?- Rose Questionou.

- Descansa. Te amamos, guerreira- E em menos de um segundo, Rose apagou.

Normalmente as pessoas não sabem explicar com exatidão o que acontece quando as pessoas morrem ou quando quase morrem. Isso deve-se ao fato de que as coisas nas mãos dos seres humanos, tornam-se perigosas. Por isso, o que realmente acontece após a morte sempre será um mistério. Espero que assim seja, pois o mistério é muito mais fascinante. Depois de conversar com os pais, Rose não se lembra de mais nada. Ela apenas estava dormindo como nunca. Era aquele sono gostoso, que você dá depois do almoço e acorda somente a noite, sem nem saber que horas. A alma também precisava descansar. Para então, poder despertar. Como se quando uma pena de pássaro vai levemente em cima da água, a alma de Rose voltou para o seu corpo e ela se sentiu pesada novamente. Toda leveza foi embora. A primeira coisa que ouviu foram vozes, ela conhecia essas vozes. Tentou abrir os olhos mas não conseguiu. Sua boca estava seca, precisava de água.

- Onde eu estou?- Questionou com a voz fraca e rouca. Será que eles escutaram?

- Ela acordou!- Uma voz gritou assustando Rose, que resmungou se remexendo na cama.

- Como tem certeza que ela acordou, Greengrass?- Uma voz zombeteira disse. A próxima coisa que Rose sentiu foram um par de mãos macias e frias no seu rosto, abrindo os olhos e colocando uma luz. Já pode querer voltar para o céu-inferno?

- Ouvimos ela falar, idiota- Uma voz autoritária disse.

- Calem a boca, vocês- A pessoa que estava com a mão no rosto de Rose disse. Era uma voz feminina e forte, tinha um toque doce ao mesmo tempo- Rose, consegue me ouvir?

Sim, ela ouvia. Mas sabe quando você está em um daqueles sonos super gostosos, onde você respira profundamente e está tudo perfeito? Mas aí alguém te acorda e seus sentidos começam a aparecer aos poucos? Seu corpo está pesado e sem força? Exatamente assim que Rose se sente. Pesada e com sono.

- Uhum- Murmurou tentando abrir os olhos. Uma gritaria se fez no quarto. Quantas pessoas estavam ali? A Inglaterra inteira?

- Eu disse!- Exclamaram três vozes femininas.

- Minhas preces foram ouvidas- Uma voz matriarcal e doce disse em meio a gritaria e risos.

- Ah, mamãe a senhora nem fez preces hoje, ficou postergando- Uma voz brincalhona e animada disse. Fred. Rose reconheceu e tentou dar um sorriso mas ficou parecendo uma careta.

- Ela acordou por sorte mesmo- Uma voz idêntica disse rindo e depois dando um gritinho de dor, provavelmente a tia Molly bateu nele. George.

De repente toda as lembranças voltaram, deixando a mente dela bagunçada.

- Cadê o Cedrico?- Questionou com tanta rapidez que até ela se surpreendeu. Em um piscar de olhos, todos ficaram calados.

- Rose- Katy sussurrou.

- Ele está bem? E o Harry?- Se levantou devagar com a ajuda da moça de cabelos dourados e conseguiu olhar para todos. Estavam: Fred, George, Daphne, Katy, Sra. Weasley, Rony e Hermione. Onde estava Harry? Ela arregalou os olhos- Harry morreu?

- Não- Disseram juntos e ela respirou aliviada.

- Não ele...- Rony disse e Rose olhou diretamente para ele.

- Quem morreu?- Exigiu para o ruivo e todos olharam para ele como se fosse para ele não falar nada.

- Por que você não descansa, Rose?- A mulher de cabelos loiros disse e ela revirou os olhos.

- O que eu mais fiz, foi descansar. Agora onde está o Harry e quem morreu?- Exigiu.

O grupo se olharam tentando achar um jeito para contar a ela. Depois de conversarem por olhares, Hermione foi até o lado dela e segurou sua mão. Mas que demora!

- Bom, quando estava quase no final da prova, Lorenzo chegou lá todo estranho falando para Dumbledore onde vocês estavam- Rose assentiu- O professor Snape e o diretor já iam atrás de vocês, mas bem na hora, Harry chegou com você e Cedrico- A menina deu uma fungada- Você estava muito machucada, pensamos que tinha morrido e Cedrico...ele estava...

- Morto?- Rose questionou com lágrimas nos olhos.

- Sim- A menina confirmou. Rose fechou os olhos fortemente e lágrimas salgadas e quentes começaram a lhe escorrer pelas bochechas. Cedrico tinha morrido. Tudo estava errado. Não era para ele ter morrido. Cedrico ainda tinha tanto para viver...

Depois de um tempo o choro leve se transformou em um choro de dor. Ele não tinha que ter morrido. Ela falhou com ele.

- Ah, Rose- Hermione sussurrou dando um abraço nela.

- E minha madrinha?- Questionou em meio ao choro.

- Sua madrinha?- Hermione disse confusa.

- Diana- Demi se pronunciou com as mãos no bolso do vestido vermelho sangue. Rose não fazia ideia de como a amiga descobriu- White- Completou.

Agora foi a vez da mulher de cabelos dourados ir até a maca de Rose. Ela pegou na mão da menina e depositou um medalhão relicário. Era prata e Rose sabia muito bem a quem pertencia. Sua garganta fechou novamente e ela olhou para a mulher.

- Foi a única coisa que sobrou- Disse secando rapidamente uma lágrima que escorria.

Rose, com as mãos tremendo abriu o relicário e foi impossível não chorar. Dentro tinha a foto das duas no primeiro natal de Rose com a família White. Ela ainda era pequena. A pequena Rose estava agarrada no pescoço da madrinha sorrindo para a câmera e a mulher sorrindo para Rose. Do outro lado do relicário tinha a última foto das duas. Elas tiraram quando foram juntas ao último passeio a Hogsmeade. Elas estavam fazendo beijo de esquimó. Diana nunca tirava esse colar.

- Eu posso ficar sozinha?- Questionou ainda olhando para o relicário.

Ficar sem controle da situação é terrível. O ser humano quer sempre controlar as coisas. Mas a morte é algo que não se há controle sobre ela. Tentamos sempre desviar dela, criar remédios, mas quando ela vem, não há nada a se fazer.  Rose acredita que a morte seja uma velha amiga. Quando a missão na terra acaba, ela vem e te leva para um passeio. Mas perder alguém para a morte dói. Na verdade, as pessoas que ficam sofrem mais do que as que vão. Os laços que formamos com quem amamos, muitas vezes sem querer, são dolorosos quando cortados. Pensar que você nunca mais vai poder ouvir aquela pessoa rir e que a alguns dias você estava conversando com ela, lado a lado, isso é estupidamente doloroso. Li uma vez, a frase de um filosofo e escritor francês, Montesquieu, que dizia "Devemos chorar as pessoas à nascença, e não aquando da sua morte", o engraçado é que eu choro nos dois.

Quando o pessoal saiu da sala se despedindo de Rose com um beijo no topo da cabeça, ela deitou e olhou para o teto. Foram muitas coisas para menos de dez minutos. Cedrico morreu. Diana morreu. Encolheu suas pernas para próximo ao peito e abraçou os joelhos. Rose está em constante metamorfose, desde pequena. Sua primeira mudança brusca, foi quando seus pais morreram. A segunda, quando foi abandonada no orfanato. A terceira quando quase morreu afogada no lago, quando pequena. A quarta quando entrou para Hogwarts e conheceu os Blake's e a quinta está acontecendo agora, quando foram feitas mais cicatrizes em si, internas e externas. Costumam dizer que as pessoas mais fortes são as que sabem que podem se superar. Que já passaram por tantas coisas e conseguiram sair dessa situação. Essas pessoas machucadas, são as mais fortes. E Rose sabe que é forte.

- Você não tinha direito de morrer, Diana White!- Exclamou para o nada. É, a metamorfose leva tempo, assim como a cicatrização...

✯✯✯

- Isso aqui é uma merda- Rose disse rindo enquanto cutucava o pudim de chocolate. Harry a olhou tentando segurar o riso- Pode rir, Harry.

Ele continuou a olhando com apreensão. Rose colocou a cabeça de lado e deu um sorriso.

- Qual o problema?

- Nenhum- Harry respondeu colocando uma colherada de pudim na boca e fazendo careta.

- Pode falar- Ele negou com a cabeça- Por favor.

- Eu só- tirou os olhos do pudim mole e olhou para a janela- Eu só tô com medo.

- Ah, que susto, pensei que você tivesse engravidado uma menina- Brincou dando um empurrão nele. Harry deu um sorriso mas continuava sério- Não se preocupa, eu ia ajudar você a cuidar da criança. Mas se fosse filho da Chang...

Harry revirou os olhos.

- Por que você não gosta dela?- Questionou arrumando o óculos.

- Porque eu sou uma idiota ciumenta. Mas, falando sério, como ela está?- Rose pegou o pudim e arremessou no lixo.

- Mal- Harry respondeu enquanto tentava arremessar o pudim no lixo, igual a Rose, mas ele caiu no chão e pudim marrom com uma espessura questionável esparramou no chão- Aí, merda.

- Faz sentido, minha pergunta foi tosca. O namorado dela morreu, afinal- Um leve aperto no peito, quando se lembrou do menino de cabelos castanhos- Mas enfim, que mira de merda essa- Zombou dele. Harry mandou o dedo do meio enquanto limpava o chão.

O menino limpou o chão e voltou a sentar ao lado dela na cama. Rose estava estranhando ele, Harry já é estranho normalmente, mas estava mais ainda.

- Não tô entendendo. Era para você estar quicando de alegria por eu ter acordado e você fica assim, parecendo uma pessoa que vai ao banheiro fazer as necessidades e não tem papel.

- Essa última parte foi bem específica- Harry disse com uma careta.

- Nunca aconteceu com você?- Rose questionou rindo.

- Já...

- E o que você fez?- Rose estava vermelha de tanto rir.

- Não vou falar. E o que você fez?- Rose parou de rir e agora quem riu foi o irmão.

- Se eu dissesse, você nunca mais ia falar comigo- Harry fez cara de quem ia vomitar.

- Que assunto nojento!- Exclamou.

- Que eu só falo com meu irmãozão. Imagina se meu peguete descobre que eu faço necessidades?- Apoiou a cabeça na cama novamente e respirou fundo. Ela amava rir.

- Eu achei que você ia morrer, Ro- Harry olhava para o chão- Tenho medo de te perder. O tempo todo.

- Eu tenho medo de perder o tempo todo também, Harry- Disse indo para o lado dele e o abraçando.

- Promete que não vai me abandonar?- Ele sussurrou a apertando contra si.

- Prometo.

- Promete que não vai atrás do Voldermort?- Questionou e ela revirou os olhos.

- Não são burra a esse ponto. Vamos lutar contra ele, juntos.

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-Tem certeza que ela já pode sair?- Noah Questionou apreensivo. Rose nunca tinha o visto tão nervoso.

- Eu acho...

- Eu estou ótima gente!- Rose Exclamou dando um grande sorriso. Noah, Mel e a mulher de cabelos dourados que depois de um tempo, Rose descobriu que o nome dela era Aurora, se entre olharam e abriram a boca para protestar- Poxa gente, eu acordei e estou viva. Lembro das coisas e olha o que eu consigo fazer.

Colocou as mãos no chão e deu uma estrelinha. Os três arregalaram os olhos e começaram a falar juntos.

- Está louca! Você estava toda machucada, Rose Potter!- Mel Exclamou com a mão no coração.

- Eu poderia ter morrido do coração!- Noah disse com a mão no coração.

- Acho que podemos colocar mais uma semana...

- Gente, eu fiz quinze anos e nem comemorei. Estou pronta para sair. Aproveitar o resto das minhas férias...- Os três se olharam e depois cederam.

- Tudo bem, mas toma os remédios direito- Aurora disse mexendo na mão. Rose foi até ela e deu um abraço.

A primeira vez que Rose tentou puxar papo com Aurora, a mulher não disse muita coisa. Aí ela começou a pensar que ela era rabugenta, mas aí Rose via ela conversando com o resto do pessoal e rindo. Ela começou a pensar então, que a mulher não gostava dela. Então, assim como ela fez com seu padrinho. Ela começou a insistir e ela deixou se levar. Aurora era a mãe de Nate. Por um tempo ela deu uma bronca em Rose por quebrar o coração do filhinho dela. A bronca quase fez com que Rose se sentisse minimamente culpada.

- Vou me cuidar direitinho, Srta. Cachos dourados- Os braços dela a apertaram mais- A não ser que você quebre meus ossos, aí eu vou ter que ficar aqui te irritando.

Aurora a soltou rindo e segurou o rosto da menina em suas mãos.

- É sério, Rose. Cuida direito da sua vida. Ela é valiosa demais e eu estou muito orgulhosa da mulher que você é. Lilian e James estariam orgulhosos- Rose secou as lágrimas do rosto dela- Você em primeiro lugar.

- Eu em primeiro lugar- Repetiu sorrindo.

- Me emocionei- Noah disse sarcástico segurando a mala de Rose.

- Noah!- Melissa Exclamou dando um tapa no braço dele.

- É ciúmes. Ele está com ciúmes de você, cachos dourados- Rose cantarolou indo até a maca buscar um livro que deixou na cabeceira e sem querer esbarrou no jarro de flores, vazio, que quase caiu, mas Mel segurou antes, o deixando de cabeça para baixo, o que fez com que algo caísse de dentro.

- Que isso?- Disseram juntos. Rose se abaixou e pegou o objeto com a mão. Era pesado e parecia com uma bússula. Era cor de cobre e tinha uns ramos de folhas entalhados. Rose girou ela, mas o ponteiro não se mexeu.

- Uma bússola quebrada- Disse virando ela na mão.

- Vamos?- Noah disse impaciente. Rose balançou a cabeça e continuou observando a bússola. Ela parecia ter alguma coisa especial...

- Vamos- Respondeu guardando a bússola no bolso.

A Baker Street continuava a mesma coisa. Pessoas passando a todo momento, comprando doces, vestidos e outras coisas. A casa estava calma, apenas algumas mudanças na mobília, como o sofá que antes era bege e em formato de L, agora e marrom e em formato de U. Rose apoiou a mão na mesinha e apontou para o sofá.

- O que houve com o outro sofá?- Mel e Noah olharam para o sofá marrom e deram de ombros.

- Seltaeb rasgou- Mel respondeu, subindo as escadas com as malas de Rose. Eles pareciam achar que a menina não tinha forças para levar a própria mala.

- E o que seria Sakwln?- Questionou indo até a janela e puxando a cortina para dar uma olhada lá fora.

- É Seltaeb. E ela é o nosso gato- Noah disse enquanto comia ceral da caixa.

- E que porcaria de nome é esse?- Rose foi até ele e pegou um pouco de cereal da caixa.

- Beatles ao contrário- Noah estufando o peito. Rose ergueu a cabeça para ele e arregalou os olhos.

- Genial!- Exclamou com a boca cheia e  fez High-five com ele.

Melissa que vinha descendo as escadas, revirou os olhos e arrancou a caixa das mãos deles.

- Tem tigela, para pôr o cereal! Ninguém quer comer sujeira de vocês!- Brigou com eles e saiu marchando até a cozinha.

Rose voltou o olhar para o sofá e fez uma careta.

- Puta merda, olha isso- Apontou para o canto da parede onde o sofá não encaixava.

- Nossa, que horrivel- Noah fez uma careta- Nem consigo olhar.

- Urgh! O de L sempre encaixava ali, agora eu vou ter que ficar olhando para essa aberração.

Depois de jantar com Mel e Noah, Rose foi para o quarto. Sorriu ao lembrar da primeira vez que entrou ali e ficou boquiaberta com a ideia de dormir sozinha, sem várias crianças abarrotadas em um mesmo lugar. Deitou na cama e olhou para o dossel. Harry tinha que ficar com os tios, Hermione tinha ido viajar, a situação para Katy, Daphne e Demi estava péssima e elas não podiam visitá-la, e os Weasley's também não podiam. Afinal, eles ficaram a visitando o tempo todo no hospital, merecem um descanso. Levantou com esforço para trocar de roupa. Tirou a blusa de manga azul e se olhou no espelho. Tinha uma cicatriz na costela esquerda, devia ter uns quinze centímetros. Passou o dedo por cima e deu um meio sorriso. Foi tirar a calça e bem na hora, algo caiu do bolso.  A bússola.

Rose a analisou novamente e apertou o botão que fazia as engrenagens andarem em sentido horário ou anti horário. Fez-se um estalo baixinho e ela se abriu ao meio.

- Que isso?- Sussurrou abrindo ela e pegando o pergaminho bege que tinha dentro. Desdobrou rapidamente e não tinha nada escrito. Ela bufou frustada e virou o pergaminho e encontrou uma frase escrita:

Para quando for me encontrar, principessa.

Ass, C.J.M

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Com o final das férias chegando, Rose resolveu chamar Lisa para irem dar um passeio. Colocou uma saia azul com florzinhas e uma blusa branca de mangas e botões, fazia calor em Londres, então Rose colocou sandálias brancas de salto e tiras, deixou o cabelo solto. Desceu as escadas correndo. Estava animada, pretendia passar o dia e a noite fazendo o possível e o impossível por Londres.

- Bom dia, margarida- Mel disse enquanto passava mel na torrada. Rose estalou o dedo para ela.

- Que trocadilho interessante Chocolissa- Rose respondeu sentando na cadeira de frente a eles. Noah e Mel fizeram cara de quem não entendeu- Mel-lissa e Choco-lissa, gente!

- Nossa, isso foi horrível até para você, Rose- Noah falou enquanto lia o jornal.

- Vou voltar tarde hoje- Noah já olhou inquisitor.

- Tarde tipo três horas da tarde, não é?- Rose fez careta.

- Tipo, meia noite- Levantou da cadeira quando ouviu a campanha na porta, e ignorou os protestos de Noah. Abriu a porta e a Lisa já estava indo apertar a campanha novamente, quando vou Rose, abriu um sorriso. Ela estava maior, do tamanho de Rose, o cabelo Loiro estava cortado na altura do ombro e os olhos azuis com sombra prateada.

- Rose!- Exclamou indo dar um abraço nela. Lisa tinha um cheiro peculiar de lavanda e amêndoas que dava vontade de não desgrudar dela nunca.

- Cabelo- Disse sorrindo.

- Gostou?- Lisa disse passando as mãos nele.

- Com certeza- Pegou na mão dela e a puxou para dentro do hall.

Rose pegou o casaco azul celeste da amiga e colocou na cadeira que tinha perto da porta. Não sabia onde Rose guardava os casacos das visitas. Mel que estava tirando a mesa do café, foi até Lisa e a abraçou.

- Caramba, está linda!- Exclamou fazendo as bochechas da menina ficarem coradas. Rose aproveitou que Mel ainda não tinha guardado tudo da mesa e pegou um bolinho de chocolate.

- Lisa, a nossa querida Rose estava dizendo que vocês iam voltar tarde, verdade?- Noah disse cumprimentando a menina. Rose fechou a cara. Lisa claramente não era o tipo de garota que saia e voltava tarde para casa.

- Ah, acho que não vamos voltar tarde- Disse meio confusa pois Rose ficava balançando a cabeça freneticamente para ela dizer outra coisa- Bom, talvez a gente volte um pouquinho tarde....

- Relaxem, vou comemorar meu aniversário!- Rose Exclamou pegando a bola de ombro e correndo até Lisa, puxando-a pelo braço- Tenham um ótimo dia, doces de creme.

- Rose!- Noah Exclamou mas ela correu com Lisa para a porta.

- Ro!- A amiga exclamou enquanto Rose a puxava pela Baker Street, esbarrando entre as pessoas.

As duas pararam quando já estava longe da casa. Rose olhou para a cara espantada e pálida de Lisa e começou a rir com o pouco de ar que havia no pulmão.

- Pelos deuses, sua cara está hilária!- Lisa deu um tapa no braço dela e começou a arrumar o cabelo.

- Rose Potter, nunca mais faça isso. Eu podia ter morrido do coração- Rose deu um sorriso de lado.

- Onde está escondido seu leão, minha cara amiga?- Lisa revirou os olhos.

- E onde está escondida sua cobra?

- Eu não escondo a minha, eu ando com ela bem na minha cara- Deu uma piscada para ela- Bom, vamos para a melhor lanchonete daqui, tomar um café de verdade.

As duas foram andando pelas ruas rindo e tropeçando. Rose havia trago uma câmera que revelava fotos na hora e fez um ótimo uso dela, tirando foto a cada esquina. O nome da lanchonete era Martin's, bem criativo pois era o nome do proprietário. Rose conheceu enquanto fuçava as esquinas da cidade. As duas entraram fazendo com que o sino da porta fizesse barulho. Era um lugar com piso de ladrilhos pretos e brancos, sofás vermelhos e tinha uma máquina de música. UMA MÁQUINA DE MÚSICA.

Rose puxou a amiga até a mesa que ficava ao lado do tocador de músicas e as duas sentaram-se frente a frente.

- Aqui é maravilhoso!- Exclamou toda animadinha. Rose sorriu para ela.

- A melhor parte é o toca discos. Uma vez eu coloquei "Help" vinte vezes seguidas e o dono me expulsou- Pegou o cardápio e começou a ler- Pode pedir o que quiser, hoje é o seu dia de sorte, vou pagar tudo.

- Não, deixa que eu pago!- Lisa exclamou inocentemente e Rose arqueou a sombrancelha.

- Ok.

Rose pediu duas panquecas gigantes, um copo de suco de laranja, uma torta de morango, um milk shake de baunilha e um sanduíche de peru.

- E você?- O garçom perguntou para Lisa. Ele era loiro e tinha sardinhas pelo rosto, grandes olhos azuis e um sorriso com covinha.

- Um suco de laranja- Lisa respondeu olhando para as coisas que Rose pagou. Obviamente Rose não deixaria a amiga pagar tudo sozinha, ela não era estúpida.

- Ela quer uma torta de chocolate- Rose disse por ela. O garçom anotou.

- Posso trazer um sanduíche de peru, pela conta da casa- Disse dando uma piscadela para Lisa. Rose abriu um sorriso. Até ali, ela estava de vela. Lisa colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Não preci- Rose interrompeu a amiga.

- Precisa sim- O menino deu meia volta e foi em direção ao balcão.

- Rose!- Lisa exclamou vermelha de vergonha.

- Lisa, ele estava dando em cima de você, não é feio, tem dentes saudáveis parece ser boa pinta...

- Pode parar, Rose. Eu gosto do Neville- Admitiu em um fiapo de voz. Rose de um estalo na própria testa.

- Putz merda, tinha esquecido! Foi mal. Pelo menos ganhou um sanduíche- Abanou as mãos.

Rose tinha que admitir que estava sentindo falta dos amigos. Estavam quase todos ocupados ou com problemas e ela agradecia de coração por Lisa ter podido estar com ela hoje. Ela também estava com saudade de Draco, será que ele foi visita-la? As duas terminaram de tomar café e Rose fez questão de racharem a conta ao meio. Ignorou os protestos de Lisa e as duas saíram da lanchonete com dois sorvetes.

- Vem, tenho que te mostrar uma coisa- Rose guiou a amiga até uma calçada vazia que ficava em frente a um parque. Pessoas diriam que esse era um lugar perigoso, mas Rose dizia que era fascinante.

- Aqui parece perigoso- lisa admitiu comendo o sorvete.

- Aqui é fascinante, minha jovem. Olha- Rose apontou para um grupo de pessoas em um canto da praça.

- Não estou entendendo onde isso é fascinante- Lisa resmungou.

- Tá vendo aquele cara?- Lisa assentiu- Ele vende uma coisa.

- Que coisa?

- Não faço a mínima, mas eu quero experimentar- Lisa arregalou os olhos para Rose.

- Claro, ele vende vacina na testa- Disse irônica-Desde quando você ficou louca assim?

- Lisa, as pessoas saem bem mais felizes depois de comparem o que ele vende. Tô afim de experimentar, eu ando analisando eles a tempos- Rose disse em êxtase.

- Você está parecendo uma louca. Vamos embora- Lisa levantou da calçada. Rose colocou as duas mãos em sinal de prece.

- Vamos só ver o que é, por favor!

- Tá, só ver- Lisa disse contrariada e as duas foram até o homem.

Ele estava com um capuz que cobria quase todo o rosto. Rose estava preparada para dar um chute nele, caso alguma coisa desse errado.

- Queremos comprar- Rose disse séria.

- Não, você não quer comprar- O homem respondeu, sua voz era média, nem tão grossa nem fina. Rose arrumou a postura.

- Se eu disse que eu quero, é porque eu quero- Respondeu e ele soltou uma risada.

- Não, você não quer- Repetiu a frase.

- Como você sabe que eu não quero?

- Porque eu sinto- Agora foi Rose quem soltou uma risada.

- Ah, o jovem místico. Sibila perdeu o lugar, Lisa- Disse para a amiga.

Um vento passou por eles e derrubou o capuz do homem. As duas soltaram gritinhos, ele tinha pele azul com uns espinhos atrás e era careca.

- Puta merda, você é azul!- Rose Exclamou admirada e o cara cobriu a cabeça novamente- Por que você é azul?

- Rose!- Lisa exclamou em advertência.

- E por que você está querendo comprar drogas?- O cara retrucou.

- Então, você vende drogas?- Rose questionou sorrindo- Qual?

O cara esperou um minuto, como se para a menina desistir e bufou frustado enfiando a mão no bolso do casaco e puxando umas coisinhas azuis brilhantes.

- São cogumelos saltitantes- Rose se aproximou para ver. Eles eram pequenos cogumelos da cor azul cintilante e pareciam serem quebraveis.

- E o que eles fazem?- Questionou fascinada.

- O que as drogas fazem?- Disse irônico e Rose revirou os olhos.

- Se mastiga, isso?- Agora foi Lisa quem perguntou.

- Não e não vou responder mais perguntas se não forem comprar- As duas arquearam as sombrancelhas.

- Como vamos saber se queremos comprar se você não diz como se usa?- Rose disse indignada.

- Vocês tem que amassa-los até virar um pozinho florescente. Depois...

- Come?

- Cheira?- As duas interromperam e o homem bufou.

- Fumam- Finalizou e as duas meninas arregalaram os olhos enquanto tomavam o sorvete- Vão comprar?

- Tenho cara de viciada?- Rose disse com um sorriso débil e o homem começou a resmungar- Talvez outro dia eu compre. Você é um péssimo vendedor mas eu gostei dos cogumelos.


















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