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By Spacegirltt

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URGENTE!!

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By Spacegirltt

CAPÍTULO CINQUENTA E DOIS

O GRITO DO INOCENTE PARTE II


Música do cap: Train Wreck- James Arthur

MADAME PONFREY HAVIA dito que Rose feriu gravemente o córtex, parte externa do cérebro mais conhecida como massa cinzenta. O corte no braço era o menor dos problemas, pois com o ferimento no cérebro ela não conseguia falar nada e o processamento de informações estava falho, mas para nosso alívio poderia voltar ao normal logo, logo, só não sabemos quando. Harry conseguiu ficar com ele por todo o tempo, Rose não estava animada e nem feliz, era horrível tentar falar e não sair nada. Ela não queria que mais ninguém fosse visitá-la, estava super para baixo e não gostava de receber pessoas nesse clima. Nem mesmo os variados doces que recebeu de seus admiradores lhe animavam.

- Quer que eu leia algo?- Harry disse pegando os livros que ele trouxe, mas ela continuou olhando o lago pela janela- Então eu vou indo Ro, volto a noite- Ela assentiu sem tirar os olhos da janela.

Faziam apenas três dias que ela estava assim. Fred nunca se sentiu tão culpado em toda sua vida, ele queria conversar com ela, pedir perdão, mas como ela não queria ninguém além de Harry, ele esperava ansiosamente. Mel e Noah pegaram uma folga no ministério e foram correndo para Hogwarts.

- Tem que comer algo…- Mel disse tentando enfiar uma colherada de pudim na boca dela- É pudim Ro, você nunca dispensa um.

- Que tal se eu lesse aquela história trouxa que você adora tirar sarro, como era o nome? O pé grande do feijão?- Noah disse rindo e Rose sequer sorriu.

- É o menino e o pé de feijão, amor- Mel deu a volta na cama e abraçou o marido. era terrível vê-la assim, ela é sempre cheia das piadas, pegadinhas, alto astral…

A porta abriu e o professor Lupin entrou meio acanhado e com um embrulho pardo nas mãos. Rose também nem se deu o trabalho de olhá-lo, em outras situações ele já estaria enchendo ele de perguntas.

- Lupin! Que surpresa- Mel disse sorrindo para o velho amigo.

- Boa tarde! Queria ver como Rose estava, se não houver problema é claro…

- Problema algum, estávamos de saída mesmo- Noah disse dando um beijo na testa de Rose e saindo, Mel fez o mesmo.

O Professor arrumou a roupa e sentou na poltrona ao lado dela. Não sabia como começar, por isso o nervosismo. Deixou o pacote pardo em cima da mesinha e passou as mãos uma em cima da outra.

- Os dias estão sendo difíceis sem minha aluna preferida- Rose olhou para ele e arqueou uma sobrancelha- Sabia que só assim, para chamar sua atenção- Deu um risinho e ela revirou os olhos- Você se parece muito com seu pai, ele também amava ser bajulado- Agora ela o olhou com interesse, queria saber mais- Nós estudamos juntos, ele foi uma das melhores pessoas que eu poderia ter conhecido. Me ajudou em incontáveis situações.

Rose olhava para ele atentamente, captando cada palavra que saia.

- Eu posterguei bastante para contar sobre isso e foi injusto talvez, mas eu não me sentia seguro para lhe contar isso…- Ele mexia as mãos nervosamente- Eu sou seu padrinho- Rose ficou olhando para ele boquiaberta, essa tinha sido a melhor notícia do ano, ela tinha um padrinho e ele estava aqui o tempo todo- Olha, eu entendo se não quiser…

Rose levantou e deu um abraço apertado no homem que estava quase chorando. Sentia-se covarde por ter demorado tanto e ter perdido tempo. Rose voltou para a cama e pegou um caderninho e uma pena que tinha ao lado e escreveu

“Se aproveitou que eu não posso tagarelar e me contou isso hoje, não é?”

Entregou sorrindo para ele que começou a rir.

- Nunca!- Pegou o saquinho e entregou para ela- Os melhores.

Rose abriu e o cheiro inconfundível de tartelete de morango invadiu suas narinas. Entregou um para o professor e os dois comeram assistindo o pôr do sol. Lupin se sentia bem mais leve depois de dizer isso, mas um peso de um segredo bem maior nunca sairia de suas costas.

(...)

Passaram mais dois dias e Rose já conseguia falar, meio embolado mas conseguia. Sua tristeza passou e de acordo com as enfermeiras que jogavam xadrez com ela, isso melhorou na recuperação. Ontem Harry veio acompanhado de Rony e uma Hermione chorosa. Hoje de manhã as meninas vieram e a deixaram a par das novidades.

- Xeque-mate! Morreu, senhora Anne- Rose disse sorrindo para a enfermeira que não conseguia entender como ela a derrotou três vezes seguidas.

- Como é possível…

PAM

Um barulho de porta sendo aberta bruscamente fez-se presente juntamente com conversas altas, vozes inconfundíveis.

- Espero que madame Pomfrey não veja o estrago que você fez na porta- George disse passando a mão no cabelo.

- Relaxa…- Os dois  entraram no quarto de Rose e ficaram encarando ela e a enfermeira sem dizer nada.

- Feliz natal?- Rose disse sorrindo.

- Ai meu Merlin Rose! Me desculpa pelo balaço, era para ter sido no Flint aquele filho de um trasgo. Na verdade- Fred se ajoelhou no chão com as mãos juntas- Me perdoa?

- Então foi você, seu merdinha! Não se preocupe, da próxima eu jogo bem no meio da sua carinha bonita- Rose disse rindo e George começou a rir também, só Fred que parecia estar assinando sua sentença de morte. 

- É piada, né?

- Claro- Deu um abraço em Fred e balançou a cabeça negando para Geroge- Só uma piadinha…

Rose quase não teve descanso quando saiu da enfermaria. As provas chegaram e ela teve que estudar que nem uma condenada. Os dias foram desanuviando e se tornando quentes, e só o que as pessoas tinham vontade de fazer era passear pela propriedade e se largar no gramado com vários litros de suco de abóbora gelado do lado, e talvez jogar uma partida descontraída de bexigas ou apreciar a lula gigantesca nadar, sonhadora, pela superfície do lago. Ela só contou para Harry sobre Lupin ser seu padrinho, esse era um dos fatores que a animava todos os dias.

Faziam umas três horas que lia o livro de poções e anotava fatos importantes nas bordas. O bom é que nesse calor, a comunal ficava mais fresca do que os outros lugares no castelo. Draco que vinha andando pela comunal, ao perceber que Rose estava ali na mesa, escorou na parede e ficou olhando-a. O quão absorta ficava lendo, em como mordia os lábios quando encontrava uma informação relevante para anotar. Ficou tão preocupado com ela no dia do acidente, que sem querer transferiu um soco na cara de Flint e isso o deixou ele de castigo com Snape que lhe deu vários sermões.

- Vai ficar aí parado?- Rose disse sem tirar os olhos do livro.

- Vou- Disse sorrindo e ela revirou os olhos.

- Ok.

Draco andou até a mesa e sentou ao lado dela.

- Como se sente?- Perguntou mexendo nas anotações dela.

- Bem- Queria ficar indiferente mas ela falhou e ele percebeu que algo a incomodava.

- Pode falar...

- Só quero saber se você ao menos se preocupou por eu ter caído mais de dez metros, nem foi me visitar!- Disse olhando para ele que continuava sereno.

- Você disse que não era para ninguém vistá-la...

- Argh- Levantou e pegou as anotações.

- Óbvio que eu me preocupei, vi você caindo em câmera lenta, não foi legal...- Disse levantando.

- Óbvio que não foi, quebrei a cabeça- Disse séria mas logo começou a rir e ele também.

- Família completa, o testa rachada e a cabeça rachada- Colocou as mãos no bolso.

- Você é um idiota- E ele foi se aproximando mais dela até estar a menos de um palmo de distância- Ainda estou brava pelo Bicuço.

- Qual é Rose? Sabe que meu pai não volta atrás, eu até tentei, mas não deu certo...- Olhando nos olhos dele dava para ver que se arrependia.

- Tá- Rose já ia saindo quando ele segurou sua mão.

- Rose...- Começou a girar o anel que ela tinha na mão, queria falar tudo que estava instalado na garganta, mas é melhor não envolve-la nisso- Tchau.

- Tchau- Ela saiu meio decepcionada, esperava algo a mais do que um mero "tchau".

Hermione contou que o recurso de Bicuço estava marcado para daqui a seis dias. Rose dividia seu tempo em ajudar os gêmeos para os exames e estudar o que ela tinha perdido enquanto estava na enfermaria. A semana dos exames começou e um silêncio anormal se abateu sobre o castelo. Os alunos do
terceiro ano saíram do exame de Transfiguração na hora do almoço, na segunda-feira,cansados e pálidos, comparando respostas e lamentando a dificuldade das tarefas propostas,
que incluíra transformar um bule de chá em um cágado. Rose conseguiu um jabuti, ficou feliz.

-O meu tinha um bico no lugar do rabo, que pesadelo...- Demi disse arrepiando.

- Era para os cágados soltarem vapor?- Katy questionou rindo.

-No final, o meu continuava com uma pintura de salgueiro estampada no casco, vocês acham que vou perder pontos por isso?

Depois do almoço correram para a sala de feitiços. O professor pediu para fazerem duplas e Rose ficou com Katy que por ouro nervosismo exagerou no feitiço e Rose ficou rindo por horas e teve que ser levada para a enfermaria, no começo foi legal, mas depois a boca dela já estava doendo. Voltou para fazer a prova depois, até ter condições de fazer. Depois do jantar os alunos voltaram para a comunal, não para descansar e sim para estudar. Rose estava ficando maluca ajudando as meninas e estudando aí mesmo tempo.

Hagrid aplicou o exame de Trato das Criaturas Mágicas na manhã seguinte com um ardeveras preocupado; seu coração parecia estar longe dali. Providenciara uma grande barrica com vermes frescos para a turma e avisou que para passar no exame, os vermes de cada alunodeveriam continuar vivos ao fim de uma hora. Uma vez que os vermes se criavam melhorquando deixados em paz, foi o exame mais fácil que qualquer aluno teve de prestar. Draco matou um dele sem querer e tentou roubar um de Rose e os dois quase foram expulsos por estarem fazendo barulho.

O teste de poção, Rose fez ao lado de Harry, a todo momento tentava ajudar o irmão mas Snape ficava atrás deles com um ar de vingança e Harry não conseguiu engrossar a sua infusão para confundir. Rose poderia fazer com os pés e mãos amarrados já que o professor a mandou fazer diversas vezes na Detenção. Depois veio o exame de Astronomia à meia-noite, na torre mais alta do castelo; História daMagia na quarta-feira de manhã, em que Rose escreveu tudo sobre a caça às bruxas na Idade Média, enquanto desejava ter ali na sala sufocante umdaqueles sundaes de choconozes.

Na quarta-feira à tarde foi a vez de Herbologia, nas estufas,sob um sol de cozinhar os miolos; depois voltaram mais uma vez à sala comunal, com as nucasqueimadas, imaginando que no dia seguinte, àquela hora, os exames finalmente teriamterminado. Esse dias estavam sugando-lhe as energias.

O antepenúltimo exame, na quinta-feira pela manhã, foi Defesa Contra as Artes das Trevas.O Prof. Lupin preparara o exame mais incomum que eles já tinham feito; uma espécie decorrida de obstáculos ao ar livre, debaixo de sol, em que tinham que atravessar um lago fundoo suficiente para se remar, onde havia um grindylow; em seguida, uma série de crateras cheiasde barretes vermelhos, depois um trecho de pântano, desconsiderando as informações
enganosas dadas por um hinkypunk, e, por fim, subir em um velho tronco e enfrentar um novobicho-papão. Rose não deixou de sorrir alegrinha para o professor antes de fazer.

-Excelente, Rose– murmurou Lupin quando Rose desceu do tronco, sorrindo.- Nota máxima.

- Como sempre- Estava animada e sentou-se na grama esperando as próximas pessoas. Harry conseguiu tudo direitinho e ficou sentado ao lado de Rose. Rony foi bem até chegar a vez do hinkypunk, que conseguiu confundi-lo e fazê-lo afundar até acintura em um atoleiro. Hermione fez tudo perfeitamente até chegar ao tronco em que havia obicho-papão. Depois de passar um minuto ali, a garota saiu correndo aos berros.

-Hermione! - exclamou Lupin, assustado.
- Que foi que aconteceu!

-A P... P... Profa McGonagall! - ofegou Hermione apontando para o tronco. - Ela disse queeu levei bomba em tudo!

Rose não se aguentou e começou a rir, Harry e Rony tentavam não rir. Quando o exame acabou, Rose procurou as meninas e foram almoçar. Daphne ainda estava tremendo depois do exame e nem quis comer nada.

- Tem peixe hoje- Rose disse sorrindo para ela- Que tal batatas e cenouras?- A amiga continuava sem querer- Que tal um tapa no meio da sua cara? Brincadeirinha.

O último exame era de adivinhação. As quatro subiram as escadas de mármore juntas e seguram até o sétimo andar, onde os outros colegas já estavam agrupados.

-Ela vai receber os alunos, um a um - informou Neville quando as quatro foram se sentarperto dele. O garoto tinha o seu exemplar de Esclarecendo o futuro aberto no colo naspáginas dedicadas à bola de cristal. - Algum de vocês já viu alguma coisa numa bola de
cristal? - perguntou ele, infeliz.

-Não - respondeu Rose num tom distraído.

A fila de pessoas fora da sala foi encurtando aos poucos. À medida que cada aluno descia aescada prateada, o resto da classe sussurrava: “Que foi que ela perguntou? Você se deu bem?”
Mas todos se recusavam a responder.

-Ela disse que foi avisada pela bola de cristal que se eu contar a vocês, vou ter um acidente horrível! - falou Neville, esganiçado, ao descer a escada em direção a Rose.

- Inteligente e manipuladora- Rose disse intrigada.

- O que acha que ela vai perguntar?- Demi disse arrumando o cabelo.

- Talvez meu signo? Não faço a mínima.

Várias pessoas iam descendo e Demi, Katy e Daph já foram. Rose estava quase dormindo quando a chamaram.

- Rose Potter!- Tomou um susto e seguiu até a sala abafada da professora.

- Olá, minha querida- Disse em um canto escuro e afastado, Rose já estava suando- Quer ter a bondade de examinar o
orbe... Pode levar o tempo que precisar... depois me diga o que está vendo...

Rose se curvou para a bola de cristal e olhou, olhou o mais atentamente que pôde,desejando que ela lhe mostrasse algo mais do que a névoa branca em espiral, mas nadaaconteceu.

-Então! - estimulou a professora com delicadeza. - Que é que você está vendo?

"Toda água do meu corpo indo embora" Pensou secando o suor com a palma da mão.

- Vejo uma poção- Disse inventando pois não via nada.

- Uma poção? Como ela é?- Disse com os olhos brilhando pelos óculos.

- Tem uns espirais azuis em cima- Disse inventando e do nada a poção apareceu dentro da bola de cristal, Rose tomou um susto.

- E o que mais?

- Shiu, shiu- Chegou mais perto e viu que o professor Snape preparava, ela não conhecia muito bem essa poção, não se lembrava dela...e então o professor entregou ao se padrinho, só que ele não tomou...

- E o que mais, querida- Disse a desconcentrando e Rose olhou emburrada para ela.

- Um unicórnio falante mordendo minha bunda- Levantou e secou o suor- Tenha um bom dia.

Saiu correndo daquela sala e quando enfim estava fora, sorriu. Aquilo foi torturante.

- Rose!- Harry disse sentado no canto da escada- Como foi?

- Acho que eu zerei- Disse rindo e ele negou com a cabeça.

- Harry Potter!

Ele tomou um susto e Rose sorriu encorajando ele. Foi correndo até a comunal para tomar um banho e esbarrou com Nathe no meio do caminho, ele estava com aquela menina de novo.

- Rose!- Disse alegre e ela deu um sorriso.

- Oi!

- Como se sente? Estava muito ocupado estudando e nem pude ir ve-la- Rose apertou com força a capa que havia tirado e continuou forçando um sorriso.

- Tudo bem. Cinco minutos realmente iria desvia-lo dos estudos- Nathe levantou as sombrancelhas.

- Rose...

- Vocês agora andam sempre juntos né, que lindo- Disse olhando os dois.

- Eu sou amiga dele- Callie disse com as mãos na Cintura.

- Que lindo...- Disse sorrindo ainda.

- Posso falar sozinho com você?- Nathe disse para Rose que acentiu e os dois foram para um corredor vazio.

- Desculpa mesmo por não ter ido na enfermaria e nem depois, você também não me procurou...

- Tá, tá bom- Levantou e respirou fundo- Tchau.

Rose achava que eles já estavam se dando um tempo já faz tempo, então era melhor deixar isso claro. Ela gosta muito dele, mas se afastaram para caramba nesse meio tempo. Nathe não tinha percebido que se afastaram e que ele não tinha dado tanta atenção para ela.

Depois de tomar banho e guardar os materiais, Rose desceu para o jantar. Logo na entrada, Harry a chamou para jantar com eles em um lugar mais afastado na mesa da Grifinoria.

- Pois não?- Colocou um pouco de cada coisa da mesa.

- Bicuço perdeu- Mione disse chorosa.

- Mas já?- Disse tentando lembrar que dia era.

- Estava marcado para hoje, lembra?- Harry disse tentando comer algo.

- Caramba, tinha esquecido!

- Nós vamos lá hoje, vai conosco?- Rony disse comendo uma coxinha gigante.

- Claro.

Comeram calmamente e Hermione parecia querer contar outra coisa, mas não conseguia.

- Que foi Mione?- A menina puxou Rose para um lugar mais afastado e parecia prestes a explodir.

- Eu acho que o professor Lupin é um lobisomem- Disse de uma vez e Rose tapou a boca dela com a mão.

- Tá doida Mione, não pode dizer essas coisas assim, não sabe que Hogwarts tem ouvidos?

- Minha teoria faz todo sentido. Ele sempre fica fraco e doente, toma uma poção que o professor Snape faz e o maior medo dele é a lua.

Rose e ficou estática olhando o nada. Faz muito sentido, por isso ele tinha medo de contar a Rose sobre ser padrinho dela.

- Vou contar para Dumbledore, lobisomens são perigosos- Hermione disse ansiosa e Rose quase da um tapa na cara dela.

- Tá louca?! Não pode sair contando coisas pessoais dos outros aos sete cantos!

- Mas ele é um lobisomem!- Disse com raiva.

- E também é a pessoa mais gentil que já conheci! Imagina o quão difícil deve ser para ele arranjar um emprego! Se diz tão inteligente, mas não pensa antes- Rose disse indignada.

- Desculpa...- Disse meio envergonhada mas ao mesmo tempo contrariada.

Rose entendeu sobre o que tinha visto na bola de cristal. Era a poção mata cão, a que Snape dava para Lupin e ele não tomava. Lembrando disso, ela foi até a sala de Snape devagar e colocou a poção dentro de um béquer. Os quatro desceram para jantar com todos os alunos, mas não voltaram à Torre da Grifinória ao terminar. Harry levava a capa escondida na frente das vestes e tinha que manter os braços
cruzados para esconder o volume. Entraram sorrateiramente numa sala vazia no saguão de entrada e ficaram escutando, até ter certeza de que o lugar ficara deserto. Ouviram as últimas
duas pessoas atravessarem o saguão correndo e uma porta bater. Rose meteu a cabeça fora da porta.

-Tudo bem - sussurrou -, não tem ninguém... vamos vestir a capa...

Caminhando muito juntos para que ninguém os visse, eles atravessaram o saguão na ponta dos pés, cobertos pela capa, e desceram os degraus de pedra que levavam aos jardins. O sol já ia se pondo atrás da Floresta Proibida, dourando os ramos mais altos das árvores. Chegaram à cabana de Hagrid e bateram. O amigo levou um minuto para atender e, quando o fez, ficou procurando o visitante por todos os lados, pálido e trêmulo.

-Somos nós - sibilou Harry. - Estamos usando a Capa da Invisibilidade. Deixe a gente entrar para poder tirar a capa.

-Vocês não deviam ter vindo! - sussurrou Hagrid, mas se afastou para os garotos poderem entrar. Depois fechou a porta depressa e Harry arrancou a capa.
Hagrid não estava chorando, nem se atirou ao pescoço deles. Parecia um homem que não sabia onde estava nem o que fazer. Seu desamparo era pior do que as lágrimas.

-Querem um chá? - perguntou aos garotos. Suas mãos enormes tremiam quando apanhou a chaleira.

-Onde é que está o Bicuço, Hagrid? - perguntou Hermione, hesitante.

-Eu... eu levei ele para fora - respondeu Hagrid, derramando leite pela mesa toda ao tentar encher a jarra. -Está amarrado no canteiro de abóboras. Achei que ele devia ver as árvores e... e respirar ar fresco... antes...

A mão de Hagrid tremeu com tanta violência que a jarra de leite escapuliu e se espatifou no chão.

-Eu faço isso, Hagrid -ofereceu-se Rose depressa, correndo para limpar a sujeira.

-Tem outra no armário de louças – falou Hagrid, sentando-se e limpando a testa na manga. Harry olhou para Rony, que retribuiu seu olhar com desânimo.

- Tem alguma coisa que se possa fazer, Hagrid? – perguntou Harry inflamado, sentando-se ao lado do amigo. – Dumbledore...

-Ele tentou. Mas não tem poder para revogar uma decisão da Comissão. Ele disse aos juízes que Bicuço era normal, mas a Comissão está com medo... Vocês sabem como é o Lúcio Malfoy... imagino que deve ter ameaçado todos eles... e o carrasco, Macnair, é um velho
conhecido dos Malfoy... mas vai ser rápido e limpo... e eu vou estar do lado do Bicuço...

Hagrid engoliu em seco. Seus olhos percorriam a cabana como se procurassem um fio de esperança ou de consolo.

-Dumbledore vai descer quando... quando estiver na hora. Me escreveu hoje de manhã. Disse que quer ficar... ficar comigo. Grande homem, o Dumbledore...

Rose e Hermine, que andaram vasculhando o guarda-louça de Hagrid à procura de outra leiteira, Mione deixou escapar um pequeno soluço,rapidamente sufocado e Rose deu uns tapinhas nas costas dela.

Ela se endireitou com a nova
leiteira nas mãos, lutando para conter as lágrimas.

- Nós vamos ficar com você também, Hagrid -começou ela, mas o amigo sacudiu a cabeça cabeluda.

-Vocês têm que voltar para o castelo. Já disse que não quero que assistam. Aliás, vocês nem deviam estar aqui... Se Fudge e Dumbledore pegarem você fora do castelo sem permissão, Harry, você vai se meter numa grande confusão.

- Nós estamos acostumados com confusões, Hagrid- Rose disse sorrindo um pouquinho, mas ele continuou chorando.

Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto de Hermione, mas ela as escondeu de Hagrid, ocupando-se em fazer o chá. Então, quando apanhou a garrafa de leite para encher a leiteira, ela soltou um grito.

-Rony!... Eu não acredito... é o Perebas!

O queixo de Rony caiu.

-Do que é que você está falando?

Hermione levou a leiteira até a mesa e virou-a de boca para baixo. Com um guincho frenético, e muita correria para voltar para dentro da jarra, Perebas, o rato, deslizou para cima da mesa.

- Aí que horror!- Rose disse enojada.

-Perebas! -exclamou Rony sem entender. -Perebas, que é que você está fazendo aqui?

Ele agarrou o rato que se debatia e segurou-o próximo à luz. Perebas estava com uma aparência horrível. Mais magro que nunca, perdera grandes tufos de pelos que deixaram pelado seu corpo, o rato se contorcia nas mãos de Rony como se estivesse desesperado para
se soltar.

- Como pode? Está mais feio que antes- Rose o cutucou.

-Tudo bem, Perebas! -tranquilizou-o Rony. - Não tem gatos! Não tem nada aqui para te machucar!

Hagrid se levantou de repente, os olhos fixos na janela. Seu rosto, normalmente corado, estava da cor de pergaminho.

-Aí vem eles...

Rose, Harry, Rony e Hermione se viraram depressa. Um grupo de homens descia os distantes degraus, à entrada do castelo. À frente vinha Alvo Dumbledore, a barba prateada refulgindo ao sol poente. Ao seu lado, caminhava, a passo rápido, Cornélio Fudge. Atrás dos dois vinha
o membro da Comissão velho e fraco, e o carrasco, Macnair.

- Vocês têm que ir embora - disse Hagrid. Cada centímetro do seu corpo tremia. - Eles não podem encontrar vocês aqui... Vão agora...

Rony enfiou Perebas no bolso, e Rose apanhou a capa.

-Eu vou abrir a porta dos fundos para vocês - disse Hagrid.

Os garotos o acompanharam até a porta que abria para a horta. Harry se sentiu
estranhamente irreal e mais ainda quando viu Bicuço a poucos passos de distância, amarrado a uma árvore atrás do canteiro de abóboras. O hipogrifo parecia saber que alguma coisa estava
acontecendo. Virou a cabeça de um lado para o outro e pateou o chão nervosamente.

-Tudo bem, Bicucinho - disse Hagrid com brandura. - Tudo bem... - E se virando para Rose, Harry, Rony e Hermione. - Vão. Andem logo.

Mas os garotos não se mexeram.

-Hagrid, não podemos...

-Vamos contar a eles o que realmente aconteceu...

- É, eu posso pular em cima do ministro e deixá-lo inconsciente!

-Não podem matar Bicuço...

-Vão! - disse Hagrid ferozmente. - Já está bastante ruim sem vocês se meterem em confusão!

Os garotos não tiveram escolha. Quando Rose jogou a capa sobre Harry  Rony e Hermione,  eles ouviram as vozes na entrada da cabana. Hagrid ficou olhando para o lugar de onde os garotos tinham acabado de sumir.

-Vão depressa - disse, rouco. - Não fiquem ouvindo...

E Hagrid tornou a entrar na cabana no momento em que alguém batia à porta.
Lentamente, numa espécie de transe de horror, Rose, Harry, Rony e Hermione contornaram a cabana de Hagrid sem fazer barulho. Quando chegaram do outro lado, a porta de entrada se
fechou com uma batida seca.

-Por favor, vamos nos apressar - sussurrou Hermione. - Não posso suportar, não posso suportar...

Os três começaram a subir a encosta
gramada em direção ao castelo. O sol ia se pondo depressa agora; o céu se tornara cinzento, sem nuvens, e tinto de púrpura, mais para oeste havia uma claridade vermelho-rubi. Rony parou muito quieto.

- Ah, por favor, Rony - começou Hermione.

- É o Perebas... ele não quer... parar...

Rony se curvou, tentando segurar Perebas no bolso, mas o rato estava ficando furioso; guinchava feito louco, virava e se debatia, tentando ferrar os dentes nas mãos de Rony.

- Vou matar teu rato!- Rose disse impaciente.

-Perebas, sou eu, seu idiota, é Rony.

Os garotos ouviram a porta fechar às suas costas e o som de vozes masculinas.

-Ah, Rony, por favor, vamos andando, eles vão executar o Bicuço! - murmurou Hermione.

-OK... Perebas, fique quieto...

Eles avançaram; Harry, como Hermione, estava tentando não escutar o ruído surdo das vozes às costas deles e Rose arrastava Rony. Rony parou mais uma vez.

-Não consigo segurar ele... Perebas, cala a boca, todo mundo vai nos ouvir...

O rato guinchava alucinado, mas não alto o suficiente para abafar os ruídos que vinham do jardim de Hagrid. Ouviu-se um rumor indistinto de vozes masculinas, um silêncio e então, sem
aviso, o som inconfundível de um machado cortando o ar e se abatendo sobre o alvo.

Hermione vacilou.

-Executaram Bicuço! - murmurou ela para Harry. - Eu n... não acredito... eles executaram Bicuço!

Rose fechou os olhos com força respirou fundo. Aquilo foi cruel e horrível. A cabeça de Harry se esvaziou com o choque. Os quatro garotos ficaram paralisados de horror sob a Capa da Invisibilidade. Os últimos raios do sol poente lançavam uma claridade
sangrenta sobre os imensos campos sombrios da escola. Então, atrás deles, os garotos ouviram um uivo selvagem.

-Hagrid - murmurou Harry. E, sem pensar no que estava fazendo, fez menção de dar meia- volta, mas Rony e Rose o seguraram pelos braços.

-Não podemos - disse Rony, que estava branco como uma folha de papel. - Hagrid vai ficar numa situação muito pior se souberem que fomos à casa dele...

A respiração de Hermione estava rasa e desigual.

-Como... puderam... fazer... isso? - engasgou-se a garota. - Como puderam?

-Vamos - disse Rony, cujos dentes davam a impressão de estar batendo.

Os três voltaram ao castelo, andando devagar, para se manter escondidos sob a capa. A claridade ia desaparecendo depressa agora. Quando chegaram à área ajardinada, a escuridão desceu, como por encanto, a toda volta.

-Perebas, fica quieto - sibilou Rony, apertando a mão contra o peito. O rato se debatia, enlouquecido. Rony parou de repente, tentando empurrálo para o fundo do bolso.

- Que é que há com você, seu rato burro? Fica parado aí... AI! Ele me mordeu!

-Rony, fica quieto! - cochichou Hermione com urgência. -Fudge vai nos alcançar em um minuto...

- Que rato chato!- Rose disse puta.

- Ele não quer... ficar... parado...
Perebas estava visivelmente aterrorizado. Contorcia-se com todas as suas forças, tentando se desvencilhar da mão de Rony.

-Que é que há com ele?- Mas Harry acabara de ver - esquivando-se em direção ao grupo, o corpo colado no chão, grandes olhos amarelos que brilhavam lugubremente no escuro - Bichento. Se podia vê-los ou
se estava seguindo os guinchos de Perebas, Harry não saberia dizer.

-Bichento! - gemeu Hermione. - Não, vai embora, Bichento! Vai embora!

- Joga ele para o Bichento, vai ser uma norte rápida- Rose disse irritada e Rony pareceu ofendido.

Mas o gato se aproximava sempre mais...

-Perebas... NÃO!

Tarde demais -o rato escorregou por entre os dedos apertados de Rony, bateu no chão e fugiu precipitadamente. De um salto, Bichento saiu em seu encalço, e antes que Rose ou Harry pudessem detê-lo, Rony arrancara a Capa da Invisibilidade e se arremessava pela
escuridão.

-Rony! - gemeu Hermione.

Os três começaram a correr atrás dele sem a capa.

-Fique longe dele... fique longe... Perebas, volta aqui...

Ouviu-se um baque sonoro.

-Te peguei! Dá o fora, seu gato fedorento...

Rose, Harry e Hermione quase caíram em cima de Rony; pararam derrapando diante dele. O amigo estava esparramado no chão, mas Perebas já estava de volta ao bolso; Rony apertava com as duas mãos um calombo trepidante.

-Rony... vamos... volta para baixo da capa... -ofegou Hermione. - Dumbledore... o ministro... eles vão voltar para o castelo já, já...

Mas antes que pudessem se cobrir outra vez, antes que pudessem ao menos recuperar o fôlego, eles ouviram o ruído macio de patas gigantescas. Algo estava saltando da escuridão em sua direção  um enorme cão negro de olhos claros.
Harry tentou pegar a varinha, mas tarde demais - o cão investira dando um enorme salto, e suas patas dianteiras atingiram o garoto no peito; Harry caiu para trás num redemoinho de pelos; sentiu o hálito quente do animal, viu seu dente de mais de dois centímetros...

Rose gritou e foi para cima do cão, que a derrubou no chão, mas  força do salto impelira o cão longe demais; ultrapassara Rose. Aturdido, com a sensação de que suas costelas tinham quebrado, a garota tentou se levantar; ouviu o cão rosnar e derrapar se posicionando para um novo ataque.

Rony estava de pé. Quando o cão saltou contra os dois, ele empurrou Harry para o lado; e, em vez de Harry, as mandíbulas do bicho abocanharam o braço estendido de Rony. Harry se
atirou para cima dele, agarrou uma mão cheia de pelos do cão, mas o bruto foi arrastando Rony para longe com a facilidade com que arrastaria uma boneca de trapos... Então, ele não viu de onde, uma coisa atingiu seu rosto com tanta força que ele foi novamente derrubado no chão. Harry ouviu Hermione gritar de dor e cair também. O menino tateou à procura de sua varinha, piscando para limpar o sangue dos olhos...

Rose não conseguiu fazer muita coisa com as costelas doendo. Pegou a varinha no bolso

- Lumus- Sussurrou.

A luz produzida pela varinha mostrou-lhe um grosso tronco de árvore; tinham corrido atrás de Perebas até a sombra do Salgueiro Lutador, cujos ramos estalavam como se estivessem
sendo açoitados por um forte vento, avançavam e recuavam para impedir os garotos de se aproximarem.
E ali, na base do tronco, o cão arrastava Rony para dentro de um grande buraco entre as raízes - o garoto lutava furiosamente, mas sua cabeça e seu tronco foram desaparecendo de
vista...

-Rony! - gritou Harry, tentando segui-lo, mas um pesado galho chicoteou ameaçadoramente o ar e ele foi forçado a recuar.

Agora estava visível apenas uma das pernas de Rony, que ele enganchara em torno de uma raiz na tentativa de impedir o cão de arrastá-lo mais para o fundo da terra - mas um estampido
terrível cortou o ar feito um tiro; a perna de Rony se partiu e um instante depois, seu pé desaparecera de vista.

-Harry... temos que procurar ajuda... - gritou Hermione; ela também sangrava; o salgueiro a cortara na altura dos ombros.

-Não! Aquela coisa é bastante grande para comer Rony; não temos tempo...Rose! Cadê você?- Disse desesperado.

- Tô aqui no chão- Resmungou e ele foi até ela- Tá tudo bem.

- Harry, nunca vamos conseguir entrar sem ajuda...

- Isso é um salgueiro lutador- Rose disse ficando de joelhos.

- É obvio- Harry disse sem paciência e ela deu um tapa na cabeça dele.

- É obvio- Imitou ele- O que acontece é que para entrar, temos que apertar esse nó abaixo, na raiz. Eu, Fred e George descobrimos isso a alguns dias.

Rose levantou com ajuda de Harry e Mione e eles apertaram o nó, entrando dentro da caverna escura. Rose ia iluminando tudo enquanto eles iam rapidamente e então o túnel começou a subir, Rose viu um espaço mal iluminado por meio de uma pequena abertura.

Rose, Harry e Hermione pararam, procurando recuperar o fôlego, depois avançaram cautelosamente. Os dois ergueram as varinhas para ver o que havia além. Era um quarto, muito desarrumado e poeirento. O papel descascava das paredes; havia

manchas por todo o chão; cada móvel estava quebrado como se alguém o tivesse atacado. As janelas estavam vedadas com tábuas.

Rose sentiu um arrepio e olhou para os dois que acentiram. Rose saiu pelo buraco, olhando para todos os lados. O quarto estava deserto, mas havia
uma porta aberta à direita, que levava a um corredor sombrio. Hermione, de repente, tornou agarrar o braço dos dois.

- Acho que estamos na casa dos gritos- Disse amedrontada.

Naquele momento, os dois ouviram um rangido no alto. Alguma coisa se mexera no andar de cima. Os dois olharam para o teto. Hermione apertava o braço de Rose com tanta força que ela estava perdendo a sensibilidade nos dedos. Harry garoto ergueu as sobrancelhas para ela; Rose concordou outra vez e Mione soltou eles.

O mais silenciosamente que puderam, os dois saíram para o corredor e subiram uma escada desmantelada. Tudo estava coberto por uma espessa camada de poeira, exceto o chão, onde
uma larga faixa brilhante fora aparentemente limpa por uma coisa arrastada para o primeiro andar.
Eles chegaram ao patamar escuro.

-Nox - sussurraram ao mesmo tempo, e as luzes nas pontas de suas varinhas se apagaram.

Havia apenas uma porta aberta. Ao se esgueirarem nessa direção, ouviram um movimento atrás da porta; um gemido baixo e em seguida um ronronar alto e grave. Eles trocaram um último olhar e um último aceno de cabeça. A varinha empunhada com firmeza à frente, Harry escancarou a porta com um chute e Rose fez cara de surpresa.

Numa imponente cama de colunas, com cortinas empoeiradas, encontrava-se Bichento, que ronronou alto ao vê-los. No chão ao lado do gato, agarrando a perna estendida num ângulo estranho, encontrava-se Rony.

Rose, Harry e Hermione correram para o amigo.

-Rony... você está bem?

-Onde está o cão?

-Não é um cão - gemeu Rony. Seus dentes rilhavam de dor. - Harry é uma armadilha...

-Quê...

-Ele é o cão... ele é um animago...

Rony olhava fixamente por cima do ombro de Harry. Este se virou depressa. Com um estalo, o homem nas sombras fechou a porta do quarto. Uma massa de cabelos imundos e embaraçados caíam até seus cotovelos. Se seus olhos não
estivessem brilhando em órbitas fundas e escuras, ele poderia ser tomado por um cadáver. A pele macilenta estava tão esticada sobre os ossos do rosto, que ele lembrava uma caveira. Os dentes amarelos estavam arreganhados num sorriso. Era Sirius Black

- Puta merda- Rose disse com os olhos arregalados.

-Expelliarmus! - disse com voz rouca, apontando a varinha de Rony para os garotos.

As varinhas de Rose, Harry e Hermione saíram voando de suas mãos e Black as recolheu. Então se aproximou. Seus olhos estavam fixos em Harry.

-Achei que você viria ajudar seu amigo. - A voz dava a impressão de que ele perdera o hábito de usá-la havia muito tempo. - Seu pai teria feito o mesmo por mim. Foi muita coragem não correr à procura de um professor. Fico agradecido... vai tornar as coisas muito mais fáceis..

Rose observava tudo sem entender, em horas inoportunas ela começava a rir, mas no momento nem isso saía. Harry já ia partir para cima de Sirius, quando ela e Hermione o seguraram.

-Não, Harry! - exclamou Hermione num sussurro petrificado; Rony, porém, se dirigiu a Black.

-Se você quiser matar Harry, terá que nos matar também! - disse impetuosamente, embora o esforço de ficar de pé tivesse acentuado sua palidez e ele oscilasse um pouco ao falar.

Alguma coisa brilhou nos olhos sombrios de Black.

-Deite-se -disse brandamente a Rony. - Você vai piorar a fratura nessa perna.

-Você me ouviu? - disse Rony com a voz fraca, embora se apoiasse dolorosamente em Rose para se manter de pé. - Você vai ter que matar os quatro!

-Só vai haver uma morte aqui hoje à noite - disse Black, e seu sorriso se alargou.

-Por quê? - perguntou Harry com veemência, tentando se desvencilhar de Rose que segurava Rony também e
Hermione. -Você não se importou com isso da última vez, não foi mesmo? Não se importou de matar aqueles trouxas todos para atingir Pettigrew... Que foi que houve, amoleceu em Azkaban?

-Harry! - choramingou Hermione. - Fica quieto!

-ELE MATOU MINHA MÃE E MEU PAI! - bradou Harry e, com grande esforço, se
desvencilhou de Hermione e Rose que o retinham pelos braços, e avançou...
Harry esquecera a magia - esquecera que era baixo e magricela e tinha treze anos, enquanto Black era um homem alto e adulto -, ele só sabia que queria ferir Black da maneira mais horrível que pudesse e não se importava se fosse ferido também...

- Harry, para!- Rose gritou desesperada.

Uma das mãos de Harry segurou seu pulso magro, forçando as pontas das
varinhas para baixo; o punho de sua outra mão atingiu o lado da cabeça de Black e os dois caíram de costas contra a parede...
Hermione gritava; Rony berrava; Rose fechava os olhos com força; houve um relâmpago ofuscante quando as varinhas na mão de Black emitiram um jorro de fagulhas no ar que, por centímetros, não atingiu o rosto de Harry; o garoto sentiu o braço magro sob seus dedos se torcer furiosamente, mas continuou asegurá-lo, a outra mão socando cada parte do corpo de Black que conseguia alcançar. Mas a mão livre de Black encontrou a garganta de Harry...

-Não – sibilou ele. - Esperei tempo demais...

Seus dedos intensificaram o aperto, Harry ficou sem ar, seus óculos entortaram no rosto.

- Não! Larga ele agora!- Rose disse puxando Sirius com toda sua força; Hermione ergueu o pé e deu um chute em Black que gemeu de dor, e ele largou Harry; Rony se atirara sobre a mão com que Black segurava as varinhas e Harry ouviu uma batida leve.

Os dois correram até às varinhas que estavam no chão, mas bichento mordeu o braço de Rose

- Aí!

Harry conseguiu pegar a varinha dela e correu até uma parede distante.

- Saiam do meio- Rose foi para uma parede e se encostou com o peito levantando com a respiração desregulada.

Black estava esparramado junto à parede. Seu peito magro subia e descia rapidamente enquanto observava Harry se aproximar devagar, a varinha apontada para o seu coração.

-Vai me matar, Harry? - murmurou ele.
O garoto parou bem em cima de Black, a varinha ainda apontada para o seu coração, encarando-o do alto. Um inchaço pálido surgia em torno do olho esquerdo do homem e seu
nariz sangrava.

-Você matou meus pais - acusou-o Harry, com a voz ligeiramente trêmula, mas a mão segurando a varinha com firmeza.
Black encarou-o com aqueles olhos fundos.

- Não nego que matei - disse muito calmo. - Mas se você soubesse da história completa...

Rose estava com as mãos suando de nervoso.

-A história completa? - repetiu Harry, os ouvidos latejando furiosamente. -Você vendeu meus pais a Voldemort. É só isso que preciso saber.

-Você tem que me ouvir - disse Black, e havia agora uma urgência em sua voz. - Você vai se arrepender se não me ouvir.... Você não compreende...

-Compreendo muito melhor do que você pensa-– disse Harry, e sua voz tremeu mais que nunca. - Você nunca a ouviu, não é? Minha mãe... tentando impedir Voldemort de me matar... e foi você que fez aquilo... você é que fez...

Rose ja estava com lágrimas nos olhos, as vezes Harry esquecia que ela também estava presenciava isso.

Antes que qualquer dos dois pudesse dizer outra palavra, uma coisa alaranjada passou correndo por Harry; Bichento saltou para o peito de Black e se sentou ali, bem em cima do coração. O homem pestanejou e olhou para o gato.

-Saia daí - murmurou o homem, tentando empurrar Bichento para longe. Mas o gato enterrou as garras nas vestes de Black e não se mexeu. Então virou a cara amassada e feia para Harry e encarou-o com aqueles grandes olhos amarelos... à sua direita, Hermione soltou um soluço seco.

Então ouviu-se um novo ruído...
Passos abafados ecoaram pelo chão – alguém estava andando no andar de baixo.

-ESTAMOS AQUI EM CIMA! - gritou Hermione de repente. - ESTAMOS AQUI EM CIMA... SIRIUS BLACK... DEPRESSA!

Black fez um movimento assustado que quase desalojou Bichento; Harry apertou convulsivamente a varinha. Rose lembrou que era Legilimente, não faria mal entrar na mente dele, não é? Sem muito esforço, ela entrou. Era escutou e frio, pensamentos desesperados corriam rapidamente na mente dele. Um grito, um grito inocente entalado na garganta dele.

Sirius percebendo isso, olhou para Rose que estava no canto da parede com os olhos fechados. Rose viu tudo, desde o primeiro dia dele em Hogwarts até o dia em que ele chorou pela morte de James e Lily. Rose já estava chorando encolhida no chão. Todos olharam para ela e Sirius se sentiu leve, por poder compartilhar tudo.

A porta do quarto se escancarou com um jorro de faíscas vermelhas e Harry se virou na hora em que o Prof. Lupin irrompeu no quarto, seu rosto exangue, a varinha erguida e pronta. Seus olhos piscaram ao ver Rony, deitado no chão, Hermione encolhida perto da porta, Harry parado ali com a varinha apontada para Black, e o próprio Black, caído e sangrando aos pés do garoto e Rose chorando no canto da oarede.

-Expelliarmus! - gritou Lupin.

A varinha de Harry voou mais uma vez de sua mão; as três que Hermione segurava também. Lupin apanhou-as agilmente e avançou pelo quarto, olhando para Black, que ainda
tinha Bichento deitado numa atitude de proteção sobre seu peito.

Então Lupin perguntou com a voz muito tensa.

-Onde é que ele está, Sirius?
O rosto do homem estava impassível. Por alguns segundos Black nem se mexeu. Depois, muito lentamente, ergueu a mão vazia e apontou para Rony. Aturdido, Harry se virou para Rony, que por sua vez parecia confuso.

- Mas, então... -murmurou Lupin, encarando Black com tal intensidade que parecia estar tentando ler sua mente - ... por que ele não se revelou antes? A não ser que... - os olhos de Lupin se arregalaram, como se estivesse vendo alguma coisa além de Black, alguma coisa que mais ninguém podia ver - a não ser que ele fosse o... a não ser que você tivesse trocado... sem me dizer?

Muito lentamente, com o olhar fundo cravado no rosto de Lupin, Black confirmou com um aceno de cabeça.

-Professor -interrompeu Harry, em voz alta -, que é que está acontecendo...?

Mas nunca chegou a terminar a pergunta, porque o que viu fez sua voz morrer na garganta. Lupin estava baixando a varinha, os olhos fixos em Black. O professor foi até Black, apanhou a varinha dele, levantou-o de modo que Bichento caiu no chão e abraçou Black como a um
irmão.

Harry sentiu como se o fundo do seu estômago tivesse despencado.

-EU NÃO ACREDITO! - berrou Hermione.
Lupin soltou Black e se virou para a garota. Ela se erguera do chão e estava apontando para Lupin, de olhos arregalados.

-O senhor... o senhor...

-Hermione...

- ... o senhor e ele!

-Hermione se acalme...

-Eu não contei a ninguém! -esganiçou-se a garota. - Tenho encoberto o senhor...

-Hermione, me escute, por favor! - gritou Lupin. - Posso explicar...

Harry sentia o corpo tremer, não com medo, mas com uma nova onda de fúria.

-Eu confiei no senhor - gritou ele para Lupin, sua voz se descontrolando -, e o tempo todo o senhor era amigo dele!

-Você está enganado - disse Lupin. - Eu não era amigo de Sirius, mas agora sou... Deixe me explicar...

-NÃO! - berrou Hermione. -Harry não confie nele, ele tem ajudado Black a entrar no castelo, ele quer ver você morto também... ele é um lobisomem!
Houve um silêncio audível.

- CALA A BOCA HERMIONE!- Rose gritou se levantando e indo para perto deles- CALA A SUA BOCA!

- EU SÓ NÃO CONTEI PORQUE VOCÊ ME PEDIU E OLHA ONDE ESTAMOS!- Disse com a voz trêmula.

Os olhos de todos agora estavam postos em Lupin, que parecia extraordinariamente calmo, embora muito pálido. Rose sentia muito por tudo que estava acontecendo, sentia tanto que podia vomitar ali mesmo.

-O que disse não está à altura do seu padrão de acertos, Hermione. Receio que tenha acertado apenas uma afirmação em três. Eu não tenho ajudado Sirius a entrar no castelo e certamente não quero ver Harry morto... - Um estranho tremor atravessou seu rosto. -Mas não
vou negar que seja um lobisomem.

Rony fez um corajoso esforço para se levantar outra vez, mas caiu com um gemido de dor. Lupin adiantou-se para ele, parecendo preocupado, mas Rony exclamou:

-Fique longe de mim, lobisomem!

- Fala isso de novo que eu te dou um soco bem no meio da cara!- Rose Esbravejou para ele.

- Está do lado do lobisomem?!- Rony disse desesperado.

- Não é só por que ele é seu padrinho que você tem que ficar do lado dele- Harry Esbravejou.

- Sabe o que eu acho lindo?- Passou as mãos pelos cabelos- Que até hoje ele era o melhor professor de Hogwarts e agora ele é "o lobisomem" e eu vou defender não só porque ele é meu padrinho, vou defender pois ele merece todo respeito e carinho do mundo, ele é a pessoa mais incrível que eu já conheci, então lava essa boca antes de falar alguma coisa Ronald e Hermione, esperava muito mais de você.

Lupin estava quase chorando, não era todo dia que lhe defendiam com unhas e dentes como no momento. Sirius observava tudo com um brilho de orgulho nos olhos.

-Eu não estive ajudando Sirius - respondeu Lupin. - Se você me der uma chance, eu explico... Olhe...

O professor separou as varinhas de Rose, Harry, Rony e Hermione e devolveuas aos donos. Harry apanhou a dele, espantado.

-Pronto - disse Lupin, enfiando a própria varinha no cinto. - Vocês estão armados e nós, não. Agora vão me ouvir?

Rose sentou e permaneceu calada.

-Se o senhor não esteve ajudando – disse Harry, lançando um olhar furioso a Black -, como é que soube que ele estava aqui?

-O mapa. O Mapa do Maroto. Eu estava na minha sala examinando-o...

-O senhor sabe trabalhar com o mapa? - indagou Harry desconfiado.

- Claro que sei - disse Lupin fazendo um gesto impaciente com a mão. -Ajudei a prepará- lo. Eu sou Aluado, esse era o apelido que meus amigos me davam na escola.

-O senhor preparou...?

- Da para parar de perguntar e escutar- Rose disse sem paciência.

-O importante é que eu estava examinando o mapa atentamente hoje à noite, porque imaginei que você, Rose,  Rony e Hermione poderiam tentar sair, escondidos, do castelo para visitar Hagrid antes da execução do hipogrifo. E estava certo, não é mesmo?

Lupin começara a andar para cima e para baixo do quarto, com os olhos fixos nos garotos. Pequenas nuvens de pó se levantavam aos seus pés.

-Você poderia estar usando a velha capa do seu pai, Harry...

-Como é que o senhor sabia da capa?

-O número de vezes que vi James desaparecer debaixo da capa... - disse, fazendo outro gesto de impaciência com a mão. - A questão é que, mesmo quando a pessoa está usando a Capa da Invisibilidade, ela continua a aparecer no Mapa do Maroto. Observei vocês
atravessarem os jardins e entrar na cabana de Hagrid. Vinte minutos depois, vocês saíram e voltaram em direção ao castelo. Mas, então, iam acompanhados por mais alguém.

-Quê?! -exclamou Harry. -Não, não íamos!

-Eu não podia acreditar no que estava vendo - continuou o professor, prosseguindo a caminhada e fingindo não ter ouvido a interrupção de Harry. - Achei que o mapa não estava
registrando direito. Como é que ele podia estar com vocês?

-Não tinha ninguém com a gente!

-Então vi outro pontinho, andando depressa em sua direção, rotulado Sirius Black... vi-o colidir com você; observei quando arrastou dois de vocês para dentro do Salgueiro Lutador...

-Um de nós! - corrigiu-o Rony, zangado.

- Não, Rony. Dois de vocês.

Ele parou de andar, os olhos em Rony.

-Você acha que eu poderia dar uma olhada no rato? - perguntou com a voz equilibrada.

-Quê?! - exclamou Rony. - Que é que o Perebas tem a ver com isso?

-Tudo. Posso vê-lo, por favor?

Rony hesitou, depois enfiou a mão nas vestes. Perebas apareceu, debatendo-se
desesperadamente; o garoto teve que segurá-lo pelo longo rabo pelado para impedi-lo de fugir. Bichento ficou em pé na perna de Black e sibilou baixinho.
Lupin se aproximou de Rony. Parecia estar prendendo a respiração enquanto examinava Perebas atentamente.

-Quê? - repetiu Rony, segurando Perebas mais perto com um ar apavorado. - Que é que meu rato tem a ver com qualquer coisa?

-Isto não é um rato - disse Sirius Black, de repente, com a voz rouca.

- Que é que você está dizendo... é claro que é um rato...

-Não, não é - confirmou Lupin calmamente. - É um bruxo.

-Um animago - disse Black - que atende pelo nome de Pedro Pettigrew.

Oiiii, boa tarde!

E desculpa os errinhos, a tia digitou no celular e o corretor é um kur.

Mais um capítulo proceis, espero que tenham gostado. Não esqueçam de votar e comentar por favor ✨

Playlist da fanfic está disponível na minha bio 🐍

Ass, Y.A.M

-

Harry perguntando se Rose queria que ele lesse algo:

Ela:

Lupin entrando para conversar com ela:

Rose:

Ela depois de descobrir que ele é seu padrinho:


Rose para Fred:

Rose na logo depois de sair da enfermaria:

Draco quando viu ela:

Rose para a callie:

Nathe:

Rose depois de falar que viu um unicórnios falante que comeu a bunda dela:

Rose para Mione, quando ela começou a falar que Lupin erra lobisomem:

Hagrid na casa dele:

Rose quase matando perebas:

Rony sendo levado por sirius:

Rose depois de Hermione falar o segredo:

Ela para eles depois de saber a verdade:

Sirius vendo que Lupin e Rose estão do seu lado e vai ajudá-lo:

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