Mundos Opostos

O Grande Jogo

Onde raios estava aquele idiota? A morena gritava em sua mente, enfurecida.

Estava agora em um enorme campo de futebol, envolto de um grupo de rapazes ainda mais desesperado que ela e uma plateia escandalosa na arquibancada. Se não fosse só o seu habitual nervosismo, estava ainda tendo de minuto a minuto checar seu celular, vendo se não havia nenhuma mensagem de seu atual namorado.

E que namorado ela foi arranjar…

No momento mais importante de sua vida, prestes a disputar a final contra nada mais, nada menos que os Bullworth! Depois de um último jogo bem-sucedido, agora estavam nas finais. Butch já havia perdido um dos jogos, o mataria caso não estivesse ali para assistir à final.

Ora, ela havia pedido com todas as letras que ele viesse. Precisava realmente dele naquele momento. Tinha que passar segurança para o time, sendo que ela mesma tremia de ansiedade.

“Droga, Butch! Vem logo”, pensou nervosa.

[...]

— Droga! Droga! Droga! Droga! — Butch gritava olhando para seu relógio de pulso. Onde estava com a cabeça em dormir tão tarde? Sabia que no dia seguinte seria a final. Havia acordado tão atrasado, e para piorar, seu celular estava sem bateria. Nem havia trazido consigo.

Boomer sempre o acordava, mas naquela fatídica manhã o loiro não o tirou da cama por algum motivo. Quando acordou o rapaz já não estava mais em casa. Havia saído sem ele. Tinha vontade de esganá-lo.

O moreno chegou finalmente ao local do jogo: a escola. Mesmo o campo e as arquibancadas sendo extremamente humildes perto do que a escola Bullworth podia proporcionar, Buttercup fez o possível e o impossível. Colocou barracas de comida por toda a área aberta, estendeu faixas de apoio ao time e até mesmo trocou as redes velhas do gol. Estava uma festa no local, completamente lotada, pessoas iam e vinham felizes. Estava realmente muito bonito de se ver.

Butch foi direto para a arquibancada, atropelando todos até achar seu irmão e as duas meninas. Boomer, como o típico dele, estava lotado de pipocas, amendoins, doces e afins. Comida o suficiente para 45 minutos de jogo, de acordo com ele. Ao ver os olhos enfurecidos do irmão, suou frio. Tomou um susto tão grande que quase se engasgou com a comida.

— Enfim chegou. — Blossom disse, enfurecida. — A Butter perguntou de você a manhã toda. Achei que não viria mais.

— Claro que sim. Ela é minha namorada! — Disse sentando-se ao lado da ruiva. Blossom revirou os olhos. — Eu só me atrasei um pouco, por causa de um certo idiota! Por que não me acordou??

— Eu te acordei. — Respondeu rapidamente, mostrando-se amedrontado. — Você respondeu que estava indo então eu sai.

— Sabe muito bem que não pode confiar em mim! ­ — O moreno falou irritado.

— E o que você queria que eu fizesse?

— Me tirasse da cama a força, sei lá. Só não me deixava lá.

— Os dois querem parar — Blossom gritou já sem paciência. Suspirou, acalmando-se, então prosseguiu: —Perdeu o primeiro jogo, eles ganharam.

Butch soltou um suspiro aliviado. Agradecia aos deuses que Buttercup havia ganhado, assim poderia ver o próximo jogo. Se não assistisse, ela o mataria, com certeza.

— Ainda bem… — Murmurou.

— Deveria ser mais pontual. Não vai ter tanta sorte na próxima. — Blossom o repreendia. — Olha, eu quero muito que o relacionamento de vocês vá pra frente, mas precisa ser mais responsável. A Butter confia em você!